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Influência da força explosiva na execuçãodo mortal à rectaguarda

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Academic year: 2021

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(1)Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Rita Silva Gonçalves. Porto, 2009.

(2) Gonçalves, R. (2009). Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Monografia de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto..

(3) AGRADECIMENTOS. Ao meu orientador Prof. Doutor Carlos Araújo; Ao Prof. Eduardo Oliveira pela sua disponibilidade; Ao Sport Club do Porto e às suas ginastas; Ao Ginásio Clube da Maia e às suas ginastas; A todos os que contribuíram directa ou indirectamente para a realização deste trabalho; A todos os meus amigos que nas horas mais difíceis manifestaram sempre o seu apoio;. A todos o meu muito obrigada.. III.

(4) ÍNDICE GERAL. Agradecimentos …………………………………………………………………………... III. Índice Geral ……………………………………………………………………………….... IV. Índice de Quadros ……………………………………………………………………….... V. Índice de Figuras ………………………………………………………………………….. VI. Resumo ……………………………………………………………………………………... VII. 1. Introdução ……………………………………………………………………………. 1. 2. Revisão da Literatura ………………………………………………………………. 4. 2.1. Conceito de Força. 4. 2.2. Formas de Manifestação da Força Muscular. 7. 2.3. Factores Susceptíveis de Influenciar a Força Muscular. 10. 2.4. Avaliação dos Índices Físicos. 17. 2.5. As Relações entre a Força e a Performance. 18. 2.6. Descrição do Salto Mortal Engrupado à Retaguarda no Solo. 20. 3. Objectivos …………………………………………………….................................. 25. 4. Material e Métodos …………………………………............................................. 27. 4.1. Caracterização da Amostra. 28. 4.2. Procedimentos de Avaliação. 29. 4.3. Procedimentos Estatísticos. 30. 5. Apresentação e Discussão dos Resultados ………………………….............. 31. 6. Conclusões …………………………………………………………………………………... 38. 8. Bibliografia ………………………………………………………………………………….... 40. IV.

(5) ÍNDICE DE QUADROS. Quadro 1.. Dados gerais da amostra. 28. Quadro 2.. Dados da avaliação da impulsão vertical (Squat Jump). 32. Quadro 3.. Dados da avaliação da execução do mortal engrupado à retaguarda no solo.. 34. Quadro 4.. Relação entre a força explosiva dos MI e a performance das ginastas.. 35. V.

(6) ÍNDICE DE FIGURAS. Figura 1:. Factores susceptíveis de influenciar a força muscular.. 10. (Adaptado de Santos, 2006). Figura 2:. Tipos de contracção muscular. (Adaptado de Santos, 2006).. 15. Figura 3:. Mortal engrupado à retaguarda. (Adaptado de Araújo, 2004).. 20. Figura 4:. Teste de impulsão vertical “Squat Jump” (Adaptado de Bosco, 1994).. 29. VI.

(7) RESUMO. Este trabalho teve por objectivo analisar a relação entre os valores de força explosiva e os níveis de performance em Ginástica Artística Feminina. De acordo com alguns autores, devem ser determinadas e quantificadas as componentes críticas ou variáveis de execução para cada gesto técnico, antes de ser estabelecido qualquer processo de treino (Sands, 2003; French et al, 2004; MaDougall et al, 1995). A nossa amostra foi constituída por treze ginastas femininos de idades compreendidas entre os sete e os doze anos. As ginastas realizaram o teste de impulsão vertical - Squat Jump, na plataforma de Bosco, para avaliar a força explosiva dos membros inferiores. Realizaram, também, o mortal engrupado à retaguarda no solo, sendo posteriormente avaliado e classificado por juízes, com uma nota compreendida entre um e cinco. De seguida analisamos a influência da força explosiva na execução do elemento em estudo. Concluímos que os valores de força explosiva da avaliação dinâmica efectuada, não parecem ter relação ou influência na qualidade do mortal engrupado à retaguarda no solo. Este facto leva-nos a acreditar na possibilidade de que as forças principais e responsáveis pela qualidade do elemento gímnico podem ser de outra natureza que não as estudadas. A componente técnica do mortal engrupado à retaguarda no solo parece ter um papel preponderante, não sendo decisiva a componente de força estudada dos indivíduos.. VII.

(8) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. INTRODUÇÃO. 1 1.

(9) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 1. INTRODUÇÃO. A ginástica é uma das modalidades olímpicas mais antigas. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) foi fundada em Liége, na Bélgica, no ano 1881 e a competição nesta modalidade foi incluída nos Jogos Olímpicos de Atenas no ano de 1896. A partir dessa data, o interesse e participação na Ginástica foi aumentando e em relativamente pouco tempo, os níveis de dificuldade aumentaram intensamente, bem como a qualidade da performance e das cargas de treino, sem as quais os níveis de dificuldade não se poderiam alargar. A ginástica pertence a um grupo de desportos que contêm uma estrutura cinemática estabilizada sob uma complicada coordenação de acções realizadas sob determinadas condições. Como nos refere Araújo (2002), a ginástica artística é uma modalidade muito complexa, não só pela movimentação diferenciada, exigida pelo englobar dos diferentes aparelhos, mas também pelos níveis elevados colocados na execução. Todos os movimentos têm de ser muito precisos e correctos no tempo e no espaço. (Arkaev e Suchilin, 2003). Podemos até dizer que a ginástica presenteia a perfeição e para isto torna-se,. então,. necessário. que. os. ginastas estejam. bem. física. e. psicologicamente. A importância da força dentro do factor físico tem vindo a ser evidenciada ao longo dos anos na literatura (Carrasco,1980; Faro, 1984; Miller, 1992; Nelson et al., 1985; Shmidt, 1980; Singh et al., 1985; Smith, 1982) cit. Faro (1995). A força muscular sendo um dos factores determinantes na execução dos gestos técnicos, é essencial nas aprendizagens mas também na expressão competitiva ao mais alto nível (Araújo e Marques, 1995). Por conseguinte, parece-nos muito importante estudar as formas de expressão e sua manifestação, os métodos para a sua avaliação e a relação dos valores obtidos com a qualidade dos elementos demonstrados na prática gímnica. O sistema de referências caracterizado por uma acção muscular principal, ordena em grandes conjuntos uma variedade de elementos técnicos. 2.

(10) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Na prática, a insuficiência muscular de apenas uma destas acções principais, conduzem à impossibilidade ou imperfeição na realização de toda uma gama de elementos técnicos (Carrasco 1984, cit. Tous 2002). Daqui se deduz, que a preparação física especifica tem um interesse capital no processo de treino dos ginastas e que está na base da construção de um reportório motor rico em termos gímnicos. Encontramos alguns estudos que apresentam a força como uma componente fundamental na execução de gestos técnicos. As conclusões desses estudos revelam que devem ser determinadas e quantificadas para cada gesto técnico, as suas componentes críticas ou variáveis de execução, antes. de. ser. estabelecido. qualquer. processo. de. treino.. Assim,. o. desenvolvimento técnico assume um papel primordial da essência da modalidade. A compreensão destes factores e da forma como se interrelacionam, permitem-nos, de algum modo, caracterizar a modalidade e apontar tendências evolutivas que fundamentem teoricamente a actuação dos treinadores, nomeadamente nas suas tomadas de decisão no processo de treino. Apesar da importância da força na execução dos movimentos em Ginástica Artística Feminina (GAF), não foram efectuados muitos estudos que a determinem e expliquem com exactidão. A maioria dos trabalhos elaborados nesta área determinam a relação da força com a performance de um modo indirecto (cit. Faro 1995). Para o nosso trabalho, debruçamo-nos nas performances de ginastas femininos com idades compreendidas entre os 7 e os 12 anos. O objectivo é analisar a relação entre os valores da força explosiva dos membros inferiores e os níveis de performance das ginastas na execução do mortal à retaguarda engrupado no solo. Pensamos, desta forma, contribuir com alguns dados úteis para a planificação e tomada de decisão ao nível da especificidade do elemento em causa, para este escalão etário (7-12 anos).. 3.

