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Foi construída a nuvem das 30 palavras mais citadas na tabela 11, das quais destacam-se dez: brigada, segurança, estado, pública, gente, informação, compartilhamento, trabalho, fazer, polícia.

Fonte: Elaborada pelo autor no software NVIVO.

As categorias dessa perspectiva são apresentadas nas Tabelas 2 e 3, com suas respectivas citações, para que se possa compreender, visualizar e estudar melhor os dados.

Iniciam-se as análises de forma crescente.

Tabela 2 – Perspectiva gerencial e organizacional – A

Carência de estrutura/ falta de recursos Confian ça Diferentes origens, valores, e cultura Preocupação com a qualidade da informação recebida Melhor precisão e Eficácia na decisão Desempen ho da Estratégia Interesses competitivos Fluxos Mecanismo de controle 1- Susepe 1 1 1 1 0 0 1 0 0 2- Brigada Militar 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3-Casa Militar 0 0 2 0 1 1 1 0 0 4- Bombeir os 1 1 1 1 1 0 1 0 1 5- Procergs 0 1 0 0 0 0 0 0 1 6-DIE SSP 1 1 0 1 0 0 1 0 0 7-Polícia Civil 1 1 1 1 0 0 1 2 0 8-IGP 2 0 0 1 1 1 1 0 0 9Divisão do TIC 0 1 2 1 1 2 0 0 0 10- Secretari o 1 1 0 0 0 0 0 0 1 11-DCCI SSP 0 0 0 0 0 0 0 1 1 12-DISP SSP 1 1 0 0 1 0 0 0 0 13-Ex FN MJ 0 0 0 0 2 2 0 1 1 8 8 8 7 7 6 6 5 5

Tabela 3 – Perspectiva gerencial e organizacional – B Apoio e análise com precisão Recom pensa

Riscos Liderança Resistência Troca de Experiên cias Processo de operação Conduta de sigilo Limites da Organização Burocráticas Preocupação da perda da autonomia 1-SUSEPE 2 2 0 1 1 1 2 1 1 2 2-Brigada Militar 1 1 0 1 1 2 2 0 0 0 3-Casa Militar 2 3 1 1 2 1 1 0 0 0 4- Bombeiros 1 0 2 1 1 1 1 1 1 1 5-Procergs 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 6-DIE SSP 1 2 2 1 1 1 1 0 1 1 7-Polícia Civil 1 2 2 1 1 1 0 1 2 0 8-IGP 2 0 0 1 1 0 1 2 1 1 9-Divisão do TIC 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 10- Secretario 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 11DCCI SSP 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 12-DISP SSP 1 1 2 1 1 1 0 1 1 0 13-Ex FN MJ 0 0 0 2 0 0 1 0 0 0 15 15 14 14 13 12 11 10 10 9

Fonte: Elaborada pelo autor no software NVIVO.

Ao analisar a perspectiva gerencial e organizacional, cabe mencionar que os fatores “desenvolvimento de negociação” e “compromisso” não foram pontuados por nenhum respondente. As categorias vaidade pessoal, a preocupação de perda de

ativos valiosos e competitividade, as diferentes áreas geográficas e a definição de atores também são categorias que foram pouco pontuadas pelos respondentes.

Como nessa perspectiva há muitas categorias, foi estabelecido um ponto de corte, e serão analisadas somente as categorias apontadas por, no mínimo, três entrevistados. Inicialmente, serão analisados os fatores com menor citação, construindo o raciocínio para os mais citados.

O quesito melhor controle foi mencionado por cinco entrevistados: Comandante do Bombeiros, Gestor da Procergs, Secretário de Segurança, ex- integrante do Ministério da Justiça e Diretora do DCCI. Ter um representante de cada órgão no DCCI significa ter um interlocutor para transmitir a realidade; a participação efetiva auxilia e ajuda no funcionamento de cada instituição. O Secretário de

Segurança tem conhecimento de que bastam sentar as instituições, para que encontrem a solução. E a Diretora do DCCI conclui: “No sistema da Brigada, todos os órgãos recebem a informação on line no que está ocorrendo. Por isto a importância da integração e uso de uma só ferramenta.”

