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Seriação e classificação

Esta é uma das atividades mais comuns do dia-a-dia da escola infantil, pois é ela quem irá garantir que as crianças reconheçam o mundo onde vivem.

Também chamada de classificação, é uma atividade que desencadeia o reconhecimento de todos os materiais, as texturas, as formas e os conceitos que envolvem o espaço social onde a criança está envolvida.

Um bom trabalho de seriação deve ser feito no ambiente real, aquele de verdade. Assim, textura se ensina passando a mão na parede, pegando nos objetos, indo às feiras livres, visitando casas, museus, saindo às ruas e assim por diante. Claro que o professor poderá trazer materiais para serem explorados na sala de aula. Mas, é imprescindível que a criança tenha os dois tipos de trabalho.

Mesclar atividades, mas sempre priorizar atividades em ambientes reais. Esta é sem dúvida uma boa atitude pedagógica do educador infantil.

ATIVIDADES QUE AUXILIAM O DESENVOLVIMENTO DA SERIAÇÃO • Coloque uma vela acesa no centro de uma roda de crianças.

• Coloque todos os materiais que você encontrar dispostos ao redor do fogo: papel, plástico, isopor, ferro, madeira, vidro, acrílico, algodão etc.

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• Coloque cada um dos materiais na mão da criança para que ela possa manipular.

• Depois de manipular, resgate as características e as diferenças que cada um possui.

• Retome se há ou não diferenças e semelhanças entre os materiais, como plástico e celofane, por exemplo.

• Depois coloque cada um dos materiais sobre o fogo e observe as reações da criança.

• Explique a elas que existem materiais que o fogo derrete, desfaz e o torna cinza.

• Você também pode colocar cada um dos materiais na água para que as crianças observem o comportamento de cada um deles na água.

• Exponha o perigo que está impregnado em cada um destes materiais. Exemplo: o fogo pode queimar e ferir. A água dissolve o papel, mas não nos fere.

• Veja a reação deles quando duas matérias se encontram.

• Observe a colocação do celofane sobre o fogo. Eles podem acreditar que o celofane irá pingar como o plástico.

• Resgate o perigo destes materiais no dia-a-dia de cada um deles. • Coloque os cacos de vidros para que eles possam manuseá-los, mas antes não esqueça de prepará-los para o perigo, assim eles estarão mais preparados para a vida.

• Não exclua agulhas ou tesouras com ponta de sua sala de aula. É mais importante a criança reconhecer estes materiais e seus perigos que não conhecê-los.

• Depois faça caixas com identificação de cada material e peça que as crianças separem todas aquelas sucatas do meio da sala de aula nas respectivas caixas.

• Faça um passeio com eles pela escola tentando localizar todos estes materiais e depois faça cartazes com as respectivas separações.

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Seriação de bastonetes

Material:

• Uma série de 10 bastonetes de 16 a 10,6 cm de comprimento com diferença de 0,6 cm cada.

• Uma tela

Apresentação: dar à criança os 10 bastonetes em desordem. Procedimentos

a) seriação a descoberto: pedir ao aluno para fazer uma bonita escada com todos os bastonetes, colocando-os em ordem, um ao lado do outro. Eventualmente pode-se fazer a demonstração de uma série com o auxílio de três bastões, ou colocar o menor dos elementos, iniciando a criança para continuar a série (ascendente). Anota-se o modo como a criança escolhe cada bastão, a ordem na qual ela os arranja e a configuração que constituiu. Se preciso, o professor pode encorajar a criança para continua a série ou para corrigi-la.

b) seriação atrás da tela: se a criança acertar a seriação, ela pode ser levada atrás de uma tela sendo-lhe entregue, em desordem, os 10 bastonetes. Desta vez é a professora quem vai fazer a escada; pedindo os pauzinhos um a um, e perguntando como deve colocá-los, na ordem que é preciso para fazer a escada. Anota-se o modo pelo qual a criança escolhe os bastões um a um, e a ordem na qual ela os deu à professora.

INTERVENÇÃO PSICOMOTORA NA ÁGUA

A atividade aquática promove sensações de prazer e de bem-estar físico, emocional e social na criança. Esta atividade facilita e apoia a realização de movimentos de difícil execução em terra, promove o contato corporal e a comunicação com outras crianças, bem como a participação em novas situações de aprendizagem (VARELA ET AL., 2000).

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A intervenção terapêutica em meio aquático tem sido defendida por diversos autores como forma de promover e acompanhar o desenvolvimento global da criança com deficiência, com perturbações do desenvolvimento ou em situação de risco. Neste âmbito, Faria (1984 apud Varela et al., 2000) salienta os benefícios do meio aquático, no desenvolvimento global da criança, particularmente no seu desenvolvimento psicomotor, perceptivo-motor, afetivo e social.

