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Perfil do Profissional de Serviço Social inserido na Política de Educação em Aracaju/SE

CAPÍTULO III – EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NA

3.1 Perfil do Profissional de Serviço Social inserido na Política de Educação em Aracaju/SE

Além de ter se identificado o fato de o assistente social que trabalha na educação ser, em sua totalidade ser do sexo feminino, a pesquisa levantou o perfil destes com idade entre 24 e 61 anos, e com maioria perfazendo renda mensal entre 3 e 4 salários mínimos (de R$ 2034,00 à R$ 2712,00)48, como mostram os gráficos 01 e 02 (página seguinte)

No que diz respeito ao sexo, tal incidência aponta para duas vertentes. A primeira corrobora com a particularidade feminina da profissão de assistente social, incorporando assim à profissão vários atributos “destinados” a mulher, como pontua Iamamoto (2008, p. 447):

o que faz da questão da mulher (ou de gênero) determinantes-chaves para decifrar o trabalho do assistente social: o mercado e as condições de trabalho, a efetivação das competências e atribuições profissionais, a imagem social da profissão e os dilemas da identidade profissional.

48 À época da coleta de dados da presente pesquisa (maio a setembro de 2013) o valor estabelecido para o salário mínimo é de R$ 678,00 (seiscentos e setenta e oito reais).

Gráfico 01

Renda Mensal Individual das assistentes sociais da educação em Aracaju/SE 2013

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados.

A outra vertente que se pode apontar em relação ao sexo condiz com o fato de que, na área de educação, de uma forma geral, predomina o trabalho feminino, no sentido de atuar sobre a esfera da reprodução social imprimindo valores pertinentes a tal gênero. Em relação à renda mensal proveniente da instituição em que trabalha, juntando os valores referentes às categorias mais incidentes, isto é, de 3 e 4 salários mínimos (de R$ 2.034,00 à R$ 2.712,00) e 5 e 6 salários (R$ 3.390, 00 à R$ 4.068,00), assistentes sociais que trabalham na educação perfazem remuneração que garante o atendimento das condições mínimas de sobrevivência (Gráfico 01), visto que, de acordo com pesquisa realizada pelo DIEESE49, o salário mínimo necessário para os meses de agosto e setembro de 2013 (mês da aplicação dos formulários) seria de R$ 2.685,47 e R$ 2.621,70, respectivamente.

Conforme pesquisa do CFESS (2005, p. 31), a renda total na área de Serviço Social apresenta-se com maior expressão na faixa de 4 a 6 SM, seguidas das de 7 a 9 SM, mais de 9 SM e até 3 SM. Assim, os dados encontrados para os assistentes sociais que trabalham na educação em Aracaju, seguem a tendência nacional de remuneração do profissional.

Todavia, nem todas essas faixas salariais encontradas nesta pesquisa imputam reconhecimento financeiro para um profissional de nível superior, como é o caso do assistente social. Segundo DIEESE, a média dos pisos salariais para profissionais de nível superior em 2012 ficou em R$ 1.679,4950, e foram encontrados profissionais de Serviço Social na área de

49 Salário mínimo nominal e salário mínimo necessário Janeiro de 2005 a Fevereiro de 2013. Disponível em:

http://meusalario.uol.com.br/main/salario-e-renda/salario-minimo-nominal-x-salario-minimo necessario

50 Balanço dos pisos salariais negociados em 2012. Estudos e pesquisas N° 67 – julho de 2013. Disponível em http://www.dieese.org.br/balancodospisos/2012/estPesq67BalPisos2012.pdf. Acesso em 29 de outubro de 2013.

educação que recebem de 1 a 2 salários (R$ 678,00 a R$ 1356,00) ou que exercem trabalho voluntário. Apesar de não ser a maioria, tais dados apontam um quantitativo que não deve ser desconsiderado, visto que tal remuneração não garante condições dignas de sobrevivência e nem o reconhecimento de um profissional de nível superior. Vale observar que boa parte dos que perfazem tal faixa salarial têm carga horária de 20 horas semanais e/ou pouco tempo de trabalho na instituição. Ademais, está em tramitação na Câmara dos Deputados o projeto de lei N.º 5257/2009 que institui o piso salarial de R$ 3.700,00 para o assistente social, ou seja, um valor mínimo de remuneração para a profissão, ao tempo em que tenta minimizar uma desvalorização salarial.

Quanto à faixa etária, visualiza-se que a maioria das profissionais possuem idade entre 36 e 50 anos e as demais se distribuem em faixas etárias diversas (Gráfico 02), com quantidades próximas ou iguais, sendo a menor prevalência na faixa etária até 25 anos. Resgatando os dados da pesquisa realizada pelo CFESS, em 2005, no quesito idade, na qual a faixa etária que prevaleceu foi de 35 a 44 anos, pode-se afirmar que a realidade de Aracaju acompanha a tendência nacional.

Gráfico 02

Faixas de idade das assistentes sociais da educação em Aracaju/SE 2013

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados.

Verifica-se pelo tempo de formação das profissionais (Gráfico 03), que a maioria situa-se historicamente no período de reformulação curricular implementado pela ABEPSS a partir de 1996. Com expressões menores e iguais, estão as que são fruto da reformulação curricular de 1982 e as formadas no currículo anterior a este. Infere-se então que a maioria dos assistentes sociais da área de educação inseriu-se em uma formação que preconizava

bases críticas de entendimento e análise da sociedade e da profissão, dadas as particularidades e superações de cada momento histórico desse processo.

Gráfico 03

Tempo de formação das assistentes sociais da educação, em Aracaju/SE

2013

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados.

Independentemente dos distintos tempos de formação encontrados nas respostas, percebe-se que os profissionais de Serviço Social da educação buscam a qualificação (11 profissionais), como denota o Gráfico 04, com maiores incidências nos níveis de especialização e mestrado (5 profissionais em ambas), além da capacitação permanente também ser efetivada (100%), como preconiza os princípios éticos profissionais no intuito de prestar um atendimento de qualidade aos usuários.

Quando se pergunta sobre as áreas da qualificação (Gráfico 05) registram-se as relacionadas à Educação, Direito, Sociologia, Saúde, Serviço Social, Psicopedagogia, Meio Ambiente, políticas sociais, entre outras. E referente às capacitações vinculadas à área tem-se as que pautam a educação, criança e adolescentes, drogas, assistência social, saúde mental, Língua Brasileira de Sinais e participações em eventos e palestras promovidos por instituições de ensino, instâncias de controle social e entidades da categoria. Em relação a capacitações que não possuem vinculação direta com a profissão e/ou com a área de educação encontram- se informática, língua estrangeira, e rotinas administrativas.

Gráfico 04

Qualificação profissional da amostra 2013

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados.

Gráfico 05

Capacitações realizadas pelas assistentes sociais da educação, em Aracaju/SE 2013

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados.