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3. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

3.6 Perfil esperado do futuro profissional

Segundo as Diretrizes Nacionais Curriculares para os Cursos de Física, estabelecidas pelo Parecer CNE/CES 1.304/2001:

O físico, seja qual for sua área de atuação, deve ser um profissional que, apoiado em conhecimentos sólidos e atualizados em Física, deve ser capaz de abordar e tratar problemas novos e tradicionais e deve estar sempre preocupado em buscar novas formas do saber e do fazer científico ou tecnológico. Em todas as

suas atividades a atitude de investigação deve estar sempre presente, embora associada a diferentes formas e objetivos de trabalho. (BRASIL, 2001d, p.2).

Dentro deste perfil geral, podem-se distinguir perfis específicos, tomados como referencial para o delineamento da formação em Física, em função da diversificação curricular proporcionada através de módulos sequenciais complementares ao núcleo básico comum: pesquisador”, tecnólogo”, interdisciplinar” e “Físico-educador”. Este último perfil, o de Físico-educador, dedica-se preferencialmente à formação e à disseminação do saber científico em diferentes instâncias sociais, seja através da atuação no ensino escolar formal, seja através de novas formas de educação científica, como vídeos,

“software”, ou outros meios de comunicação.

Assim, dentre aqueles perfis específicos, o perfil que de fato se identifica ao do futuro profissional formado no Curso de Licenciatura em Física do campus Maranguape é o de Físico-educador, ou seja, um licenciado em física que deve congregar as competências, habilidades e atitudes comuns à formação geral docente com as competências, habilidades e vivências específicas do profissional detentor de conhecimentos teóricos, práticos, epistemológicos e instrumentais pertinentes à ciência física. Portanto, formar-se-á um professor para atuação na Educação Básica, em todas as suas modalidades, com competência de definir qual o melhor procedimento pedagógico para favorecer a aprendizagem significativa dos saberes da Física.

3.6.1 Competências, Habilidades e Atitudes gerais e comuns à formação docente

Espera-se que, ao final do curso, o licenciando tenha constituídas as seguintes competências, habilidades e atitudes gerais e comuns à formação docente:

 Comunicar-se oralmente e por escrito com clareza e precisão;

 dominar e ensinar os diferentes conteúdos de física da Educação Básica relacionando-os com outras áreas do conhecimento, bem como, adequando-os às necessidades escolares próprias das diferentes etapas e modalidades da Educação Básica;

 promover uma prática educativa que leve em conta as características dos alunos e de seu meio social, seus temas e necessidades do mundo contemporâneo e os princípios, prioridades e objetivos do projeto educativo e curricular;

 estabelecer relações de parceria e colaboração com os pais dos alunos, de modo

a promover sua participação na comunidade escolar e a comunicação entre eles e

a escola;

 compreender, criticar e utilizar novas ideias e tecnologias para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;

 organizar projetos dentro da escola, trabalhar em equipe multidisciplinar e difundir conhecimento da área de Física/Ensino de Física, em diferentes contextos educacionais;

 analisar, criar e difundir, com criticidade, materiais didáticos, propostas e estratégias de ensino de Física para a Educação Básica que favoreçam o desenvolvimento das potencialidades dos educandos, tais como: criatividade, autonomia, raciocínio lógico, intuição, imaginação, iniciativa, percepção e flexibilidade do pensamento científico;

 pautar sua conduta profissional por critérios humanísticos e de rigor científico, bem como por referenciais éticos e legais, sempre com a visão de seu importante papel social como educador;

 manter-se atualizado do ponto de vista científico e técnico-profissional, bem como participar de programas de formação continuada e/ou estudos de pós-graduação;

 solucionar problemas reais da prática pedagógica, observando as etapas de aprendizagem dos alunos, como também suas características socioculturais, através da investigação sobre os processos de ensinar e aprender, concebendo a prática docente como um processo dinâmico, bem como, um espaço de criação e reflexão, onde novos conhecimentos são gerados e modificados continuamente.

3.6.2 Competências, Habilidades e Vivências específicas do professor que ensina física

A diversidade de atividades e atuações pretendidas para o formando em física necessita de qualificações profissionais básicas comuns, que devem corresponder a objetivos claros de formação, através das competências essenciais descritas a seguir:

 Dominar princípios gerais e fundamentos da Física, estando familiarizado com suas áreas clássicas e modernas;

 descrever e explicar fenômenos naturais, processos e equipamentos tecnológicos em termos de conceitos, teorias e princípios físicos gerais;

 diagnosticar, formular e encaminhar a solução de problemas físicos,

experimentais ou teóricos, práticos ou abstratos, fazendo uso dos instrumentos

laboratoriais ou ferramentas matemáticas apropriados;

 manter atualizada sua cultura científica geral e sua cultura técnica profissional específica;

 desenvolver uma ética de atuação profissional e a consequente responsabilidade social, compreendendo a Ciência como conhecimento histórico, desenvolvido em diferentes contextos sócio-políticos, culturais e econômicos.

O desenvolvimento das competências apontadas nas considerações anteriores está associado à aquisição de determinadas habilidades, também básicas, apresentadas a seguir:

 Utilizar a matemática como uma linguagem para a expressão dos fenômenos naturais;

 resolver problemas experimentais, desde seu reconhecimento e a realização de medições, até à análise de resultados;

 propor, elaborar e utilizar modelos físicos, reconhecendo seus domínios de validade;

 concentrar esforços e persistir na busca de soluções para problemas de solução elaborada e demorada;

 utilizar a linguagem científica na expressão de conceitos físicos, na descrição de procedimentos de trabalhos científicos e na divulgação de seus resultados;

 utilizar os recursos da tecnologia da informação e da comunicação e sua aplicação no ensino da Física, de forma a aumentar as possibilidades de aprendizagens dos discentes;

 conhecer e absorver novas técnicas, métodos ou uso de instrumentos, seja em medições, seja em análise de dados (teóricos ou experimentais);

 reconhecer as relações do desenvolvimento da Física com outras áreas do saber, tecnologias e instâncias sociais, especialmente contemporâneas;

 apresentar resultados científicos em distintas formas de expressão, tais como relatórios, trabalhos para publicação, seminários e palestras;

 planejar e desenvolver diferentes experiências didáticas em Física, reconhecendo os elementos relevantes às estratégias adequadas;

 elaborar ou adaptar materiais didáticos de diferentes naturezas, identificando seus objetivos formativos, de aprendizagem e educacionais.

A formação do futuro professor de física não pode, por outro lado, prescindir de uma

série de vivências que vão tornando o processo educacional mais integrado. São vivências gerais essenciais para o graduando em Física, por exemplo:

 Ter realizado experimentos em laboratórios;

 ter tido experiência com o uso de equipamento de informática;

 ter feito pesquisas bibliográficas, sabendo identificar e localizar fontes de informação relevantes;

 ter entrado em contato com ideias e conceitos fundamentais da Física e das Ciências, através da leitura de textos básicos;

 ter tido a oportunidade de sistematizar seus conhecimentos e seus resultados em um dado assunto através de, pelo menos, a elaboração de um artigo, comunicação ou monografia;

 ter também participado da elaboração e desenvolvimento de atividades de ensino.