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Perfil populacional da Vila das Minas do Rio de Contas

Mapa 04 Mapa Hidrográfico da Bahia

1.4 Perfil populacional da Vila das Minas do Rio de Contas

O trabalho na mineração era tarefa árdua e exigia muita mão-de-obra. As escavações, os desvios de terras e do curso dos rios demandavam um número relativamente grande de trabalhadores, principalmente do sexo masculino. Nas regiões de mineração, o fluxo migratório intenso refletia o fato de que, uma simples descoberta poderia conduzir à região milhares de pessoas, e os milhares poderiam com o passar dos dias, a representar milhões. As distorções no cálculo das cifras populacionais variavam

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Livro de Intendência Municipal, 1929 escrito por Justiniano Basílio da Rocha, pgs. 25-27. 92

NEVES, Erivaldo F. Sertanejos que se venderam. Revista Afro-Ásia, 2001, pg.240.

bastante, as oscilações eram freqüentes, pois nas regiões auríferas o fluxo de gente era constante.

Entrar e sair das vilas mineiras era fato cotidiano. Pode-se comprovar esse aspecto a partir dos Fundos Mineralógicos93 do século XVIII. Documento que registrava as barras de ouro e outros produtos que passavam pelas vilas mineiras com os seus respectivos viajantes vindos das diferentes localidades. Essa documentação pode nos conduzir a certeza do fluxo intenso de pessoas pelas vilas de mineração, dificultando censos populacionais mais exatos.

As fontes sobre a população da Bahia que antecedem ao censo de 1872, que apontou 380.186 almas, são poucas e de difícil interpretação. Aos censos do século XVIII, são comuns níveis populacionais fantasiosos, sendo os relatórios e cálculos mal formulados e que excluíam parcelas consideráveis da população94.

As informações sobre o contingente humano que habitava a Bahia nas primeiras décadas do século XVIII são imprecisas e, se baseiam em estatísticas recolhidas pelas ordens religiosas ou pelos recrutamentos militares. Os dados apontam para um contingente formado por maioria escrava que chegava a significar 70% da população como um todo. Vários dados foram levantados e, de 1759 para 1779, Salvador teve uma baixa populacional de 40.263 em 1775 e, 39.209, em 1779.

É importante salientar que o êxodo populacional para o sertão, a partir do segundo quartel do século XVIII, representou para Salvador uma significativa retração populacional dificultando ainda mais os recenseamentos relacionados ao Alto Sertão em função das oscilações populacionais constantes.

Segundo dados recolhidos por Kátia Lorena95, a população escrava numa sociedade mineradora como a de Rio de Contas no século XVIII, possuía uma taxa significativa de escravos homens numa proporção de 426 homens para 100 mulheres, apresentando-se dessa forma até o declínio da mineração de ouro. Esses dados nos falam da necessidade de braços masculinos na mineração muito mais que das mulheres.

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AMRC. Fundo Mineralógico de Rio de Contas de 1769, que tem 195 folhas, lista o registro de ouro e também contabiliza gados, cavalos e pessoas e negociante coma as seus respectivos números de Carta de Guia. Há também a relação de pessoas que compunham o grupo que passa pela vila em direção ao recôncavo baiano, Jacobina, Goiás e Minas Gerais.

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MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Bahia século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, pgs. 104- 114

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ALMEIDA, Kátia L. N. Alforrias em Rio de Contas, Bahia - Século XIX. Salvador: Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade Federal da Bahia, 2006, pgs. 02-06.

Segundo Kátia Lorena “Quanto maior a presença dos cativos brasileiros, maior o crescimento natural e mais equilibrada a razão da masculinidade” 96.

