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5.5 Outros resultados

5.5.3 Percepção importante do grupo experimental

Um ponto que merece destaque é o comentário feito por todos os sujeitos do grupo experimental após a realização da prática do Yoga, onde fizemos pela primeira vez posturas de controle do equilíbrio em pé: “Eu não sabia que conseguia fazer isso”.

6 Discussão

Os grupos de pesquisa foram predominantemente compostos por mulheres, sendo que apenas um homem participou do estudo. Observamos de maneira empírica, durante os anos atuando como professor de Yoga que há, freqüentemente nas academias de Yoga, uma participação maior feminina. Também o GEMC é formado cerca de 90 % por mulheres. Existe um acometimento maior de EM em mulheres (CALLEGARO et al., 2001).

Há aproximadamente 20 anos as pessoas com EM eram orientadas a reduzir ou abandonar qualquer atividade física. A proposta era evitar a fadiga, evitar o aumento da

temperatura corporal e, desta forma, diminuir o risco das manifestações da doença (WHITE e DRESSENDORFER, 2004).

Recentemente, através de pesquisas científicas observou-se que as pessoas com EM que se mantinham ativas fisicamente obtinham benefícios com relação à sua saúde e não tinham exacerbado os sintomas da doença (WHITE e DRESSENDORFER, 2004).

Estudos têm demonstrado os benefícios adquiridos com o treinamento do equilíbrio em programas envolvendo atividade física (SOUSA e MARQUES, 2002; LORD et al., 2001; OLIVEIRA, 2001).

O Yoga pode ser entendido como uma atividade física?

A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, que resulta no gasto energético, tem como objetivo principal produzir um gasto calórico maior do que o basal (CASPERSEN et al., 1985).

Algumas vezes o Yoga é confundido com uma ginástica lenta, que visa apenas à obtenção de apenas benefícios físicos, outras vezes é confundido com práticas extenuantes que muito se assemelham com contorcionismo, possíveis apenas para poucos. Ou, até mesmo, confundida com religião. Muitos podem pensar que jamais uma pessoa com EM pode praticar Yoga.

O Yoga é uma tradição espiritual e seus objetivos principais são conceber ao ser humano sua liberdade interior (kaivalya), com a aquisição da paz, da felicidade e da bem- aventurança (ananda).Uma tradição que reconhece que o corpo tem um papel muito importante para a aquisição de plena saúde não apenas física, mas também mental. Esta obtenção de saúde está ligada diretamente à possibilidade de atingir um estado de concentração plena (Samadhi) (ELIADE, 1997). A parte física do Yoga não é um fim, mas um meio para atingir estes estados.

”A postura do Yoga é somente a camada externa deste sistema. Na medida em que se aprofunda nos ensinamentos filosóficos, passa-se a perceber que o ocidente, na grande maioria das vezes, contentou-se com a casca ao invés do néctar do fruto do Yoga” (DANUCALOV & SIMÕES, 2006, p. 196).

As práticas das posturas (asanas) podem produzir feedbacks para o sistema nervoso central, diminuindo as ações neuronais e gerando, assim, estados psicológicos mais amenos. Esses estados podem ser utilizados para que possamos explorar o controle do sistema

nervoso autônomo. O Yoga inicia esse controle pelas posturas físicas, em seguida através da respiração. A partir daí, uma seqüência cada vez mais apurada de estados mentais pode ser desenvolvida (DANUCALOV & SIMÕES, 2006).

O Yoga é constituído por uma prática suave voltada aos aspectos físicos e mentais, contendo uma variedade de posições que são mantidas com estabilidade e conforto, treinando o controle durante o movimento e a estabilização; que podem ser feitos com os olhos fechados, o que enfatiza a ação de outros sistemas sensoriais. A flexibilidade é trabalhada com atenção na consciência corporal e nos movimentos respiratórios (GAUCHARD, 1999).

Tran et al. (2001), em um estudo sobre o aumento da força muscular em praticantes jovens de Yoga, chegou a observar um aumento de 31% no ganho de força nos músculos que fazem a extensão do cotovelo; 19% nos flexores do cotovelo e 28% na musculatura anterior da coxa, responsável pela extensão do joelho. Houve ainda aumento significativo na flexibilidade geral.