(11) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. REVISÃO DA LITERATURA. 2 4.

(12) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 2. REVISÃO DA LITERATURA. 2.1. Conceito de Força Uma definição precisa de força levanta à partida algumas dificuldades, pela interacção de múltiplos factores de ordem física e psicológica que coexistem com os factores do rendimento desportivo (Weineck, 1992). São muitos os autores que apresentam definições de força e confrontam-nos com a necessidade de distinguir a força como magnitude física, de acordo com a perspectiva mecanicista e como pressuposto para a realização dos movimentos desportivos (Ehlenz, 1990; Letzelter y Letzelter, 1990; Harre 1994; Barbanti, 1996). Se entendermos a força como característica mecânica do movimento ela é toda a causa capaz de modificar o estado de repouso ou de movimento de um corpo, traduzido por um vector. Segundo a 2ª lei de Newton, é o produto da massa pela sua aceleração: F=m.a. Se este conceito se referir ao movimento desportivo podem distinguir-se as forças internas produzidas pelos músculos, ligamentos e tendões, que ao serem transmitidas ao sistema ósseo, permitem a oposição ou superação das resistências (Carvalho, 1987; Hartmann e Tunnemann, 1995), e as forças externas que agem externamente ao corpo humano, tais como a gravidade, o atrito, a oposição de um adversário, a inércia, etc (Carvalho, 1987; Hartmann e Tunnemann, 1995; Barbanti, 1996; Mil-Homens,2000). É importante destacar que o conceito de força muscular no ser humano escapa à esfera puramente mecânica, pois depende de uma série de aspectos coordenativos, muito influenciados pelas características neurais inerentes ao movimento humano (Monteiro, 1999). Farinatti e Monteiro (1992), revendo este aspecto, referem que não se pode simplesmente transpor o conceito mecânico de força para o âmbito das tarefas motoras, pois, muitas vezes, a força aplicada não depende apenas da aceleração mas também de factores como o grau de estiramento inicial da musculatura ou de sincronização neuromuscular. 5.

(13) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. De uma forma simples, vários autores, definem a força como a capacidade de deslocar uma massa, vencer ou opor-se a uma resistência através da actividade. Segundo Barbanti (1929), “força é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo factores mecânicos e fisiológicos que determinam a força em algum movimento particular”. Harman (1993 cit. Badillo e Ayestarán 1995) descreve a força como a habilidade para gerar tensão segundo determinadas condições definidas pela posição do corpo, o movimento em que se aplica a força, o tipo de activação e a velocidade de movimento. Para Tubino (1985), “a força é a qualidade física que permite um músculo ou um grupo muscular produzir tensão e vencer uma resistência na acção de empurrar, tracionar ou elevar”. Guedes (1997) define força muscular como “a capacidade de exercer tensão muscular contra uma determinada resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma”. Em 1994, Bompa define-a como uma capacidade neuromuscular que actua no sentido de vencer uma resistência externa e interna. Pode, também, ser definida como a capacidade de vencer uma determinada resistência ou de a neutralizar através da geração de tensão no seio da massa muscular (Schmolnisky, 1971, cit. Massada, 1989). Para Zatsiorsky (1999), “força é a medida instantânea da inter-relação entre dois corpos. A força é caracterizada pela sua magnitude, direcção e ponto de aplicação”. Refere, ainda, a força como a “habilidade de exceder ou reagir à resistência através do esforço muscular”. Segundo Castelo et aI (2000) a força muscular e a capacidade que um músculo ou grupo muscular, tem de vencer uma dada resistência a uma dada velocidade, num determinado exercício. Meusel (1969) cit. por Carvalho (1993,15) diz que a força é a capacidade do ser humano mover uma massa (o seu próprio corpo ou um engenho desportivo) ou ainda a capacidade de superar uma resistência ou de se lhe opor através do trabalho muscular. Cari (1976) descreve a força muscular como a capacidade do ser humano vencer ou opor-se a uma resistência através da sua estrutura muscular, com base em processos metabólicos e de inervação.. 6.

(14) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Estas definições são as mais representativas daquilo que consideramos ser a força, num quadro mais restrito da actividade desportiva.. Como observamos, não existe só um conceito de força universal, isto é, o sentido da sua definição pode ser alterada consoante o contexto a que se refere.. 2.2. Formas de Manifestação da Força Muscular É importante fazer uma análise estrutural das diferentes formas de manifestação da força e dos factores que condicionam a capacidade de a produzir, para que possamos incluir na definição de força as diferentes formas de manifestação. Dadas as várias definições e as considerações conceptuais verificadas, a maioria dos autores divide essencialmente a força em três formas de manifestação: força máxima, força rápida e força de resistência (Mitra e Mogos, 1982; Vieira, 1985; Matveiev, 1986; Raposo, 1987; Weineck, 1988; Platonov, 1988; Letzelter y Letzelter, 1990; Carvalho, 1993; Hartmann e Tunnemann,. 1995;. Cunha,. 1996;. Weineck,. 1999).. Estas. diferentes. manifestações de força adquirem maior ou menor importância, consoante a actividade física ou desportiva praticada (Mitra e Mogos, 1982).. A força máxima corresponde à maior tensão que o sistema neuromuscular pode produzir numa contracção voluntária máxima (Raposo, 2005; Letzelter y Letzelter, 1990). Outros autores acrescentam a esta definição que a contracção voluntária máxima é realizada contra uma resistência inamovível (Ozolín, 1983; Hauptmann y Harre, 1987; Navarro, 1987; Schmidtbleicher, 1992). Ainda é definida por Fieck e Kraemer (1999) como a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar num padrão específico de movimento e numa determinada velocidade de movimento. Este tipo de força, segundo Weineck (1988), García (1999) e Cari (1976) é manifestado de duas formas: 7.

