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3. O SISTEMA PENITENCIÁRIO DE SOROCABA

3.3 Perguntas aos Diretores

Em continuidade à pesquisa e com o mesmo objetivo, conhecer a realidade do sistema prisional, fez-se 36 perguntas ao diretores das unidades prisionais vinculadas à Vara de Execuções Criminais da Comarca de Sorocaba.

A primeira pergunta versava sobre qual era o Estabelecimento Penal. Seguindo-se da identificação do diretor. Posteriormente questionou-se qual a sua função dentro do sistema. O objetivo destas questões consistiam em identificar o estabelecimento prisional, seu diretor e determinar o conhecimento amealhado por este antes de assumir o cargo.

Estabelecimento Penal: Penitenciaria I de Sorocaba Dr. Danilo Pinheiro de Sorocaba.

Diretor responsável: Wanderlei Bonan Júnior. Função de oficial administrativo Estabelecimento Penal: Penitenciaria de Iperó

Diretor responsável: Reginaldo Custódio de Camargo. Função: Agente de Segurança.

Estabelecimento Penal: Penitenciaria II de Sorocaba Dr.Antonio de Souza Neto. Diretor responsável: Cássio Ribeiro de Campos. Função: Agente de Segurança Estabelecimento Penal: Cadeia Pública de Sorocaba

Diretor responsável: Márcio Coutinho. Função: Diretor técnico de departamento. Posteriormente busca-se conhecer a experiência profissional do diretor na função de diretor e na anteriormente exercida.

Iperó – Funcionário a 16 anos dos quais 2 anos e 9 meses na função de diretor. P.II Funcionário a 17 anos dos quais 5 (cinco) anos e 2(dois) meses 6 anos na função de diretor.

CDP- Funcionário a 18 anos dos quais 11 (onze) na função de diretor.

Perguntou-se acerca da existência e da quantidade e carga horária de assistente social dentro do estabelecimento prisional, bem como, da quantidade de atendimento no ano ao mesmo preso. O objetivo era conhecer a possibilidade do acompanhamento dos presos dentro do sistema prisional.

Danilo Pinheiro possui 02 (dois) assistentes sociais que trabalham 30 (trinta) horas semanais e atendem o preso somente quando é solicitado por este.

Iperó- possui 01 (um) assistente social que trabalha 30 (trinta) horas semanais e atendimento depende da “rotatividade da população carcerária e da solicitação do preso”

PII - possui 01 (uma) assistente social que trabalha 30 (trinta) horas semanais e segundo seu relato o atendimento “pode ser apenas uma atendimento ou mais aos anos”.

Cadeia Pública de Sorocaba- possui dois assistentes sociais com jornada de 40 horas semanais e atendem ao mesmo preso diariamente.

Seguiu-se das mesmas perguntas em relação psicólogo, psiquiatra, cujo objetivo eram os mesmo supra citados.

Danilo Pinheiro: Possui dois psicólogos com jornada de 30 horas cada, além de 01 (um) psiquiatra com jornada de 20 horas semanais. Sendo que todos atendimentos

somente ocorrerão se solicitado pelos presos.

Ipero- Possui um psicólogo com jornada de 30 horas semanais divididos em jornadas de 10 horas em três vezes por semana, alem de 01 (um) psiquiatra com jornada de 20 horas semanais divididas ao longo de dois dias por semana. Sendo que todos atendimentos dependem da “rotatividade da população carcerária e da solicitação do preso”.

P II - Possui 03 (três) psicólogos com jornada de 30 horas semanais, alem de 01 (um) psiquiatra com jornada de 20 horas semanais Sendo que todos atendimentos, segundo seu relato “pode ser apenas uma atendimento ou mais aos anos”.

CDP - Possui 03 (três) psicólogos com jornada de 40 horas semanais, alem de 01 (um) psiquiatra com jornada de 20 horas semanais O primeiro atende o mesmo preso uma vez ao dia e o segundo duas vezes por semestre.

