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Os professores supervisores colaboradores da pesquisa totalizaram treze, cada um representando uma das licenciaturas contempladas pelo PIBID-UFV (Biologia, Física, Matemática, Química, História, Geografia, Letras (Língua Portuguesa), Inglês (Língua Estrangeira), Pedagogia, Ciências Sociais, Educação Física, Dança e Educação Infantil), sendo nove docentes de escolas públicas estaduais e quatro de escolas públicas municipais.

Foram entrevistadas nove professoras e quatro professores. E, inicialmente, se faz indispensável detalhar o perfil de cada um dos docentes colaboradores:

1. Tereza, 50 anos de idade, 30 anos de docência, sexo feminino, cursou o Ensino Fundamental em escola pública estadual e o Ensino Médio em escola particular, graduou-se em Pedagogia em uma universidade pública federal, possui pós-graduação lato sensu, já participou de cursos voltados para a formação continuada de professores, oferecidos pela rede municipal de ensino e, atualmente, leciona em uma escola municipal;

2. Ângela, 46 anos de idade, 17 anos de docência, sexo feminino, cursou todo o Ensino Fundamental e Médio em escola pública estadual, graduou-se em Biologia em uma universidade pública federal, possui pós-graduação lato-sensu, já participou de cursos voltados para a formação continuada de professores, oferecidos pela rede estadual de ensino e, atualmente, leciona em duas escolas públicas, uma estadual e outra municipal;

3. Marta, 46 anos de idade, 18 anos de docência, sexo feminino, cursou todo o Ensino Fundamental e Médio em escola pública estadual, graduou-se em Letras em uma instituição de Ensino Superior privada, possui pós-graduação lato-sensu, já participou de cursos voltados para a formação continuada de professores, oferecidos pela rede estadual de ensino e, atualmente, leciona em duas escolas estaduais;

4. Iara, 50 anos de idade, 30 anos de docência, sexo feminino, cursou o Ensino Fundamental em escola pública estadual e o Ensino Médio em escola particular, graduou-se em Pedagogia em uma instituição de ensino superior privada, possui pós- graduação lato-sensu, já participou de cursos voltados para a formação continuada de

95 professores, oferecidos pela rede estadual de ensino e, atualmente, leciona em uma escola estadual;

5. Helena, 45 anos de idade, 19 anos de docência, sexo feminino, cursou todo o Ensino Fundamental e Médio em escola pública estadual, graduou-se em Pedagogia em uma universidade pública federal, possui pós-graduação lato-sensu, já participou de cursos voltados para a formação continuada de professores, oferecidos pela rede estadual de ensino e, atualmente, leciona em uma escola estadual;

6. Eva, 55 anos de idade, 31 anos de docência (entre escola pública estadual e curso de idiomas), sexo feminino, cursou o Ensino Fundamental e escola pública estadual e o Ensino Médio em escola particular, graduou-se em Letras em uma universidade pública federal, não possui pós-graduação lato-sensu, já participou de curso voltado para a formação continuada de professores, oferecido pela CAPES e, atualmente, trabalha em uma escola pública estadual e em uma escola de idiomas;

7. Walter, 53 anos de idade, 24 anos de docência, sexo masculino, cursou o Ensino Fundamental e o Ensino Médio em uma escola pública estadual, graduou-se em História em uma instituição de Ensino Superior privada, possui pós-graduação lato- sensu, já participou de programa de formação continuada de professores, voltado para o ensino de jovens e adultos (EJA) e, atualmente, leciona em uma escola municipal e em uma escola estadual;

8. Márcio, 51 anos de idade, 20 anos de docência, sexo masculino, cursou o Ensino Fundamental e Médio em escola pública, graduou-se em Matemática em uma instituição de Ensino Superior privada, possui pós-graduação lato-sensu, já participou de curso voltado para a formação continuada de professores (um sobre matemática aplicada e outro voltado para a educação matemática) e, atualmente, leciona em três escolas públicas, sendo duas municipais, uma estadual e um colégio particular;

