• Nenhum resultado encontrado

4 – CONDICIONANTES DA POLITICA EXTERNA BRASILEIRA

5. PERU: UM ESTUDO DE CASO DAS OPERAÇOES DA ODEBRECHT NO PAIS

O Peru foi escolhido como um estudo de caso do esquema de corrupção da Odebrecht no território latino-americano pois foi neste pais que as repercussões do processo da lava-jato tomaram as maiores proporções. Se a Odebrecht foi o principal ator do processo da Lava-Jato e seus impactos na América Latina, o Peru foi o maior palco de suas ações no continente. O Brasil e Peru foram apontados como sendo os dois países em que a operação lava-jato produziu os resultados mais significantes e tangíveis.36(Orta,

2017) . A Odebrecht obteve as maiores vantagens econômicas por meio de esquemas de corrupção no mesmo país onde havia incitado o seu processo de internacionalização em 1979 com a construção da hidrelétrica de Charcani V, em Arequipa.

O Peru foi o pais que teve mais ex-presidentes presos em decorrência dos escândalos – em abril de 2019, quatro era o número de ex-presidentes investigados por colaborar com o esquema de corrupção da Odebrecht: Alejandro Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006 (considerado fugitivo no momento em que escrevo); Ollanta Humala, cujo governo foi 2011 -2016 e que foi preso em 2017 acusado de ter recebido financiamento ilegal de campanha, seu último presidente, Pedro Pablo Kuczynski, que governou o país entre 2016 e 2018, quando ele renunciou, sendo preso em abril de 2019 e Alan Garcia, que governou o país duas vezes, entre 1985-1990 e entre 2006-2011, até

36 How Odebrecht Profited From Corrupting LatAm Political Elites. Disponível em:

https://www.insightcrime.org/news/analysis/how-odebrecht-profited-from-corrupting-latam-political-elites/ - acesso em 03/10/2019

então investigado, mas que após receber uma ordem de prisão, cometeu suicídio. Um dos principais líderes da oposição, Keiko Fujimore, também foi acusado de receber financiamento ilegal de campanha, mostrando que as operações de corrupção da Odebrecht no Peru também atuava nos diferentes espectros democráticos.

Segundo delações de executivos da Odebrecht, a empresa teria participado de cerca de 40 projetos em três diferentes governos do país. A empresa parece ter seguido um modelo de atuação semelhante ao que fazia com os partidos e lideres políticos brasileiros. Nas delações são relatadas praticas que vão desde o financiamento ilegal de campanhas até o superfaturamento de projetos e a troca de benefícios por licitações. A participação da empreiteira em projetos dos governos de Ollanta Humala, Akejandro Toledo e Alan Garcia teriam envolvido 12 bilhões de gastos públicos.37

As obras da Odebrecht que envolveram irregularidades no Peru são sobretudo obras de infraestrutura, como trechos da rodovia interoceânica e do metro da capital Lima, um projeto de irrigação em Olmos, realizada por uma empresa do grupo Odebrecht, a CTO. As empreiteiras brasileiras que atuaram no Peru também foram acusadas de subornar políticos e de apresentar aditivos suspeitos de contrato para construir a rodovia interoceânica – orçamento inicial de 800 milhões de dólares em 2005 pulou para mais de 2 bilhões em seu termino, em 2010 (Zanini, 2017).

Documentos do Ministério Publico38 afirmamque:

37Cooperação Internacional no caso Odebrecht – Peru. Disponível em: https://www.jota.info/especiais/cooperacao- internacional-no-caso-odebrecht-peru-29052019 - acesso em 02/10/2019

38 International Cooperation in the Odebrecht case: Peru. Disponível em:

https://www.jota.info/especiais/international-cooperation-in-the-odebrecht-case-peru-29052019 – acesso em 02/10/2019

“Pesquisa em fontes abertas demonstrou a realização de diversas obras no país pela ODEBRECHT, muitas das quaisfinanciadas pelo governo brasileiro, havendo contundentes indícios de prática de lobby pela empreiteira junto a agentes políticos peruanos, assim como de financiamento de campanhas eleitorais pela ODEBRECHT. A anotação 10018 do celular de MARCELO ODEBRECHT traz menção a “OH vs humildade” e valores em espécie (“cash”) remetidos para o Peru”

A sigla OH, segundo o documento, referia-se ao então presidente do Peru Ollanta Humale. A Odebrecht admitiu ter pago US$ 29 milhões de propina no Peru, entre 2005 e

2014, em troca da obtenção de contratos. Na esteira dos processos investigativos da

operação Lava-Jato, o Peru enviou entre 2017 e 2018, 68 pedidos de cooperação judicial ao Brasil, o que revela uma interesse consequência da operação Lava-Jato que foi uma catalisadora do cooperação técnica entre o Brasil e diferentes países da América Latina.