O próximo nó é fluxo das rotinas e processos, mencionado por quatro respondentes e citado cinco vezes. O ex-integrante destaca que o compartilhamento de informações sobre o fluxo dos processos é o grande desafio. “Os americanos, eles tiveram que passar por uma crise, que foi o 11 de setembro de 2001, para conseguirem compartilhar seus processos. Nós tivemos uma oportunidade que foi a Copa do Mundo, e aprendemos naquele pequeno momento da Copa do Mundo, e desaprendemos logo depois.” O compartilhamento de processos é uma nova era na segurança pública. É claro que existem situações, que até devem ser compartimentadas, mas essas questões devem ser estabelecidas por protocolos próprios. “Não existe um sistema, sem que todas as peças estejam se comunicando entre si”.

O Chefe de Polícia acrescenta que, se houver uma determinação superior a dizer que não se tenha nenhum tipo de compartilhamento, isso pode prejudicar todo o fluxo estabelecido no atendimento. O fluxo tem que ter o envolvimento das camadas de gestão das instituições; ele não pode ser algo imposto e,sim, algo ajustado, para que haja o compromisso das instituições. “O DCCI, ele pode estar bem alinhavado, e o problema pode acontecer lá na ponta. Acredito que a qualificação também faz parte desse processo de culturalização do atendimento, em suma, refaço o fluxo.”

O Comandante da Brigada Militar entende que, no DCCI, o compartilhamento das informações daquilo que está acontecendo no momento de emergência é importante, mas, em relação aos processos, não vê grande interferência ou ingerência na outra instituição; a partir do momento em que cada um tem seus protocolos, vão trabalhar na mesma ocorrência a integração entre eles, porque trabalham com o bem comum, mas cada um vai fazer seu objetivo, sua missão específica. Conclui a Diretora do DCCI que, para que haja um compartilhamento de sistemas, seria importante a criação de um sistema unificado, para todas as instituições, que padronizasse suas atuações dentro do DCCI.

Relacionado à categoria anterior, estão os interesses competitivos entre determinados órgãos. Seis gerentes das instituições assim comentaram essa categoria. O Superintendente da SUSEPE diz que a questão de competitividade faz

parte, que tem que existir, desde que isso não atrapalhe o processo como um todo. O Comandante da Brigada Militar descreve como segue:

Hoje, o compartilhamento de informações é mais em virtude da relação entre os servidores, tanto a nível operacional ou gerencial, do que o fluxo organizado referente ao compartilhamento; é mais relações interpessoais. Determinado momento, parece ter a competição, principalmente para ter a visibilidade e a maior visibilidade frente a uma urgência ou emergência que venha a ter sido coordenada pelo DCCI, mas tem a tal da liderança situacional, que se fala muito no DCCI, que é aquele órgão que tem a responsabilidade maior naquele momento assuma a coordenação. Então, sim, tem essa competição entre as instituições.

O Chefe de Polícia entende que sempre existiu e sempre vai existir; o problema é como as instituições lidam com isso de forma a não prejudicar a sociedade. Já o Comandante dos Bombeiros acredita que não existe tal competitividade. Neste sentido, a Diretora do IGP entende que a competitividade existe só para agilizar os processos, mas não de tomar para si. O Chefe da Casa Militar compreende que a competitividade influencia, porque conhecimento é poder; então, quando se detém o conhecimento, se tem o poder, e esse é o desafio da inteligência do processo em minimizar essa competitividade: diminuir a busca do conhecimento excessivo, para se controlar e compartilhar informações no sistema, onde todo mundo vai buscá-las. O Diretor de inteligência da SSP acredita que haja algum interesse, mas não sabe medir essa concorrência entre as instituições. Comenta, entretanto, que há um interesse do detentor da informação, ao fazer a atuação, a ação: “vai colher através daquela informação da ação ou coleta, digamos assim, os louros do ato”.

O fator desempenho da estratégia foi mencionado por quatro gestores e apontado seis vezes. A Diretora do IGP alerta que a preocupação vai se manifestar, quando aquela pessoa que vai receber a informação perder tempo, perder o processo, o recurso público, no caso, numa situação diferente daquela que deveria ter sido provocada. Exemplifica: “Em uma ocorrência, se recebeu a informação de que se tratava de um acidente de trânsito, e entrou como um homicídio. São equipes completamente diferentes. Então, temos todo um deslocamento, duas vezes, por um erro de informação, de compartilhamento de informação, gerando prejuízos de tempo, recurso e eficiência.”

