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Ao nível da gestão de risco em mercados energéticos, a prudente política de “hedging”, adoptada pelo Grupo EDP para as suas actividades de produção

e comercialização de electricidade e gás em mercado liberalizado na Península Ibérica, assegura já uma redução muito significativa dos níveis de risco de rentabilidade desta actividade para o ano 2009. Ao longo de 2009, a EDP focar-se-á sobretudo na definição da sua estratégia de gestão de risco em mercados energéticos para 2010.

Os aumentos verificados, no início de 2009, nas tarifas reguladas de electricidade para clientes finais em Portugal e Espanha, não serão suficientes para fazer face aos déficits tarifários acumulados pelas empresas eléctricas em anos anteriores, fruto da manutenção da estabilidade ou do crescimento moderado das tarifas ao longo dos últimos anos, mesmo em períodos de acentuado aumento dos custos de produção. Em Portugal, a situação de déficit tarifário surgiu de forma mais crítica apenas em 2008, em resultado da conjugação de um ano extremamente seco com um período onde os custos dos combustíveis fósseis atingiram máximos históricos. Em Portugal, a ERSE anunciou que o deficit tarifário de €1.27bn criado em 2007 e 2008, começará a ser pago pelos consumidores portugueses apenas a partir de Janeiro de 2010, repartido ao longo de um período de 15 anos. Em Espanha, o governo e os operadores do sector eléctrico, estão actualmente a estudar uma solução para colocar um fim aos recorrentes défices tarifários, que se espera alcançar até 1 de Julho de 2009, data prevista para o fim da opção por tarifas eléctricas reguladas para os segmentos residencial e de grandes consumidores industriais (G4), dando assim um impulso ao volume de electricidade comercializada em mercado livre.

Em termos de revisões regulatórias, antecipa-se um ano sem grandes novidades, já que a actividade

de distribuição de electricidade em Portugal iniciou, em Janeiro de 2009, um período regulatório de três anos e no Brasil, as distribuidoras Escelsa e Bandeirante estão sujeitas a novas revisões apenas em 2010 e 2011, respectivamente.

O plano de investimentos do Grupo EDP contempla um investimento médio anual de 3 mil milhões de euros para o período 2009-2012, em ritmo compatível com o compromisso de manutenção de uma notação de “rating” na região ‘A’. Cerca de 80% do investimento planeado para 2009-2010 encontra-se comprometido, quer através de obras de construção já em curso, quer através de encomendadas de turbinas eólicas já efectuadas aos fornecedores. Em Portugal, o Grupo EDP deverá arrancar com operações em dois novos grupos de CCGT - Lares 1 e 2 – com 862MW

de capacidade instalada, contribuindo assim para uma Em termos perceptivos e ao nível da conjuntura económica

mundial, o ano de 2009 deverá continuar a ser marcado por elevados níveis de incerteza e volatilidade,

traduzindo-se num forte abrandamento da actividade económica, sem que seja clara a extensão do seu impacto nos níveis de procura global ou inflação. Apesar dos programas de recuperação económica anunciados por diversos governos, os efeitos da actual crise estendem-se a vários sectores da economia. Em Portugal, de acordo com as estimativas do Banco de Portugal, o PIB deverá contrair 0,8% em 2009 e a inflação deverá situar-se em 1%. Ainda sem data definida, deverão decorrer no segundo semestre de 2009 eleições legislativas e autárquicas em Portugal. Em Espanha, o PIB poderá contrair 2% em 2009, enquanto a inflação poderá situar-se em 0,6%, segundo a previsão da Comissão Europeia. No Brasil, estima-se que o PIB cresça cerca de 3% e a inflação se situe nos 4,7%. As próximas eleições presidenciais no Brasil terão lugar em 2010.

Em 2009, prevê-se que o consumo de electricidade e gás apresente níveis inferiores aos verificados em 2008 nos principais mercados em que o Grupo EDP actua, embora se espere que estas quedas venham a ter dimensões diferenciadas em cada mercado. Em Portugal, estima-se que o consumo de electricidade venha a registar uma ligeira queda, em cerca de 1%, em resultado do reduzido peso da indústria pesada no consumo eléctrico português, comparativamente ao que acontece noutras economias mundiais, e da inexistência de uma queda brusca da actividade do sector da construção em Portugal, o qual já vinha a apresentar níveis de actividade decrescentes ao longo dos últimos anos. Em Espanha, estima-se que o consumo de electricidade e gás em 2009 sofra reduções mais significativas, em resultado não só do maior peso da indústria pesada no consumo de electricidade e gás - tais como a indústria automóvel e do aço, que enfrentam reduções muito significativas dos seus níveis de actividade - mas também da redução brusca da actividade de construção, após vários anos consecutivos de expansão da actividade. No Brasil, o consumo de electricidade deverá sofrer também uma redução em relação a 2008, penalizado essencialmente por níveis menos elevados de consumo do sector industrial, nomeadamente do sector exportador.

O elevado peso das actividades reguladas do Grupo EDP, com modelos de remuneração estáveis baseados essencialmente em taxas de retorno fixas sobre o capital investido, e a prudente gestão de riscos em mercados energéticos efectuada quer ao nível consolidado quer ao nível de cada uma das actividades do Grupo EDP, serão, sem dúvida, factores críticos que ganharão ainda maior relevo neste enquadramento de instabilidade e incerteza, garantindo as condições adequadas para que o Grupo EDP continue a satisfazer aos seus clientes,

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Adicionalmente, prosseguem os trabalhos

de repotenciação de 3 barragens (Bemposta II, Picote II e Alqueva II) e de construção da nova barragem do Baixo Sabor. Estes projectos representam um acréscimo de capacidade de 862MW, com início de operações previsto para 2011 e 2013. No Brasil, a Energias do Brasil deverá prosseguir com a construção de central a carvão de Pecém (720MW, detidos em 50/50 pela Energias do Brasil e MPX), cujo arranque está previsto para Dezembro de 2011 e com PPA já contratado. Mais de 60% do plano de investimentos do Grupo EDP para o período 2009-2012, diz respeito à actividade de produção de energia eólica. Em Dezembro de 2008,

a EDP Renováveis tinha em construção 762MW de novas instalações eólicas na Europa e nos EUA, tendo adjudicado aos seus fornecedores 1,8GW de turbinas eólicas a instalar nos mercados onde a EDP opera ao longo dos anos 2009-2011. No que diz respeito à clarificação das perspectivas de rentabilidade e risco do investimento a concretizar em novas centrais eólicas, é fundamental o acompanhamento da evolução de dois factores importantes: a rapidez de implementação, dimensão e estabilidade dos incentivos à construção de nova capacidade de produção eólica nos EUA, que faz parte integrante do programa de recuperação

económica anunciado pela Administração Obama, e a evolução do preço de mercado das turbinas eólicas, o principal custo de produção desta actividade. Apesar de uma envolvente actualmente mais exigente, o Grupo EDP está confiante que a sua solidez financeira e o seu perfil de baixo risco permitirão aceder, em condições competitivas, aos mercados de crédito, permitindo assim financiar as suas necessidades de financiamento para 2009.

Em conclusão, num ano que será marcado pela

volatilidade e incerteza, o Grupo EDP continuará a orientar a sua estratégia em três pilares: Risco controlado, Eficiência superior e Crescimento orientado. Esta estratégia, conjugada com um peso superior a 85% de actividades de baixo risco no seu portfolio de negócios, deverá possibilitar à EDP enfrentar com sucesso os desafios exigentes do ano 2009.

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