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O nosso corpo possui características que são somente nossa, embora sejamos muito semelhantes. Cada corpo irá desenvolver uma ou várias características que lhe serão particulares. O prazer, a dor, a sensação e a percepção sempre irão acontecer com todos, no entanto, a intensidade de cada um destes aspectos vai depender de questões ora orgânicas, ora sociais e muitas vezes emocionais pelas quais todos nós nos constituímos.

Por outro lado, como diz Almeida (2006) o corpo é formado de tantas partes, de tantas especificidades que uma criança se surpreende todos os dias com tais descobertas.

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Assim, devemos proporcionar a cada criança que viva plenamente estas descobertas. As castrações, os impedimentos, os preconceitos e as limitações sempre são e serão atitudes condenáveis em qualquer universo, principalmente na infância, onde as crianças ainda estão se descobrindo, e as experiências são muito significativas para a vida que segue (ALMEIDA, 2006).

O trabalho do professor deve ser para reconhecer e perceber questões estruturais do corpo, mas, acima de tudo, ele deve desenvolver atividades onde a criança possa se reconhecer, descobrir seus próprios sabores, suas próprias condições e, portanto, seus limites de exploração, uso e ações corporais.

A busca do desenvolvimento de capacidades físicas e habilidades motoras, de forma unilateral, utilizando unicamente critérios de desempenho e produtividade, ignorando a globalidade do homem, gera uma educação física alienada, que ajuda a acentuar a visão dicotômica do corpo e espírito do homem contemporâneo (LE BOULCH, 1982).

Que as práticas escolares desenvolvidas no seio da escola reproduzem, em muitas vezes, aquilo que a sociedade apresenta como característica intrínseca, já não é surpresa para ninguém, no entanto nos causa espanto perceber que ainda hoje, mesmo depois de tudo que já foi apresentado e discutido, encontramos facilmente por aí aulas de educação física absolutamente dispensáveis. As práticas escolares da educação física trazem a marca da cultura e das conotações sociais do seio em que essas acontecem.

Há inúmeras formas, ou fórmulas, desenvolvidas pelos profissionais. É claro que não estamos falando dos bons profissionais, estamos falando daqueles que se preocupam somente com a excelência ou com as regra, principalmente se ela estiver ligada ao controle e a disciplinar o corpo. Há uma busca constante de desenvolvimento na criança, dos conceitos de excelência, quando, na verdade, o oposto é que se faz verdadeiro. Um dos objetivos da educação física seria tão somente buscar, por meio do corpo infantil, uma conduta capaz de valorizar os movimentos involuntários, livres e “expressionais” em relação aos objetos, às coisas e ao meio dele.

A aprendizagem da técnica, sem levar em consideração as possibilidades do corpo, não só vai complicar o desenvolvimento corpóreo da criança como

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também todas as questões de aprendizagem que partirão dela, sobretudo, pelas características dos conteúdos e dos métodos de ensino, que colocam o indivíduo em um mundo diferente daquele no qual ele vive, ou quer viver, e pensar com seu corpo.

Todo o sistema de ensino vai se caracterizando com uma grande preparação para o futuro. Que educação pode ser verdadeira pensando no indivíduo para o futuro em detrimento das conotações da vida presente? Onde fica o prazer e a realização do aluno no desenvolvimento de tais práticas do quotidiano? Quando os objetivos motores, das práticas em educação física escolar, estão voltados somente para a formação de excelência, pode se perceber facilmente a (des)importância das experiências mais substâncias no presente da criança, razão maior de nosso compromisso com a educação. Uma sala de aula organizada em fileiras, o pequeno espaço para locomoção entre as fileiras em virtude de um número muito grande de alunos, a falta de condições climáticas em muitas delas, a colocação da mesa do professor estrategicamente na frente, no centro da sala, mais alta e mais confortável que a do aluno e a soma de muitos outros fatores vão desenhando um código de comportamento que oprime a liberdade de movimento da criança.

Se, nas aulas externas de educação física, este mesmo aluno encontra um professor que pede para que ele faça 10 vezes o percurso do quarteirão da escola correndo e, na volta, há uma série de 100 polichinelos a serem executados, sua apreciação corpórea estará totalmente comprometida. O tônus tem de ser desenvolvido, mas há inúmeras outras maneiras e muito mais prazerosa de se realizar esses trabalhos.

O conhecimento do corpo feito de forma fragmentada, abstrata, restrita e levando-se em consideração somente o quantitativo pode simplesmente tornar a prática da educação física na idade infantil em apenas uma atividade com finalidade de mensurar quantitativamente, de avaliar talentos e, sobretudo, de evitar os quesitos sensoriais de elaboração de experiências próprias de cada aluno. A busca obsessiva por rendimento absorve o professor com medidas e avaliações e privilegia aqueles alunos que possuem as melhores aptidões, deixando para trás os outros que, não tendo nenhuma delas, não são merecedores de mais nada.

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ATIVIDADES LÚDICAS E BRINCADEIRAS INFANTIS QUE AUXILIAM O DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO CORPORAL

• cinco-marias • queima • cabra-cega • gato e rato • adoleta • areia • argila • bonecas

• bonecos de histórias infantis • bonecos de desenhos da TV • bumbo • bambolê • peteca • dama • dobraduras • fantoches • geleias/melecas • modulação em gesso • ioiô • pega varetas • morto-vivo • estátua • duro-mole

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• pega-pega

• pular ou andar cordas • danças folclóricas • danças circulares • danças de rua • danças livres

• ritmos que podem ser feitos a partir de sons mecânicos, ou de sons produzidos pelas crianças ou ainda de um convidado para tocar.

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