O ex-integrante do Ministério da Justiça destaca que cada instituição tem o seu processo, mas que, dentro do DCCI, existem todas as vinculadas, todos os órgãos, Brigada, Polícia Civil, Bombeiros, IGP, com a possibilidade de integrar outros, o que

seria estratégico. O Chefe da Casa Militar vê a integração de órgãos estaduais, órgãos municipais e federais como desejável. Exemplifica que a Defesa Civil Estadual não faz parte do DCCI. Então, também há a falta de um órgão extremamente importante, que trabalha com a gestão desses problemas, mas que não faz parte diariamente da rotina e operacionalidade do DCCI. “Penso que seria estratégico e imprescindível que estivesse lá uma cadeira com alguém da Defesa Civil”. O Chefe do TIC constata que o DCCI trabalha muito com a esfera local, não conseguindo se articular em nível de Estado. O departamento tem os contatos, mas ainda não tem poder decisório para interferir nas decisões em nível de estado, somente em Porto Alegre. Acrescenta ainda que, às vezes, não se tem ciência de todo o caminho que se percorre em uma atividade, para que ela chegue a ter o resultado. Então, quando se tem conhecimento do processo, sabe-se que muitas vezes o trabalho dos órgãos se cruzam, interferindo de alguma forma, podendo-se achar caminhos mais rápidos, mais seguros para se chegar à informação. A integração das informações é estratégica para a operação dos órgãos, atingindo-se melhores resultados dos objetivos da segurança.

Sobre a eficácia da decisão e melhor precisão em operações, o ex- integrante do Ministério da Justiça lembra que “aprendemos com um advento crítico de segurança (incêndio) ocorrido no Estado, que, quando ocorreu o fato, somente foi acionado o recurso apropriado em 20 minutos após o início do evento; se estivessem todos os órgãos em um local só, outros atores poderiam ser mais eficazes para agir”.

O Diretor de Integração entende que são três estágios do compartilhamento. O primeiro está na emergência, pois seu foco está na segurança pública. Já o segundo estágio está no fato ocorrido, numa fase de registros e apontamentos. No terceiro estágio, estaria a parte de quem fez o quê e o que fez. Por fim, o quarto estágio seria a parte final da condenação, aplicação da sanção disciplinar e suas decorrências. Assim o compartilhamento é importante, uma vez que possibilita a melhor gestão e a eficácia das decisões.

Cada instituição tem parte da verdade e, ao se compartilhar e trocar informações, a lógica e as soluções são melhor trabalhadas, segundo corrobora a Diretora do DCCI. Ao se compartilhar a informação, tem-se o conhecimento do que está acontecendo no âmbito da segurança pública do Estado, estimulando o compartilhamento da informação em prol da segurança. Estando integrados, os órgãos constroem em conjunto as demandas, instituições pequenas aprendem muito com as grandes instituições e com os bons exemplos. A perda de tempo e o emprego

indevido de recursos humanos são falhas cruciais no campo da segurança pública. O compartilhamento faz com que as instituições revejam os retrabalhos, bem como esforços desnecessários em alguns processos. Assim, poupa-se a energia disponível e se faz o que é preciso, gerando mais eficácia nas tomadas de decisão e precisão das operações.

Quanto à qualidade da informação recebida, o Superintendente da Susepe aponta que “a qualidade vai ser afetada, se essa questão cultural, a gente não mudar ela cem por cento. [...] Eu acompanho vários colegas do DCCI que me dizem o que nos mata é o fake news, porque daqui um pouco uma coisa que se falou lá no fundo de uma cadeia, ou se falou lá em uma abordagem no bairro, chegue aqui de outra forma e será verdade?” O Comandante dos Bombeiros introduz o assunto, informando que iniciaram recentemente a atual configuração da sua instituição, que praticamente partem do zero, devido à recente separação da Brigada Militar; os Bombeiros criaram setores de inteligência e corregedoria novos. “Eu acho que o Corpo de Bombeiros tem que estar mais presente lá dentro do DCCI.” O Chefe de Polícia entende que a qualidade da informação vem desde o princípio, desde a comunicação por alguém da sociedade de que algum fato aconteceu, o registro adequado daquela informação, a localização adequada para que gere dados estatísticos mais qualificados, sendo um ponto extremamente importante esse contexto. “E isso permite até uma auditoria sobre a questão de levantar o vazamento de informação e saber quem é que mandou aquela foto, que não deveria ter repassado.”

