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Inventário extrajudicial e partilha por escritura pública

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UNIJUÍ-UNIVERSIDADE DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

RAFAEL REIS TOLOMINI

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E PARTILHA POR ESCRITURA PÚBLICA

Santa Rosa (RS) 2015

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RAFAEL REIS TOLOMINI

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E PARTILHA POR ESCRITURA PÚBLICA

Primeiro capítulo da monografia final do Curso de Graduação em Direito da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito para a aprovação no componente curricular Metodologia da Pesquisa Jurídica Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais(DCJS).

Orientador: MSc. João Delciomar Gatelli

Santa Rosa (RS) 2015

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Dedico este trabalho a todos os professores os quais contribuíram para minha formação acadêmica, o valor pela transmissão do conhecimento é incalculável. E aos meus familiares, pai e mãe e irmãos ao quais sempre estiveram ao meu lado me apoiando e dando força.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me abençoar com o dom da vida, e também a oportunidade de estar aqui, rodeado de pessoas de que considero e amo muito.

Agradeço também a todos os meus familiares em especial meus pais, Angelo e Marileni assim como meus avós, Florival e Lenir por terem me apoiado na concretização de uma etapa difícil, pois me trouxeram todo amor e carinho a este mundo, dedicaram , cuidaram e doaram, incondicionalmente, seu sangue e suor para que esse sonho fosse realizado.

Aos amigos, professores, desta Universidade e todos aqueles que cruzaram em minha vida, participando de alguma forma deste tão desejado sonho. Em especial ao Professor Mestre João Delciomar Gatelli pelo exemplo de profissional e educador.

E a todos que de alguma forma contribuíram para realização deste projeto, meu muito obrigado.

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“O estudo é a valorização da mente ao serviço da felicidade humana”. (Francois Guizot).

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RESUMO

O tema abordado na presente monografia refere-se à realização do inventário e da partilha extrajudicialmente, via escritura pública, de acordo com o instituído pela Lei 11.441/07. A primeira parte do trabalho contempla uma abordagem sobre a sucessão em geral, o seu conceito e a evolução histórica, a abertura da sucessão, as espécies de sucessão, bem como os tipos de inventário e partilha judicial e extrajudicial. No segundo capítulo analisam-se os aspectos gerais da Lei 11.441/07, a opção da via administrativa, os requisitos específicos para redigir a escritura pública, a partilha de bens, e por fim, os efeitos advindos do inventário e da partilha.

Palavras-chave: Sucessão. Inventário. Partilha. Escritura pública. Lei 11.441/07.

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ABSTRACT

The subject boarded in this monograph refers to the realization of extrajudicialy inventory and sharing, by public deed, according to the established by the Law 11.441/07. The fist part of the Work includes an approach on the succession in general, its concept and historical evolution, the opening of succession, the species of succession, as Well the types of inventory and a sharing, judicial and a extrajudicialy. In the second chapter is examined the general aspects of Law 11.441/07 the option of admistrative means, the specific requirements of to draw up of the public deed, the division of property, and finally, the effects coming from inventory and sharing.

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SUMÁRIO

1 NOÇÕES SOBRE A SUCESSÃO EM GERAL...10

INTRODUÇÃO 1.1 Conceito de sucessão e evolução histórica...10

1.2 Abertura da sucessão...13

1.3 Sucessão legítima...16

1.4 Sucessão testamentária...17

1.5 Procedimento notarial...19

1.6 Inventário e partilha...20

2 O INVENTÁRIO E A PARTILHA POR ESCRITURA PÚBLICA...23

2.1 Aspectos gerais da Lei nº 11.441/2007...23

2.2 Competência dos atos do Tabelião...29

2.3 Procedimento pela via extrajudicial...30

2.4 Requisitos exigidos para lavratura do Inventário Extrajudicial pela Lei 11.441/07 ...32

2.5 Partilha por escritura pública...34

CONCLUSÃO...36

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INTRODUÇÃO

Em quatro de janeiro de 2007 entrou em vigor no país a Lei 11.441 para alterar alguns dispositivos do Código de Processo Civil (CPC) e instituir a possibilidade da realização do inventário extrajudicial com a partilha por escritura pública.

A referida lei interessa diretamente ao direito material e particularmente ao direito de família e das Sucessões e traz consigo diversas discussões de conteúdos técnicos e práticos.

Durante seu início, o art.982 do CPC foi alterado para prever a possível realização de inventários por escritura pública. Como se percebe esse dispositivo possibilita a realização de inventário extrajudicial. Ainda quanto ao tema de Direito Sucessório, pela nova redação do art. 1.031 do CPC não mais se exige que o inventário extrajudicial seja homologado pelo juiz. A reforma enseja ainda uma correção legislativa: menciona-se, agora, o Código Civil de 2002 (CC) e não mais a codificação anterior.

A presente monografia, por conta dessas constatações, na primeira parte do trabalho contempla uma abordagem sobre a sucessão em geral, conceitos, abertura da sucessão, noção de herança bem como a caracterização do inventário extrajudicial na Lei 11.441/07.

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Nesse sentido, o segundo capítulo é dedicado ao inventário extrajudicial finalizando com a partilha por escritura pública nos moldes da Lei 11.441/07, fazendo assim, apontamentos aos seus requisitos, aspectos e procedimentos, e etc.

O objetivo do estudo dessa Lei é no que consiste a busca de uma alternativa que não possui uma burocratização exagerada quando se tem maiores e capazes, sendo estes os herdeiros do de cujus. Nada mais se busca que provar que o procedimento administrativo possui habilidade capaz de promover com celeridade da escritura publica por inventário extrajudicial dotado de fé pública.

No presente trabalho foram adotados o método de abordagem dedutivo, os métodos de procedimento histórico e monográfico, bem como a técnica de pesquisa bibliográfica.

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1 NOÇÕES SOBRE A SUCESSÃO EM GERAL

Neste primeiro capítulo o objetivo é fazer uma pesquisa sobre as noções gerais do direito sucessório, abordando sua conceituação sucessória e sua evolução histórica, avançando para as noções sobre a abertura e procedimento da sucessão Legítima e Testamentária tendo por base o procedimento notarial. Finalizando com possíveis hipóteses em que ocorrem na legislação brasileira de se ter a realização de inventário e partilha de bens pela via extrajudicial.

1.1 Conceito de sucessão e evolução histórica

O conceito de sucessão empregado de sentido estrito é somente aquele que decorre da morte de alguém, ou seja, a sucessão causa mortis. Para isso temos um ramo que trata disciplinadamente somente da transmissão do patrimônio, sendo assim o ativo e do passivo do de cujus ou autor da herança a título de seus sucessores. (GONÇALVES, 2012).

Conceitua a sucessão como um simples ato ou efeito de suceder. Isso implica na substituição de pessoas ou coisas, ou de transmissão de direitos, encargos ou bens numa relação jurídica de continuidade. Portanto implica a existência de um adquirente que sucede ao antigo titular de determinados valores.