9. Leila, 53 anos de idade, 18 anos de docência, sexo feminino, cursou o Ensino Fundamental em escola pública estadual e o Ensino Médio em escola particular, graduou-se em Matemática e em Pedagogia (embora lecione Física), tendo feito as duas graduações em instituições de Ensino Superior privadas, não possui pós- graduação lato-sensu, já participou de curso voltado para a formação continuada de professores, tendo destacado o Pró-Ciência (entre os anos de 1998 e 2000), o Imersão (em 2006, na UFMG) e o Escola do CERN (European Organization for Nuclear Research (em Genebra, Suíça, no ano de 2011) e, atualmente, leciona em uma escola estadual;

96 10. Laura, 23 anos de idade, 2 anos de docência, sexo feminino, cursou metade do Ensino Fundamental em uma escola pública municipal e a outra metade em uma escola pública estadual, cursou o Ensino Médio em uma única escola estadual, graduou-se em Ciências Sociais em uma universidade pública federal, não possui pós-graduação lato-sensu, já participou de curso voltado para a formação continuada de professores oferecido pelo MEC (PACTO2) e, atualmente, leciona em uma escola estadual;

11. Heloísa, 51 anos de idade, 13 anos de docência, sexo feminino, cursou todo o Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio em escola pública estadual, graduou-se em Geografia em uma instituição de Ensino Superior privada, possui pós-graduação lato- sensu, não informou ter participado de algum programa voltado para a formação continuada de professores e, atualmente, leciona em uma escola pública estadual e em uma faculdade privada;

12. André, 41 anos de idade, 6 anos de docência somados a 5 anos de direção e secretaria escolar, cursou todo o Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio em uma escola pública estadual, graduou-se em Química em uma universidade pública federal, possui pós-graduação lato-sensu, já participou de curso voltado para a formação continuada de professores, destacando o Despertando Novos Talentos (sobre ciências), oferecido pelo departamento de uma universidade pública federal e, atualmente, leciona em duas escolas estaduais;

13. Luíz, 49 anos de idade, 14 anos de docência, cursou parte do Ensino Fundamental em uma escola pública estadual e concluiu em uma escola particular, cursou o Ensino Médio em um colégio federal, graduou-se em Educação Física em uma universidade pública federal, possui pós-graduação lato-sensu, não informou ter participado de algum curso voltado para a formação continuada de professores e, atualmente, leciona em uma escola pública estadual.

Com o intuito de facilitar a visualização e a consulta às informações referentes aos professores colaboradores da pesquisa, além da descrição, optamos por organizar os dados que compõem o perfil dos docentes entrevistados em tabela:

2 Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa, lançado no ano 2012 pelo Ministério da

Educação (MEC), como sendo um compromisso formal assumido pelos governos federal, estadual e os municípios, objetivando assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.

97 Tabela 1- Perfil dos professores entrevistados

NOME IDADE TEMPO DE

DOCÊNCIA POSSUI PÓS- GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM QUAL/QUAIS ESCOLA(S) ESTUDOU EM QUANTAS ESCOLAS LECIONA

Tereza 50 30 anos Sim Pública e privada Uma

Ângela 46 17 anos Sim Pública Duas

Marta 46 18 anos Sim Pública Duas

Iara 50 30 anos Sim Pública e privada Uma

Helena 45 19 anos Sim Pública Uma

Eva 55 31 anos Não Público e privada Duas

Walter 53 24 anos Sim Pública Duas

Márcio 51 20 anos Sim Pública Quatro

Leila 53 18 anos Não Pública e privada Uma

Laura 23 2 anos Não Pública Uma

Heloísa 51 13 anos Sim Pública Duas

André 41 6 anos Sim Pública Duas

Luíz 49 14 anos Sim Pública Uma

Na sequência, estaremos apresentando as análises do conteúdo colhido por meio das entrevistas com os treze professores supervisores do PIBID-UFV. Os resultados obtidos foram conseguidos a partir de oito questões que o objetivaram saber sobre: interesses e motivações para ingresso no programa; experiências cotidianas do trabalho docente; significados para a formação; benefícios e ganhos para os docentes supervisores, bolsistas de iniciação à docência, alunos e escolas; a relação entre a Universidade e as escolas no PIBID; recepção ao programa por parte do corpo escolar das instituições de ensino; a participação dos professores (compreensão sobre o trabalho que exercem, bem como sua atuação no sentido de opinar, debater, expressar problemas, esclarecer dúvidas, se tem havido suporte, orientações para o trabalho); e, por fim, críticas e sugestão para o PIBID. Estas questões compuseram o rol de indagações que nos conduziram às respostas pretendidas para contemplar nossos objetivos específicos.