O Comandante da Brigada Militar diz que um problema do compartilhamento, muitas vezes, é o risco de vazamento da informação reservada, que não pode se tornar pública. O Diretor de Inteligência confirma a responsabilidade de verificar se aquela informação é válida, se é uma informação verdadeira, uma vez que é grande a velocidade na comunicação e na troca de informação.

Eu verifico que isso pode causar uma perda na qualidade, em virtude de que, muitas vezes, tu não tens dentro daquele espaço necessário que teria de tempo para fazer todas as análises e as perguntas e as pesquisas, que poderiam trazer a veracidade da informação que está recebendo. A informação, como é algo que está muito presente, muito quente e muito necessário, tem que rodar de forma rápida e encaminhar, com a apuração e o mineramento apropriado, ou seja, a velocidade das operações faz que se perca, por vezes, a qualidade na hora de fazer a entrega de dados.

momento oportuno de se fazer a análise correta. A tendência é que a análise fique longe do ponto que realmente interessa, porque a informação fica sendo parcial, analisada somente em parte.

A cultura, a diferença de valores e origens institucionais foram fatores citados por cinco entrevistados. O Superintendente da Susepe entende que a cultura pode se modificar. Exemplifica que, na greve dos caminhoneiros, “entrou a Brigada, a Polícia Civil e a SUSEPE. Chegamos a fazer escolta de caminhão de gás porque iria faltar gás nas cadeias. E se houvesse uma rebelião na cadeia de Itaqui? Os agentes de lá, com o apoio da Brigada Militar, da Polícia Civil, tentariam resolver e comprometer todo o sistema?” Com a integração, todas as instituições são mais fortes. Contra a criminalidade, repercute de forma muito positiva essa integração.

O Chefe de Polícia descreve que valores, missão, estratégias de negócio diferentes não podem prejudicar o compartilhamento de informações. Por isso, a questão do estabelecimento do fluxo comum, porque ele precisa ser “culturalizado”. Há um aspecto que precisa ser debatido internamente, criando um fluxo novo e culturalizando, para que seja reconhecido por todos. O Comandante da Brigada Militar diz que cada órgão tem a sua cultura, a sua história e, embora todos trabalhem pela Segurança Pública, cada órgão busca um espaço maior e uma missão maior frente aos demais. Então, existe uma competição, e a história de cada um, a sua origem e a evolução influenciam com certeza diretamente.

O Chefe da Casa Militar aprofunda um pouco o assunto, exemplificando que acompanha outras instituições, e as instituições, para terem poder, eventualmente escondem as informações de outras instituições, agindo de maneiras autônomas, com reflexos prejudiciais a outras. O Chefe da divisão do TIC acredita que a cultura organizacional que vem da origem é muito forte. Por exemplo, a Brigada Militar e a Polícia Civil são instituições muito antigas, que sempre tiveram a completude do funcionamento, sempre eram separadas como instituições totais, sendo mais difícil haver a integração e o compartilhamento, pois os representantes desses órgãos já vão ao DCCI com essa cultura. Na parte tecnológica, todo o sistema colocado à disposição na Copa foi voltado para o compartilhamento, para o uso comum entre as instituições, mas ele é ainda pouco explorado. Então, segundo o entrevistado, existem duas problemáticas: uma é a cultura de não compartilhar, e a outra é o desconhecimento da real capacidade da estrutura de equipamentos que estão disponíveis.

A categoria de confiança foi comentada por oito entrevistados. O ex-integrante do Ministério afirma que, atualmente, ainda não se tem confiança plena, pois as instituições ainda devem aprender a trabalhar integradas, na parte operacional, no emprego de ações no terreno, em níveis estratégicos, de inteligência integrada do início ao fim.

O Superintendente da Susepe afirmou que a confiança vai sendo construída nas operações comuns. Exemplifica da seguinte forma:

A operação Pulso Firme, que eu me lembro que até tu sentaste na mesa junto. Nós sentamos ali e me foi perguntado, se eu era o gestor principal da instituição. Eu era gestor de departamento e eu disse eu acho que nós devemos fazer assim, assim e assado. E até, na época, eu agradeci às pessoas que estão conduzindo, porque eu fui ouvido enquanto gestor. Então, eu acho que isso vai estabelecendo uma relação de confiança sólida entre instituições. Eu acho que quem tem a ganhar é a sociedade em primeiro lugar e quem tem a perder é a criminalidade. O nosso pessoal que está lá na ponta, ele só ganha com isso, porque eles fazem uma operação lá com o respaldo maior.