Essa universalidade jurídica passa em bloco para todos os herdeiros indistintamente, de sorte que, aberta a sucessão, os bens da herança são comuns a todos os herdeiros, até que se ultime a divisão da propriedade através da partilha. Somente então “cada sucessor delimitada do monte e dela poderá livremente dispor, sem peias da universalidade e indivisibilidade antes vigentes” (THEODORO JUNIOR apud AMORIN, 1997, p. 21).

Carlos Maximiliano (2012, p. 20) diz que o principal objetivo do direito das sucessões, é o conjunto de normas reguladoras da transmissão dos bens, bem como, suas obrigações perante cada indivíduo, sendo assim, sobre cai ao sucessor em consequência da morte o direito de suceder, ou receber um acervo hereditário de um defunto.

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A sucessão visa proteger os princípios da continuidade do próprio ente familiar sendo indicadas entre os direitos e garantias individuais conforme o artigo 5º, inciso XXX, da Constituição Federal, pois em virtude da morte de alguém, se tem o direito de ser o sucessor dos bens deixados pelo morto, isso significa que esses bens se tornam a herança deixada em decorrência do acervo hereditário pelo espólio.

Venosa (2012, p. 1) nos diz que suceder é substituir, tomar de outrem no campo dos fenômenos jurídicos. Na sucessão, existe uma substituição do titular de um direito. Esse é o conceito amplo de sucessão no direito.

A relação jurídica quando ocorrida por (causa mortis), versa sua matéria para a forma de transmissão, tanto de direito quanto na sucessão, pois o seu conteúdo se restringe a uma pessoa que será habilitada juridicamente a tomar o lugar de outra havendo a relação jurídica de sucessão.

No direito, costuma-se fazer uma grande linha divisória entre duas formas de sucessão: uma deriva de um ato entre vivos, que se obtém por meio de contrato, por exemplo, a derivada de causa morte (causa mortis), quando os direitos e obrigações da pessoa que falece transferem-se para seus herdeiros e legatários.

Destarte, pode-se afirmar que o conceito de sucessão está vinculado principalmente à morte de alguém, ou seja, sucessão causa mortis, como explica Gonçalves (2012, p. 19):

A ideia de sucessão, que se revela na permanência de uma relação de direito que perdura e subsiste a despeito da mudança dos respectivos titulares, não ocorre somente no direito das obrigações, encontrando-se frequentemente no direito das coisas, em que a tradição a opera.

Vislumbra-se de tal conceito, evidência a continuidade da relação jurídica que portando cessou para o respectivo sujeito um dos modos, ou títulos, de transmissão ou de aquisição de bens, ou de direitos patrimoniais.

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É inquestionável segundo Venosa (2012, p. 21) a importância das sucessões no direito civil. Porque o homem desaparece, mas os bens continuam porque grande parte das relações humanas transmigra para a vida dos que sobrevivem, dando continuidade, via relação sucessória, no direito dos herdeiros, em infinita e contínua manutenção da imagem e da atuação do morto, em vida, para depois da morte.

A possibilidade de alguém transmitir seus bens, após morte é utilizada como viés no direito sucessório desde antigamente, encontramos sua consagração no direito egípcio, hindu e babilônico, entre outros, a dezenas de séculos antes da Era Cristã.

O direito sucessório segundo Gonçalves (2012, p. 21) remonta a mais alta antiguidade, sempre ligado à ideia de continuidade da religião e da família.

Gonçalves (2012, p. 21) descreve de forma bastante elucidativa a situação citada:

Em Roma, na Grécia e na Índia, a religião desempenha, com efeito papel de grande importância para a agregação familiar. Relata FUSTEL DE COULANGES, a proposito, que o culto dos antepassados desenvolve-se diante do altar doméstico, não havendo castigo maior para uma pessoa do que falecer sem deixar quem lhe cultue a memória, de modo a ficar seu túmulo ao abandono. Cabe ao herdeiro o sacerdócio desse culto.

Tal conjuntura fica igualmente clara, pois, a razão pela qual antigamente durante séculos, se transmitiu apenas pela linha masculina, porque o motivo e o real fato de ser tratado como o filho sacerdotal da religião doméstica, sendo ele, e não sua irmã, quem recebe o patrimônio da família. Portanto, essa explicação se baseia na regra segundo a qual a herança se transmite ao primogênito varão.

O principal motivo do afastamento da filha está no fato que esta iria se casar e assim obter um marido, no qual geraria com isso a formação de um novo laço familiar dotados de hábitos diferentes do seu pai, onde passaria então, a cultuar novos deuses da nova família.

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Sobre a evolução histórica do direito sucessório é importante relacioná-lo com o direito romano. Sendo assim, a Lei das XII Tábuas concedia absoluta liberdade que ao pai de família poder de dispor de seus bens, após a morte.

Complementa ainda o Código de Justiniano (apud VENOSA, 2002, p. 22):

A sucessão Legítima passa a fundar- se unicamente no parentesco natural, estabelecendo-se a seguinte ordem de vocação hereditária: a) os descendentes) os ascendentes, em concurso com os irmãos e irmãs bilaterais; c) os irmãos e irmãs, consanguíneos ou uterinos; e d) outros parentes colaterais.

Constata-se, por conseguinte, que o direito romano conheceu a sucessão testamentária, pois detinham tremendo horror pela morte sem testamento, pois era considerada por eles uma maldição, quando se operava o falecimento ab intestato; desgraça nenhuma era considerada maior do que augurar a um inimigo o morrer sem testamento. Era dotada de uma espécie de vergonha.

Em síntese Caio Mário da Silva Pereira (apud VENOSA, 2012, p. 24):

A propriedade embora individual, “é como que assegurada aos membros do grupo familiar, não porque a todos pertença em comum, mas em razão do princípio da solidariedade, que fundamenta deveres de assistência do pai aos filhos, e por extensão a outros membros da família, bem como do filho ao pai, por força do que dispõe o art. 229 da Constituição de 1998. Visa, então, a transmissão hereditária a proporcionar originalmente aos descendentes a propriedade do antecessor, segundo o princípio de da afeição real ou presumida, que respectivamente informa a sucessão legítima e a testamentária”.

O que se traduzem em outras palavras, os herdeiros, seja em relação às dívidas e deveres, seja em relação aos bens e direitos, são chamados pelo Estado a assumirem as responsabilidades propriamente decorrentes dos encargos da transmissão jurídica da herança.

1.2 Abertura da sucessão

A abertura da sucessão está regulada pelo art.1784 do Código Civil onde versa o seguinte. “A abertura da sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.” (BRASIL, 2015).

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A herança nada mais é do que um somatório de coisas que estão inseridas como bens, dívidas, créditos e direitos e obrigações em que as pretensões do falecido em ser o titular de ações, estás, a seu favor ou opostas a ele, e também as que contra ele foram propostas, desde que sejam intransmissíveis.