(15) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Estática (força máxima isométrica); Dinâmica (força máxima dinâmica).. Força máxima estática é produzida quando o sujeito realiza uma contracção voluntaria máxima contra uma resistência maior do que a força produzida (Badillo e Ayestarán, 2001), ou seja, quando a resistência é insuperável (Weineck, 1988; García, 1999). Força máxima dinâmica é a expressão máxima da força quando a resistência só pode ser deslocada uma vez, ou é deslocada ligeiramente e/ou transcorre a uma velocidade muito baixa numa fase de movimento. Um exemplo simples de manifestação de força máxima dinâmica seria a realização de uma repetição com o máximo peso possível num agachamento completo (Badillo e Ayestarán, 2001).. A força máxima que um sujeito é capaz de desenvolver, pode ainda ser representada de duas formas: Força absoluta; Força relativa.. A Força absoluta é considerada por Mitra e Mogos como a manifestação de força através de contracções musculares isotónicas (Mitra e Mogos, 1982). Representa morfologicamente todo o potencial de força de um músculo ou grupo sinergético e pode ser representada pela força máxima medida em contracções excêntricas (Buehrle, 1981). Em algumas ocasiões, a Força Absoluta é entendida como a magnitude de carga limite que o músculo não está em condições de levantar (García, 1999). A Força relativa é a força que se pode desenvolver num determinado movimento desportivo em função do peso corporal do desportista. Indica a relação da força máxima com o peso corporal, ou seja, a força produzida por unidade de peso corporal (Weineck, 1988; Matveiev, 1986 e 1991; García, 1999).. A força rápida que um sujeito e capaz de desenvolver pode ser representada pela força explosiva que é entendida como a capacidade do 8.

(16) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. sistema neuromuscular produzir o valor mais elevado de força, no menor período de tempo possível (Mil-Homens, 1998). Para outros autores a força rápida é entendida como a capacidade do sistema neuromuscular vencer resistências com uma elevada velocidade de contracção (Cerani, 1993; Harre y Hautmann, 1994; Raposo, 2005). A forca explosiva é, então, a capacidade de manter o nível inicial de força de contracção muscular para percorrer uma determinada distância ou superar uma resistência considerável (Vessis e Hatfield, 1986) cit. por Seixo (1995). Para Cervera e seus colaboradores (1996), força. explosiva. é. definida. como. a. capacidade. do. sistema. neuromuscular continuar a desenvolver, o mais rapidamente possível, a força já iniciada. Esta força depende do recrutamento e da frequência de activação das unidades motoras e características das fibras musculares envolvidas na contracção muscular. Para autores como Newton e Kraemer (1994), a força rápida é responsável pela execução de movimentos que requerem uma velocidade elevada de saída ou de impacto. Como refere García, por vezes os desportistas têm de produzir níveis altíssimos de força em períodos muito curtos de tempo. Esta variação da velocidade, que se produz nos primeiros 30 milisegundos, é denominada de gradiente de força ou força inicial. Esta velocidade inicial é a capacidade de aplicar forças, relativamente altas, logo após o início da contracção. Por exemplo: a velocidade vertical de um saltador de altura no início da subida, a velocidade de impacto de um golpe de boxe, a velocidade da bola depois de um remate, etc (García, 1999). A força de resistência é a capacidade de suportar a fadiga quando se realizam esforços musculares, que podem ser de curta, média e longa duração (Rodríguez y Yuste, 2001). Em 1999, García define-a como a capacidade de manter uma força a um nível constante durante o tempo da actividade física ou do gesto desportivo que se está a realizar. Esta manifesta-se de forma diferente e específica em função da modalidade desportiva. Por exemplo, é a força de resistência que permite, aos jogadores de voleibol, realizar saltos ao longo de todo o jogo, como acontece com todas as acções específicas de cada modalidade desportiva.. 9.

(17) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Matveiev (1986) entende a força de resistência como a capacidade de resistir ao esgotamento, provocado pela sobrecarga das acções musculares específicas da modalidade seleccionada. Por fim Letzelter y Letzelter (1990) tal como Raposo (2005) propõem outra definição que consiste na capacidade do organismo resistir ao aparecimento da fadiga, mantendo o rendimento de força a um nível constante durante o tempo da actividade, ou conseguir manter, em proporções mínimas, os decréscimos de rendimento que acompanham a fadiga.. 2.3. Factores Susceptíveis de Influenciar a Força Muscular. Figura 1: Factores susceptíveis de influenciar a força muscular. Adaptado Santos (2006).. Quando um músculo se contrai gera uma tensão que se opõe a uma resistência interna ou externa. O aumento da força ou o nível de tensão que um músculo produz depende de muitos factores que variam em função da prática desportiva que se realiza e do tipo de acções musculares que são exigidas (García, 1999). Vamos, então, dividir os factores musculares que afectam a capacidade do músculo produzir força em nervosos, musculares e biomecânicos. O primeiro requisito para que o músculo produza trabalho mecânico, e portanto vença uma qualquer resistência, é que ocorra um estímulo nervoso 10.

(18) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. que desencadeie o processo de contracção muscular. Este estímulo é emanado dos centros nervosos superiores e constitui um processo voluntário, sendo o desencadeador da acção muscular. A acção muscular vai inevitavelmente produzir o alongamento de uns músculos e o encurtamento de outros, o que por sua vez, irá desencadear a actividade dos receptores musculares e tendinosos, os quais passarão a desempenhar um papel importante no controlo nervoso a nível medular. Estamos assim em presença do primeiro grande factor condicionador da capacidade de produção de força: O factor nervoso. Contudo, não é indiferente que o músculo ou grupo muscular activado tenha um maior ou menor volume muscular, constituindo, o grau de hipertrofia, um dos factores condicionantes da capacidade de desenvolver força, particularmente força máxima. Também não será indiferente a composição muscular do músculo activado, o regime de contracção muscular promovido (isométrico, concêntrico ou excêntrico), o grau de alongamento muscular ou a velocidade de contracção. Estes aspectos ilustram o segundo grande factor condicionante da capacidade de produção de força: o factor muscular. O tipo de resistência exterior, o grau articular e a alavanca muscular, são outro grupo de factores - factores biomecânicos – que afectam a produção de força, já que não é indiferente, por exemplo, desenvolver força contra um peso livre ou numa máquina de musculação de resistência variável (Badillo e Ayestarán 1995; Mil-Homens, 2000).. 2.3.1. Factores nervosos Se desligarmos os músculos das suas ligações nervosas, estes são incapazes de se contrair voluntariamente, impossibilitando a realização de qualquer gesto. É o sistema nervoso central que fornece o estímulo necessário para que os músculos possam assegurar a dinâmica do aparelho locomotor do ser humano. Neste sentido, o comando central envia o impulso nervoso a um determinado grupo muscular (inervação motora), o músculo ao contrair-se vai 11.

(19) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. solicitar uma informação aos receptores musculares que vão ter influência na informação de retorno alertando, permanentemente, o sistema nervoso central dos estados de tensão e de relaxamento do músculo (inervação sensitiva). Com efeito, dentro dos factores nervosos que influenciam a capacidade do músculo produzir força, podemos distinguir aqueles que derivam do sistema nervoso central, e do sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central dispõe de três mecanismos fundamentais para regular a intensidade da contracção muscular: (1) o número de unidades motoras (UM) recrutadas; (2) a frequência de activação das UM; (3) e a sincronização da activação das UM. Os factores nervosos periféricos estão associados aos processos de inervação sensitiva do músculo. Os músculos, tendões e articulações possuem órgãos sensoriais cuja função principal é a de veicular as informações sensitivas até ao sistema nervoso central. O fuso neuromuscular, os órgãos tendinosos de Golgi, e os receptores articulares, constituem os proprioceptores que mais se relacionam e interagem nos processos de produção de força muscular (Mil-Homens, 2000).. 2.3.2. Factores Musculares. Área da secção transversal do músculo O primeiro aspecto que influencia a capacidade de produzir força é a área da secção transversal do músculo, o que está intimamente associado ao fenómeno de hipertrofia muscular, ou seja, ao aumento do volume do músculo. Existe uma estreita relação entre a força e o diâmetro fisiológico do músculo (Mil-Homens, 2000). Neste sentido, a força muscular centra-se na capacidade de gerar tensão quando se contrai, estando esta capacidade intimamente relacionada com o seu tamanho (MacDougall et al, 1982) cit. por García (1999).. A hipertrofia muscular conduz ao aumento da capacidade máxima para gerar força e, em torno desta questão, vários investigadores têm procurado 12.

(20) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. determinar ao longo dos anos se a hipertrofia muscular induzida pelo treino é devida: à hipertrofia das células existentes; ao aumento do número de células num determinado músculo – efeito designado por hiperplasia; a uma combinação destes dois efeitos – hipertrofia e hiperplasia.. (Brooks, 1995; García, 1999; Santos 2006). Fibras musculares Através das técnicas de biopsia muscular foi possível compreender que o músculo esquelético é um agregado de fibras, que podem ser controladas individual e colectivamente. A multiplicidade de padrões de movimento realizados pelo ser humano no dia-a-dia, demonstra o complexo controlo que o sistema nervoso exerce sobre os músculos, e indica as diversas características das fibras musculares. Um mesmo músculo, ou grupo muscular, pode responder e adaptar-se a um movimento de elevada coordenação, a um esforço curto e intenso, ou ainda a uma actividade prolongada, o que revela a natureza plástica deste tecido. As unidades motoras (UM) individuais que se unem para formar um músculo inteiro apresentam características diferentes. As respostas adaptativas observadas no músculo dependem, portanto, da combinação dos vários tipos de UM existentes no músculo e do padrão, ou padrões, de actividade que elas podem desempenhar. As fibras esqueléticas da maioria dos músculos posturais contraem e relaxam lentamente, sendo habitualmente designadas por fibras de contracção lenta ou de tipo I. Já as fibras maioritariamente constituintes dos músculos fásicos contraem e relaxam-se rapidamente, sendo por isso designadas por fibras de contracção rápida ou de tipo II (Santos 2006). As fibras musculares de tipo I, também denominadas de fibras vermelhas que estão relacionadas com um elevado teor em mioglobina, têm a capacidade em receber e utilizar O2, maior número de mitocôndrias e respectiva actividade enzimática, e elevado número de capilares sanguíneos. 13.

(21) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Estão mais adaptadas à produção de contracções lentas e de fraca intensidade durante longos períodos de tempo, atingindo o tétano a frequências de activação inferiores. São inervadas por motoneurónios de menor calibre, com limiares de excitabilidade mais baixos e mais sensíveis ao reflexo de alongamento. O seu excelente metabolismo oxidativo permite-lhes grande resistência à fadiga. Estas fibras são denominadas de tipo I, oxidativas, ou de contracção lenta. As fibras musculares de tipo II (brancas, glicolíticas ou de contracção rápida) estão mais preparadas para contracções fortes e rápidas, sendo a glicólise anaeróbia o principal processo de produção de energia a que recorrem. As concentrações de fosfocreatina, miosina ATPase e enzimas glicolíticas são mais elevadas neste tipo de fibras. A sua capacidade em tetanizar é mais rápida, bem como em relaxar. Os motoneurónios que inervam este tipo de fibras são de maiores dimensões, com axónio mais espesso, garantindo maior velocidade de condução nervosa. Apresentam cronaxia inferior, maior rapidez de transmissão na placa motora e maior capacidade do retículo sarcoplasmático e do sistema tubular T nos processos de libertação e recaptação do cálcio. As fibras do tipo II podem ser classificadas em subgrupos de acordo com a sua actividade enzimática: tipo IIa, IIb e IIc. As fibras IIa e IIb, apesar de serem ambas fibras de contracção rápida, podem diferenciar-se face à capacidade oxidativa: as IIa apresentam um potencial aeróbio mais elevado, enquanto as fibras IIc são fibras relativamente pouco diferenciadas com características fisiológicas e histoquímicas intermédias ventre as IIa e IIb (García, 1999; Mil- Homens, 2000; Santos, 2006).. Tipos de contracção muscular Para além da magnitude do volume muscular e da percentagem relativa dos diferentes tipos de fibras musculares, a mecânica da contracção muscular influencia igualmente a capacidade de um músculo produzir força. Sempre que activados os músculos desenvolvem tensão e tendem a encurtar-se, podendo ou não ocorrer deslocamento dos segmentos ósseos que. 14.

(22) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. lhes estão associados. O tipo de resistência exterior determinará a existência ou não de movimento. Classicamente existem três tipos de acções musculares.. 1. 2. 3. Figura 2: Tipos de contracção muscular. Adaptado de Santos (2006).. 1. Acção muscular concêntrica: quando a tensão desenvolvida pelo músculo é superior à resistência que ele tem de vencer, ocorre um encurtamento. Este tipo de acção ocorre na fase positiva (concêntrica) da maioria dos exercícios de treino da força, como o supino ou o agachamento na fase positiva do movimento. 2. Acção muscular excêntrica: quando a tensão desenvolvida pelo músculo é inferior à resistência que ele tem de vencer, apesar do músculo tentar encurtarse, ocorre um alongamento das fibras musculares. Este tipo de acção ocorre na fase negativa (excêntrica) da maioria dos exercícios de treina da força, como o supino ou o agachamento na fase negativa do movimento. 3. Acção muscular isométrica: se a tensão desenvolvida pelo músculo é igual à resistência que ele tem de vencer, o comprimento das fibras musculares, mantém-se essencialmente inalterado. Este tipo de acção muscular ocorre quando se pretende exercer força contra uma resistência inamovível. Em ginástica artística o tipo de força mais utilizado é a concêntrica, seguindo-se a excêntrica, em proporção muito inferior, e, por último, a isométrica. (Faro, 1995) Para além destas três formas clássicas de acções musculares, há ainda a considerar a forma natural de funcionamento muscular. Os movimentos naturais como a marcha, a corrida, o salto, (…), raramente envolvem formas puras de contracção muscular. Nestes movimentos, os músculos extensores dos membros inferiores estão periodicamente sujeitos a impactos com o solo 15.