De acordo com esses números, na primeira metade do século XIX, essa população apresentava uma razão de 138 homens para 100 mulheres, demonstrando uma presença mais significativa de escravos nascidos no Brasil dentro do Alto Sertão, nos apontando mudanças em relação às estimativas populacionais se compararmos com os dados do século XVIII. Um número não quase equivalente entre homens e mulheres, pode relacionar-se também ao fato de que o século XIX, marcou para a Vila das Minas um período de oscilações econômicas constantes, devido tanto ao declínio da produção aurífera, quanto à migração intensa para as Lavras Diamantinas e para regiões mais prósperas. Esses fatores acabaram por dar à reprodução natural de cativos, uma saída para não depender do tão disputado tráfico de escravos.

O alto preço de mão-de-obra masculina e a sua pequena demanda para comercialização nas Lavras Diamantinas, também pode ser considerado como fator de diminuição no número de homens e aumento o número de mulheres. Tal conjuntura corroborou para uma queda na aquisição da mão-de-obra masculina e africana, então mais cara. Pelos processos-crime da década de 30 do oitocentos podemos afirmar que há um grande número de população escrava concentrando nas áreas rurais e no núcleo citadino, um número maior de homens livres em função de uma participação mais constantes desses nas pequenas relações de comércio que se davam na vila e nos seus arredores.

Em relação ao sexo, de acordo com os índices construídos por Kátia Lorena, durante o século XIX, o número de mulheres alforriadas era quase sempre maior que os homens, fato esse decorrente ou do valor de mercado das mulheres, ou pelas relações de parentela destas com os seus familiares forros ou pelos laços afetivos com os seus senhores e senhoras97.

O livro de matrícula de escravos é uma importante fonte para identificarmos o número de escravos e os maiores proprietários dentro de Rio de Contas e suas cercanias em meados do século XVIII. Essa fonte, que faz parte da estrutura de posse dos escravos, nos permitiu identificar um pouco da demografia deste segmento social em

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MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Bahia século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, pg. 104 a 114

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ALMEIDA, Kátia L. N. Alforrias em Rio de Contas, Bahia - Século XIX. Salvador: Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da Bahia, 2006, pgs. 02-06.

meados do setecentos. O registro de matrícula, documentação rara e, no caso de Rio de Contas, incompleta aponta para um número significativo de cativos sendo o total referente aos anos de 1748 e 1749 de 948 escravos sendo 666 homens e 167 mulheres e 117 meninos com idade até 17 anos. Esses dados nos oferecer uma estimativa populacional se pensarmos, que a população escrava representava um coeficiente de 70% do total de almas em Rio de Contas98. Considerando esse percentual, podemos chegar a aproximadamente 284 pessoas entre livres pobres, forros e proprietários.

Livres ou escravos, negros e mulatos representavam mais de 2/3 da população total. Todas as informações fixam o percentual de brancos em cerca de 1/3 dos habitantes do século XVIII. O recenseamento de 1775 coincide, nesse aspecto, com os do nosso próprio século, que estimam a existência de 36% brancos e 64% negros e mulatos. Todavia, no início do século XIX o percentual de brancos teria baixado para menos de 1/4.99

De acordo com os percentuais obtidos por Kátia Mattoso, a população na Bahia aumentou de forma acelerada e constante, mas distribuíndo de forma muito desigual. Segundo dados recolhidos pelos censos no início do oitocentos a população mulata e negra aumentou em relação aos brancos. O número de escravos aumentou de forma considerável na Bahia devido ao surto açucareiro nos finais do século XVIII 100.

As estimativas que tomam como ponto de partida a população escrava são menos complexas de serem coletadas, em função de uma gama documental que indica o valor patrimonial dos escravos, sexo e origem. Os inventários, cartas de alforria e livros de matrícula representam fontes mais disponíveis nos arquivos e que vem facilitando a construção dos levantamentos relacionados à demografia escrava.

Elaborar índices populacionais dos homens livres nos expõe aos erros pela falta de documentação que os represente e às suas ações, pois estes estão inseridos no universo confuso da desclassificação social. Como o alvo deste trabalho é delinear os caminhos da sobrevivência percorridos por estes, deixamos às estatísticas sobre a escravidão transitar em espaço limitado de discussão, mas permitindo que estas sejam pontos de referências para as nossas estimativas populacionais.