Como não se concebe direito subjetivo sem titular, no mesmo instante se opera a abertura da sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros legítimos e testamentários do de cujus, sem solução de continuidade ainda que os mesmos ignorem o fato. (GONÇALVES, 2012, p. 33).

A abertura da sucessão é pressuposto que decorre de dois fatos: a morte do sucedido, ou de cujus, e a sobrevivência do seu sucessor, ou herdeiro legítimo, ou testamentário. (CATEB, 2000, p 33).

Também afirma Amorim (1997. p.26):

É o conceito de droit de saisine, que ainda vigora nas suas linhas estruturais, estabelecendo a imediata e direta transmissão dos bens do defunto aos seus herdeiros. Desse princípio fundamental podem ser extraídos relevantes efeitos: a abertura da sucessão dá-se com a morte, e no mesmo instante os herdeiros a adquirem (imediata mutação subjetiva); os direitos não se alteram substancialmente, havendo apenas substituição do sujeito (sub-rogação pessoal pleno jure); a posse do herdeiro advém do fato mesmo do óbito, e é reconhecida aos herdeiros que por direito devem suceder.

O princípio de saisine se opera no devido instante da ocorrência do óbito do de cujus, pois adquirem assim a posse e a propriedade dos bens que fazia parte do acervo hereditário, sem necessidade qualquer de se praticar o ato de requerer ao magistrado a imissão da posse, conforme versa a Constituição Federal de 1988, art 5º, XXX (DINIZ, 1997, p.26).

Nesse sentido, está configurado o princípio de saisine onde segundo Santos (2007, p.112):

É uma fórmula legal utilizada para descrever os fundamentos do direito sucessório e por cuja inteligência entende-se que, por força de ficção legal, morte e transmissão ocorre no mesmo momento cronológico, tendo como ato do de cujus a investida de seus herdeiros no domínio e posse indireta

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de seu arcabouço obrigacional, colocando-os por cabeça de seu patrimônio. Este conjunto de direitos chama-se herança.

O fundamento principal e que realmente importa e interessa sobre a ótica do direito sucessório, é o momento da morte do titular de um patrimônio, sendo assim determinada a sucessão sobre o fato do seu falecimento. Com isso, se determina que a transmissão da herança se dê, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. (art. 1784. CC. BRASIL. 2015).

O tempo e o lugar também são características importantes para as consequências jurídicas, pois “á sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido” (art. 1.785CC). Para que se tenha uma legitimidade para suceder, é preciso observar a lei que está em vigência no tempo da morte do autor da herança, pois a partir do Código de 2002 ocorreu que o mesmo sofreu uma alteração no que tange a ordem de vocação hereditária.

Insurgiu-se também, que a nova redação dada pela Lei nº 11.441/2007 revogou expressamente o parágrafo único do art. 983, CPC. Venosa (2012 p 17).

O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

Essa nova redação altera o art. 1.030 do CPC, onde aduz que a partilha amigável, celebrada entre as partes, de acordo com o art. 2.015 do Código Civil, será homologada de plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e as rendas.

É importante frisar, que a morte está em seu sentido natural, de nada importa como ela se sucedeu. Portanto, a expressão “abertura da sucessão” é, todavia, abrangente.

A morte presumida também, se encaixa na abertura da sucessão, pois é tratada como ausente, pois é declarada que a pessoa detentora dos bens tenha

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desaparecido de seu domicílio sem dar notícia e sem deixar representante ou procurador para administrar seus bens.

A prova indispensável para a abertura da sucessão de uma pessoa é meramente nada mais do que seu atestado de óbito, constitui sua morte real com a apresentação desse documento, sendo assim tal espécie de atestado somente é fornecida a partir da constatação mediante o exame do cadáver como sua morte biológica.

Insurge se que às vezes embora se tenha evidências sobre a morte do de cujus, mas não se acha o seu corpo. Portanto existem diversos fatores e ocorrências que implicam nessas situações, sendo elas: decorrente do desaparecimento em náufrago, inundação, incêndio, terremoto ou outras catástrofes. Isso dificulta para o fornecimento do atestado de óbito, bem como seu devido registro. Gonçalves (2012, p. 34).

Para pleitear e dar vistas para abertura da sucessão é necessário que em caso de morte presumida onde se tem a figuração do ausente primeiro entrar com uma ação declaratória buscando a expressão genérica de que depois de esgotados todos os tipos de buscas e análises, serão fixados a data provável por sentença da morte do de cujus.

1.3 Sucessão Legítima

Sua fonte é absolutamente legítima, pois decorre de virtude de lei. A sucessão Legítima sempre foi a mais difundida no Brasil, pois devido à ordem cultural sempre deixou em segundo plano a sucessão testamentária. Portanto, o que se tem é que sempre que ocorre o falecimento de uma pessoa, que não deixa testamento, e devido a ordem de vocação hereditária costuma-se dizer, quê para o de cujus, a sucessão legítima representa sua vontade presumidamente, pois seus bens e patrimônio irão se transmitir para as pessoas que sobre caem a lei.

Uma hipótese que pode ocorrer à sucessão legítima assegurada por Gonçalves (2012, p. 43):

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Será, ainda, legítima a sucessão se o testamento caducar ou for julgado nulo, como consta da parte final do retro transcrito art. 1.788. O testamento originariamente válido pode vir a caducar, isto é, a tornar-se ineficaz por causa ulterior, como a falta do beneficiário nomeado pelo testador ou dos bens deixados. Acrescenta-se essa hipótese a revogação do testamento.

Nessa ótica, caduca também as disposições testamentárias que beneficiarem pessoas já falecidas, pois a nomeação testamentária tem caráter pessoal (intuitu personae).

A sucessão legítima, também é denominada ab intestato, ou intestada, pois acontece quando em decorrência da morte do de cujos não tenha sobrevindo disposições de última vontade.

O que se segue, é a ordem preferencial que só é chamada a suceder se não houver herdeiro na classe antecedente. Portanto, os herdeiros da classe subsequente só herdam na hipótese de não haver herdeiros da classe antecedente.

Sobre a ordem preferencial relata Mario Roberto Carvalho de Faria (2002, p. 90) que:

Em primeiro lugar serão chamados os descendentes, a seguir, os ascendentes e os colaterais, se não existirem descendentes, ascendentes e o cônjuge. Ressalta-se que as duas primeiras classes, descendentes e ascendentes, concorrem com o cônjuge sobrevivente. O cônjuge, apesar de concorrer com os descendentes e ascendentes, não integra essas classes.

Traduz-se que quando adotada a ordem preferencial, não se tendo vontade presumida, ou desejo do de cujus a expor sua vontade será tida a sucessão legítima inexistindo disposições de ultima vontade.

1.4 Sucessão Testamentária

O ponto crucial a destacar, com relação à sucessão testamentária é que ela se dá por disposição de última vontade.

Verificamos que Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 225) ressalta essa manifestação de vontade:

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A vontade do falecido, a quem a lei assegura a liberdade de testar, limitada apenas pelos direitos dos herdeiros necessários, constitui, nesse caso, a causa necessária e suficiente da sucessão. Tal espécie permite a instituição de herdeiros e legatários, que são, respectivamente, sucessores a título universal e particular.