(23) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. que provocam um alongamento muscular seguido de uma fase de encurtamento. O mesmo se sucede na grande maioria dos gestos desportivos onde os músculos não funcionam de forma puramente isométrica, concêntrica ou excêntrica, mas sim num Ciclo Muscular de Alongamento-Encurtamento (CMAE), descrito por diversos autores (Badillo e Ayestarán 1995; Mil- Homens, 2000). Neste ciclo, a força produzida por uma contracção concêntrica é incrementada, se for imediatamente precedida por uma contracção excêntrica do mesmo grupo muscular (Santos, 2006). Esta forma de funcionamento muscular é relativamente independente das outras formas de manifestação da força e é regulada, essencialmente, pela qualidade do padrão de activação nervoso dos músculos envolvidos, isto é, pelo balanço entre os factores nervosos facilitadores e inibidores da contracção muscular.. 2.3.3. Factores biomecânicos: O movimento poderá ser caracterizado pela alteração visível da posição, sendo para isso necessário que o músculo produza trabalho (Massada, 1989). Numa análise superficial do sistema músculo-esquelético é do senso comum que o movimento produzido ao nível de uma articulação, aproxima dois ossos pela acção da força exercida pelos músculos. Em determinadas posições qualquer sujeito evidencia uma capacidade aumentada de produzir força, enquanto em ângulos articulares maiores e menores relativamente a essa posição óptima, observa-se uma menor capacidade de produzir força. Este mecanismo é conhecido como alavanca muscular. As alavancas musculares definem-se como a distância perpendicular entre o eixo de rotação da articulação e a linha de acção do tendão e exercem influência na capacidade de produção de força mediante o trabalho que apresentam. Quando o braço da alavanca é maior, a vantagem mecânica é a mais elevada. Sempre que a modificação do ângulo articular condiciona uma alteração no braço da alavanca muscular a vantagem mecânica diminui, logo o músculo diminui a sua capacidade de produção de força. 16.

(24) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 2.4. Avaliação dos Índices Físicos A quantificação mais exacta e fiável da capacidade do músculo humano produzir força, constitui a base para os especialistas na prescrição mais correcta e ajustada ao exercício (Perrim, 1993). Para a realização dos testes de força explosiva dos membros inferiores, foi utilizada plataforma de Bosco - Ergojump (Digitime 1000, Digest Finland). Trata-se de um aparelho electromecânico concebido por Carmelo Bosco que consiste de um cronómetro digital electrónico (+ O.00lseg) ligado por um cabo a uma plataforma sensível. O cronómetro acciona-se automaticamente através de um interruptor, no momento em que os pés do sujeito deixam de contactar com a plataforma, e desliga-se no momento em que os pés do sujeito voltam a contactar a plataforma, após o salto (Bosco 1983). O Ergojump foi concebido de forma a registar o tempo de voo (TV) em cada salto realizado ou a adicionar esses tempos aquando da execução de saltos sucessivos. É registado o 1V durante o salto, sendo a altura atingida pelo centro de gravidade, i.e, a altura do salto, calculada através da utilização da fórmula apresentada por Bosco (1983): h = gx TV218, onde, h representa a altura atingida durante o salto (cm), g e definida como a aceleração da gravidade (9.81m1s2) e 1V representa o tempo de voo durante o salto. Através de diversos tipos de saltos e protocolos realizados com no Ergojump, consegue-se obter informação que permite verificar a condição física, optimizar e formular os programas de treino e verificar o rendimento desportivo esperado (Cesar, 2000). Para avaliar o mortal engrupado à retaguarda no solo, foram realizadas filmagens das atletas a executar rondada flic mortal. De seguida essas filmagens foram entregues a 5 juízes que individualmente avaliaram a execução do mortal, numa escala de 1 a 5 pontos. Os testes de impulsão vertical e as filmagens foram realizados depois do aquecimento que as atletas, normalmente, realizam no início de cada treino com a duração aproximada de 30 minutos.. 17.

(25) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 2.5. As Relações entre a Força e a Performance Entre as capacidades condicionais, a força ocupa um papel importante dentro do mundo do treino desportivo, bem como representa o elemento principal do rendimento ou a base para gerar a tensão necessária para criar qualquer movimento (García, 1999). A força muscular constitui-se, no universo conceptual da performance desportiva como uma capacidade condicional fundamental e imprescindível para a obtenção de níveis superiores de rendimento (Araujo, 1980; Burke, 1980; Foster, 1983; Weineck, 1983; Flack e Kraemer, 1987; Enoka, 1988; Komi e Hakkinen, 1988; Platonov, 1988; Zatziorski, 1989; Bompa, 1990) cit. por Faro (1995). O aumento do rendimento em quase todas as disciplinas desportivas depende do desenvolvimento da capacidade motora força. De um modo geral, ela e um factor primordial na prestação motora do praticante, contribuindo para o seu desenvolvimento físico harmonioso, promovendo condições de saúde e bem-estar,. para. o. incremento. das. suas. habilidades. técnicas. e. desempenhando, ainda, um papel importante na prevenção de lesões (Guila, 2001) cit. por Ana Faro (1995). Pelas suas qualidades, o treino da força passou a ocupar lugar de destaque em vários países onde o objectivo é a melhoria da condição física dos indivíduos independentemente dos objectivos atléticos, pois, além de induzir o aumento da massa muscular, o treino da força proporciona, também, um conjunto de transformações benéficas. Se correctamente administrado, em termos metodológicos, os riscos adjacentes ao treino da força poderão ser quase excluídos. A prática demonstrou que muitas crianças e jovens não alcançam mais tarde a sua capacidade potencial de desempenho, só porque os estímulos. de. desenvolvimento,. estabelecidos durante. o. processo. de. crescimento para os aparelhos postural e motor, foram insuficientes. É impensável nos dias de hoje proceder à organização da preparação dos jovens sem que o treino da força esteja contemplado no plano de formação a curto, médio e a longo prazo. A força é uma das capacidades motoras que. 18.

(26) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. garante. a. realização. quantitativa. e. qualitativa. do. gesto. técnico. independentemente da idade do executante. A força muscular, como já referimos, é importante em qualquer tipo de desporto e com frequência é determinante, como no caso da Ginástica. Para o ginasta, o início da preparação de força é a força absoluta, isto é, o significado máximo da força que se demonstra nas condições estandardizadas. Sem embargo, posto que a ginástica é a arte do movimento do corpo, para os representantes desta modalidade não é tão importante a força absoluta, mas sim a força relativa (FR), a que se determina como a relação entre o índice de força absoluta e o peso do ginasta (Arkaev e Suchilin, 2003; Smoleuskiy e Gaverdouskiy, 1996). FORÇA ABSOLUTA, Kg FORÇA RELATIVA = --------------------------------------PESO DO CORPO, Kg. A execução técnica correcta é, muitas das vezes, impossível devido aos insuficientes níveis de força. Na Ginástica, a realização dos elementos com virtuosidade implica grandes níveis de força. Com força insuficiente o ginasta aprende o elemento com uma técnica, para mais tarde o reaprender, aquando do aumento dos seus níveis de força (Major 1996). Ginastas femininas podem aumentar a sua prestação nas tarefas motoras para compensarem o declínio da força relativa (Poliquin, 1991; Zatsiorsky, 1995) cit. Sands et al (2000), mas o treino de força deve ser orientado para o aumento da força relativa. Torna-se necessário desenvolver níveis de força específica para lá dos elementos, das combinações, das partes ou de rotinas completas. Muitos movimentos da ginástica têm uma larga componente de força, mas separa-los do próprio movimento é um pouco arbitrário (George, 1980; Hullner, 1989; Chu, 1994) cit. por Arkaev (2003). Treino de força inconsistente pode explicar o declínio na performance ou uma estagnação em atletas que tinham performances promissoras durante a fase preparatória. Uma vez iniciada a competição os seu resultados não foram de encontro às expectativas criadas (Bührle and Werner, 1984) cit. por Major (1996). Os especialistas em ginástica revelaram algumas preocupações contra o declínio dos níveis de força durante a fase de competição (Borrmann, 1978; Plotkin, Rubin and Arkaev, 1983; Hartig and Buchmann, 1988; Ukran, 1969) cit. por Major (1996). Desta forma o treino de 19.

