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Para a empresa, a escolha do sistema de cobertura de uma edificação deve ser feita levando uma série de fatores em consideração, de acordo com as necessidades da obra. Dentre

eles estão: custos, vida útil estimada, padrão de acabamento da edificação, conforto térmico e acústico, possíveis patologias e as formas de preveni-las e combatê-las.

As soluções mais utilizadas pela empresa, para coberturas onde não há previsão de ocupação, são telhados estruturados ou coberturas impermeabilizadas, tais quais foram analisadas nas composições elaboradas para este estudo.

De acordo com a empresa, telhados são adotados com maior frequência para constituir a proteção das intempéries, variando suas estruturas principalmente entre madeira ou metálica.

A primeira opção (estrutura de madeira) é utilizada com maior frequência, principalmente pela redução de custos que oferece. Na maior parte dos projetos, optam por inclinar as telhas em direção ao eixo central, permitindo a execução de apenas uma calha central, reduzindo assim os custos com calhas.

No entanto, a empresa considera que a utilização de telhado é uma solução mais frágil, onde qualquer falha nas calhas, rufos ou telhas pode resultar em infiltração na laje abaixo. Por outro lado, é possível diagnosticar com maior velocidade a origem do problema e realizar seu reparo. Quanto às condições térmicas, inferem que se não for prevista ventilação permanente no espaço entre laje e telhas, podem formar-se bolsões de calor, ocasionando desconforto na unidade abaixo.

Apesar de menores as probabilidades de acontecerem, os problemas com sistemas impermeabilizados são mais difíceis de serem diagnosticados. É necessária a realização de várias análises e testes até encontrar-se a origem do problema. Segundo o engenheiro responsável pela empresa, na composição do sistema impermeabilizado é necessário adotar algum tipo de isolação térmica, pois a laje fica exposta a maiores variações térmicas quando comparadas ao telhado. Tal fato pode ter como consequência a ocorrência de fissuras nas alvenarias dos pavimentos inferiores. Contudo, a vantagem apontada foi a maior facilidade de acesso à cobertura para manutenção, enquanto o sistema com telhas dificulta a permanência e pode trazer complicações na questão da segurança dos trabalhadores da manutenção.

5 CONCLUSÕES

Observou-se a falta de conteúdo bibliográfico no que se refere a estruturas com telhas. Tal fato dificultou a elaboração de alguns parâmetros e obrigou que a pesquisa tomasse rumos diversos aos pensados em um primeiro momento. Há poucos estudos referentes ao desempenho térmico e acústico dos diversos materiais utilizados na estrutura e nas telhas, ficando restrito a alguns trabalhos simples e com técnicas pouco apuradas.

Devido ao tempo disponível para conclusão deste não foi possível suprir essas inexistências com testes de campo e laboratoriais, que poderiam trazer alguns dados de interesse para uma melhor conclusão.

Quanto aos sistemas de impermeabilização, há um vasto acervo sobre o tema. Foi possível encontrar desde apresentações de congresso até dissertações de mestrado transcorrendo com maior propriedade e precisão sobre o tema.

Já na etapa onde foram orçadas as composições, o problema foi a obtenção de determinados itens na tabela SINAPI. Esta é constituída de inúmeros custos e índices o que demanda uma maior atenção, já que muitas composições são similares e, se adotadas, podem alterar fortemente o resultado final do orçamento. Apesar do grande número de itens trazidos pela tabela, ainda foi possível identificar algumas ausências, como no caso do EPS, valor então consultado diretamente no banco de dados da empresa.

Os valores levantados nos orçamentos das composições mostraram que o uso de estrutura de madeira traz uma diminuição do custo, independentemente do tipo de telha adotado. Quando comparada a estrutura metálica com os mesmos tipos de telhas, percebe-se um aumento do custo em torno de 6% no uso da última, o que pode ser abatido em casos onde é preciso agilidade na execução ou menores gastos com manutenção.

Quando são tomadas as telhas para comparação dos custos, essa porcentagem aumenta significativamente para 16%, valor que, de acordo com as conclusões, é bastante superior aos benefícios trazidos pelo uso da mais cara (alumínio).

Os dois sistemas de impermeabilizações tiveram valores um pouco superiores aos telhados, com custos próximos ao do sistema com estrutura metálica e telha de alumínio. O seu uso torna-se atrativo quando se planeja algum uso diverso para a cobertura, como nos casos em que são almejados ganhos térmicos e acústicos através de telhados verdes ou para tornar a área transitável em situações especiais como heliportos.

Apresentou-se a temática cobertura e objetivou-se demonstrar as grandes diferenças que um mau orçamento pode gerar na estimativa de custos. Salienta-se que as condições individuais de cada obra podem tornar inapropriada a escolha da cobertura baseada apenas no orçamento. Há casos nos quais inúmeros fatores são relevantes e não podem ser negligenciados, evitando problemas futuros. Fica a sugestão para trabalhos futuros que investiguem o comportamento térmico e acústico das estruturas telhadas e também sobre a degradação que sofrem no decorrer do tempo.

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