De acordo com o Livro de Matrícula e dos poucos registros de batismo referentes aos anos de 1748 e 1749, temos um total populacional dentro da vila e suas cercanias no século XVIII de aproximadamente 1.200 almas. Sendo 948 escravos entre homens e

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AMRC. Livro de Matrícula Segunda dos anos de 1748 e 1749. Folha 06 99

MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Bahia século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, pg. 86. 100

Idem, pg. 86.

mulheres de diferentes nações e aproximadamente 284 homens livres entre estes, uma pequena parcela de proprietários e pequenos comerciantes, sendo provavelmente o componente maior de livres pobres.

Esses dados tendem a se transformar quando partimos para o século XIX, pois este século apresenta uma progressão demográfica constante, principalmente na comarca de Jacobina que compreendia boa parte do sertão que experimentou um crescimento de 2.933%101. Um crescimento muito maior se comparado à comarca da Bahia que obteve um crescimento de 566%. Isso pode relacionar-se às descobertas de diamante e ouro nas Lavras Diamantinas e aos surtos de cólera-morbus102 como fatores que contribuíram para provocar fortes movimentos migratórios para o interior da província.

Logo que o ouro tornou-se negócio próspero, pelos idos de 1745, na Vila das Minas de Rio de Contas e suas freguesias, viu-se multiplicar a sua população formada por escravos, proprietários, comerciantes, artesãos, clérigos, boticários, mas, também, de gente ávida por abastança, assim como uma massa flutuante sem profissão que enxergava nessas vilas ricas de minérios, lugar ideal para transformar a sua miserável condição de pobreza.

Como a quantidade de escravos acabava por representar a força econômica dos proprietários identificamos alguns donos de escravos nos setecentos. Esses proprietários eram moradores de áreas onde a mineração prosperava onde, portanto, a força da mão- de-obra escrava era mais necessária.

O Alto Sertão, assim como boa parte do Império do Brasil, teve o seu povoamento ligado aos senhores proprietários de terras e de poder político. Esse segmento social se beneficiou, como já dito anteriormente, das doações de terras pelo regime de sesmarias, e acabaram se apropriando de grandes dimensões territoriais. Junto com os latifúndios, o poder de cada senhor era também medido pelo número de escravos que possuía103.

De acordo com os dados computados no Livro de Matrícula primeira e segunda dos anos de 1748 e 1749, os maiores proprietários de escravos na Vila das Minas do Rio das Contas eram, em geral, moradores e possuíam patentes ou clérigos. Destacamos entre os muitos proprietários encontrados nos livros, tenente Antônio de Almeyda Pinna (15 escravos), Jorge de Brito (21 escravos), Luiz Alvarez de Souza (15 escravos), Joanna da Silva Lemos (18 escravos), padre Francisco da Silva Mesquita (21 escravos),

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MATTOSO, MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Bahia século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, pgs. 88-91.

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Idem, pgs. 88-91. 103

NEVES, Erivaldo Fagundes. Da Sesmaria ao Minifúndio. Salvador: EDUFBA, 1998, pgs. 51-55.

padre José João de Faria Lobo (16 escravos), Manoel Cardozo Pereira (66 escravos), padre Francisco da Silva Mesquita (20 escravos), capitão Antonio de Brito (54 escravos), capitão José de Almeida (17 escravos), José de Brito (20 escravos), Luis Mendes Lobo (20 escravos), tenente Antonio de Almeyda Pinna (14 escravos na segunda matrícula). Podemos identificar nesses dados um número reduzido de mulheres proprietárias de escravos e um alto número de escravos do sexo masculino, o que nos revela a presença limitada da mulher dentro do sistema produtivo e a preferência por escravos homens para as tarefas demandadas pela mineração, como já explicitado.