(27) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. força específica deve corresponder às exigências dos ginastas. O princípio da especificidade implica que o exercício usado no treino seja similar ao da rotina de competição. Por isso, podemos imaginar que o melhor treino para a ginástica é realizar mais ginástica. Contudo ao longo do tempo provou-se que não é esse o caso (Borrmann, 1978; Oppel, 1967; Plotkin, Rubin, and Arkaev, 1983) cit. por Major (1996). O desenvolvimento da força específica torna-se necessário para desenvolver força e potência suficientes para que o atleta realize os elementos técnicos correctamente (Oppel, 1967; Hartig and Buchmann, 1988) cit. por Major (1996). A repetição dos elementos não garante níveis mínimos de força para realizar os elementos correctamente (Major, 1996).. 2.6. Descrição do Salto Mortal Engrupado à Retaguarda no Solo. Figura 3: Mortal engrupado à retaguarda. Adaptado de Araújo (2004).. O salto mortal à retaguarda no solo, é um elemento que se caracteriza por uma rápida execução nas suas várias fases e na qual o corpo do atleta gira 360º atrás, em torno do eixo transversal localizado ao nível da bacia. De uma forma mais simples, podemos dizer que o atleta faz um salto em extensão a partir da posição de pé e completa uma volta ou rolamento atrás na fase de voo até à recepção no solo, novamente, na posição de pé. Bardy (1993) cit. por Ana Faro (1995) descreve a complexidade na execução do mortal à retaguarda. Em termos espaço-temporais o movimento 20.

(28) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. apresenta requerimentos muito severos: uma rotação de 360º do corpo todo num curto espaço de tempo (600ms); uma força de reacção do solo na chamada de três vezes o peso do corpo na componente vertical; e a velocidade angular da cabeça na fase inicial do salto é de 800º.s-1. O executante passará por três acções motoras predominantes que ditam três momentos fundamentais de um salto mortal engrupado à retaguarda executado na perfeição. Após impulsão dos membros inferiores, passa por uma extensão desenhada por um breve, mas completo, alinhamento corporal seguido de um fecho ou posição engrupada bem definida e de uma terceira fase de nova abertura que precede a recepção. Segundo Araújo (2004), as acções motoras predominantes deste elemento são: impulsão dos membros inferiores, fecho e abertura. A execução deste elemento pode ser precedida de um salto energético ou de uma rondada flic.. 2.6.2. Análise Técnica A técnica é, unanimemente, considerada como um dos factores determinantes em termos de rendimento desportivo. Por outro lado, o desenvolvimento da técnica, ao longo da carreira do desportista, condiciona a sua prestação final, limitando ou ampliando as suas possibilidades de sucesso desportivo. (Borges s.d.). Grosser & Neumaier (1986) cit. por Borges (s.d.), enfatizam a importância da técnica no rendimento desportivo, vincando que uma ma técnica reduz as possibilidades de prestação desportiva de um desportista em excelente condição física, do mesmo modo que uma deficiente condição física condiciona, significativamente, o desempenho técnico.. Os aspectos técnicos importantes no mortal engrupado à retaguarda no solo, segundo Araújo (2004) são: Terminar a rondada com MI quase estendidos e uma forte impulsão;. 21.

(29) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Engrupar puxando os joelhos ao peito, após boa elevação vertical (manter peito “dentro”); Abertura do ângulo tronco/membros inferiores no momento apropriado (quando começa a ver o solo); Contracção forte nos membros inferiores no momento da recepção ao solo; Efectuar uma impulsão de membros inferiores vigorosa e elevar os membros superiores pela frente em acção coordenada, facilitando uma boa amplitude (peito “dentro” e olhar em frente).. Relatados pelo mesmo autor, os erros mais frequentes a evitar são: Saltar “encolhido” para trás e/ou fraca impulsão; Levantar a cabeça em demasia (não permite subir); Elevar os membros superiores para o lado (longe da cabeça); Desengrupar (abrir o ângulo tronco/membros inferiores) demasiado cedo ou tarde; Desenvolver pouca contracção muscular (falta de tonicidade) durante a rotação.. 2.6.3. O Código F.I.G. As competições regulamentadas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) seguem um código de pontuação. O objectivo principal é assegurar uma cotação uniforme e objectiva dos exercícios em todos os níveis competitivos: regional, nacional e internacional. Outro propósito é o de melhorar os conhecimentos e capacidades dos juízes e servir de orientação para os ginastas e treinadores na construção dos seus exercícios e na preparação para as competições. A nota final conferida aos ginastas num exercício de solo é constituída pela soma de 2 notas distintas: a nota D (até 10 pontos) e a nota E (até 10 pontos). A atribuição destas notas é da responsabilidade do painel de juízes D e do painel de juízes E. 22.

(30) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Os juízes do painel D registam, através de símbolos específicos, o exercício completo e avaliam-no individualmente. De seguida e em conjunto, determinam a nota mais apropriada, podendo haver discussão. O conteúdo desta nota inclui o valor de dificuldade (DV), o valor das ligações (CV) e os requisitos de grupos de elementos (CR). Os juízes do painel E observam o exercício, individualmente, detectando as falhas atentamente, e aplicam as deduções correspondentes. São responsáveis pela avaliação da execução e combinação dos elementos e pela apresentação artística, detectando as falhas gerais, as falhas específicas dos aparelhos e as falhas artísticas. Para os Campeonatos Mundiais e para os Jogos Olímpicos, o painel de juízes é, obrigatoriamente, constituído por 8 juízes (painel D: 2; painel E: 6). Para as restantes competições é, apenas, obrigatória a presença de 6 juízes (painel D: 2; painel E: 4). A informação pertinente para o nosso estudo centra-se na nota atribuída à execução (painel E). Sendo este o ponto de referência dos juízes, utilizados na avaliação da performance da nossa amostra, segue-se uma listagem das principais deduções, em vigor desde 2009, onde podemos aferir os critérios de avaliação para o elemento em estudo, executado no solo.. Divididos em pequeno, médio, grave e muito grave, os critérios de apreciação estão divididos em falhas de execução, falhas na recepção e movimentos para manter o equilíbrio.. Falhas de Execução Afastamento de pernas ou joelhos; Pernas cruzadas durante elementos com giros; Altura insuficiente nos elementos de voo; Insuficiente exactidão na posição engrupada; Extensão insuficiente do corpo antes da recepção; Precisão (cada movimento deve ter uma clara posição de início e finalização).. 23.

(31) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Falhas na recepção (todos os elementos incluindo a saída) Desvio da direcção recta; Pernas afastadas na recepção. Movimentos para manter o equilíbrio Ligeiro salto ou pequeno ajustamento dos pés (saltito); Movimentos adicionais de braços e tronco; Passo ou salto muito grande (1 metro - guia); Falhas na postura do corpo; Recepção agachada (de cócoras); Tocar o aparelho com mãos/braços mas não cair contra o aparelho; Apoio de 1 ou 2 mãos no colchão ou aparelho; Queda sobre os joelhos ou quadril no colchão; Queda sobre o aparelho.. (W.A.G., 2009). 24.

(32) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. OBJECTIVOS. 3 25.