Durante todas as práticas é muito enfocada a sensopercepção, ao permanecer na postura e também ao sair dela. Isso ajuda a “treinar” e progredir em um estado de auto- reconhecimento físico e emocional. Uma vez que as posturas são padrões posturais adotados dentro de certas condições de conforto, estabilidade e relaxamento.

“A sensopercepção ajuda algumas pessoas a se sentirem mais naturais – mais ligadas a terra, mais à vontade em seu corpo. Ela pode aumentar o nosso senso de equilíbrio e de coordenação. Ela aumenta a criatividade. É a partir da sensopercepção que experimentamos bem-estar, paz e conexão” (LEVINE, 1999; p.72).

A frase do sujeito 04 relatada na avaliação final sobre a percepção da influência do Yoga: “Através das práticas de Yoga consegui saber o que é relaxar; observar o próprio corpo. No início do programa, relaxar era a parte mais difícil”, talvez expresse isto.

O Yoga aplicado como técnica terapêutica tem sido cada vez mais empregado. As primeiras aplicações aconteceram em 1924 pelo Swami Kuvalayananda.

Durante as primeiras três práticas do programa, procurou-se ambientar os sujeitos e abordar as características essenciais que compõe uma prática de Yoga, uma vez que a maioria nunca havia praticado Yoga.

Na quarta prática fizemos algumas posturas voltadas ao treino do equilíbrio realizadas na posição ereta. Havia certa apreensão naquele dia, no momento que foi feito o convite para “ficarmos em pé”. Foram novamente enfatizadas as características do Yoga, a questão da segurança e respeito aos limites de cada um, que não havia um padrão pré- determinado, mas cada um deveria realizar a prática dentro de suas condições.

Após a realização das posturas de treino com o equilíbrio, houve uma frase que todos os sujeitos disseram: “Eu não sabia que podia fazer isto”. Ao mesmo tempo houve uma expressão de satisfação, principalmente estampada na face dos sujeitos.

Percebemos que esta prática foi um divisor, que conseguiu quebrar alguns paradigmas e possibilitou a exploração de outras potencialidades latentes.

Pode-se notar, ao acompanhar o momento da chegada dos sujeitos, que progressivamente havia mais estabilidade na locomoção e um estado de contentamento em participar das práticas.

Os resultados na escala de Berg apontaram uma melhora significativa do equilíbrio dos sujeitos do grupo experimental na avaliação final. Foram os resultados mais significativos desta pesquisa, nas diferenças entre as avaliações inicial e final da escala de Berg comparativamente entre os grupos.

Este aumento pode estar associado ao fato do Yoga oportunizar, sem imposição de padrões motores e alcance de limites que estão fora das possibilidades de cada sujeito, experimentar, perceber e explorar posturas que treinam o equilíbrio.

Segundo Stevenson (2001), mudança de 06 (seis) pontos na escala de Berg é considerada clinicamente significativo. No grupo experimental este aumento, maior do que 06 (seis) pontos, aconteceu em 50% dos sujeitos, os demais apresentaram aumentos na escala de Berg de 2 e 4 (quatro) pontos.

A princípio houve suspeita que a melhora na pontuação da escala de Berg nos sujeitos do grupo experimental foi decorrente da fase de saída de um surto, mas investigando esta questão foi verificado que os sujeitos não apresentavam surto há 02 (dois) anos ou mais.

As posturas com foco no treino do equilíbrio utilizadas nas práticas de Yoga são muito semelhantes aos exercícios propostos por Cawthone e Cooksey, que segundo Goldberg et al. (2003), promovem melhoras nas reações de equilíbrio com conseqüente diminuição da possibilidade de queda.

Com relação às técnicas de Yoga empregadas durante o programa, cabe salientar que não seguiram rigorosamente as descrições tradicionais contidas nos textos de Yoga, pois foram necessárias adaptações visando torná-las mais seguras aos sujeitos. Como a utilização da barra fixa para apoio e/ou aproximação. Mas apenas houve adaptação com relação à forma, a essência do Yoga foi preservada durante todo o programa.

Como sugere Gharote (2000), “Todo Yoga é Yoga”, mesmo de forma limitada. Deve-se sempre levar em consideração as personalidades diferentes, e condições física e mental diferentes; somente assim cada indivíduo pode usufruir os benefícios proporcionados pelo Yoga.

