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Partilha por escritura pública

Após se concluírem o levantamento do patrimônio a serem partilhados entre os herdeiros, os efeitos da escritura pública pode ser recebido por cada parte interessada.

A partilha contém diversas modalidades, sendo elas:

a) Partilha amigável

Ocorre quando todos os herdeiros são maiores e capazes de manifestarem sua concordância sobre a maneira de partilhar a herança líquida, ou mediante escritura pública. (Art. 2.015 do CC).

b) Partilha Judicial

Será adotada quando há herdeiro incapaz, ou todos capazes discordarem do modo apresentado de repartir a herança. (arts. 1.022 a 1.030 do CPC).

c) Partilha em Vida

Quando realizada em vida por doação ou testamento valendo-se como ato de ultima vontade. (art. 2.018 do CC).

d) Partilha extrajudicial

Essa modalidade de partilha é menos onerosa e mais célere para os herdeiros e partes interessadas que preencherem os requisitos para que o procedimento se dê extrajudicialmente.

Portanto, a escritura pública detém título hábil para o registro imobiliário, e no que configura sua realização não há necessidade de homologação judicial. Ponto esse mais expressivo da Lei 11.441/07. No que se refere a essa necessidade, importa somente quando o inventário judicial se dá por testamento ou por ter interessado incapaz.

A Resolução em seu art. 2º revela que uma vez escolhido o procedimento judicial, as partes interessadas poderão optar pela via extrajudicial, sendo assim, o prazo é suspenso por 30 dias ou simplesmente desiste-se da ação judicial, até mesmo porque, a lavratura da escritura torna-se mais célere, menos custosa, ágil, e possibilita as partes definirem a data e local a ser concretizado o procedimento extrajudicial desafogando o poder judiciário com esse tipo de demandas.

Portanto, para materializá-la o procedimento deverá ser levado ao Cartório de Registro de Imóveis para que seja realizada a sua averbação nas matrículas dos imóveis dos termos pactuados quanto aos novos proprietários dos imóveis inventariados.

Para Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 560), a partilha enseja:

A partilha deve consultar, também, a comodidade dos herdeiros e, tanto quando o permitir a igualdade a ser observada, evitar litígios futuros. Para evitar demandas futuras, recomenda-se não só evitar a indivisão, bem como declarar a possível exatidão das confrontações.

A partilha pela via extrajudicial somente funciona quando tão somente os herdeiros de forma cômoda façam a divisão, pois devem atender em perfeita igualdade os quinhões divididos.

Para a partilha deve ser observada a maior igualdade possível. Nesse sentido, dispões o art. 2.017 do Código Civil: “no partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível”.

Portanto, o tabelião é responsável pela elaboração escritura pública que será ratificada com o consentimento de todos os interessados. Aqueles que possuírem a gratuidade prevista na Lei 11.441/07 do inventário extrajudicial devem apresentar a declaração dos interessados que não possuem condições de arcar com os emolumentos, ainda que representados por advogados. (Res. CNJ n. 35/2007, arts. 6º e 7º).

CONCLUSÃO

De acordo com a interpretação da Lei 11.441/07, conclui-se que, principalmente os advogados e tabeliões devem aplicar o conteúdo da norma de uma maneira completa, analisando o sentido do texto e não apenas a letra da lei e, em especial visualizarem o conteúdo relacionando com o princípio da dignidade humana. E importante também que tanto o advogado quanto o Tabelião saibam o seu papel. Sendo assim para a aplicação da Lei 11.441/07 só depende da boa vontade de se relacionar cada vez mais com a inovação mantendo sempre uma adaptação perante as transformações das relações familiares.

A lei é procedimental, e tem como objetivos a simplificação de procedimentos, racionalidade e celeridade para estas ações, facilitar a vida do cidadão, desonerar o cidadão, desafogar o Poder Judiciário e concentrá-lo na jurisdição litigiosa.

Destaca-se que, porém, um dever de toda a sociedade trabalhar pela adequação das normas e por sua cada vez melhor aplicação ao caso concreto.

O dispositivo notarial dispõe de normas próprias e obedece aos princípios específicos de sua atividade notarial. Além da função de formalizar a vontade, os tabeliões têm a mesma competência que teria um juiz em um procedimento judicial desta natureza, especialmente para liberar saldos, liberar quantias bancárias, quando necessário, permitir a venda de imóveis etc.

Os princípios que orientam o procedimento notarial tanto pela esfera privada, quanto pública. Portanto o procedimento notarial em consonância com a Lei

11.441/07 faz-se fundamentalmente a formalização dos atos consensuais das partes maiores e capazes, e idôneas para facilitar a vida privada.

O que se considera importante para os Tabeliões e Advogados é o papel de os mesmos estarem instruindo as partes quando implantações de seus atos. Para os herdeiros se faz necessário que estes não ocultem informações atinentes ao efetivo preço de mercado, requisitos estes vislumbrados pela atividade notarial para se proceder aos atos de averbação posteriores, conferindo a ciência pública a atos.

A Lei 11.441/07 é um verdadeiro marco histórico, em que pese à relevada importância do direito notarial e de todos os atos típicos em que nenhuma dúvida a via administrativa se tornou benéfica para as relações jurídicas de maior porte a serem abarcadas por este virtuoso ramo do direito, vez em que sua esfera se constitui de forma terminativa, independente de homologação judicial.

REFERÊNCIAS

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