Posteriormente questionou-se quem fazia o recebimento do detento quando de sua chegada no presídio e o que lhe era perguntado e falado. O Objetivo desta questão era saber acerca do preconizado pelo art. 6 e 48 da LEP.

Danilo Pinheiro: O diretor do centro de segurança e disciplina é que recebe o preso e lhe pergunta seus dados pessoais, criminais, sinais em seu corpo, se tem possibilidade de convívio na unidade e sua fala se resume à orientação acerca das normas e regimes da unidade.

Iperó- O Diretor de segurança encontra-se encarregado do recebimento do preso sendo que este lhe pergunta qual a sua situação processual e se possui convívio com os demais detentos. Segundo o diretor, o preso terá ciência das normas de disciplina do presídio além de conhecer seus direitos e deveres. Permanecerá ainda durante 10 (dez) dias sob avaliação médica e social para então, ingressar na unidade celular com outros detentos.

PII- Neste estabelecimento o preso é recebido pelo diretor de segurança e disciplina que lhe questiona acerca de seus “dados pessoais e criminais e sinais em seu corpo”, bem como, irá prestá-lo” e bem como lhe fornece toda orientação sobre a disciplina, corpo funcional, regimento interno e a vivência no cotidiano com a população e funcionários.Faz-se ainda uma abordagem pela equipe de saúde, reintegração social em seus âmbitos.

CDP- O preso será recebido pela equipe de inclusão que lhe prestará “informações sobre a unidade e disciplina”.

Perguntou-se se o preso era obrigado a trabalhar, se trabalhavam e, em caso negativo, porque. Buscou-se a ciência do cumprimento da regra contida no art. 31 da LEP, bem como, a verificação da quantidade de presos ociosos dentro do sistema prisional.

Danilo Pinheiro: apesar de todos presos serem obrigados a trabalhar, isto não ocorre, porque não existe espaço físico suficiente para abrigar empresas que ofereçam trabalho aos reeducandos.

Ipero - apesar da obrigatoriedade estabelecida pela LEP ante a “falta de espaço físico e mão de obra especializada” aproximadamente 300 presos trabalham.

PII – Os presos são obrigados a trabalham, entretanto, considerando a falta de espaços nas oficinas e a superlotação apenas 860 presos trabalham.

CDP- Por se tratar de preso provisório não são obrigados a trabalhar, entretanto, 30 (trinta) % dos detentos trabalham, número que poderia ser superior se houvesse um maior número de vagas.

Perguntou-se também se, da remuneração percebida pelos presos, existe algum tipo de desconto e a que título. O objetivo desta pergunta era a constatação do cumprimento do parágrafo 1 do art. 29 da LEP.

Danilo Pinheiro, Afirma que se procede o desconto para pagamento dos presos que trabalham internamente na unidade. Resolução 53/2001 SAP Art. 3º. Inc. I – efetuar o pagamento mínimo de um salário mínimo vigente no país por preso contratado, sendo destinado o mínimo de ¾ (três quartos) o valor para o preso e ¼ (um quarto) para rateio aos demais presos que prestam serviços de apoio e manutenção na unidade prisional (MOI);

Iperó- Afirma que se procede o desconto para pagamento dos presos que trabalham internamente na unidade.

P II – Os descontos referem-se a 25% para rateio com os demais presos e 10% para uma poupança aberta em nome do preso que será levantado quando de sua soltura. CDP – é descontado nos termos da resolução para “rateio comum”.

Perguntou-se se todos os presos estudam e em caso negativo porque. O objetivo desta questão consiste em se constatar se ao preso está sendo prestado a assistência educacional.

Danilo Pinheiro. Ante a inexistência de espaço físico, a maioria dos presos não estudam.

Iperó – Não estudam em função da falta de espaço físico e diversidade de níveis escolares entre os detentos.

P II – Nesta unidade, entre alfabetização e ensino médio, verifica-se 250 presos estudando.

CDP- Ante a inexistência de vagas 10 % dos presos estudam.