“Através do Yoga, qualquer pessoa, homem, mulher ou criança, velho ou jovem, doente ou são, pode se aplicar à tarefa e à experiência da paz sublime dos antigos yoguis sem precisar se retirar para uma caverna ou floresta. O Yoga tem algo a oferecer a todos e, por menos que se consiga fazer, desde que se pratique com sinceridade e aplicação sempre se consegue algum resultado” (GHAROTE, 2000; p.18).

Segundo Gauchard (1999), a prática do Yoga permite uma resposta excelente aos estímulos somatosensoriais, os quais podem ser muito úteis para manter um equilíbrio adequado na vida diária. No Yoga, uma prática suave de posturas voltadas tanto aos aspectos físicos quanto mentais, há uma variedade de posições definidas que são mantidas com estabilidade e conforto, treinando o controle durante o movimento e a estabilização. Pode ser praticado com olhos fechados, o que enfatiza a ação de outros sistemas sensoriais. A flexibilidade é trabalhada com atenção na consciência corporal e respiratória.

Portanto, há várias hipóteses para explicar a melhora na escala de estabilidade de Berg dos sujeitos do grupo experimental em relação ao grupo controle. Primeiramente, o Yoga pôde propiciar aos sujeitos o experimentar e vivenciar situações de controle do equilíbrio antes determinadas “impossíveis”. Neste caso, trata-se de um processo de aceitação dos limites, mas sempre percebendo as potencialidades existentes, explorando-as com segurança, respeito e prazer. Este pode ser considerado um processo de transformação pessoal, que é desenvolvido constantemente.

A espasticidade pode afetar o movimento dos membros da extremidade superior e inferior, e interferir na postura, na marcha e no equilíbrio (BARNES et al., 2003).

O Yoga pode constituir em uma boa intervenção no caso da espasticidade, as posturas de alongamento e as técnicas de relaxamento, podem influenciar a manutenção da amplitude de movimento e a reduzir o tônus muscular. Talvez os alongamentos das posturas do Yoga impliquem em ganho da flexibilidade e que podem contribuir significativamente na redução de espasticidade crônica (MARQUES, 2000). O tempo disponível para cada sujeito efetuar um movimento é totalmente individualizado, talvez isto seja um fator relevante para o sucesso na realização das diversas posturas, por pessoas com espasticidade.

No que diz respeito aos aspectos fisiológicos, alguns efeitos das posturas do Yoga podem contribuir para reduzir o espasticidade. A realização de movimentos explorando sua máxima amplitude durante as aulas pode ter contribuído na redução da espasticidade: aumento linear dos tecidos muscular e conjuntivo, e a experiência de se movimentar em um ambiente seguro e tranqüilo, podem ter sido fatores importantes na regulação muscular.

Quedas

As experiências de quedas dos sujeitos podem causar o surgimento do medo de cair novamente. Este medo pode limitar os movimentos e com a diminuição dos movimentos acarreta a diminuição do treino dos sistemas sensoriais responsáveis pelo equilíbrio, que reduz o controle do equilíbrio postural que pode conduzir mais facilmente à queda, e isto realimenta o medo.

Talvez a principal contribuição das práticas do Yoga com relação à elevação dos valores na escala de Berg dos sujeitos do grupo experimental, seja proporcionar a vivência de forma tranqüila e sem cobranças de obtenção de níveis de performance, nas posturas que favorecem os exercícios dos principais sentidos que contribuem para o equilíbrio postural. E com isto, ocorra o rompimento de barreiras físicas, emocionais e mentais; que possibilitaram conviver com o estado do equilíbrio de outra maneira.

A ocorrência de quedas nas pessoas com EM é muito freqüente. Dos doze sujeitos da pesquisa, apenas três não haviam sofrido queda, ou seja, 75% dos sujeitos já sofreram

quedas em virtude do estado de equilíbrio, percentual muito próximo ao encontrado em outros estudos (SHABAR E HEFFENER, 2005).

Acreditamos que a melhora do estado de equilíbrio deve refletir diretamente na diminuição do número de quedas e conseqüentes traumas ocasionados pelo evento.