Ocorreu provavelmente, no século XIX, uma reorientação econômica gerada pela crise mineradora o que levou a vila a posicionar-se no setor produtivo da subsistência, que, longe de ser insignificante, propiciou a comunicação da Vila das Minas do Rio de Contas com outras comarcas mais próximas. É o que nos leva a crer pelo número relativamente alto de escravos na vila e suas cercanias até, aproximadamente, meados do oitocentos.

A postura de 1844104 demonstra, ainda, a existência de uma vida comercial ativa ao observarmos nas cláusulas posturais referentes às proibições, uma preocupação com a organização das feiras e do movimentado citadino de quem por lá pousava, e seguia rumo à outras paragens mais prósperas economicamente como, por exemplo, as Lavras Diamantinas de Lençóis, Andaraí e Mucugê.

A falta de censos populacionais para a Vila das Minas no setecentos nos obrigou a recolher também dados contidos nos depoimentos dos viajantes que passaram pelo Alto Sertão da Bahia durante o século XIX. Em função da escassez de fontes que nos indiquem de forma mais precisa um perfil populacional dos homens livres e escravos em Rio de Contas, recorremos às descrições dos viajantes, onde, nas suas observações, podemos encontrar características econômicas locais, população e descrições físicas que possibilitaram algumas reflexões sobre o período.

As descrições dos viajantes foram importantes fontes para identificarmos o perfil econômico e o crescimento populacional da vila das Minas do Rio de Contas durante o século XIX. Podemos perceber, pelos dados demográficos dos viajantes, que o pequeno crescimento populacional se comparado a outras regiões baianas esteve cativo às questões relacionadas não só a crise mineradora, como também à permanência de uma policultura e a criação de gado limitado pelas estiagens prolongadas na região.

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AMRC. Registro de postura da Câmara Municipal da Villa das Minas de Rio de Contas aprovado pela lei da Província em 10 de maio de 1844.

Spix e Martius, naturalistas que visitaram a região em 1818, relataram que, ao chegar à vila, esta, possuía no seu entorno, algumas propriedades que se dedicam timidamente à pecuária e ao plantio de algodão. Esse foi o momento em se acentuou a crise mineradora, justificada pela escassez de recursos técnicos para exploração do ouro. Os viajantes fizeram referências a pequenos comércios de artefatos de couro e outros afazeres ligados à ourivesaria que foram entrecortados pelas descrições da flora e perfil físico local, principal objeto de investigação desses viajantes.

No decorrer dessas descrições encontramos um cálculo populacional estimado por Spix e Martius de 900 habitantes na vila e em toda a sua diocese de Jacobina até a Vila das Minas de Rio de Contas de 9.000 almas. É provável que estes viajantes tenham se utilizado de fontes eclesiásticas para tal computação.

Portanto pelas análises de censos populacionais da Bahia feitas por Kátia Mattoso, as incertezas quanto a esses dados são grandes. Spix e Martius chamam a atenção, ainda, para a importância de um comércio local significativo, mas para uma agricultura pouco favorecida pelo clima seco, demonstrando ser esta região uma paragem afeita às intempéries climáticas cíclicas relacionadas às estiagens prolongadas.

Ao saírem da vila para os seus arredores, os viajantes passaram a ditar contrastes entre a urbanidade e certo desenvolvimento da Vila com a miséria das habitações e as condições de vida dos que ali viviam em seu entorno e que se alimentam de caules, palmeiras105 e pão seco.