Diante das informações obtidas após a transcrição de todas as entrevistas gravadas, optamos por formar dois blocos de respostas, de modo que tivemos quatro questões mais pertinentes a um grupo de objetivos específicos (versando sobre motivações, interesses, experiências cotidianas do trabalho no PIBID e significados para formação) e outras quatro

98 mais pertinentes ao programa (versando sobre a relação entre a Universidade e as escolas, no PIBID; o acolhimento ao programa por parte das instituições escolares; a participação dos supervisores e críticas e sugestões dirigidas ao programa).

Algumas questões cujas respostas se configuraram convergentes e complementares foram agrupadas. Este procedimento facilitou a análise dos dados obtidos e o diálogo com os referenciais teóricos, com os conceitos que nos embasaram. Desenvolvemos as análises inserindo-as no corpo do texto das falas transcritas dos entrevistados, buscando estabelecer estreitamento com as teorias que nos deram suporte, com vistas a dar mais clareza e dinamismo às interpretações, às inferências.

Optamos por sinalizar em negrito a introdução das abordagens centrais que compuseram o roteiro de entrevista, com a intenção de melhor situar o leitor sobre as questões que estão sendo tratadas, além de facilitar e dinamizar a localização.

Conforme o próprio título da pesquisa sinaliza – “O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) na voz de supervisores” –, trabalhamos no propósito de dar aos professores supervisores protagonismo, apresentando e evidenciando seus discursos, trazendo depoimentos íntegros de todos os docentes colaboradores, acerca das arguições que foram feitas, dando voz e espaço aos que, gentilmente, nos atenderam. E, conforme será possível constatar, os participantes nos forneceram importantes relatos que subsidiaram integralmente a nossa empreitada analítica, além de nos abastecer de elementos indispensáveis para o aprofundamento e melhor compreensão em torno dos conceitos estudados e do programa em pauta.

Atentos a não interferir ou interferir o mínimo possível nas informações que nos foram dadas pelos depoentes, transcrevemos as falas dos entrevistados de forma literal, respeitando sua autenticidade, reformulando, eventualmente, apenas algumas expressões de conotação excessivamente coloquial.

Nas transcrições, utilizamos respostas integrais e trechos por nós considerados mais relevantes, por vezes, foram acompanhados da utilização de colchetes ([...]) para indicar algumas supressões textuais das respostas, buscando tornar a leitura mais fluida e de melhor compreensão. Fizemos também o uso de parênteses para adicionar alguma informação omitida ou até mesmo corrigir algo do contexto da resposta, bem como para ocultar alguma citação de nome, pessoa ou local referido. Tais orientações voltadas para a transcrição vêm de sugestões propostas por Manzini (2008).

Prezando pela discrição, por preservar os professores colaboradores da pesquisa, principalmente por envolver opiniões e contextos peculiares de trabalho, utilizamos

99 denominações fictícias para identificar os docentes supervisores. Este modo de proceder é usual em pesquisas que envolvem seres humanos, assegurando o sigilo da identidade dos sujeitos participantes e fortalecendo a ética na pesquisa científica.

De mesmo modo, como já foi anteriormente mencionado, garantimos o mesmo anonimato às escolas em que professores supervisores estão atuando, bem como dos alunos, direção, de todo o corpo de funcionários dos estabelecimentos que nos abriram as portas em consideração ao nosso trabalho. Asseguramos aos nossos entrevistados que as transcrições integrais e os áudios das entrevistas ficarão arquivados, protegidos e à disposição deles, podendo ser requisitados quando desejarem.