Segui-se perguntando se houve, no ano de 2007 visita do Conselho Nacional de Política Criminal, do juiz da execução, Conselho Penitenciário, Do Departamento Penitenciário Nacional e do Estado de São Paulo, do Ministério Publico, do Conselho da Comunidade. O objetivo desta pergunta era se verificar se

os referidos órgãos cumprem suas funções conforme estabelecido pela LEP.

Danilo Pinheiro, Com exceção do Juiz da Execução, Ministério Público e Departamento Penitenciário do Estado que, respectivamente compareceram, 01(um), 08 (oito) e 01 (uma) vez, os demais órgãos não visitaram a unidade prisional.

Ipero- segundo seu diretor o Ministério Publico visitou a penitenciaria no ano de 2007 por 6 (seis) vezes. Já os demais órgãos “por causa do embaraço judicial” no ano de 2007 não compareceram a unidade prisional.

P II, Com exceção do Juiz da Execução e o Ministério Público que, respectivamente compareceram, 01(uma) e , 04 (quatro) vezes, os demais órgãos não visitaram a unidade prisional no ano de 2007.

CDP Com exceção do Juiz da Execução e o Ministério Público que, respectivamente, compareceram 01(uma) e , 12 (doze) vezes, os demais órgãos não visitaram a unidade prisional no ano de 2007.

Posteriormente para saber a possibilidade de super lotação, questionou- se qual a capacidade e quantidade de preso presente no Estabelecimento Penal. Danilo Pinheiro No regime fechado sua capacidade é de 280 presos e possui atualmente 629 ao passo que o regime semi-aberto comporta 260 vagas e possui 261 reeducandos.

Ipero- no regime fechado sua capacidade é de 1242 presos e possui atualmente 469 ao passo que o regime semi-aberto comporta 108 vagas e possui 167 reeducandos. PII - sua construção foi planejada para comportar 750 presos e possui atualmente 1350.

Para se verificar o cumprimento ou não da regra contida na alínea b do parágrafo único do art. 88 da LEP, questionou-se o tamanho das celas no Estabelecimento Penal, sua capacidade e quantidade de presos.

Danilo Pinheiro, 36 m2 incluindo o sanitário e com capacidade para oito presos abrigando atualmente, em média 12 detentos.

Ipero em um pavilhão possui 3 (três) presos por cela e, nos demais 5 (cinco) de quallquer forma, úmero inferior à sua capacidade.

P II – As unidades celulares possuem em seu pavilhão superior 21m2 com capacidade para seis presos e, no pavilhão superior seu tamanho é de 27m2 com capacidade para oito presos e em ambos os casos a media atinge 16 detentos por cela.

CDP – possui aproximadamente 25 m2.

Questionou-se ao Diretor os principais problemas que enfrenta na administração do Estabelecimento Penal.

Danilo Pinheiro - Superlotação e déficit de funcionários.

Iperó – segundo seu diretor, “a pergunta está prejudicada, pelo embaraço judicial está unidade está muito tranqüila”.

P II – Superlotação.

CDP – número de detentos e déficit de funcionários.

Por derradeiro questionou-se ao Diretor se este acredita que os presos quando saem estão ressocializados e porquê?

Danilo Pinheiro: Sim, com reservas, haja vista que a unidade prisional é muito antiga, com projeto de 30 anos, impossibilitando assim o desenvolvimento de projetos mais amplos no sentido de ressocializar completamente o apenado.

Iperó- afrima o diretor deste estabelecimento que é a condição de vida do preso que o leva ao cometimento do ilícito, segundo ele, o detento é reflexo da sociedade que o rejeitou, da precária condição de vida que levou antes do cárcere. Afirma que na unidade prisional realiza-se trabalhos em grupo como meio de melhorar a alta estima do detento e, que nada adiantará se não houver seu acolhimento por parte da sociedade.

P II – Segundo seu diretor nem todos os detentos alcançam a ressocialização, entretanto, o trabalho ali realizado se desenvolve para esta finalidade.

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