Precisar um povo de um país de riqueza tão exuberante recorrer a tais expedientes, para subsistir, nos parecia incrível, se não houvéssemos visto a miséria em que geralmente vive a gente nesta região do sertão (...). Uma palhoça imunda, tendo em volta uns pés de bananeira descuidados, uma roça de feijão e mandioca, um rebanho de gado e alguns cavalos magros, que devem buscar para eles próprios a subsistência, eis a mais alta aspiração desses matutos. 106

Essa descrição desdenhosa é, comparada às condições dos sertanejos das comarcas das Gerais, segundo eles, mais desenvolvidas e em melhores condições econômicas. A exposição desses viajantes sobre as condições dos sertanejos locais acabou por reafirmar a importância de uma economia de subsistência, que poderia não absorver a

105

Esses hábitos alimentares persistiram até os dias de hoje. O cortado de palma ainda é consumido pelos habitantes da Chapada Diamantina e é uma das referências importantes da culinária regional. No Capão, distrito da cidade de Palmeiras na Bahia a utilização do caule da jaca também é importante alimento substituindo, inclusive, a carne de boi (grifos meus).

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SPIX e MARTIUS. Viagem pelo Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1976, pg. 117

crise, mas que amparava, de forma modesta e oscilante, um abastecimento local de leite, carne, frutas e outros gêneros de primeira necessidade.

Podemos acrescentar a esse aspecto, a manutenção da pequena propriedade policultora que poderia ter absorvido a mão-de-obra livre, disponível e mal remunerada a ser utilizada nessas propriedades. Essa região durante o século XIX esteve predisposta às estiagens, que, se localizaram nos anos de 1830, 1860 e 1890 criando problemas para o abastecimento local que provocou a fome, e gerou um excedente de mão-de-obra livre, criando condições para uma migração populacional intensa em direção a outras regiões de economia menos instável (ver Mapa 03,pg.30).

De 1857 para 1861 a fome promoveu um movimento migratório intenso para a região do Vale do Paranaíba, fruto da expansão do café. Nesse período identificamos uma escassez de espaços oportunizantes de trabalho e uma conseqüente situação de miséria para os homens pobres e livres do Alto Sertão da Bahia107.

Na década de 70 do século XIX o perfil populacional da região mudou pouco. Para Theodoro Sampaio, que descreveu em seu diário as suas viagens pela região que vai das margens do São Francisco até a Chapada Diamantina, nessa década, o governo provincial pretendeu impulsionar um movimento migratório para as localidades mais distantes e pouco povoadas do sertão baiano, e este parece ser o caso da Vila de Rio de Contas, por isso dedicou parte das suas anotações à este município. Nas descrições que fez, Theodoro Sampaio tratou o ouro como uma coisa distante e longínqua e que dessa época só restou a arquitetura imponente. A vila, entretanto, não tinha mais que trezentos prédios e sua população talvez não atingisse a marca de 2000 almas.108

Lançando olhares para as descrições dos viajantes, podemos observar que o relato de Durval Aguiar, realizado na durante os anos oitenta do século XIX, revela uma vila ainda presa à uma economia ligada a um comércio diminuto de secos e molhados, e que demonstra um desânimo justificado pela crise mineradora que se abateu sobre a vila desde fins do século passado, com um orçamento anual orçado em 4:276$904.

A sua população, foi avaliada a partir dos censos eclesiásticos, demonstrando um crescimento pequeno em relação à sede da Vila, que somava no total, 7.911 habitantes e, o restante espalhado pelos seus arredores, o que pode estar relacionado ao desenvolvimento de uma economia baseada na criação de gado e policultura baseada na produção de arroz, café, cana e frutas que atendia às demandas locais.

107

NEVES, Erivaldo F. Sertanejos que se venderam. Revista Afro-Ásia, 2001, pgs. 239-240. 108

SAMPAIO, op. Cit, pgs .115-121.

A hostilidade do meio físico e a falta de uma economia estável que promovesse a prosperidade agrícola justificaram a estagnação dessa região, que apesar de sobreviverem através da policultura de subsistência, reteve parte da sua população e viveu sempre se esgueirando das condições oscilantes de sobrevivência. Nos auto- crimes é possível notar que contrair dívidas, roubar, invadir a propriedade alheia, eram artifícios para burlar uma condição social difícil e, por vezes, miserável.

CAPÍTULO II