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4 INTERAÇÃO HUMANO-COMPUTADOR

4.3 PERSONALIZAÇÃO DE INTERFACES

Definir o público de usuários no ambiente WWW (World Wide Web), é uma tarefa muito complexa devido à heterogeneidade de usuários e da grande quantidade de público existente, pois, existem pessoas ou grupo de pessoas com necessidades de interação e perfis de usuários com objetivos diferentes sobre a interface.

Segundo Orth e Nunes (1993), alguns pesquisadores incentivam a construção de interfaces possíveis de serem ajustadas pelos usuários às suas preferências e necessidades, motivadas pelas seguintes razões:

• Diversidade de usuários (usuários com pouco conhecimento de informática e usuários especiais, como portadores de deficiência);

• Necessidade de guiar usuários a utilizar aplicações complexas ou pouco executadas;

• Gerência de informações a serem apresentadas ao usuário, evitando sobrecarregá-lo com dados não pertinentes.

Devido aos recursos oferecidos pela Internet, as razões acima apresentadas continuarão sendo exploradas no desenvolvimento do projeto de interface personalizada. Além disso, nesta pesquisa serão levados em consideração também os usuários com pouco conhecimento sobre as possibilidades e estratégias de busca das ferramentas, vocabulário limitado de sinônimos das palavras-chave sobre um determinado assunto, ou seja, usuários de sistemas de busca que levam questões sabendo exatamente o que precisam, mas não conseguem formular adequadamente suas palavras e grupos de usuários que não têm certeza, clareza, quanto ao que precisam.

4.3.1 INTERFACE CONFIGURÁVEL

Segundo Cardoso (2000, p.34) a interface configurável permite ao usuário alterar propriedades de acordo com a sua preferência, como cores e tamanho dos objetos na tela, entre outros. Desta forma, o usuário passa a ter controle sobre a interface.

Para Orth e Nunes (1993), o usuário passa a sentir-se mais à vontade ao dispor os elementos da maneira que melhor lhe satisfizer, podendo também selecionar opções e incluir ferramentas no momento que achar oportuno. Para exemplificar podemos citar a iLIB23, uma pesquisa desenvolvida por Jiani Cordeiro Cardoso (2000), com uma proposta de interface de consulta personalizável para bibliotecas digitais que tem por objetivo oferecer ao usuário a seleção da interface de sua preferência para a realização de uma determinada expressão de busca, buscando através dos exemplos e dicas guiar o usuário na utilização da aplicação, gerenciando as informações a serem apresentadas, dando ao usuário a possibilidade de escolher dentre os estilos aquele que vai ao encontro do seu perfil.

A personalização da interface exige um certo conhecimento do usuário sobre o sistema que ele irá atuar. Por isso, ao se desenvolver uma interface configurável há de se ter um cuidado maior ao dispor o controle ao usuário de modo a não confundi-lo. As propriedades e opções disponibilizadas precisam ser apresentadas de maneira clara, a fim do usuário reconhecer sua necessidade e querer utilizá-las.

Conforme Ascencio (2000) cada usuário tem uma personalidade única, entretanto, uma interface homem-computador ideal seria projetada para acomodar diferenças de personalidade ou projetada para acomodar uma personalidade típica de usuários finais.

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4.3.2 INTERFACE ADAPTÁVEL

A interação entre o humano e o computador ocorre através de interfaces que devem ser amigáveis e atraentes, para que não haja um desconforto em seu manuseio e grande sobrecarga cognitiva, dificultando o processo de construção do conhecimento. Portanto, a interface desempenha um papel importante na opinião dos usuários do sistema computacional, devido ela ser o meio pela qual é responsável por traduzir ações do usuário em ativações das funções do sistema. Atualmente, as interfaces estão aumentando sua complexidade sendo, portanto, necessário o estudo e implementação de interfaces adaptativas com o objetivo de adequar as interfaces conforme as necessidades e preferências dos usuários, podendo ser baseada no modelo do usuário que é uma representação de informações, explícita ou implicitamente que descreve o usuário de tal forma que o sistema possa operar com maior eficiência para determinar como apresentar dados, que tipo de ajuda apresentar, e como o usuário irá interagir com a interface.

Segundo Cardoso (2000, p. 35), a interface adaptável “pode observar as ações do usuário e a partir delas gerar um conjunto de suposições responsáveis em determinar a melhor forma de interação, sem necessitar que o usuário defina o que fazer”. A interface adaptável pode, por exemplo, mudar a ativação de um procedimento realizado por menus para uma ativação realizada por botões, dependendo das ações do usuário durante o tempo de interação.

Devido à diversidade de usuários presente na Internet, a interface adaptável é uma boa opção para minimizar este problema de interação humano-computador, no qual, a interface se adapta conforme o contexto que o usuário estiver inserido. Quanto mais variadas são as maneiras de realizar uma tarefa, maiores são as chances do usuário escolher e dominar uma delas. Deve-se portando fornecer ao usuário procedimentos, opções, comandos diferentes permitindo alcançar um mesmo objetivo.

Entretanto, as interfaces adaptáveis fornecem uma estrutura satisfatória para a heterogeneidade de usuários. Ao adaptar-se a interface com as características do usuário, estas poderão, a princípio, minimizar o treinamento, bem como melhorar a satisfação do usuário e sua produtividade.

Para Cybis (2003, p.3) a adaptabilidade é uma entre as diversas qualidades de uma interface com o usuário, na qual permitirá aos diferentes usuários, em diferentes estágios de competência, em diferentes tarefas e em diferentes ambientes físicos, tecnológicos e organizacionais, poderem alcançar seus objetivos com eficácia, eficiência e satisfação.

O protótipo desenvolvido nesta pesquisa oferece um serviço de busca personalizado, a partir das relações usuário e sistema digital através do diálogo por meio do preenchimento de formulário, que terá rótulos e espaços livres para neles serem inseridos os dados, através do diálogo baseado em perguntas e respostas e do diálogo em linguagem natural. O preenchimento do formulário é uma forma útil de diálogo, sendo uma forma de melhorar o aproveitamento de bibliotecas digitais e efetivando satisfatoriamente seu uso. Nos diálogos por meio de preenchimento de formulário o usuário exerce pouco controle do diálogo, mas esse método tem a vantagem de facilitar as atividades do usuário na realização de uma determinada busca em que não será necessário ter conhecimento dos operadores booleanos e das sintaxes utilizadas para a recuperação de informação. Após o diálogo por meio do preenchimento de formulário, linguagem natural e do diálogo baseado em perguntas e respostas, o agente de interface, a partir das informações fornecidas pelos usuários, construirá uma estratégia de busca baseada na metodologia da eliminação das preposições, conjunções e artigos, os chamados stopwords. Em seguida, o agente de interface passará a atuar como um pesquisador em catálogos de bibliotecas disponíveis na Internet e no índice Google para

oferecer respostas às solicitações. Além disso, o usuário possui duas formas para refinamento da busca, através da relação de interseção e exclusão24.

A utilização de agentes no processo de recuperação da informação agiliza a realização de tarefas, tornando-se possível ainda que um agente torne a interface humano-computador mais amigável25 e “inteligente”, interagindo com o usuário, na forma de personagens que auxiliam na realização de determinada tarefa.