O Comandante dos Bombeiros afirma que, em princípio, não trata nenhum outro órgão com desconfiança; a ideia é manter um ótimo relacionamento confiável com todas as vinculadas. “Não acreditamos que receberemos informações desencontradas e, por ventura, qualquer tipo de inveracidade nas informações. Nós acreditamos que todas as informações que vêm das vinculadas da Secretaria é de inteira confiança e nós também tentamos passar essa confiança para todas as vinculadas da Secretaria.”

O gerente da PROCERGS afirma que a chave do compartilhamento é a confiança; sem haver uma sinergia, uma confiança, protocolo de “eu te ajudo, tu me ajudas, e vamos dar as mãos e compartilhar”, não é possível dar certo. Pensa que deve haver portarias, leis, processos legais que regulamentam, para que o compartilhamento dê o efetivo resultado.

O Chefe de Polícia entende que o respeito à missão de cada um e o andamento do compartilhamento da informação, bem como o bom uso dessa informação, são fundamentais; no momento em que há o mau uso da informação, gera-se uma “bola de neve”, que pode afetar todo o fluxo. O Diretor do Planejamento da SSP entende que a confiança influencia e que, por não haver o hábito de se trabalhar de forma integrada há muito tempo, às vezes, um órgão não sabe o que outro vai fazer com uma determinada informação. Esses questionamentos sobre o uso apropriado da

informação geram desconfiança. O Diretor de inteligência conceitua que a confiança influencia: “quando se tem bem desenhado o que cada instituição faz, não teria por que ter qualquer tipo de medo de que uma informação poderia ser adotada de forma a te prejudicar”. O Secretário afirma que o ideal é que esse compartilhamento seja impessoal, embora seja claro que as pessoas têm que trabalhar juntas. A Diretora do DCCI conclui que “aqui no DCCI, é um exemplo que se constrói positivo, porque faz vários anos que estão trabalhando junto, que chega um momento que não faz mais diferença se tu estás trabalhando com policial civil, ou policial militar, ou agente policial”. Ou seja, de acordo com os entrevistados, a confiança está relacionada ao hábito, com o tempo decorrido de atividades em comum e com a clareza do papel de cada órgão envolvido.

Outro elemento que preocupa oitos dos entrevistados é a carência na

estrutura, juntamente com a falta de recursos - elemento apontado por dois

entrevistados, o Gerente da PROCERGS e a Diretora do DCCI. O primeiro contextualizou que a estrutura, com o advento da Copa, recebeu um amplo investimento tecnológico, de equipamentos, mas faltaram recursos humanos. A estrutura necessita de atualização e manutenção, mas, sem um efetivo especializado para a evolução que a tecnologia exige, logo estará ultrapassada, necessitando constantemente de investimento. A Diretora do DCCI afirma que, para manter a estrutura do DCCI, são necessários recursos financeiros. Como a tecnologia tem custos elevados, necessita de investimentos. Acrescenta que, quanto maior for o investimento, maior será o compartilhamento e a integração de informações. Em relação à carência de estrutura ou recursos humanos, o Superintendente da Susepe manifesta que, na contratação de um aparelho que bloqueie os sinais de celulares para combater a criminalidade, por exemplo, “porque, se a gente apenas bloquear, a comunicação dentro dos presídios vai continuar, carta, por recado pelo advogado, pela visita, enfim... se a gente não souber que isso está acontecendo, o bloqueio vai se tornar obsoleto”. Acrescenta, ainda: “Um dia, teremos mais recurso e poderemos aplicar em tecnologia e estaremos um passo à frente da criminalidade.” O Comandante dos Bombeiros cita: “A gente conseguiu ampliar esse efetivo lá [no DCCI], que até então era totalmente defasado e não cumpria nossa missão básica, que era o atendimento de emergência”. A Diretora do IGP compreende que o investimento auxilia para que todo mundo se comunique e auxilia na agilidade de todo processo. O Chefe de Polícia acha que podem melhorar a questão do fluxo e a

questão da atividade de inteligência, ou seja, agregar sistemas de inteligência, de cercamento eletrônico, algo que possa servir a todas as instituições envolvidas e dar alertas nesse sentido. O Diretor do Planejamento explica que o Estado, como um todo, recicla-se com frequência e disponibiliza recursos de tecnologia bastante avançada, mas que, “talvez não o suficiente e talvez o caminho é de ter o suficiente de recursos