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8.2 PERFIS DE CAMBURI

8.2.1 PERFIL 1

8.2.1.1 Condição calma

Para a condição calma, menores altura e menores períodos de onda, podemos observar analisando a sequência da Figura 19 a ocorrência de erosão na região superior ao nível da água e deposição de sedimentos em nível inferior até a formação de uma barra arenosa após 36 horas (Figura 19f).

Figura 19: Variação do leito após (a) 6 horas, (b)12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Quando analisamos o campo da velocidade percebemos um pico da velocidade do refluxo na região mais superior do perfil, local esse que foi mais erodido, sendo que esta velocidade teve grandes variações ao longo de toda a simulação como pode ser visto na Figura 20 alternando sua direção para costa ou para o oceano.

Figura 20: Velocidade horizontal no fundo e elevação da superfície no passo de tempo de (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

8.2.1.2 Condição significativa

Já durante a condição com altura e período significativos observamos uma maior erosão do perfil e formação de uma barra arenosa mais elevada em comparação a condição calma como pode ser observado na sequência da Figura 21, devido a maior energia apresentada nesta condição comparada a condição calma.

Figura 21: Elevação do nível da superfície e variação da morfologia do leito após (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Quando analisamos o campo de velocidade horizontal no fundo (Figura 22) observamos que nesta condição de ondas maiores, a velocidade se apresentou também com níveis maiores quando comparado com a condição calma, como já era esperado uma vez que o refluxo provocado pelas ondas esta ligado diretamente a sua altura. Pode ser observado também que as maiores velocidades se apresentam na região mais íngreme do perfil e na crista da barra arenosa, estando o modelo condizente com o que ocorre no ambiente como observado por Elgar e

Figura 22: Velocidade horizontal no fundo e elevação do nível da água para o passo de tempo de (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

8.2.2.3 Condição extrema

Já para a condição extrema o modelo não apresentou resultados condizentes com o que era esperado em função do aumento da energia das ondas, sendo observados níveis menores tanto de elevação do nível do mar, quanto de velocidade nas proximidades da praia além da pouca variação morfológica no perfil.

Figura 23: Elevação do nível da superfície e variação da morfologia do leito, após (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Analisando os resultados da velocidade horizontal no fundo apresentados na Figura 24, observamos que, comparados as outras condições simuladas, o fluxo se apresentou muito baixo, possivelmente pelo fato das ondas quebrarem a uma grande distância da praia, tendo então sua energia dissipada ao longo do caminho até a praia, podendo isso ser evidenciado pela baixas alturas próximas a praia apresentadas na Figura 23.

Figura 24: Velocidade horizontal no fundo e elevação do nível da água para o passo de tempo de (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

8.2.2 PERFIL 2

8.2.1.1 Condição calma

Para o perfil 2 sob condições de menores ondas não foi possível observar expressivas mudanças na morfologia, como pode ser comprovado na análise da sequência apresentada na Figura 25.

Figura 25: Elevação do nível da superfície e variação da morfologia do leito, após (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Figura 26: Velocidade horizontal no fundo e elevação do nível da água para o passo de tempo de (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Esta não variação da morfologia de fundo pode ser resultados da baixa energia das ondas evidenciado pelas baixas intensidades de velocidade no fundo, como pode ser observado na sequência da Figura 26.

8.2.2.2 Condição significativa

Já para a condição de altura e período significativo observamos maiores variações na morfologia, em comparação a condição calma, além da maior erosão e formação de uma barra arenosa com crista de maior altura, que vai sendo formada e aumentada com o passar do tempo.

Figura 27: Elevação do nível da superfície e variação da morfologia do leito, após (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Já analisando o campo de velocidade, Figura 28, observamos grandes variações, que mostram momentos de predominância da velocidade direcionada para a costa e momento de predominância do refluxo que provoca erosão. Observa-se também que as velocidades se apresentam em fase com a onda.

Figura 28: Velocidade horizontal no fundo e elevação do nível da água para o passo de tempo de (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

8.2.3.3 Condição extrema

Para a condição extrema, assim como no perfil 1, o modelo não apresentou grandes variações na morfologia fato esse provavelmente ocorrendo devido a onda quebrar em local mais profundo e distante da praia, não chegando a esta com velocidades suficientes para mobilização do sedimento.

Figura 29: Elevação do nível da superfície e variação da morfologia do leito, após (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

Pela análise do campo de velocidade podemos observar que há dominância do undertow, sendo observados picos na região mais íngreme da praia (Figura 28), porém ainda sim menores velocidades do que era esperado com o aumento da energia das ondas.

Figura 30: Velocidade horizontal no fundo e elevação do nível da água no passo de tempo de (a) 6 horas, (b) 12 horas, (c) 18 horas, (d) 24 horas, (e) 30 horas, (f) 36 horas.

9.CONCLUSÃO E SUGESTÕES

O modelo numérico usado apresentou uma visualização clara da mobilização de sedimentos e formação da barra arenosa tanto sob condições menos energéticas como sob condições mais energéticas, apresentando de modo satisfatório a mobilização dos sedimentos, assim como obtido por outros modelos da bibliografia. As discrepâncias observadas eram esperadas uma vez que os modelos matemáticos compreendem apenas uma aproximação das interações que ocorrem no ambiente, não sendo capazes de representar fielmente o ocorrido.

O modelo apresentou algumas desvantagens de uso: a granulometria do fundo utilizada é o , que diferentemente do encontrado no ambiente, compreende apenas uma média não representando as diferenças granulométricas ao longo do perfil; necessita de uma profundidade constante para geração e estabilização das ondas; subestimou o undertow.

Assim sugere-se a implantação de um modelo de duas dimensões que considere a influência do vento na formação das ondas, além de granulometria diferentes ao longo da batimetria, o que permitiria uma maior abordagem dos processos que ocorrem no ambiente e como consequência uma melhor previsão do comportamento do sedimento e alteração da morfologia.

É importante observar que os resultados do modelo apresentam grande dependência dos parâmetros de entrada. Assim, devem-se sempre realizar testes de sensibilidade para os mesmos.

10. REFERÊNCIAS

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