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VAZÕES MÉDIAS MENSAIS CAJURU

7 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS E PROPOSIÇÃO FINAL DE SISTEMÁTICA E CRITÉRIOS DE OUTORGA

7.2 Pequena Central Hidrelétrica de Cajuru

Conforme verificado no capítulo anterior deste trabalho, o reservatório da PCH Cajuru mostrou-se pouco eficiente quanto à sua capacidade de regularização do rio Pará, quando submetido a uma análise plurianual.

Desta forma, no tocante a tal capacidade de regularização, foram feitas algumas hipóteses tanto para a vazão consumida a montante do aproveitamento, quanto para a vazão ecológica a ser garantida pelo empreendimento. Neste estudo de caso não se considerou o volume inicial igual a 50% da capacidade, visto que em todas as situações o reservatório da PCH Cajuru encheria no primeiro dia de operação.

A primeira hipótese foi com respeito à vazão consumida que, para a metodologia de levantamento das demandas inicialmente proposta, seria de 3,18 m³/s, sem a utilização do fator de redução para a irrigação. A Figura 7.5 apresenta o funcionamento da represa de Cajuru para esta situação.

Simulação Hidrológica de Reservatório

0 50000000 100000000 150000000 200000000 250000000 0 50 100 150 200 250 300 350 Meses V o lu m e m ³ Volume do Reservatório Volume Morto

Figura 7.5 – Simulação hidrológica da PCH Cajuru – vazão consumida 3,18 m³/s e vazão

ecológica de 3,1 m³/s.

Portanto, para tal possibilidade de consumo de água a montante deste aproveitamento o número máximo de horas diárias de operação do mesmo é de 13 h/dia, com conseqüentes 11 h/dia de liberação da vazão ecológica de 3,1 m³/s, para que se assegure a condição de volume mínimo permitido.

Numa segunda hipótese submeteu-se o empreendimento à garantia de uma vazão mínima residual a jusante igual a 5,40 m³/s, que equivale à 17,63% da QMLT, conforme praticado pela

CEMIG e permanecendo-se a vazão consumida de 1,16 m³/s. O resultado da simulação desta hipótese pode ser verificado na Figura 7.6, cujo comportamento é bastante semelhante ao da Figura 7.5.

Simulação Hidrológica de Reservatório

0 50000000 100000000 150000000 200000000 250000000 0 50 100 150 200 250 300 350 Meses V o lu m e m ³ Volume do Reservatório Volume Morto

Figura 7.6 – Simulação hidrológica da PCH Cajuru – vazão consumida 1,16 m³/s e vazão

ecológica de 5,40 m³/s.

Entretanto, para o atendimento do volume mínimo do reservatório, nesta situação, pôde-se trabalhar com um número máximo de horas diárias de operação de 15 h/dia e conseqüentes 09 h/dia de liberação da vazão ecológica de 5,40 m³/s.

A terceira hipótese admite a operação do reservatório com a vazão de consumo de 3,18 m³/s e da vazão ecológica de 5,40 m³/s. Esta situação é apresentada na Figura 7.7, a seguir.

Simulação Hidrológica de Reservatório

0 50000000 100000000 150000000 200000000 250000000 0 50 100 150 200 250 300 350 Meses V o lu m e m ³ Volume do Reservatório Volume Morto

Figura 7.7 – Simulação hidrológica da PCH Cajuru – vazão consumida 3,18 m³/s e vazão

Por sua vez, nesta terceira hipótese pôde-se trabalhar com um número máximo de horas diárias de operação de 12 h/dia e conseqüentes 12 h/dia de liberação da vazão ecológica. Na quarta hipótese fixou-se um limite de 5%, 18 meses, do tempo como possibilidade de não garantia no atendimento das vazões de operação do empreendimento. Para tanto, trabalhou-se com a situação inicial de operação do Cenário B de projeção da demanda. O resultado da situação de funcionamento pode ser verificado na Figura 7.8, a seguir.

Simulação Hidrológica de Reservatório

0 50000000 100000000 150000000 200000000 250000000 0 50 100 150 200 250 300 350 Meses V o lu m e m ³ Volume do Reservatório Volume Morto

Figura 7.8 – Simulação hidrológica da PCH Cajuru para o Cenário B – permitindo-se 5% de

falha.

Esta hipótese levou à impossibilidade de atendimento da operação do reservatório em 14 meses durante todo o período simulado, o que se refere a 3,9 % do tempo. Aqui, trabalhou-se com um número máximo de horas diárias de operação de 19 h/dia e conseqüentes 05 h/dia de liberação da vazão ecológica.

Na quinta e última hipótese, também com um limite de 5% do tempo como possibilidade de não garantia no atendimento das vazões de operação do empreendimento, trabalhou-se novamente com a situação tratada na terceira hipótese. Este resultado da operação do reservatório pode ser verificado na Figura 7.9.

Simulação Hidrológica de Reservatório 0 50000000 100000000 150000000 200000000 250000000 0 50 100 150 200 250 300 350 Meses V o lu m e m ³ Volume do Reservatório Volume Morto

Figura 7.9 – Simulação hidrológica da PCH Cajuru para a vazão consumida 3,18 m³/s e

vazão ecológica de 5,40 m³/s – permitindo-se 5% de falha.

Nesta hipótese a impossibilidade de atendimento da operação do reservatório foi verificada em 11 meses durante todo o período simulado, o que se refere a 3,1 % do tempo. Entretanto, aqui, trabalhou-se com um número máximo de horas diárias de operação de 15 h/dia e conseqüentes 09 h/dia de liberação da vazão ecológica.

Da mesma forma que no estudo de caso referente a UHE Nova Ponte, o ano escolhido para ficar no centro do período simulado, ano 15 – entre os meses 169 e 180, que contém a menor média mensal de vazões, não apresentou a pior situação em termos de volumes mínimos do reservatório. Entretanto, aqui, observou-se que o funcionamento do reservatório da PCH Cajuru está diretamente ligado às afluências médias mensais ao reservatório, fato que comprova o seu funcionamento a fio d’água.

Desta forma, de acordo com a metodologia proposta a outorga para a PCH Cajuru poderia ser concedida, desde que se aplicassem alguns condicionantes quanto às horas de operação do reservatório.

7.3 Considerações Finais

No presente capítulo, foram apresentadas análises de sensibilidade da metodologia proposta no tocante às vazões residuais e quanto ao número de horas de operação para os dois casos estudados.

Com isso, pôde-se verificar que a metodologia inicialmente proposta tanto para a sistemática de análise, quanto no que diz respeito aos critérios de outorga, foi satisfatória como auxílio na tomada de decisão deste tipo de solicitação.

Desta forma, não será feita uma proposição final de sistemática e de critérios de análise para solicitações de outorga para os aproveitamentos de potenciais hidráulicos com a finalidade de geração de energia elétrica, visto que a metodologia inicialmente proposta atendeu às expectativas de subsidiar a decisão quanto à outorga ou não destes empreendimentos.

Ressalta-se, ainda, que a metodologia para o levantamento de vazões consumidas a montante dos aproveitamentos também atendeu ao esperado, inclusive a estimativa da demanda de água para a irrigação. Nesta, partiu-se de dados de áreas plantadas por município da bacia hidrográfica estudada e, posteriormente, aplicou-se o fator de redução para as áreas irrigadas. No próximo capítulo esta questão será melhor discutida, apresentando, ainda, alternativas de melhoramentos.

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