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Capítulo 1. Introdução

1.1 Pertinência do tema

O fenómeno da globalização foi alargado com o aparecimento da Internet e vem alterar a forma tradicional de ensinar numa nova sociedade, a Sociedade da Informação, e, numa nova escola, a escola do século XXI. Esta sociedade, caracterizada pela recepção e transmissão de conteúdos de forma acelerada, aliada à facilidade de ―publicação de conteúdos‖ e à rápida proliferação dos computadores nas instituições, empresas e famílias, a Escola teve que se adaptar a esta nova situação e alterar/adaptar o processo de ensino-aprendizagem, levando à integração das novas tecnologias, nomeadamente o computador e a Internet, no processo de aprendizagem. Esta integração pode ser verificada quando o ambiente de trabalho deixa de ser o computador pessoal do professor, um ambiente local, para um ambiente online ou para um ambiente em rede, possibilitando o acesso aos recursos a qualquer momento e em qualquer parte do mundo a um conjunto de pessoas (Bardin, 1977; Carvalho, 2008; DyKnow & HP, 2008).

De acordo com o estudo realizado por Jacinta Paiva (2002b), a grande maioria dos professores, cerca de 82%, já integravam o computador na preparação das suas aulas e em outras actividades relacionadas com a sua disciplina (Gráfico 1). Este mesmo estudo demonstra que o computador, possivelmente com ligação à Internet, também já era um meio de comunicação fora da sala de aula (Gráfico 2). Tendo presente que o estudo referido tem cerca de 6 anos e que os professores actualmente são obrigados a possuírem certificação em competências TIC (ME, 2009c), estas percentagens deverão ser superiores às mostradas no estudo e as quais são apresentadas nos gráficos a seguir.

Gráfico 1 – Utilização do computador na preparação das aulas (Paiva, 2002b)

Gráfico 2 – Utilização do computador na interacção com os alunos fora da sala aula (Paiva, 2002b)

O aparecimento da Web 2.0 vem facilitar esta integração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) dado que disponibiliza ferramentas que permitem disponibilizar conteúdos sem ter que obrigatoriamente criar páginas Web e um servidor para as disponibilizar. Os blogs, o YouTube, o GoogleDocs, as redes sociais (Hi5, Twitter, Facebook, etc) são alguns exemplos destas ferramentas.

A possibilidade de escrever online é motivante para ambas as partes, alunos e professores (Carvalho, 2008). O processo de aprendizagem é efectuado a partir da motivação, sendo esta desencadeada a partir do interesse que é despertado no aluno, arranjando motivos que levem à aquisição de conhecimentos. Deste modo, a introdução das tecnologias trazem dinamismo e interactividade ao processo de aprendizagem, proporcionando interesse, necessidade e vontade de adquirir competências. Com este objectivo a iniciativa ―Escola, Professores e Computadores Portáteis‖ do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Educação ―(…) pretende fazer com que os alunos se envolvam

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 82% 77% 44% 16% 11% Utilização do computador na

preparação das aulas

0% 20% 40% 60% 80% 100% Sim Não 26% 74% Utilização do computador na interacção directa com os alunos,

no processo de ensino e aprendizagem, procurando, por um lado, rentabilizar os recursos da Web e, por outro, partilhar o conhecimento (…)‖ (Carvalho, 2008, p. 59), tornando-se mais activos no processo de ensino aprendizagem e produtores de conhecimento.

Assim, a liberalização das tecnologias trouxe vantagens (ampliar o conceito de sala de aula, de espaço e de tempo, de estabelecer pontes entre o presencial e o virtual), mas associado a este fenómeno surgiram alguns problemas e desafios para os quais a escola tem que estar preparada para dar resposta, como por exemplo: ao controlo de acesso aos conteúdos de domínio público, questões de como tratar os direitos de autor, a segurança na Internet, etc.

Transpondo estas questões para a educação, nomeadamente, para o contexto de sala de aula de informática, ao docente atribuí-se mais uma tarefa: a monitorização do acesso de cada aluno aos sites que este visita no decorrer da aula, as aplicações que utiliza, entre outras. Quando falamos de turmas com 23 a 28 alunos depressa chegamos à conclusão de que humanamente será complicado cumprir todas as funções de docente, mais a função de demonstrar, monitorizar, controlar, bloquear acessos a conteúdos digitais.

Para apoiar o professor na gestão de sala de aula existe software no mercado que possibilita controlar, gerir e dar suporte remoto a um ou mais computadores, permitindo, assim, controlar o acesso a conteúdos digitais (Internet e ficheiros locais), às tarefas que cada aluno realiza no seu computador, e, também, aumentar a interactividade entre o aluno e o professor. Como exemplo, dessas ferramentas temos o Netop School, o LanSchool, o UNI_NET Classroom da NAUTILUS. Estas ferramentas assumem uma grande importância, também, quando se fala de quadros interactivos no contexto de sala de aula em que a gestão do tempo assume, igualmente, uma grande importância.

A importância dada às TIC no processo de ensino-aprendizagem tem sido muita e tal reflecte-se na criação, por parte do Ministério da Educação, de uma equipa multidisciplinar designada por Recursos e Tecnologias Educativas/Plano Tecnológico da Educação (ERTE/PTE). A esta equipa ―compete genericamente conceber, desenvolver, concretizar e avaliar iniciativas mobilizadoras e integradoras no domínio do uso das tecnologias e dos recursos educativos digitais nas escolas e nos processos de ensino- aprendizagem (…)‖ (DGIDC, 2010b).

Para além da criação da equipa Recursos e Tecnologias Educativas/Plano Tecnológico da Educação, a aplicação das TIC na Educação podem rever-se através de algumas políticas como por exemplo:

 A nível de iniciativas temos: e-escolhinhas, Equipa PTE, o Coordenador TIC, Iniciativa Escolas, Professores e Computadores Portáteis, entre outras

(DGIDC, 2010c).

 Ao nível das TIC no currículo: a inclusão da disciplina de TIC no 9º ano, Área de Projecto 8º ano/e-portfolio, os quadros interactivos, As TIC nos jardins-de-infância e no ensino básico.

Para além das políticas anteriormente referidas salienta-se ainda o incentivo à utilização de plataformas learning management system (LMS) em contexto escolar, nomeadamente o Moodle através do programa Nónio Século XXI; eTwinning com a finalidade de ―criar redes de trabalho colaborativo entre as escolas europeias, através do desenvolvimento de projectos comuns, com recurso à Internet e às Tecnologias de Informação e Comunicação‖ (DGIDC, 2010c); Prof2000 destinado à formação de professores a distância e de apoio às TIC nas escolas; Programa Internet na Escola; Programa Nónio Século XXI; Programa Ciência Viva - Promoção da Cultura Científica e Tecnológica; entre outras.

Contudo, o ensinar não depende só da tecnologia!

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