Sendo assim, toda a legislação brasileira está condicionada a tentar fazer o seu melhor possível para interpretar a vontade do de cujus, bem com esclarecer o conteúdo do testamento.

Sobre a sucessão testamentária podemos extrair diversas características de ordem sucessória, sendo a primeira delas que o testamento é um ato personalíssimo, extremamente declinado ao autor da herança. Pois não se admite que seja ele produzido por procurador, nem mesmo se este dispuser de poderes especiais. Importa dizer que o testamento é expressamente oriundo de direta vontade do testador, pois não são reconhecidas se delegadas a outrem ou a terceiros.

Acrescenta-nos Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 229) sobre a vontade de testar que:

Segundo Pontes de Miranda, de ser personalíssimo o testamento: resulta não poder ser feito por procurador: nem, sequer, deixado ao arbítrio do herdeiro, ou de outrem, o valor do legado: nem cometida a terceiro a designação da identidade do herdeiro ou legatário: ou atribuída à vontade de outrem a eficácia ou ineficácia da disposição: ou afastada da imediata escolha do testador.

Por conseguinte, nada impede que um terceiro, tabelião, advogado, ou outra pessoa qualquer escreva o testamento a pedido do autor. Também nada impede que haja o acompanhamento e assessoramento ao testador, quando a sua elaboração as partes tem participação desinteressada, devem ser honestas e não terem nenhum tipo de desinteresse no pleno conteúdo da vontade do testador. Gonçalves (2012, p. 229).

O testamento constitui um negócio jurídico unilateral, portanto reafirma a manifestação de vontade do testador, sendo este um documento que produz diversos efeitos, por ele desejados e tutelados na ordem jurídica. Sendo assim,

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como efeito principal de vontade, e pessoalidade da mesma é necessária para a formação do testamento.

A solenidade só será validada se forem cumpridos todos os parâmetros essenciais prescritas em lei. Esse ato importa para a formalização do testamento, pois, visa reter sua autenticidade e a liberdade do testador, pois em razão disso chama a atenção do autor para a seriedade e compromisso do ato que está praticando. Gonçalves (2012, p. 231).

Outra caracterização da sucessão testamentária perfaz sobre seu ato constituído gratuitamente, pois, não visa a obtenção de vantagens para o testador, sendo assim, a gratuidade torna-se a essência conexa ao ato.

Por último temos duas características presentes sendo elas a revogabilidade testamentária que pode ser total ou parcial, por ser a essência do testamento podendo ser admitida quantas vezes quiser. Por conseguinte e última está a causa mortis, pois, para que se tornem realidade os desejos do de cujus bem como seus efeitos são extremamente indispensáveis, a sua morte. Chama-se causa mortis porque é requisito necessário para a validade da sucessão testamentária.

1.5 Procedimento notarial

A Lei 11.441/07 foi criada para trazer celeridade nas questões referentes a separação, divórcio e inventário e partilha por escritura pública. Requisito principal as partes serem maiores e capazes e não haja litígio.

O procedimento notarial busca uma finalidade objetiva, pois o documento se torna um instrumento particular tendo sua força de escritura pública. Como regra geral o procedimento significa olhar pra frente, prosseguir. Nada mais é do que uma ação desenvolvida para obter um fim ou coisa pretendida. Ferreira (2007, p.14).

No Brasil a falta de lei notarial no que tange a forma procedimental como matéria do direito sucessório encontra variações em diversas normas espalhadas por códigos e leis, mas o que realmente fundamenta o processo notarial são os

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tabeliões, pois se encontram amparados sobre um longo período de costumes e tradições.

Sobre a forma como se procede ao procedimento notarial as temos divididas por cinco fases muito bem definidas, as quais acostam: Primeira delas é a Rogatória, consiste no primeiro contato das partes com o tabelião, (atendimento), essa fase refere-se à entrega de documentos necessários e acostado de autorização pala parte ao tabelião para que o mesmo proceda aos atos pertinentes à lavratura da escritura pública ou ata. Neste ato o Tabelião assessora e adverte prescrições legais e os efeitos do ato a ser procedido. Ferreira (2007, p.16).

Na fase subsequente, Ferreira (2007, p.16) nos diz que o Tabelião redige uma minuta que é discutida e aprovada pelos clientes, ensejando um plano provisório nessa fase.

Posteriormente, vem à realização do protocolo, essa parte é dada pelo momento em que o tabelião faz a lavratura do ato em livro próprio. Podem ocorrer atos onde sejam feitas no próprio documento apresentado, sendo este, devolvido aos clientes com autenticação documental. Essa fase faz com que a faça conclusos os atos, pois é momento dedicado a assinatura dos interessados, pelo escrevente e pelo tabelião. Ferreira (2007, p.16).

Após a lavratura da assinatura pelas partes e do Tabelião, há a última fase do procedimento notarial. Será de circulação e conservação. A circulação refere-se a cópia entregue as partes das certidões que possibilitam a circulação e a produção de efeitos na esfera administrativa e particular. A segunda é de inteira responsabilidade do Tabelião, pois fica a cargo do mesmo a conservação para publicidade futura. Ferreira (2007, p.16).

Portanto, encerramos os atos procedimentais notariais, sendo assim, o documento está detido de fé pública, no qual, por conseguinte, está a serviço dos atos de separação, divórcio, inventário e partilha.

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1.6 Inventário e Partilha

O inventário e a partilha são procedimentos aos quais os bens do de cujus passam oficialmente para os seus sucessores. A palavra inventário tem seu significado no tocante a seus efeitos, pois é utilizada para relacionar, registrar, catalogar descrever e arrolar atos relativos ao inventário. Amorim e Oliveira (1997, p.148).

Como destacam Amorim e Oliveira (1997, p.148) o inventário é sempre obrigatório para que estejam atribuídos de forma legal os bens aos sucessores do falecido. Portanto, no momento do inventário que se conhece quais são os bens e seus respectivos valores, para que possam ser distribuídos aos beneficiários, através da competente partilha.

Segundo Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 481) fundamenta o conceito de inventário como:

Inventário, pois, no sentido restrito, é rol de todos os haveres e responsabilidades patrimoniais de um indivíduo; na acepção ampla e comum e avaliam os bens de pessoa falecida, e partilharam entre os seus sucessores o que sobra, depois de pagos os impostos, as despesas judiciais e as dívidas passivas reconhecidas pelos herdeiros.

O inventário nada mais é do que um processo de descrição, avaliação e liquidação de todos os bens que fazem parte ao acervo do de cujus, procede-se posteriormente após sua morte, a distribuição entre seus sucessores.

Como regra nos dias atuais, se tem o caráter contencioso do processo de inventário judicial, em razão dos litígios decorrentes das partes, tanto na primeira fase como, de declaração dos bens, quanto nas subsequentes, de habilitação dos herdeiros, avaliação dos bens e partilha dos quinhões, exigindo julgamento e não mera homologação judicial, pois com isso, os herdeiros poderão transigir e realizar partilha amigável, desde que sejam maiores e capazes.