(33) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 3. OBJECTIVOS. Objectivo geral Determinar a relação entre valores de força explosiva dos membros inferiores e níveis de performance em ginástica.. Objectivos específicos Descrever, analisar e caracterizar a força explosiva dos membros inferiores com o teste dinâmico Squat Jump. Analisar a relação entre os valores da força explosiva dos membros inferiores e os níveis de performance das ginastas na execução do mortal à retaguarda engrupado no solo.. 26.

(34) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. MATERIAL E MÉTODOS. 4 27.

(35) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 4. MATERIAL E MÉTODOS. 4.1. Caracterização da amostra A amostra deste estudo foi composta por 13 ginastas, 10 pertencentes ao Ginásio Clube da Maia e 3 ao Sport Clube do Porto. A média de idades é de 9,5 +/- 1,5 anos. A ginasta mais velha tem 12 anos e a mais nova tem 7 anos. Verificamos que há uma grande homogeneidade no que diz respeito à carga horária semanal. Todas as atletas treinam 5 dias por semana, durante 3,5 horas, o que perfaz um total de 17,5 horas semanais. As ginastas têm uma média de 4 anos de prática desta modalidade, sendo que a mais experiente apresenta 7 anos de prática e a menos experiente apenas 2 anos. A tabela seguinte apresenta os valores acima descritos.. Ginasta. Idade. Anos de Prática. Treino horas/semana. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11. 9 10 10 12 9 9 8 7 8. 5 4 6 7 4 2 3 3 3. 17,5 17,5 17,5 17,5 17,5 17,5 17,5 17,5 17,5. 9 11. 4 4. 17,5 17,5. 12. 12. 5. 17,5. 13. 10 9,54 1,51 7…12. 4 4,15 1,34 2…7. 17,5. Média SD Amplitude. 17,5 0,00 17,5. Quadro 1: Dados gerais da amostra.. 28.

(36) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 4.2. Procedimentos de avaliação. Para avaliar a potência de membros inferiores foi realizado o teste de impulsão vertical, Squat Jump (SJ) medindo a força explosiva e a capacidade de recrutamento das fibras de contracção rápida, tendo como principal característica a força concêntrica pura. A plataforma foi colocada sobre um piso granitico para efectuar a avaliação. Para a realização do SJ o executante parte de uma posição estática de agachamento, com flexão aproximada de 90º ao nível do joelho, o olhar dirigido para a frente, as mãos colocadas na cintura e os pés paralelos. À voz de comando “força” cada atleta efectuou o salto em extensão apenas num movimento ascensional. No momento do salto não é permitido novo abaixamento do centro de gravidade, sendo o movimento somente ascendente (Komi e Bosco, 1978). Os sujeitos foram informados que aquando da execução do teste, durante o contacto com a plataforma, deveriam controlar os deslocamentos laterais e antero-posteriores, bem como os movimentos de flexão e extensão do tronco. Nos dois saltos, os sujeitos mantiveram as mãos na cintura, não sendo permitido que os membros superiores realizassem qualquer movimento que pudesse influenciar os resultados. Para efeitos de análise dos resultados, foi adoptado o melhor resultado das duas tentativas.. Imagem 4: Teste de impulsão vertical “Squat Jump” (Adaptado de Bosco, 1994). 29.

(37) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Para a realização das filmagens a máquina foi colocada num tripé para obter a melhor qualidade de vídeo. Foi colocada uma marca no local onde as ginastas teriam que terminar o mortal para que as filmagens fossem idênticas. Foi, também, pedido às atletas que tentassem realizar o elemento o melhor possível, como se estivessem em competição. Sempre que solicitado pelas atletas foi possível repetir a filmagem na tentativa de darem o seu melhor, sendo seleccionada a melhor execução. Os testes de impulsão vertical e as filmagens foram realizados depois do aquecimento que as atletas, normalmente, realizam no início de cada treino com a duração aproximada de 30 minutos.. 4.3. Procedimentos Estatísticos Foram calculadas, para todas as variáveis, a média, o desvio-padrão e a amplitude, de acordo com os procedimentos de estatística descritiva. Foi utilizado o Microsoft Office Excel 2007 de modo a obter um quadro estatístico descritivo das diferentes avaliações. Analisamos os dados no softwear Statistical Package for Social Sciences (SPSS) – versão 17.0 para Windows XP. As variáveis foram submetidas a um estudo de correlação de Pearson para relacionar os valores obtidos no SJ como factor determinante nas notas de execução atribuídas pelos juízes. Foi usado um intervalo de confiança de 95% e nível de significância 5% (p. 0,05).. 30.

(38) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. 5 31.

(39) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. Força explosiva dos membros inferiores Na tabela seguinte (tabela 2), podemos analisar os dados obtidos pelas ginastas na execução do “Squat Jump” (SJ).. Ginasta. SJ (cm). 1. 29,9. 2. 31,3. 3. 29,5. 4. 31,1. 5. 30,2. 6. 28,7. 7. 22,8. 8. 28,7. 9. 27,4. 10. 25,9. 11. 29,2. 12. 29,6. 13 Média. 28,7 28,69. SD. 2,28. Quadro 2: Dados da avaliação da impulsão vertical ( Squat Jump).. A média obtida pelas atletas foi de 28,69 cm com um desvio padrão de 2,28 cm. A atleta que saltou mais alto foi a número 2 com 31,3 cm e a que saltou mais baixo foi a número 7 realizando 22,8 cm.. Benecke, Damsgard, Saekmose, Jorgensen e Klausen (2001) realizaram um estudo no qual aplicaram o teste Squat Jump a 185 crianças, das quais 13 foram incluídas no grupo classificado como “Ginastas de Elite”. Estas atletas 32.

(40) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. estudadas têm uma média de 11,2 anos de idade e obtiveram no SJ uma média de 26 +/- 5 cm. A média dos resultados obtidos pelas ginastas do nosso estudo é muito próxima da média das “Ginastas de Elite” deste estudo realizado na Dinamarca. Noutro estudo, realizado na Nova Zelândia, foi aplicado, também a ginastas, este teste “Squat Jump”. Num grupo com idades compreendidas entre os 8 e os 10 anos e noutro grupo com idades compreendidas entre os 11 e os 12 anos. Os resultados foram, novamente, similares aos resultados obtidos no nosso estudo. (8 a 10 anos: 28,9 +/- 4 cm; 11 a 12 anos: 30,5 +/- 5 cm). Estas comparações levam-nos a acreditar que o protocolo de Bosco foi aplicado correctamente e que os valores resultantes são fiáveis. Podemos concluir que as ginastas portuguesas, avaliadas no nosso estudo, têm níveis de força explosiva dos membros inferiores similares aos das ginastas, com elevadas performances, da Dinamarca e da Nova Zelândia.. 33.

