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Passivo relativo de área de preservação permanente

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Desenvolvimento rural sustentável

4.1.3.1. Passivo relativo de área de preservação permanente

Figura 11. Histograma correspondente às observações (número de municípios do estado de São Paulo) em função do passivo relativo de área de preservação permanente (pAPP, m2 m-2). Fonte: elaborado pelo autor.

Analisando o histograma, restou demonstrado uma curva com distribuição empírica (Figura 11), em função de um passivo relativo de Área de Preservação Permanente de pAPP = 0,384880 m2 m-2 área média a ser recuperada (Tabela 24) para os municípios do Estado de São Paulo.

Figura 12. Área de preservação permanente relativa (1-pAPP, m2 m-2) referente aos estabelecimentos rurais dos municípios do estado de São Paulo.

Fonte: elaborado pelo autor.

Considerando, a leitura em face do passivo ambiental, principalmente em razão das APPs, iniciamos esta análise.

Examinando o resultado obtido pelo mapa (Figura 12), começamos a comentar pelo baixo índice do passivo ambiental apresentado no extremo Sul do estado, no quadrante 46ºW/48ºW x 24ºS/25ºS, primeiro, por se tratar de uma larga faixa litorânea, numa região de serra que o relevo impossibilita a atividade agrícola e, segundo, por ser uma extensa reserva de mata atlântica, daí os índices de preservação apresentam-se mais elevados, mesmo assim existe algum passivo a ser recuperado na ordem estimada entre 10 e 20% do que se deve preservar. O estudo abaixo corrobora com esta análise, notemos:

“Segundo esse estudo do DEPRN, as UGRHIs com maiores áreas de preservação eram a Baixada Santista, o Litoral Norte e a Ribeira de Iguape/Litoral Sul – não por acaso aquelas que possuem a grandes

partes de seus territórios classificadas como Unidades de Conservação” (DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA, 2006).

Mas, nessa mesma linha de raciocínio, não se vislumbrou o mesmo índice no extremo Leste do estado, no quadrante 44ºW/46ºW x 22ºS/24ºS, onde a predominância do passivo ambiental é acima da mediana, muito embora esteja próximo à área costeira, o relevo predominante nesta região é o planalto, com grande parte das superfícies onduladas, impossibilitando a agricultura mecanizada, mas não inviabiliza outras atividades como a pecuária de corte e de leite, predominante nesta região (Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá), por isso vê-se um impacto ambiental razoavelmente acima da média, considerado por um passivo estimado em 50% do que precisa-se preservar.

Passando a abordagem para o resultado encontrado no extremo Norte do estado de São Paulo, no quadrante 46ºW/50ºW x 20ºS/21ºS observamos que novamente a região de (Barretos, Orlândia e Franca) com maior valor bruto acrescentado e maior renda média, aparece em destaque no quesito de baixo passivo a recuperar, neste caso observamos que a atividade agrícola predominante na região é a cana-de-açúcar, o setor canavieiro é exemplo nas práticas sustentáveis e, suas iniciativas para redução dos passivos foram:

“Entre 2007 e 2012, a equipe da Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), trabalhou em algumas frentes domésticas e internacionais para introduzir iniciativas de sustentabilidade no setor”.

[...]

“Protocolo Verde e o projeto RenovAção, essas diretrizes consistiam em práticas relacionada em conservação do solo e da água, à proteção da vegetação ripária, a redução dos gases de efeito estufa e o uso responsável de pesticidas” (CHADDAD, 2017).

Tem-se, que este protocolo implantado pelos usineiros e canavieiros seja uma das principais causas do menor índice do passivo apresentado por aquela região, haja vista, as APPs - matas ciliares serem a vegetação mais protegida por estas práticas sustentáveis.

Por último, examinaremos o resultado observado no extremo Oeste (Presidente Prudente, Assis e Marília), no quadrante 48ºW/54ºW x 20ºS/23ºS, para entender os índices apoiaremos no relatório técnico realizado pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), senão vejamos:

“Em decorrência do intenso desmatamento para implantação de pastagens e culturas agrícolas, o Estado de São Paulo viu a área

ocupada por vegetação nativa encolher gradualmente, chegando, em 1988, a 14% da superfície do Estado ou 3.045.959 ha (DEPRN, 1988 – Projeto Olho Verde”.

[...]

“No estado de São Paulo, o desenvolvimento da erosão urbana guarda relações diretas com: − o desmatamento, que provoca aumento do escoamento superficial, a concentração de água e abertura de sulcos e ravinas no solo, criando condições para a instalação de erosões lineares”.

[...]

“Erosão sintetiza as classes de suscetibilidade (natural) quanto à erosão linear, e indica os locais de concentração de ocorrência de feições do tipo sulcos/ravinas e voçorocas. Nele, os terrenos são classificados em quatro categorias básicas, a saber: − Muito Alta Suscetibilidade, subdividida conforme os terrenos geológicos correspondam a rochas sedimentares ou cristalinas”.

[...]

“Os terrenos de Muito Alta Suscetibilidade à erosão são áreas de grande fragilidade face aos processos erosivos lineares. Ocorrem em toda a porção oeste do Estado, predominantemente sobre o Planalto Ocidental, que engloba cerca de um terço do território paulista” (DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA, 2006).

Considerando o percentual de cobertura vegetal existente nas URGHIs (Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos) do Estado de São Paulo, pode-se afirmar que a região localizada no oeste do estado é a que possui menor cobertura vegetal, impactando diretamente os resultados deste trabalho, apresentando maior deficit de passivo ambiental (referente às APPs).

Verifica-se que algumas áreas mais conservadas, na região central do mapa (Figura 13) estão representadas pelas Unidades de Conservação e Área de Proteção de Mananciais, apresentando a localização dos Parques Nacionais, Estações Ecológicas, Reservas Biológicas Estaduais, Reservas Estaduais, Florestas Nacionais, APAs Federais e Estaduais, Parques Ecológicos Estaduais, Terras Indígenas e Áreas Naturais Tombadas, em especial o Parque Estadual (Estação Ecológica do Jataí) na área central do canto esquerdo do quadrante 46ºW/48ºW x 21ºS/22Sº na cidade de Mogi-Guaçu.

(A)

(B)

Figura 13. Mapa de vegetação natural do estado de São Paulo em 1998 (A) (DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA, 2006) e 2009 (B) (INSTITUTO FLORESTAL, 2009).

A APA – Área de Proteção Ambiental (Corumbataí) na área superior do canto direito no quadrante 48ºW/50ºW x 22ºS/23Sº na cidade de Corumbataí, a APA – Área de Proteção Ambiental (Botucatu) na área central no quadrante 48ºW/50ºW x

22ºS/24Sº na cidade de Botucatu, a APA – Área de Proteção Ambiental (Tejupá) na área inferior no canto esquerdo no quadrante 48ºW/50ºW x 22ºS/23Sº na cidade de Tejupá, a APA – Área de Proteção Ambiental (Piracicaba) na área superior do canto esquerdo no quadrante 46ºW/48ºW x 22ºS/23Sº na cidade de Piracicaba.