Insurgindo herdeiros menores ou incapazes ou até mesmo não conseguindo um acordo positivo entre as partes, equivalendo à partilha dos bens, o inventário terá

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que ser demandado pelos interessados que o fazem pelo rito ordinário. Mas, porém, de nada impede que as partes mesmas sendo maiores e capazes optem pelo rito ordinário, essa parte fica a cargo dos interessados em litigar em juízo ou não.

O rito ordinário que também é conhecido como rito tradicional ou solene, é a forma mais demorada e mais onerosa do procedimento. Pois em face dos prazos estabelecidos legalmente e dá ocorrência de diversos atos solenes, como termos de avalições, cálculos e partilhas judiciais, tornam extremamente maçantes para o término do litígio.

A inventariança é encargo pessoal, pois gera responsabilidade própria daquele que exerce, e de investidura isolada, não podendo ser exercida conjuntamente por duas ou mais pessoas, mesmo que no inventário se tenha mais de um espólio (DINIZ, 2005, p. 371). Nos mesmos termos dá-se o encargo de inventariante no inventário extrajudicial.

Portanto, Cateb (2000, p.230) nos coloca o seguinte pensamento, sobre o inventário extrajudicial, dizendo:

A partilha é o ponto culminante do processo de inventário, é a divisão dos bens deixados pelo de cujus aos seus sucessores; é a extinção da comunhão, da indivisibilidade existente desde o falecimento, quando se transmitiu o domínio e a posse da herança aos herdeiros legítimos e testamentários.

A partilha, assim como o inventário, atualmente pode ser realizada extrajudicialmente, conforme a Lei 11.441/07. Referindo se a mesma para a partilha.

No entanto, nem sempre poderá o inventário e a partilha serem demandados pela via administrativa, impondo-se a intervenção do Judiciário, nos casos de herdeiros menores, incapazes ou divergências entre herdeiros.

Este breve panorama exposto acima no que tange ao direito sucessório, apenas introduz suas características gerais. Portanto, no capitulo que se segue será realizado especificamente a explicação mais detalhada sobre a realização do inventário e a partilha pela forma extrajudicial, no qual se encontra fundamentação legal na Lei 11.441/07 e demais legislações que a complementam.

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2 O INVENTÁRIO E A PARTILHA POR ESCRITURA PÚBLICA

Estuda-se neste segundo capítulo a realização dos procedimentos de inventário pela via judicial e extrajudicial considerando a Lei 11.441/07, ou seja, como se apresenta como modelo de procedimento de inventário e partilha administrativamente. Aborda–se a importância da necessidade de um acompanhamento de um advogado para que se supram as exigências da forma procedimental, estes, dotados de notórios saberes jurídicos para a elaboração do Inventário Extrajudicial.

A escolha é facultativa entre as partes que podem optar pela adoção do procedimento judicial, pois se ressaltam suas vantagens, assim como, a determinação de requisitos indispensáveis a serem cumpridos para a lavratura da escritura pública de inventário e partilha.

2.1 Aspectos gerais da Lei 11.441/07

A Lei federal 11.441 de 4-1-2007, veio a autorizar o inventário e a partilha por escritura pública, sendo esta constituída de título hábil detentor de autorização para o seu registro imobiliário transmitindo pela (redação do art. 982, do CPC). A efetividade desta lei é tão objetiva que não há necessidade de homologação judicial, sendo este seu ponto mais expressivo, pois precisa apenas da fé pública de um Tabelião para valer-se na seara civil.

Importa ressaltar que especificamente os artigos 983 e 1031 do CPC possibilitam a realização do inventário e sua partilha pela via administrativa. Portanto, caberão as partes interessadas em optar pela via judicial ou pela via extrajudicial, no qual requerem requisitos diferenciados para ambas as escolhas.

Escolhida a via judicial torna-se possível à conversão para a via extrajudicial, requerendo os interessados a suspensão do processo pelo prazo de 30 dias, ou simplesmente desistindo da ação judicial. Sendo assim, esse prazo estabelecido para que sejam convenientes as partes interessadas as devidas providencias para

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organização da documentação necessária em que a forma procedimental as exige, como por exemplo: escrituras e eventuais óbices.

Para regulamentar a aplicação desta lei, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),em 24 de abril de 2007, editou a Resolução n. 35, pela qual fixou disposições de caráter geral e disposições específicas referentes ao inventário e partilha por escritura pública.

No Estado de Rio Grande do Sul, entretanto, antes da edição desta resolução, em 18 de janeiro de 2007, a Corregedoria-Geral da Justiça do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por meio do Provimento nº 04/2007, introduziu modificações na Consolidação Normativa Notarial e Registral (CNNR), para orientar os tabeliões acerca das providências necessárias à efetivação da Lei 11.441/07. Tendo em vista que este provimento, com a posterior edição da Resolução n. 35 no CNJ, passou conflitar com algumas de suas disposições, em outubro de 2007, foi publicado novo provimento pela Corregedoria-Geral da Justiça, Provimento n.28/2007, efetuando-se as adequações necessárias da legislação estadual à legislação federal.

A implementação da Lei 11.441/07 fez com que os notários fossem prestigiados pelo legislador, que os reconhece como agentes capazes de cumprirem uma função que até então era de exclusividade do Poder Judiciário, que antigamente era concentrada com competência do juiz de direito.

A Resolução nº35 do Conselho Nacional de Justiça que regulamentou a Lei 11.441/07, que de fato trazia algumas dúvidas que ficavam em aberto complementa em seu artigo 9º no que tangencia os poderes assim como deveres de um Tabelião durante o procedimento notarial que se utiliza, para que de forma sucinta, comunique as partes informações pertinentes aos parâmetros usuais para que ocorra a celeridade procedimental. Por conseguinte conforme sua redação:

Art. 9' É vedada ao tabelião a indicação de advogado às partes, que deverão comparecer para o ato notarial acompanhadas de profissional de sua confiança. Se as partes não dispuserem de condições econômicas para contratar advogado, o tabelião deverá recomendar-lhes a Defensoria

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Pública, onde houver, ou, na sua falta, a Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.

Em casos concretos o real impedimento desse ato por parte do Tabelião se configura mesmo sendo vedada no artigo exposto acima, pois, atuam de forma antiética indicando advogados para que se façam presentes e representem as partes de maneira a não sofrerem sanções devidas.

Sobre os aspectos gerais do Inventário extrajudicial ou administrativo, há uma disposição importante no que confere a obrigatoriedade de se ter a nomeação de um interessado, pois nele estará depositado o total interesse na escrituração do inventário e, por conseguinte na partilha, pois se trata de pessoa que represente o espólio fazendo às vezes do inventariante, pois há extrema necessidade de se seguir os parâmetros estabelecidos pelo artigo 990 do Código de Processo Civil. “Como se trata de ato negocial, cabe aos interessados indicar quem lhes aprouver. Sempre haverá necessidades do espólio ser representado ativa ou passivamente em juízo ou mesmo em situações tributárias e administrativas”. Venosa (2012, p. 86).