(41) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Performance das ginastas na execução do mortal engrupado à retaguarda no solo A avaliação da execução do mortal engrupado à retaguarda no solo teve a participação de 5 juízes que individualmente atribuíram uma nota ao desempenho das ginastas na sua execução. Ver tabela 3.. Ginasta. Juiz 1. Juiz 2. Juiz 3. Juiz 4. Juiz 5. Média. SD. 1. 5. 4. 4. 5. 4. 4,4. 0,5. 2. 5. 4. 4. 4. 4. 4,2. 0,4. 3. 5. 5. 4. 5. 5. 4,8. 0,4. 4. 5. 4. 3. 4. 3. 3,8. 0,8. 5. 4. 3. 3. 3. 3. 3,2. 0,4. 6. 5. 4. 3. 5. 4. 4,2. 0,8. 7. 4. 3. 3. 4. 4. 3,6. 0,5. 8. 3. 3. 3. 3. 3. 3. 0,0. 9. 5. 3. 4. 3. 4. 3,8. 0,8. 10. 4. 3. 3. 3. 3. 3,2. 0,4. 11. 4. 3. 4. 4. 3. 3,6. 0,5. 12. 5. 4. 4. 3. 3. 3,8. 0,8. 13. 3. 3. 3. 3. 3. 3. 0,0. Quadro 3: Dados da avaliação da execução do mortal engrupado à retaguarda no solo.. Foi efectuada a média das avaliações dos diferentes juízes e atribuída uma nota final a cada ginasta. A ginasta que obteve melhor classificação foi a número 3 com 4,8 pontos. As ginastas que obtiveram pior classificação foram as ginastas número 8 e 13 com 3 pontos.. 34.

(42) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Relação entre a força explosiva dos membros inferiores e a performance das ginastas na execução do mortal engrupado à retaguarda no solo Utilizando o softwear Statistical Package for Social Sciences (SPSS) – versão 17.0, foi realizada uma correlação de Pearson entre a nota atribuída a cada ginasta e os resultados obtidos no teste de impulsão vertical “Squat Jump”.. Correlations SJ SJ. Pearson Correlation. Mortal 1. Sig. (2-tailed) N Mortal. ,290 ,336. 13. 13. Pearson Correlation. ,290. 1. Sig. (2-tailed). ,336. N. 13. 13. Quadro 4: Relação entre a força explosiva dos MI e a performance das ginastas.. A média das notas atribuídas pelos juízes e a força explosiva dos membros inferiores não apresentam correlações estatisticamente significativas, nem tendem a correlacionar-se tanto positiva como negativamente. Parece, deste modo, que os valores de força explosiva da avaliação dinâmica efectuada, não têm relação ou influência na qualidade do mortal engrupado à retaguarda no solo. Este facto leva-nos a acreditar na possibilidade de que as forças principais e responsáveis pela qualidade do elemento gímnico podem ser de outra natureza. Ou seja, a dedução que podemos recolher é que a componente técnica do mortal engrupado à retaguarda no solo parece ter um papel dominante, não sendo decisiva a componente de força estudada dos indivíduos.. 35.

(43) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. Porém, o movimento utilizado na avaliação dinâmica não corresponde, na íntegra, à execução do elemento avaliado. Como percebemos ao longo deste trabalho, está provado por muitos autores que a força muscular é uma capacidade condicional fundamental e imprescindível para a obtenção de níveis superiores de rendimento. O aumento do rendimento em quase todas as disciplinas desportivas depende do desenvolvimento da capacidade motora força. De um modo geral, ela é um factor primordial na prestação motora do praticante, contribuindo para o seu desenvolvimento físico harmonioso, promovendo condições de saúde e bemestar e para o incremento das suas habilidades técnicas. (Guila, 2001) cit. por Ana Faro (1995). É impensável, nos dias de hoje, proceder à organização da preparação dos jovens sem que o treino da força esteja contemplado no plano de formação a curto, médio e a longo prazo. Desta forma, o treino de força específica deve corresponder às exigências dos ginastas. Torna-se necessário desenvolver níveis de força específica para lá dos elementos, das combinações, das partes ou de rotinas completas. Muitos movimentos da ginástica têm uma larga componente de força, mas separá-la do próprio movimento é um pouco arbitrário (George, 1980; Hullner, 1989; Chu, 1994) cit. por Arkaev (2003). Na prática, quanto mais coordenados os sujeitos, menos força necessitam para realizar os elementos técnicos. Baker (1994) cit. García (1999) demonstrou-nos que o treino da força máxima não se correlaciona significativamente com as modificações da execução no salto. Legan et aI. (1984) cit. García (1999) chegaram, também, às mesmas conclusões depois de 24 semanas de treino de agachamento com cargas elevadas, que o aumento da forca máxima não era acompanhado pelas melhorias na performance. Hatze (1998), aponta que o salto é uma acção multi-articular e, como tal, não só exige a produção de força, mas também uma grande potência e coordenação. No entanto, é essencial realçar a importância da relação da força máxima que é desenvolvida, para melhorar a explosão do salto. Neste contexto, o treino pliométrico tem sido o mais recomendado para a melhoria do salto. Major (1996) referiu que com força insuficiente o ginasta aprende o 36.

(44) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. elemento com uma técnica, para mais tarde, quanto tiver aumentado os seus níveis de força, reaprende-lo. Por isso, os treinadores devem proceder com muito cuidado quando acrescentam pesos aos movimentos se o fim atingir a qualidade de execução nos elementos específicos da modalidade. Acrescentar resistência a movimentos desportivos, em alguns casos, pode ser apropriado, mas para destrezas eminentemente técnicas e especificas pode não ser uma boa ideia. Os pesos alteram consideravelmente a distribuição da massa no atleta modificando o padrão do movimento, ou seja, pode alterar os “timmings” de execução, as referências espaço-temporais, a diferenciação cinestésica, entre outros aspectos coordenativos que o indivíduo possui e que parecem ser responsáveis pela performance, Siff (2000) cit. Sands et al (2003), como parece mostrar o nosso trabalho. Em complemento, Readhead (s.d.) defende que em ginástica se deve aproveitar o peso do próprio corpo como elemento de resistência para melhorar a preparação física do atleta. Com esta técnica, diz o mesmo autor que se podem fazer exercícios preparatórios que se pareçam com os exercícios gímnicos que o ginasta vai ter de executar. Assim, é possível que a força e a consciência do próprio corpo se desenvolvam em simultâneo, de forma natural.. 37.

(45) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. CONCLUSÕES. 6 38.

(46) Influência da Força Explosiva na Execução do Mortal à Retaguarda. 6. CONCLUSÕES. As conclusões que retiramos deste estudo foram:. A média das notas atribuídas pelos juízes e a força explosiva dos membros inferiores não apresentam correlações estatisticamente significativas, nem tendem a correlacionar-se tanto positiva como negativamente.. Os valores de força explosiva da avaliação dinâmica efectuada, não parecem ter relação ou influência na qualidade do mortal engrupado à retaguarda no solo.. A performance das atletas no mortal engrupado à retaguarda não está correlacionada nem com os anos de prática, nem com os dias de treino por semana e nem com as horas de treino semanal. Este facto leva-nos a acreditar na possibilidade de que as forças principais e responsáveis pela qualidade do elemento gímnico podem ser de outra natureza que não as estudadas.. A componente técnica do mortal engrupado à retaguarda no solo parece ter um papel preponderante, não sendo decisiva a componente de força estudada dos indivíduos.. Concluímos desta forma que, apesar dos resultados obtidos, o treino de força não deverá ser descortinado no treino de alto rendimento, pois em alto rendimento todas as variáveis devem ser consideradas, uma vez que uma décima poderá definir um primeiro lugar.. 39.

Referências

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