Nesta pesquisa, não houve diferença significativa que caracteriza qualquer contribuição do Yoga na ocorrência ou não de quedas. Durante o período do projeto apenas um sujeito, do grupo controle, sofreu queda, chegando a sofrer 03 três quedas no período. Mesmo apresentando uma redução em 67% do número de quedas em relação ao início do programa, não é possível afirmar que o programa trouxe diretamente esta diminuição, pois ao analisarmos a freqüência de quedas dos sujeitos, o período de tempo médio da ocorrência de quedas é 2,8 anos, sendo o maior tempo 09 anos e o menor 04 meses. Para que se tenha uma melhor visibilidade sobre a questão da queda é interessante um acompanhamento por um período maior de tempo.

Adesão

Uma ameaça não controlada à validade interna da pesquisa, segundo Thomas e Nelson (2002), é a retenção do sujeito.

Para que a evasão fosse minimizada, principalmente pelo fato da pesquisa contar com um “n” relativamente baixo, foram realizados encontros envolvendo os dois grupos, onde era possível trazer a teoria do Yoga, promover a integração dos grupos e entre grupos, responder às duvidas dos grupos sobre o Yoga e o grupo experimental pudesse colocar suas experiências das práticas do Yoga. Talvez estes encontros tenham possibilitado a adesão do grupo controle ao projeto.

A adesão do grupo experimental às práticas e também a permanência do grupo em sua totalidade depois do encerramento da coleta de dados, talvez demonstrem que o Yoga é uma boa prática para pessoas com EM e, de alguma forma, interveio positivamente nas vidas destas pessoas.

O grupo controle, no momento da abertura do programa de Yoga a todos os sujeitos após a segunda coleta de dados, não aderiu às práticas, sendo que alguns sujeitos relataram a dificuldade de transporte e locomoção até o local e problemas com a saúde de membros da família.

Outro fato relacionado com a abertura das práticas para pessoas sem EM é que houve uma grande aceitação e procura dessas pessoas. A proposta de abertura para pessoas sem EM foi de integrar as pessoas, uma vez que o foco do Yoga não é a doença e sim a saúde.

Os períodos que antecediam e precediam as práticas foram também importantes espaços para que houvesse troca de experiências entre os sujeitos. Possibilitou compartilhar sensações não apenas decorrentes da prática do Yoga, mas com relação ao convívio com a EM.

A incorporação da consciência de que está rígido e de que quase sempre é possível relaxar mais, pode induzir a um controle cada vez maior da atividade muscular. A consciência corporal desenvolvida através das técnicas de relaxamento é também viabilizada pelas técnicas de Yoga.

Outros aspectos

Os relatos dos sujeitos do grupo experimental coletados no final do programa, onde fizeram menção a melhoras em alguns aspectos como a respiração, fadiga e ansiedade, não foram objetos deste estudo, portanto não foram estudos mensurados. Apenas existe a descrição subjetiva feita pelos sujeitos e algumas hipóteses sobre os possíveis benefícios do Yoga sobre os pontos levantados.

Respiração

A melhora na respiração foi relatada, por todos os sujeitos do grupo experimental, após o programa de Yoga.

Sutherland & Andersen (2001), constatou redução da capacidade respiratória associada no déficit na função dos músculos respiratórios em pessoas com EM.

O’Sullivan (1993), relata que a progressão da EM leva a uma redução na capacidade física e na resistência cardiorrespiratória, que por sua vez ajudam na diminuição da capacidade física, da capacidade vital, força dos músculos, elevação da freqüência cardíaca em repouso e ao exercício, fadiga, ansiedade e depressão. Essas alterações podem ocorrer em cerca de 50% das pessoas com EM.

Grasso et al. (2000), estima que 35,7% das pessoas com EM com EDSS menor do 6,0 (seis) apresentam comprometimento respiratório.

A redução do controle voluntário da respiração varia com o grau de envolvimento da doença. Geralmente os tractos corticobulbar e corticoespinhal são afetados nesses casos. (SLUTZKY, 1997).

As técnicas de controle respiratório do Yoga são utilizadas para, entre outras coisas, diminuir a freqüência respiratória e direcionar a mente para um ponto específico, aumentando, assim, a concentração.

Segundo Leite (1999), os exercícios respiratórios praticados podem ser rítmicos, uniformes e regulares, rápidos e tônicos ou lentos e prolongados. Esse controle respiratório das inspirações e expirações envolve, inclusive, o treino de apnéia, tanto no final da inspiração quanto da expiração, durante períodos determinados. Os pranayamas são praticados na posição sentada, em posturas estáticas. Por serem movimentos respiratórios voluntários evocam a atenção, a concentração e a habilidade motora.