Segundo a Resolução n. 35 do Conselho Nacional de Justiça que regulamentou a Lei 11.441/07, dispõem em seu artigo 11 que:

É obrigatória a nomeação de interessado, na escritura pública de inventário e partilha, para representar o espólio, com poderes de inventariante, no cumprimento de obrigações ativas ou passivas pendentes, sem necessidade de seguir a ordem prevista no art. 990 do Código de Processo Civil.

O que se busca com a nomeação de um inventariante é a agilidade com um ganho de tempo sobre a busca de documentos para que sejam cumpridas as obrigações ativas e passivas, bem como, seja encaminhado às guias de impostos devidos pela transmissão da herança onde devem ser pagos antes da lavratura da escritura, ambas observadas pelo tabelião antes do momento da lavratura da escritura.

Para a regulamentação desta Lei federal 11.441/07, foram apresentados projetos que versam sobre o referido assunto, sendo assim, o que mais se destacou

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tem por parâmetros a desconcentração dos atos tipicamente administrativos na esfera judicial.

A realização do inventário extrajudicial, assim como, a partilha por escritura pública, permite-se a escolha e também a possibilidade de uma inovação do rito processual no que se refere a uma autonomia maior para as partes interessadas.

A aprovação do Projeto de Lei, apresentado pela Senadora Seryes Slhessarenko do Senado Federal destacou e justificou a realização desses atos extrajudiciais como uma severa melhora que convém as partes interessadas, que optam por esse procedimento. O referido projeto foi publicado no Diário do Senado Federal em 09 de novembro de 2006:

Ao longo dos anos, o Estado avocou o monopólio da jurisdição e concentrou todos os procedimentos oficiais. Nas últimas duas décadas, porém, a sociedade brasileira passou a requerer menor tutela estatal e pleno exercício da cidadania, com o objetivo de experimentar autonomia na solução de questões de seu interesse, ainda que revestidas de cunho oficial. No dizer de Jean Jacques Rousseau, no Contrato Social, a depender do grau de cidadania exercido, o sujeito é ativamente cidadão ou passivamente súdito.

Instaurou-se, assim, entre nós, primeiro, uma via judicial menos exigente de fórmulas, mediante a edição da Lei n. 9.099/95 (Juizados Especiais Cíveis e Criminais) estendendo, posteriormente, à Justiça Federal, através da Lei n. 10.259/01, assim como a Lei n. 9.307/96 (Lei da Arbitragem), que permite aos jurisdicionados a eleição prévia de árbitros, em foro extrajudicial, para solução de eventuais litígios decorrentes de negócios jurídicos.

Todos esses dispositivos objetivaram nova linha de reconstrução para a solução das querelas sob menor formalismo.

Cumpre salientar que para a realização de todos os procedimentos, elencados na Lei n. 11.441/07, é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência

do Código de Processo Civil (art. 2º, Provimento 164/07 e art. 1º, Resolução n. 35/07).

Importante ressaltar que os oficiais do registro civil das pessoas naturais dos distritos e dos municípios que não sejam sede de comarca e que acumulam a função notarial, não têm a atribuição para o exercício dos atos previstos na Lei n. 11.441/07, conforme dispõe o art. 52 da Lei Federal n. 8.935/94. Esses atos guarnecem da mesma segurança jurídica oferecida nos juízos de família e sucessões, porquanto, ao transitar em julgado a decisão judicial da partilha, separação ou divórcio, o juiz determina a sua remessa de ofício ao Cartório de Registro de Imóveis e ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, para que se procedam às averbações e/ou 2 registros. Isso permite concluir que a medida judicial se aperfeiçoa no âmbito extrajudicial onde, na verdade, todos os procedimentos, hoje, podem ser concentrados. Sala das sessões, 8 de novembro de 2006 – Senadora Seryis Slhessarenko.

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Para Cahali, a possibilidade da realização do inventário pela via administrativa, está relacionada à consensualidade entre as partes, fazendo com que, o procedimento correto seja adotado. Por fim, o Tabelião investido de fé pública faça com que se cumpra à forma obrigatória de escritura pública.

A referida lei traz como objetivo principal a celeridade na tramitação do inventário, pois além de oferecer as partes à opção da escolha mesmo que de forma amigável, pelo processo judicial ou pelo procedimento extrajudicial, nos trâmites da Lei 11.441/07.

Conforme sintetiza Cahali, o principal objetivo da escritura pública extrajudicial é a desburocratização do inventário e da partilha, pois tem validade como registro imobiliário.

Como exigência se determina que todos os herdeiros tenham consenso sendo maiores e capazes, para que seja estabelecida sem nenhum tipo de divergência a divisão da herança com a realização do inventário e da partilha pela via administrativa.

Sobre o inventário e a partilha extrajudiciais, os artigos 982, 983 e 1031 do CPC passaram a vigorar com a seguinte redação:

Art. 982 - Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário.

§ 1º O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogados de cada uma delas ou por defensor público,

cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.

§ 2º A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei.

Art. 983 - O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

Art. 1.031. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos do art. 2.015 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, será homologada de plano pelo juiz, mediante aprova da quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, com observância dos arts. 1.032 a 1.035 desta Lei.

§ 1º - O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de adjudicação, quando houver herdeiro único.

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§ 2º - Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou adjudicação, o respectivo formal, bem como os alvarás referentes aos bens por ele abrangidos, só serão expedidos e entregues às partes após a comprovação, verificada pela Fazenda Pública, do pagamento de todos os tributos.

Os moldes abordados por Cahali deixam claro que o exercício de direitos tipicamente privados se fundam nas relações disponíveis em mecanismos públicos. A lei tem origem federal de natureza instrumental, e consiste nas principais garantias que se de têm pela regulamentação da Lei 11.441/07 onde está elencado o direito dos herdeiros em receber a herança e a autonomia da vontade privada em utilizar de órgão público, sendo este, um princípio que norteia o ordenamento jurídico.

Portanto, aplicação desta lei está regida pelo Conselho, Nacional de Justiça (CNJ), a partir de 24 de abril de 2007, Resolução n. 35, sendo fixadas disposições de caráter geral com várias disposições específicas referentes ao inventário e a partilha, assim como à separação e divórcio consensuais.

O papel fundamental da Resolução n. 35 está no modo em que os notórios deverão operar suas atribuições obedecendo a um princípio fundamental no que tange a parte registral, eis que os direitos reais sobre imóveis somente se constituem com o registro.

Sobre o princípio registral, Cahali (2007, p.30) disserta que:

A propriedade imobiliária e os direitos a ela conexos constituem uma complexa cadeia de direitos com reflexos econômicos. Para a segurança jurídica e social dos direitos, o Estado impõe como regra a forma pública do título (Código Civil, art. 108) e o registro, para plenamente constituir o direito real e dar publicidade.

