• Nenhum resultado encontrado

Passivo Financeiro – Obrigações em Circulação

As “Obrigações em Circulação” representam quase a totalidade do Passivo Financeiro e são constituídas pelos seguintes itens:

R$ milhões

PASSIVO FINANCEIRO POSIÇÃO ATÉ VARIAÇÃO SOBRE 2013

OBRIGAÇÕES EM CIRCULAÇÃO 30/06/2014 31/12/2013

(a) (b) (a) – (b) (a) / (b) %

Restos a Pagar Processados 39.462 29.325 10.137 34,6%

Restos a Pagar Não Processados 106.908 185.132 (78.223) -42,3%

Credores Diversos 3.288 4.235 (948) -22,4%

Recursos Especiais a Liberar para Transferência 12.139 15.595 (3.456) -22,2%

Outras Obrigações a Pagar 1.308 2.133 (825) -38,7%

TOTAL 163.105 236.420 (73.315) -31,0%

Fonte: SIAFI/Secretaria do Tesouro Nacional.

Pela importância, destacam-se os valores dos restos a pagar, que representam 90% das obrigações em circulação em junho de 2014.

No fim do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas são inscritas em “Restos a Pagar”, que podem ser de dois tipos:

a) Os Restos a Pagar Processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente apenas o estágio do pagamento; e

b) Os “Restos a Pagar Não Processados”, que correspondem às despesas empenhadas e não liquidadas até a data de encerramento do exercício financeiro, mas registradas nos termos dos art. 36 e 103 da Lei n°4320/1964. No exercício de 2012 foi criada rotina de Restos a Pagar Não

37

Processados em Liquidação, conforme descrito no tópico “Resumo dos Principais Critérios e Procedimentos Contábeis”, item “Restos a Pagar”.

Os procedimentos e conceitos para operacionalização dos “Restos a Pagar Não Processados em Liquidação” foram descritos na Macrofunção 02.03.17 – Restos a Pagar.

No gráfico a seguir, notam-se os montantes de restos a pagar inscritos por órgão superior, em junho de 2104:

PASSIVO FINANCEIRO - OBRIGAÇÕES EM CIRCULAÇÃO - RESTOS A PAGAR

R$ milhões

Fonte: SIAFI/Secretaria do Tesouro Nacional.

Interessante observar que o Ministério da Previdência Social – MPS, apresenta como processados a maior parte do total de seus restos a pagar (cerca de 90%). Esse comportamento distinto do MPS em relação aos demais Ministérios refere-se a natureza dos empenhos. A maior parte dos empenhos do MPS é o reconhecimento do passivo previdenciário devido aos beneficiários do Regime Geral da Previdência Social, para pagamento no mês seguinte. Portanto, são obrigações que já possuem a normalidade de fato gerador.

O valor dos restos a pagar no final do ano é normalmente maior porque ocorre a inscrição dos saldos de empenhos a liquidar em restos a pagar não processados e dos saldos de empenhos liquidados e não pagos em restos a pagar processados. Em contrapartida, o saldo diminui ao longo do exercício, à medida que os valores são pagos.

O item “Recursos a Liberar para Vinculação de Pagamento” se refere a recursos a liberar pelo Órgão Central de Programação Financeira, relativos ao "Limite de Saque com Vinculação de Pagamento", registrados no "Ativo Financeiro", subgrupo "Créditos em Circulação". Esse item, juntamente com o item "Limite de Saque com Vinculação de Pagamento", foi incluído no processo de consolidação que exclui as operações entre as unidades da União, o que reduziu a influência desses itens no “Passivo” e no “Ativo”, respectivamente. Porém, após tal modificação, restou ainda uma diferença no “Passivo”, devido ao fato de que algumas entidades não pertencentes ao Orçamento Fiscal e da Seguridade Social – OFSS utilizam a conta “Recursos a Liberar para Vinculação de Pagamento” dentro do OFSS, mas a sua contrapartida, a conta “Limite de Saque com Vinculação de Pagamento” é utilizada fora do OFSS.

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 Ministério da Previdência Ministério da Fazenda Ministério das Cudades Ministério da Educação Ministério da Integração Nacional Ministério dos Transportes Ministério da Saúde Outros RP Não Processados 612 20.667 20.267 10.820 11.177 7.442 8.643 27.281 RP Processados 25.905 1.056 286 2.348 1.629 1.579 209 6.449

38

Restos a Pagar Processados – Relatório de Gestão Fiscal X Balanço Patrimonial

O item Restos a Pagar Processados do Balanço Patrimonial apresenta divergência em relação ao mesmo item divulgado nos anexos do Relatório de Gestão Fiscal (RGF), devido as diferenças metodológicas entre os demonstrativos. No RGF, o saldo é apurado por meio de contas de controle associadas à execução orçamentária, devido a necessidade de detalhamento dos restos a pagar processados por destinação de recursos; enquanto que no Balanço Patrimonial, o saldo é apurado por contas financeiras que representam despesas liquidadas, não pagas, no exercício e do exercício anterior. No ano de 2013, por exemplo, a diferença entre o consolidado das duas demonstrações representou R$ 4.283.290.428,71 reais a maior no RGF.

