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Como o projeto de EdC é ainda muito novo no cenário econômico e portanto de difícil análise, na busca de se fazer uma avaliação dos passos que o projeto deu até então e de se inferir como será seu futuro, foi elaborado um questionário levando em consideração os aspectos que mais chamam atenção com relação ao desenvolvimento do projeto de EdC em seus 15 anos de existência. Este questionário foi aplicado através de e-mail a dois especialistas em EdC, Alberto Ferrucci e Luigino Bruni e pode ser encontrado no Anexo 1 deste trabalho.

Alberto Ferrucci é engenheiro químico e empresário aderente do projeto de EdC. Ele tem se interessado pelo projeto desde o seu início em 2001. Enquanto que Luigino Bruni é doutor em economia e professor de Economia Política da universidade de Milão. Desde 1998 tem se dedicado mais de perto ao estudo da EdC, tornado-se um dos estudiosos e responsáveis centrais.

Na maioria dos aspectos abordados no questionário, os especialistas convergiram em suas respostas, porém em alguns pontos manifestaram pontos de vista diferentes. Contudo, através das respostas de ambos é possível se ter uma idéia do que as pessoas ligadas mais diretamente à EdC esperam que ocorra nos próximos anos.

No tocante ao desenvolvimento do projeto até os dias atuais, Ferrucci afirma que o fato de que a pelo menos 10 anos existem mais de 700 empresas demonstra a sua vitalidade. Para ele os pólos produtivos serão capazes de alavancar o projeto, porém a sua constituição é um processo lento, pois exige tempo, empenho e recursos. Bruni avalia a desenvolvimento do projeto até então como bom. Segundo ele trata-se de um projeto são, em pleno desenvolvimento, que cresce com força própria, sem ajuda de subsídios. Ele diz também que certamente o projeto possui problemas, mas que isso é normal.

Com relação às perspectivas do projeto, Ferrucci acredita que o projeto ainda está no início e que provavelmente ele se desenvolverá por décadas, ou até mesmo por séculos e que as idéias que o leva adiante continuarão a se difundir nas universidades, como tem acontecido até o presente momento. Bruni pensa que ocorrerá um crescimento do número de empresas nos lugares onde existem os pólos empresariais, como é o caso do Brasil da Itália e da Argentina, e uma redução nas regiões onde não existem os pólos empresariais. Para ele o fato de em 2006 existirem 11 empresas a mais que em 2005, sem contar com as 15 empresas que nasceram no pólo italiano já é um dado encorajador.

No que diz respeito à África e à Oceania que já chegaram a possuir 15 empresas cada um e que hoje juntas possuem 3, tanto Ferrucci quanto Bruni afirmam que as pessoas inicialmente devido à sua generosidade quiseram aderir ao projeto pensando ter condições de desenvolver atividades empresariais em condições de competir com as demais presentes no mercado, porém, por não terem sido atividades bem estruturadas, elas não foram capazes de sobreviver por muito tempo.

No que se relaciona ao fato de em 2004 e em 2005 ter acontecido uma queda relativamente alta no número total de empresas, Ferrucci e Bruni afirmam que isso se deve ao fato de nesse período terem sido adotados critérios mais rígidos para se caracterizar uma empresa como pertencente ao projeto de Economia de Comunhão.

A última pergunta do questionário se referia ao número de pessoas ajudadas. Observou-se que de 2000 a 2003 esse número na África foi bastante superior aos demais anos. Mais uma vez ambos os entrevistados concordaram em suas respostas e afirmaram que isso ocorreu devido a uma emergência humanitária no Congo, fruto de uma guerra, que envolveu mais de 5000 pessoas próximas ao Movimento dos Focolares e portanto elas foram ajudadas em caráter emergencial.

Capítulo 6 Empresas de Economia de Comunhão

De uma maneira geral ambos os especialistas entrevistados se mostraram otimistas com relação às perspectivas do projeto. Para verificar se de fato as perspectivas de EdC têm se mostrado positivas na prática, de modo especial no grande Recife, o capítulo seguinte será dedicado à pesquisa de campo feita nas empresas de EdC do Grande Recife.

7 PESQUISA DE CAMPO

7.1 Introdução

Atualmente as empresas de EdC da Região Metropolitana do Recife são oito: PORTAL TECNOLOGIA, ESPAÇO ÚNICO, CAMPO FERTILE, TOPUS-3, ZARTEC, PÓLO EDC DO NORDESTE S.A., SIBRASA e SUPER CROSS. Há ainda três empresas em estudo de implantação e uma empresa que surgiu com o objetivo de ser uma empresa de EdC, mas que ainda não está formalmente filiada ao projeto.

Esta pesquisa de Campo será feita através de entrevistas com um empresário de cada uma das empresas de EdC da Região Metropolitana do Recife, com o objetivo de se conhecer os fatores que motivaram a adesão ao projeto, bem como se conhecer alguns dados numéricos das empresas como o número de funcionários e de clientes. Será estudada ainda, como é a postura da empresa com relação aos seus funcionários, clientes, concorrentes e à ética.

Tendo-se feito estas análises para cada uma das empresas da região que aderem ao projeto, será efetuada uma análise geral destes resultados salientando-se as semelhanças e diferenças no processo de adesão à EdC em cada uma das empresas bem como identificando-se as vantagens e desvantagens que a adesão à EdC trouxe para as organizações.