O que se busca com essa regulamentação são as garantias que o estado detém coma imposição de maneiras procedimentais com o objetivo da regularização dos bens por parte dos herdeiros, pois o Estado atua como órgão fiscalizador dos preceitos constitucionais por ter interesse em arrecadar tributos.

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Com a implementação da Lei 11.441/07, Gonçalves (2012) no traz que a referida lei faz com que todos os notários fossem de uma forma reconhecidamente mais prestigiada, pois são vistos como agentes capazes de cumprirem suas atribuições de forma autônoma, porque até então, era realizado somente pelo Poder judiciário, no que consistia a homologação de competência funcional de um juiz de direito sobre as causas que versavam sobre o inventário extrajudicial.

Como essa atividade traz caráter honroso, os notários deverão exigir com que seja efetivada a lei em sua totalidade, pois melhor atenderam a sociedade com sua prestação de serviços.

Para tanta responsabilidade, no que se fundamenta o caráter de um Tabelião, nos diz Gonçalves (2012, p.518), os notários serão investidos de poderes de se negar a cumprir com suas atribuições no que se inserem a causa de desvios fraudulentos, como exemplo:

O tabelião é responsável por eventuais desvios e atos praticados contra expressa disposição legal. Por essa razão, poderá se negar a lavrar a escritura de inventário ou partilha se houver fundamentos indícios de fraude ou em caso de dúvidas sobre a declaração de vontade de algum dos herdeiros, fundamentos a recusa por escrito (Res. CNJ n. 35/2007, art. 32).

Com esse poder, o notário torna sua atividade honrosa, pois exerce uma tarefa de tamanha envergadura.

Para que seja efetivo no que tange a competência notarial, ela se restringe em atingir somente os bens situados no território nacional. Essa regra está presente nos arts. 86 e 96 do Código de Processo Civil, referentes ao inventário judicial, e que se aplicam também ao inventário extrajudicial ou administrativo. Os outros bens existentes em países no estrangeiro devem ser objeto de procedimento autônomo, no país em que se encontram.

Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem juízo arbitral.

Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

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Parágrafo único. É, porém, competente o foro:

I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes.

Portanto, sobre os artigos expostos acima, os notários são considerados como profissionais do direito com atribuições em nome do Estado, pois formalizam a vontade das pessoas, garantindo a observância das normas legais em vigor.

Para Cahali (2007), em relação as suas atribuições dos tabeliões, fazem parte das esferas sócias, justamente por terem suas atuações voltadas para a orientação quanto ao inventário extrajudicial em detrimento com as normas estabelecidas com a vigência da Lei 11.441/07 e da Resolução n 35 de 2007.

Com a regulamentação da referida lei, se tornaram inevitáveis não surgirem dúvidas no que tange ao seu efetivo processamento do seu procedimento, sendo assim, tanto os notários quanto os advogados no qual darão assistência às partes envolvidas terão uma tarefa árdua no que se refere à parte da especialização buscando um comprometimento com as normas legais em vigor. A seguir, analisa-se o procedimento de inventário e partilha extrajudiciais previstos na Lei 11.441/07.

2.3 Procedimento pela via extrajudicial

Esse procedimento não podia ser adotado até o advento da Lei 11.441/07, pois, a escritura pública ficava condicionada à homologação judicial. Sendo assim, o inventário era procedimento exclusivamente de ordem judicial.

Para tanto o art. 982 do Código de Processo Civil com a redação alterada da Lei 11.441/07, contém o seguinte dispositivo:

“Art.982.Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário [...]’’ (grifo da transição).

A alteração se dá na parte em que será possível a lavratura da escritura pública pelo Tabelião, bem como, a produção do inventário e da partilha no qual

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independe de homologação judicial, quando as partes forem capazes e não houver testamento.

No inventário extrajudicial quando são cumpridos os requisitos, não haverá homologação judicial, ou seja, a partilha será a própria escritura pública no qual deve ser registrada e será considerada como um título hábil.

Não tem impedimento nenhum quando os herdeiros são maiores capazes e acordes em relação ao inventário e a partilha, faz-se a mesma pelo procedimento judicial previsto no CPC.

A referida lei, portanto, dá a faculdade da escolha perante a via judiciária e extrajudiciária, com isso, começaram a acontecerem diversos equívocos no que tange a regulamentação da Lei 11.441/07, pois juízes estaduais interpretaram de uma maneira a extinguir esse procedimento baseando nos argumentos em que os mesmo deveriam ser efetivados por escritura pública.

Sendo assim, advogados inconformados com as decisões, levaram a questão até o conhecimento dos tribunais por interposição de recursos de apelação, no qual foram reformados em primeiro grau, firmando o entendimento a favor da escolha que melhor atenderá os interesses das partes.

Sobre o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em suas decisões, enfatizou a favor da opcionalidade tanto para a via judicial, quanto na extrajudicial para as partes interessadas. Nessa lógica, verificam-se as seguintes ementas:

APELAÇÃO CÍVEL. ARROLAMENTO. LEI 11.441/2007. POSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO PELA VIA ADMINISTRATIVA. DIREITO DE ESCOLHA DAS PARTES.

Mesmo com a nova redação dada ao art. 982, pela Lei nº 11.441 de 4 de janeiro de 2007, a regra geral permanece sendo a realização do inventário pela via judicial. A lei apenas assegura às partes a mera opção pela via administrativa, não se podendo dar à norma interpretação restritiva, quando a lei não restringe. (Apelação Cível Nº 70023858707,Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator; Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 15/05/2008).

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Não esta dúvida conforme o demonstrado, que a realização do inventário e partilha por escritura pública ou por processo judicial é uma opção das partes, não havendo qualquer obrigatoriedade de se adotar um ou outro procedimento.

2.4 Requisitos exigidos para lavratura do Inventário Extrajudicial pela Lei 11.441/07

Para se adotar esse procedimento é necessário que se preencham todos os requisitos legais, não há óbice perante essa escolha.

a) Consenso entre as partes

Para Cahalli, o consenso entre as partes é requisito fundamental para que se possam gozar da lavratura do ato, pois a necessidade da concordância é de extrema importância a título dos herdeiros. Também importa à vontade para a utilização da via administrativa para a lavratura do inventário.

b) Nomeação do inventariante

O inventariante nada mais é que a pessoa mais importante e essencial ao procedimento, pois sua participação não está dispensada da via administrativa.

No que consiste a nomeação do inventariante Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 490), nos diz:

A nomeação é feita segundo a ordem preferencial estabelecida no art. 990 do Código de Processo Civil, salvo casos especiais. Só podem exercer esse cargo as pessoas capazes. Herdeiro menor não pode assim ser inventariante.

A nomeação do inventariante tem caráter importante, portanto, estão nele a responsabilidade pelas declarações e demais atos supervenientes ao inventário extrajudicial. Sendo assim, a Lei 11.441/07 regulamenta que se o inventariante não for herdeiro legítimo, então este não será admitido, pois será escolhido outro entre os próprios herdeiros.