De fato, o envolvimento aquático possui propriedades que lhe são inerentes e cujo aproveitamento se tem revelado de grande interesse na reabilitação da pessoa com deficiência. A água provoca uma diminuição dos efeitos da força de gravidade sobre o corpo, sendo assim necessário um menor esforço ao nível muscular. Susan Harris (1978 apud Varela, 1986) refere as seguintes propriedades da impulsão da água:

• Assistência – a água é um meio que permite uma grande liberdade de movimentos;

• Resistência – permite à criança controlar, corrigir ou adaptar os seus movimentos; e,

• Suporte – a criança pode aprender a sentar-se ou a andar, até mais cedo que em meio terrestre.

Para Smith (1986 apud Varela, 1986) o meio aquático fornece um

feedback sinestésico imediato para as crianças com problemas de coordenação,

facilita o contato táctil/corporal muito importante em crianças com problemas emocionais de distração e distanciamento. Observam-se também efeitos positivos ao nível cardíaco, respiratório, metabólico e circulatório.

O meio aquático favorece, ainda, a interação, comunicação e verbalização, fatores essenciais ao desenvolvimento afetivo e social da criança (VARELA, 2000).

De fato, segundo Potel (1999) o meio aquático para além de ser um espaço de transição que privilegia a relação, é também uma área de jogo que permite explorações psicomotoras estruturantes. Escolher a água como elemento base é colocar o acento sobre os sinais corporais, e dar uma atenção especial às vias de comunicação não verbal.

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A intervenção em meio aquático pretende incidir no desenvolvimento global do indivíduo, tanto nos aspectos fisiológicos e funcionais, como nos aspectos psicomotores, psicológicos ou sociais. Pretende-se proporcionar à criança uma experiência complexa e um maior conhecimento de si próprio e da água (SARMENTO; MIRNA, 1992 apud VARELA ET AL., 2000).

No caso específico do desenvolvimento psicomotor, podemos constatar que a intervenção terapêutica em meio aquático engloba os 7 fatores psicomotores (Varela et al., 2000), referidos por Fonseca (1992):

• Tonicidade – a água quente reduz, temporariamente, a espasticidade e a rigidez e permite uma melhor manutenção da circulação sanguínea nas zonas afetadas;

• Equilibração – a posição horizontal condiciona algumas alterações ao nível das sensações labirínticas, das sensações oculares e das sensações do tônus de manutenção, por outro lado, o meio aquático permite que a criança mude tranquilamente de posição, mesmo debaixo de água. O ganho de posições de segurança respiratória permite a experimentação de novos equilíbrios e desequilíbrios;

• Lateralização – o meio aquático permite uma intensa estimulação proprioceptiva e exterioceptiva, promovendo a integração de informação e, consequentemente, o desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, o processo de diferenciação e especialização de funções dos hemisférios direito e esquerdo é facilitado;

• Noção do Corpo – Os movimentos realizados na água, a utilização de diferentes posicionamentos e de diferentes segmentos corporais em contato com a água, permitem adquirir uma maior conscientização do corpo e de si próprio;

• Estruturação Espaço-Temporal – As noções e relações espaciais são desenvolvidas através da exploração do meio aquático e da realização de deslocamentos em diferentes trajetórias, com diferentes sentidos e direções. As noções temporais estão diretamente relacionadas com a noção de ritmo, envolvido tanto no controle respiratório como nos movimentos propulsivos;

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• Práxia Global e Práxia Fina – estes dois fatores estão intimamente relacionados com aspectos como a coordenação motora, a agilidade e a perícia, estando então evidentes na aprendizagem de habilidades aquáticas. A reflexão sobre a forma de execução é também fundamental para o desenvolvimento destes domínios.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak, 2006.

COSTALLAR, D. M. Psicomotricidade. Porto Alegre: Editora Globo, 1974.

COSTE, J. C. A. Psicomotricidade. Tradução: A. Cabral. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1992.

DE MEUR; A.; STAES, l. Psicomotricidade Educação e Reeducação. São Paulo: Manole, 1984.

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FONSECA, Vitor da. Manual de Observação Psicomotora: Significação Psiconeurológica dos Fatores Psicomotores. Lisboa: Editorial Notícias, 1992.

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

GOMES, V. M. Práticas psicomotoras na pré-escola. São Paulo: Ática, 1995.

GUILLARME, Jean-Jacques. Educação e Reeducação Psicomotora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

LE BOULCH, J. O desenvolvimento Psicomotor: do nascimento até 6 anos. Tradução: A G. Brizolara. Porto Alegre: Artmed, 1982.

OLIVEIRA, Gislene de Campo. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2005.

POTEL, C. Le corps et L´eau: une mediation en psychomotricité. Erés, 1999.

SARMENTO, P. Adaptação ao meio aquático – Um projeto educativo. Associação Portuguesa dos Técnicos de Natação. Lisboa, 1992.

VARELA, A. Uma metodologia do ensino da natação para pessoas portadoras de deficiência. Ludens, 11, Outubro-Dezembro, 49-58. Lisboa, 1986.

VARELA, A.; ET al. Intervenção Terapêutica em Meio Aquático para Populações Especiais. Associação Portuguesa dos Técnicos de Natação. Lisboa, 2000.

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ANEXOS

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