Para explicitar as diferenças conceituais do item Restos a Pagar do Balanço Patrimonial e do RGF, já havia sido criado no SIAFI um auditor contábil denominado de equação 147. Esse auditor estabelece a equivalência entre um conjunto de contas contábeis de controle (definidas no Termo 1 da Equação 0147) e um conjunto de contas contábeis de obrigações financeiras (definidas no Termo 2 da Equação 0147). A diferença nessa equação refletiria a diferença do RP, processado e não processado, entre os demonstrativos. Outrossim, essa diferença pode ter diversas origens, como da própria rotina contábil ou registros indevidos. Porém como há contas na equação ausentes do Balanço Patrimonial, assim como contas deste ausentes na equação, faz-se necessário uma conciliação para que os valores do RGF e do Balanço Patrimonial convirjam e estejam explicitados na equação citada.

Primeiramente é necessário levantar os valores do RP Processado do RGF, tendo em vista que o Demonstrativo de Restos a Pagar do RGF é publicado no 3º Quadrimestre, consolidando o ano, enquanto que o período aqui considerado no Balanço Patrimonial é trimestral. Porém, utilizando-se da mesma metodologia utilizada para elaborar o demonstrativo, e utilizando-se dos dados do Balanço Patrimonial, podemos chegar aos valores da tabela a seguir:

Simulação comparativa dos Restos a Pagar no Balanço Patrimonial e RGF (Junho de 2014)

R$ milhares

RGF* (a) Balanço Patrimonial (b) Diferença (a-b)

Restos a Pagar Processados 42.205.517 39.462.059 2.743.459

Restos a Pagar Não Processados 106.909.538 106.908.232 1.305

TOTAL 149.115.055 146.370.291 2.744.764

Fonte: SIAFI/Secretaria do Tesouro Nacional. *Adaptado ao período

Pela equação 147, o total dos Restos a Pagar do Balanço Patrimonial, visto acima, representaria o termo 2 da equação; enquanto que o total do RGF representaria o termo 1. Como a equação 147 engloba também os restos a pagar não processado teremos que incluí-los na conciliação dos restos a pagar processados. Na tabela a seguir, temos a representação da equação 147 segregando-a entre os valores representativos de restos a pagar processados e não processados.

39

Equação 147 (Junho de 2014)

R$ milhares

RGF* (a) Balanço Patrimonial (b) Diferença (a-b)

Restos a Pagar Processados 42.205.517 42.219.526 -14.008

Restos a Pagar Não Processados 106.909.538 106.908.233 1.305

TOTAL 149.115.055 149.127.759 -12.703

Em análise das contas que compõem os restos a pagar processados do Balanço Patrimonial e das contas que compõem o termo 2 da equação 147 encontramos divergências que estão resumidas no quadro a seguir;

Comparativo entre o Balanço Patrimonial e a equação 147

R$ milhares Restos a Pagar Processados do Balanço Patrimonial

39.462.059

(+) Saldo das contas que estão na equação, mas que não fazem parte da estrutura do RP do Balanço Patrimonial 2.774.389

(-) Saldo das contas que estão na estrutura do RP do Balanço Patrimonial, porém ausentes na equação, e que não

estão associadas à execução orçamentária 16.922

Resultado

42.219.526

Termo 2 da equação 147 42.219.526

Fonte: SIAFI/Secretaria do Tesouro Nacional.

Com as considerações acima, o termo 1 da equação 147 reflete os valores do RGF, enquanto que o termo 2 da equação reflete os valores do Balanço Patrimonial. Assim, a diferença na equação está compatível com a divergência entre os demonstrativos, devido as suas respectivas metodologias.

Podemos então resumir essas informações para montar um quadro conciliatório entre os restos a pagar do Balanço Patrimonial e do RGF.

40

Conciliação do Restos a Pagar Processados entre o RGF X BP

R$ milhares

Restos a Pagar Processados” do Balanço Patrimonial 39.462.059

(+) Saldo das contas não pertencentes a estrutura do item “RP Processados” do BP, porém pertencentes à equação 147

2.774.389 (-) Saldo das contas pertencentes a estrutura do item “RP Processados” do BP, porém não

pertencentes à equação 147

16.922

(=) Resultado 42.219.526

"Restos a Pagar Processados" do Demonstrativo de Restos a Pagar do RGF* 42.205.517

Diferença (RGF – BP) -14.008

(-) Diferença da Equação 147 -12.703

(+) Diferença do Restos a Pagar Não Processado (RGF – BP) 1.305

Diferença Total (RGF – BP) – (Equação 147) -

Fonte: SIAFI/Secretaria do Tesouro Nacional.

Documentos relacionados