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Em outras palavras a figura do inventariante nada mais significa que a administração dos bens da herança deixada pelo falecido, pois assim, este será responsável por zelar da herança deixada pelo de cujus até que se dê por concluso procedimento do inventário através da efetivação da partilha dos bens.

O inventariante pode ser representado por procurador em atos que não foi possíveis a sua presença, mas mesmo assim, ele permanece com todas as responsabilidades do encargo assumido.

c) Impostos

Após a manifestação das partes sobre as últimas declarações, proceder-se ao calculo do imposto causa mortis (ITCMD).

Segundo Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 507) fundamenta o conceito de imposto como:

O imposto causa mortis tem incidência específica sobre a herança. Por herança entende-se a parte dos bens do falecido que é transmitida aos sucessores legítimos ou testamentários, tanto nos casos de morte como de ausência.

O imposto de Transmissão Causa Mortis (ITCMD), causa mortis incide no total bruto dos bens do espólio. Isso nos dá uma base de cálculo do tributo que é o valor total dos bens.

Os recolhimentos dos tributos antecedem a lavratura da escritura conforme Resolução n. 35/07 do CNJ, art. 15. Bem como, o ITCMD, ele deve ser recolhido antes da lavratura da escritura, pois devem ser observadas as obrigações determinadas pela Fazenda Estadual.

Portanto, é exclusivamente ato que importa ao tabelião, analisar o fato de que ocorrerá impedimento à lavratura da escritura de inventário e partilha a existência de débitos fiscais perante os órgãos públicos.

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Após se concluírem o levantamento do patrimônio a serem partilhados entre os herdeiros, os efeitos da escritura pública pode ser recebido por cada parte interessada.

A partilha contém diversas modalidades, sendo elas:

a) Partilha amigável

Ocorre quando todos os herdeiros são maiores e capazes de manifestarem sua concordância sobre a maneira de partilhar a herança líquida, ou mediante escritura pública. (Art. 2.015 do CC).

b) Partilha Judicial

Será adotada quando há herdeiro incapaz, ou todos capazes discordarem do modo apresentado de repartir a herança. (arts. 1.022 a 1.030 do CPC).

c) Partilha em Vida

Quando realizada em vida por doação ou testamento valendo-se como ato de ultima vontade. (art. 2.018 do CC).

d) Partilha extrajudicial

Essa modalidade de partilha é menos onerosa e mais célere para os herdeiros e partes interessadas que preencherem os requisitos para que o procedimento se dê extrajudicialmente.

Portanto, a escritura pública detém título hábil para o registro imobiliário, e no que configura sua realização não há necessidade de homologação judicial. Ponto esse mais expressivo da Lei 11.441/07. No que se refere a essa necessidade, importa somente quando o inventário judicial se dá por testamento ou por ter interessado incapaz.

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A Resolução em seu art. 2º revela que uma vez escolhido o procedimento judicial, as partes interessadas poderão optar pela via extrajudicial, sendo assim, o prazo é suspenso por 30 dias ou simplesmente desiste-se da ação judicial, até mesmo porque, a lavratura da escritura torna-se mais célere, menos custosa, ágil, e possibilita as partes definirem a data e local a ser concretizado o procedimento extrajudicial desafogando o poder judiciário com esse tipo de demandas.

Portanto, para materializá-la o procedimento deverá ser levado ao Cartório de Registro de Imóveis para que seja realizada a sua averbação nas matrículas dos imóveis dos termos pactuados quanto aos novos proprietários dos imóveis inventariados.

Para Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 560), a partilha enseja:

A partilha deve consultar, também, a comodidade dos herdeiros e, tanto quando o permitir a igualdade a ser observada, evitar litígios futuros. Para evitar demandas futuras, recomenda-se não só evitar a indivisão, bem como declarar a possível exatidão das confrontações.

A partilha pela via extrajudicial somente funciona quando tão somente os herdeiros de forma cômoda façam a divisão, pois devem atender em perfeita igualdade os quinhões divididos.

Para a partilha deve ser observada a maior igualdade possível. Nesse sentido, dispões o art. 2.017 do Código Civil: “no partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível”.

Portanto, o tabelião é responsável pela elaboração escritura pública que será ratificada com o consentimento de todos os interessados. Aqueles que possuírem a gratuidade prevista na Lei 11.441/07 do inventário extrajudicial devem apresentar a declaração dos interessados que não possuem condições de arcar com os emolumentos, ainda que representados por advogados. (Res. CNJ n. 35/2007, arts. 6º e 7º).

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CONCLUSÃO

De acordo com a interpretação da Lei 11.441/07, conclui-se que, principalmente os advogados e tabeliões devem aplicar o conteúdo da norma de uma maneira completa, analisando o sentido do texto e não apenas a letra da lei e, em especial visualizarem o conteúdo relacionando com o princípio da dignidade humana. E importante também que tanto o advogado quanto o Tabelião saibam o seu papel. Sendo assim para a aplicação da Lei 11.441/07 só depende da boa vontade de se relacionar cada vez mais com a inovação mantendo sempre uma adaptação perante as transformações das relações familiares.

A lei é procedimental, e tem como objetivos a simplificação de procedimentos, racionalidade e celeridade para estas ações, facilitar a vida do cidadão, desonerar o cidadão, desafogar o Poder Judiciário e concentrá-lo na jurisdição litigiosa.

Destaca-se que, porém, um dever de toda a sociedade trabalhar pela adequação das normas e por sua cada vez melhor aplicação ao caso concreto.

O dispositivo notarial dispõe de normas próprias e obedece aos princípios específicos de sua atividade notarial. Além da função de formalizar a vontade, os tabeliões têm a mesma competência que teria um juiz em um procedimento judicial desta natureza, especialmente para liberar saldos, liberar quantias bancárias, quando necessário, permitir a venda de imóveis etc.

Os princípios que orientam o procedimento notarial tanto pela esfera privada, quanto pública. Portanto o procedimento notarial em consonância com a Lei

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11.441/07 faz-se fundamentalmente a formalização dos atos consensuais das partes maiores e capazes, e idôneas para facilitar a vida privada.

O que se considera importante para os Tabeliões e Advogados é o papel de os mesmos estarem instruindo as partes quando implantações de seus atos. Para os herdeiros se faz necessário que estes não ocultem informações atinentes ao efetivo preço de mercado, requisitos estes vislumbrados pela atividade notarial para se proceder aos atos de averbação posteriores, conferindo a ciência pública a atos.

A Lei 11.441/07 é um verdadeiro marco histórico, em que pese à relevada importância do direito notarial e de todos os atos típicos em que nenhuma dúvida a via administrativa se tornou benéfica para as relações jurídicas de maior porte a serem abarcadas por este virtuoso ramo do direito, vez em que sua esfera se constitui de forma terminativa, independente de homologação judicial.

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REFERÊNCIAS

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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito das sucessões. 7. ed. Saraiva. São Paulo, 2012.

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Referências

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