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Percurso metodológico para proposição das diretrizes

CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES

4.2 Percurso metodológico para proposição das diretrizes

Fonte: (FERGUSON; MARKEY, 2017)

Soluções que podem viciar as pessoas não podem ser sustentáveis, já visto que prejudicam a vida das mesmas. O repensar destas práticas de soluções deve-se cercar de cuidados para que esse tipo de problema não ocorra.

A computação deve assumir o seu papel na sociedade, e as diretrizes propostas neste tra- balho têm a intenção de auxiliar o design de quaisquer soluções computacionais a prevenir ou amenizar situações insustentáveis como as descritas acima. O norteamento de concepção das soluções implica em um maior cuidado nos projetos de soluções e ainda em uma reflexão importante acerca de como queremos um mundo para o futuro.

4.2

Percurso metodológico para proposição das diretrizes

Buscou-se delinear um caminho para construção das diretrizes primeiramente por meio de uma busca na literatura, verificando-se os referenciais de design para um estudo mais aprofun- dado. Consultaram-se autores como Winograd, Fallman, Bannon e Baranauskas para o enten- dimento do processo de design.

Para o referencial na área de sustentabilidade estudou-se o relatório de Brundtland, consi- derado um marco para a sustentabilidade mundial. E também autores como Rising e Rehmer, Santillo, e Parente entre outros que discutem a temática de forma aprofundada.

Além da pesquisa bibliográfica, utilizou-se também a metodologia descritiva para o estudo de bases sólidas na literatura, a fim de entender como outras áreas tratam a questão da susten- tabilidade no design de produtos. Conforme Wazlawick (2014, p.22) diz, “a pesquisa descritiva

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é mais sistemática que a exploratória”. O entendimento de áreas que possuem uma experiên- cia de grau mais avançado que a computação, no quesito de sustentabilidade, pode auxiliar na transcrição deste processo para conseguir alcançar o objetivo do trabalho.

Para a verificação de como a comunidade da computação visualiza a questão na sustentabi- lidade nesta área, utilizou-se de um questionário, com questões relacionadas à sustentabilidade. O questionário foi constituído de questões abertas para que a percepção de cada respondente ficasse clara, a participação ao questionário era voluntária e sem identificação.

O questionário foi disponibilizado na internet, e um convite para participação na pesquisa foi enviado para a lista geral de e-mails da Sociedade Brasileira de Computação e também para outras listas com contatos da área. O objetivo foi atingir alunos, professores e demais profissionais da computação. O questionário ficou disponível entre os dias 13 de junho a 15 de julho de 2016, e foi respondido por 128 participantes.

Optou-se pela pesquisa qualitativa justamente pelo fato do assunto ser recente e ainda pouco explorado, e, portanto, com as questões abertas poder-se-ia capturar as diferenças e justificativas para as opiniões coletadas.

Utilizou-se também o diagrama de afinidades conforme Faria (2017), para dimensionar como a questão da sustentabilidade na computação é considerada por um grupo específico. Aplicou-se a técnica do diagrama de afinidades em um grupo de estudantes pertencentes ao Laboratório de Interação Flexível e Sustentável (LIFeS) do departamento de Ciência da Com- putação da Universidade Federal de São Carlos, o qual era composto por alunos de variados níveis, como estudantes de graduação, mestrado e doutorado.

O diagrama de afinidades é utilizado para que a aglomeração de pensamentos sobre um determinado assunto seja agrupada em linha de raciocínios semelhantes, quando se tem uma vasta área de pesquisa e se necessita de segregação de conteúdos, agrupando-os por afinidades. Serão detalhados a seguir estes instrumentos utilizados.

4.2.1

Instrumentos utilizados na tratativa em torno da sustentabilidade

no design de soluções

Para o estudo bibliográfico, utilizou-se além do referencial teórico já explanado anterior- mente, alguns instrumentos que estão consolidados em outras áreas como: normas ISO, os processos de design adotados em outras áreas, o diagrama de afinidades, o questionário à co- munidade da computação e os referencias consultados para assim adaptar estes instrumentos à nossa tratativa, instanciando conforme este projeto. Serão descritos a seguir estes instrumentos,

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onde o processo de design é o começo e os processos de outras áreas como por exemplo as normas ISO, são pontos que buscamos para apoiar na construção das diretrizes.

4.2.1.1 Processos de design

Quando se assume a missão da criação de um design de produto ou solução, primeiramente é preciso o entendimento de como este artefato deve funcionar. Todo o processo envolto na sua criação, passa pelas etapas de design que são: entender o que deve ser feito; explorar o mundo para o qual o artefato será produzido; definir as ferramentas para a sua construção e por fim a implementação (WINOGRAD et al., 1996).

Com base nesses processos de design, a inserção da reflexão de sustentabilidade fica a cargo da primeira etapa de desenvolvimento, em que são inseridos contextos e desejos sobre um novo artefato. Neste momento, o pensamento sobre as questões ambientais, sociais e econômicas devem fazer parte no processo de criação do design (WAAGE, 2007).

Para a inserção de reflexões sobre a sustentabilidade na criação do design de um artefato, pensou-se em inserir este processo no entendimento do artefato, conforme ilustra a figura 4.3. Esse entendimento deve dar margem às reflexões na concepção do produto.

Figura 4.3: Processo de design

Fonte: Adaptado de Waage (2007)

Utilizou-se o processo de design descrito por Waage (2007) para que na etapa do entendi- mento sobre o artefato as questões de sustentabilidade sejam elencadas e incluídas. Incluir as reflexões de sustentabilidade antes de explorar o universo do qual a solução fará parte, ajuda na

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