Estudos relacionados constataram que após um treinamento de Yoga houve aumento da capacidade vital respiratória, diminuição do ritmo respiratório (SINGH et al, 1990, PRATAP et al., 1978;) e o aumento na tolerância do estresse físico (SCHNEIDER et al, 1995), A prática de técnicas respiratórias, de relaxamento e a visualização mental do Yoga melhoraram o estado de humor (WOOD, 1993), com menor tendência para reagir com agressividade. Tran et al. (2001), observou um aumento no consumo máximo de oxigênio em 7%, após práticas regulares de Yoga, realizadas por adultos jovens, por um período de 06 (seis) meses.

Segundo Santaella & Benedito (2003), a prática de técnicas respiratórias começa a ser realizada sempre com muito cuidado, e apenas com a manipulação da inspiração e expiração, já ocorre estimulação do sistema nervoso autônomo, no sentido de inibir o simpático e estimular o parassimpático, diminuindo a freqüência cardíaca. Todas as práticas de respiração têm como base o princípio de prolongar a expiração e valorizar a retenção do ar.

A fadiga é um sintoma freqüente de pessoas com EM acometendo 75% a 90%. É um sintoma muito importante que pode ser incapacitante em cerca de 40% das pessoas com EM (TILBERY, 2005).

As práticas do programa feitas dentro de uma proposta relaxante, podem ter influenciado a diminuição dos estados de fadiga.

Oken et al. (2004), realizaram um estudo visando a influência do Yoga e dos exercícios aeróbios na função cognitiva, no humor, na fadiga e na qualidade de vida de pessoas com EM. Três grupos distintos foram criados: grupo de Yoga, grupo de exercício aeróbio e grupo controle; com exceção do último, os demais foram treinados em suas modalidades por um período de seis meses. Ao término da investigação, tanto o grupo de Yoga como grupo de exercício aeróbio apresentaram diminuição da fadiga e melhora da qualidade de vida, quando comparados com o grupo controle.

Bhatnagar e Anantharaman (1977), em um estudo da prática do Yoga e suas influências em algumas variáveis neuromusculares, concluíram que houve aumento no limiar de excitabilidade neuromuscular, indicando um suposto estado de relaxamento induzido pela prática rotineira do Yoga, mais especificamente as posturas. Também a pesquisa mostrou redução do período de latência e um progressivo aumento da velocidade de propagação do impulso nervoso mensurado no nervo ulnar.

Ansiedade

Os efeitos psicossomáticos das práticas do Yoga sobre o nível de ansiedade podem ter influenciado a diminuição da ansiedade relatada pelos sujeitos do grupo experimental na avaliação final, sobre as influências do Yoga durante o projeto.

A prática do Yoga diminui os estados de ansiedade, principalmente as técnicas de relaxamento e meditação (KOCHER & PRATAP, 1977; KOZASA, 2002).

Para LeDoux (2001), ansiedade e medo estão relacionados intimamente, os dois são reações diante de uma situação efetivamente ameaçadora ou potencialmente

ameaçadora. Diferença entre ansiedade e medo é a ausência, na primeira, de um estímulo externo que produz a reação. A ansiedade provém, portanto, de estímulos internos. Medo e ansiedade são reações normais diante do perigo (real ou imaginário) e não são por si sós, problemas patológicos. Mas, quando se apresentam constantes e persistentes além do que seria razoável, impedindo a vida normal, aí se apresenta um distúrbio de medo/ansiedade.

Para Vieira et al. (2004), fatores decorrentes da EM como alterações biológicas cerebrais (processos desmielinizantes ativos em região subcortical), efeitos colaterais de medicações usadas e o impacto psicológico frente à doença contribuem para a alta prevalência de transtornos mentais entre os portadores de EM. Aponta que o transtorno da ansiedade generalizada é comum nessa população e pode estar relacionada à forma imprevisível das manifestações e avanço da doença.

Segundo Kozasa (2002), ocorrem melhoras após a prática de pranayamas associado à de meditação, nos estados de ansiedade e Garvin et al. (1997), constatou redução dos níveis de estado de ansiedade após a prática do relaxamento do Yoga.

Consideramos que as características importantes da prática do Yoga, que a

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