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a performance das ginastas na execução do mortal engrupado à retaguarda no solo

Utilizando o softwear Statistical Package for Social Sciences (SPSS) – versão 17.0, foi realizada uma correlação de Pearson entre a nota atribuída a cada ginasta e os resultados obtidos no teste de impulsão vertical “Squat Jump”. Correlations SJ Mortal SJ Pearson Correlation 1 ,290 Sig. (2-tailed) ,336 N 13 13

Mortal Pearson Correlation ,290 1

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N 13 13

A média das notas atribuídas pelos juízes e a força explosiva dos membros inferiores não apresentam correlações estatisticamente significativas, nem tendem a correlacionar-se tanto positiva como negativamente.

Parece, deste modo, que os valores de força explosiva da avaliação dinâmica efectuada, não têm relação ou influência na qualidade do mortal engrupado à retaguarda no solo.

Este facto leva-nos a acreditar na possibilidade de que as forças principais e responsáveis pela qualidade do elemento gímnico podem ser de outra natureza.

Ou seja, a dedução que podemos recolher é que a componente técnica do mortal engrupado à retaguarda no solo parece ter um papel dominante, não sendo decisiva a componente de força estudada dos indivíduos.

36 Porém, o movimento utilizado na avaliação dinâmica não corresponde, na íntegra, à execução do elemento avaliado.

Como percebemos ao longo deste trabalho, está provado por muitos autores que a força muscular é uma capacidade condicional fundamental e imprescindível para a obtenção de níveis superiores de rendimento. O aumento do rendimento em quase todas as disciplinas desportivas depende do desenvolvimento da capacidade motora força. De um modo geral, ela é um factor primordial na prestação motora do praticante, contribuindo para o seu desenvolvimento físico harmonioso, promovendo condições de saúde e bem- estar e para o incremento das suas habilidades técnicas. (Guila, 2001) cit. por Ana Faro (1995).

É impensável, nos dias de hoje, proceder à organização da preparação dos jovens sem que o treino da força esteja contemplado no plano de formação a curto, médio e a longo prazo. Desta forma, o treino de força específica deve corresponder às exigências dos ginastas.

Torna-se necessário desenvolver níveis de força específica para lá dos elementos, das combinações, das partes ou de rotinas completas. Muitos movimentos da ginástica têm uma larga componente de força, mas separá-la do próprio movimento é um pouco arbitrário (George, 1980; Hullner, 1989; Chu, 1994) cit. por Arkaev (2003).

Na prática, quanto mais coordenados os sujeitos, menos força necessitam para realizar os elementos técnicos. Baker (1994) cit. García (1999) demonstrou-nos que o treino da força máxima não se correlaciona significativamente com as modificações da execução no salto.

Legan et aI. (1984) cit. García (1999) chegaram, também, às mesmas conclusões depois de 24 semanas de treino de agachamento com cargas elevadas, que o aumento da forca máxima não era acompanhado pelas melhorias na performance.

Hatze (1998), aponta que o salto é uma acção multi-articular e, como tal, não só exige a produção de força, mas também uma grande potência e coordenação. No entanto, é essencial realçar a importância da relação da força máxima que é desenvolvida, para melhorar a explosão do salto. Neste contexto, o treino pliométrico tem sido o mais recomendado para a melhoria do salto. Major (1996) referiu que com força insuficiente o ginasta aprende o

37 elemento com uma técnica, para mais tarde, quanto tiver aumentado os seus níveis de força, reaprende-lo. Por isso, os treinadores devem proceder com muito cuidado quando acrescentam pesos aos movimentos se o fim atingir a qualidade de execução nos elementos específicos da modalidade.

Acrescentar resistência a movimentos desportivos, em alguns casos, pode ser apropriado, mas para destrezas eminentemente técnicas e especificas pode não ser uma boa ideia. Os pesos alteram consideravelmente a distribuição da massa no atleta modificando o padrão do movimento, ou seja, pode alterar os “timmings” de execução, as referências espaço-temporais, a diferenciação cinestésica, entre outros aspectos coordenativos que o indivíduo possui e que parecem ser responsáveis pela performance, Siff (2000) cit. Sands et al (2003), como parece mostrar o nosso trabalho.

Em complemento, Readhead (s.d.) defende que em ginástica se deve aproveitar o peso do próprio corpo como elemento de resistência para melhorar a preparação física do atleta. Com esta técnica, diz o mesmo autor que se podem fazer exercícios preparatórios que se pareçam com os exercícios gímnicos que o ginasta vai ter de executar. Assim, é possível que a força e a consciência do próprio corpo se desenvolvam em simultâneo, de forma natural.

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6. CONCLUSÕES

As conclusões que retiramos deste estudo foram:

A média das notas atribuídas pelos juízes e a força explosiva dos membros inferiores não apresentam correlações estatisticamente significativas, nem tendem a correlacionar-se tanto positiva como negativamente.

Os valores de força explosiva da avaliação dinâmica efectuada, não parecem ter relação ou influência na qualidade do mortal engrupado à retaguarda no solo.

A performance das atletas no mortal engrupado à retaguarda não está correlacionada nem com os anos de prática, nem com os dias de treino por semana e nem com as horas de treino semanal.

Este facto leva-nos a acreditar na possibilidade de que as forças principais e responsáveis pela qualidade do elemento gímnico podem ser de outra natureza que não as estudadas.

A componente técnica do mortal engrupado à retaguarda no solo parece ter um papel preponderante, não sendo decisiva a componente de força estudada dos indivíduos.

Concluímos desta forma que, apesar dos resultados obtidos, o treino de força não deverá ser descortinado no treino de alto rendimento, pois em alto rendimento todas as variáveis devem ser consideradas, uma vez que uma décima poderá definir um primeiro lugar.

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