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5 RELATÓRIO

5.1 PAUTAS

Como apontado anteriormente, que a pauta deve conter "itens como a definição exata do assunto a ser abordado e seus objetivos, a formulação dos problemas e um plano de captação" (AMARAL apud LIMA, 2004, p. 88), coloca-se que as primeiras pautas propostas para o ARRUAR, seguirão os seguintes preceitos:

Tomando-se como base o princípio de que "a indicação dos objetivos que a matéria propõe atingir direciona a condução da pauta, enquanto os objetivos só podem ser definidos em função dos problemas - vale dizer, dos conflitos que os originam - encontrados no universo do assunto" (LIMA, 2004, p. 88), destaca-se que: a primeira reportagem, que toma como gancho os 10 anos da Lei Maria da Penha, tem como objetivo a avaliação dos avanços e obstáculos para os quais a Lei aponta, nesses dez anos, tomando-se como base, principalmente, os números de mulheres que são vítimas de violência, em especial, na Paraíba, onde dados apontam que o número de homicídios contra mulheres cresceu 260% entre 2003 e 2013; já a segunda reportagem parte da perspectiva apontada pelo presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, de que no segundo semestre de 2016 haverá um novo surto da de bebês com malformações provenientes da infecção pelo zika vírus. O objetivo desta reportagem, portanto, será o de compreender como está sendo a vida das mães que ganharam seus bebês no final de 2015 e início de 2016, quando houve o primeiro surto da doença no Brasil.

Já no que diz respeito à formulação dos problemas e um plano de captação, destacam- se abaixo as características de cada uma das reportagens.

5.1.1 Dez anos da lei Maria da Penha

Para dar início às reportagens do site ARRUAR, sugere-se uma matéria que tenha como gancho os dez anos da lei Maria da Penha, completados no dia 7 de agosto de 2016. Embora a Lei Maria da Penha tenha sido considerada pela ONU uma das três melhores legislações do mundo no combate à violência contra a mulher e venha trazendo mudanças culturais importantes, o Mapa da Violência 2015 - Homicídios de Mulheres no Brasil18

18

Disponível em: <http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2015/11/paraiba-tem-2-maior-crescimento- de-homicidio-de-mulheres-diz-pesquisa.html> Acesso em 8 julho 2016.

apontou que o número de homicídios contra mulheres cresceu 260% em dez anos. O estudo analisou dados de violência entre os anos de 2003 e 2013 e identificou que o número pulou de 35 homicídios em 2003 para 126 em 2013. Além disso, os dados colocam a Paraíba no segundo lugar do ranking de crescimento de homicídios contra mulheres no Brasil durante esse período, ficando atrás apenas de Roraima, onde o número cresceu 500%. A violência também teve destaque em João Pessoa, a terceira capital brasileira com maior taxa de homicídios de mulheres, com 10,5 para cada 100 mil habitantes.

Tendo em vista tais números, a matéria busca apresentar ao leitor os avanços e obstáculos que a Lei Maria da Penha trouxe, trazendo também relatos de mulheres que sofreram violência doméstica, tendo como objetivo a humanização do tema; além disso, tem- se como intuito estabelecer relações entre a violência contra a mulher e a cultura machista ainda existente na sociedade.

Repórter: Rafaela Gambarra Fotógrafo: Francisco França

Formulação de problemas:

- Existe um perfil das mulheres que estão mais vulneráveis à violência doméstica?

- O que impede a mulher de fazer a denúncia e faz com que se sujeite a esse tipo de situação? - Por que, mesmo com a Lei Maria da Penha, aumentou tanto o número de violência contra a mulher?

- O que ainda caracteriza a sociedade contemporânea como machista? - Onde é possível verificar o machismo nas relações pessoais?

- Em que nível esse machismo contribui para a efetivação da violência contra a mulher? - Quais os principais avanços e obstáculos da Lei Maria da Penha?

Fontes:

- Centro da Mulher 8 de março

- Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra - Delegacia da Mulher Vítima de Violência

- Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher - Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana - Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres - Psicóloga

- Personagens

Plano de captação: Por meio de órgãos que ofereçam apoio a mulheres vítimas de violência doméstica, deve-se buscar histórias de vida de mulheres que sofreram violência doméstica e que, de alguma forma, foram afetadas com a Lei Maria da Penha. As entrevistas, que devem ser gravadas com o aparelho celular, devem ser longas, dando tempo e espaço para que as mulheres revelem, sobretudo, o que a experiência lhe causou, seus medos e angústias.

5.1.2 Microcefalia

Após o surto de crianças com microcefalia no segundo semestre de 2015, a previsão é de que, no segundo semestre de 2016, haja novamente um maior número de crianças que nasçam com a anomalia. O ARRUAR, portanto, propõe como pauta uma reportagem que mostre o dia a dia das mães que receberam o diagnóstico da doença, buscando responder algumas questões: como ela recebeu a notícia?; quais as principais dificuldades enfrentadas?; como é a personalidade da criança?; quais as limitações que a microcefalia causou?; o que é feito para propor a essa criança uma rotina o mais normal possível?

Além disso, busca-se, também, - embora a matéria tenha como foco a humanização dos números de crianças com microcefalia -, abordar questões relacionadas à própria doença, como, por exemplo, qual a forma de atuação do zika vírus e como é feito o diagnóstico.

Repórteres: Rafaela Gambarra e Valéria Sinésio Fotógrafo: Francisco França

Problematização:

- Como é, para a mãe, receber o diagnóstico de um bebê com microcefalia? - O que, psicologicamente, isso acarreta para as mães?

- Como é a vida de uma criança com microcefalia?

- É possível que essas crianças tenham uma expectativa de vida? - E como será essa vida?

- O que, atualmente, já se sabe em relação à microcefalia causada pela zika?

Fontes:

- Pediatra - Psicóloga

- Hospitais de referência: HULW e Arlinda - Profissionais de reabilitação

- Personagens

Plano de captação: Como ponto de partida, deve-se realizar uma visita à Fundação de Apoio ao Deficiente (Funad), onde devem ser buscadas informações sobre os pacientes com microcefalia, como qual o processo de reabilitação por que eles passam. Deve-se também realizar uma entrevista com um neurologista e um pediatra, para saber mais informações sobre a doença, assim como sobre o desenvolvimento do feto, pois a proposta é que a matéria comece com um relato de um feto, do seu desenvolvimento até a descoberta, por sua mãe, de que ele foi diagnosticado com microcefalia, e termine mostrando como é a vida de uma criança já mais velha que também tenha microcefalia, com o intuito de mostrar às futuras mães que é possível ter esperanças.

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