O Peru tem um vasto arranjo de mecanismos democráticos, como sua constituição, pluralidade partidária, eleições regulares, uma imprensa livre e salvaguardas para uma liberdade jurídica e quando uma se enfraquece acaba-se contaminando as outras (Mcmilla e Zoido, 2004). No entanto, como mostram John Mcmillan e Pablo Zoido no seu artigo

How to subvert democracy: Montesinos in Peru, as instituições peruanas foram bastante

minadas em anos recentes por casos de corrupção, comprometerem a perfeita interação entre esses mecanismos democráticos. Sem o pleno funcionamento e integração

das instituições democráticas que formam um sistema de incentivos moldando e constrangendo o comportamento governamental como eleições, o judiciário e uma imprensa, que interagem de forma a fortalecer a democracia, a corrupção acabou encontrando o seu espaço de atuação no Peru (Mcmilla e Zoido, 2004)

No peru, há vários estudos que enfatizam causas diversas da corrupção: falta de centralidade burocrática, clientelismo local e regional, fraqueza do Estado – apesar das causas diversas, a corrupção como um problema reconhecido pela opinião pública só aparece no século XXI (Dammert e Sarmiento, 2016). No âmbito da opinião pública, a corrupção tornou-se um tema central no Peru sobretudo na última década, quando ela passou a ser efetivamente entendida como uma apropriação indevida de oportunidades sociais e a marginalização sistemática na maioria da população nacional através da manutenção no poder de elites conservadoras (Ioris, 2016) Ao mesmo tempo, desenvolveu-se também um percepção da população da impunidade existente por praticar ou solicitar praticas de corrupção (Ioris, 2016).

Como já visto, por traz de uma diplomacia direcionada à integração regional estavam o interesse econômicos das empreiteiras brasileiras, entre elas a Odebrecht. No Peru, o conjunto de empreiteiras brasileiras responsáveis pelas obras de infraestruturano contexto de integração regional da IIRSA e as quais foram atribuídas os grandes escândalos de corrupção, ficou conhecido como clube da construção. Jorge Barata, ex- chefe da Odebrecht no Peru, disse em delação que formas ilícitas de operação do clube da construção no Peru teriam começado no ano de 2011. No entanto, não se descarta sua

atuação anterior. Raymundo Trindade Serra, ex-gerente das relações institucionais da construtora Odebrecht, sinalizou que os contratos ilícitos teriam começado em 199639

O instituto de democracia e de direitos humanos da PUC40 Peru mostra o modus

operandi do clube da construção no país revelado pela lava jato peruana e similar ao revelado pela lava jato brasileira. A empresas do clube da construção se reuniam toda vez que havia um processo de licitação de obras para decidir qual delas seria a beneficiada com a licitação. A partir desta escolha, um funcionário público cuidava da execução da licitação.

“Esse funcionário receberia um pagamento da empresa vencedora. Note-se que os pagamentos não vieram do dinheiro do "Clube", mas do custo excedente das obras. As propostas suspeitas comprometem quase 10 bilhões de soles, o que pode dobrar se for confirmado que esse esquema foi repetido entre 2015 e 2017”

Acordava-se também de que seriam emitidos pelas demais empresas participantes dos processos de licitação vistos de regularidade e de normalidade para o processo, enquanto aguardavam a sua oportunidade de ser contemplada com futuras licitações acordadas. Quando as empresas interviam nos processos de licitação de obras de infraestrutura a partir da cumplicidade de funcionários públicos peruanos, elas convergiam projetos de investimento em pretextos para extrair dinheiro do tesouro público (Pari, 2107).

39Club de la construccion habria pagado subornos. Disponível em: https://elcomercio.pe/politica/funciono-club-

construccion-habria-pagado-sobornos-noticia-ecpm-635248 - último acesso: 02/10/2019

40 Observatorio de casos anticorrupção. Disponível em: http://idehpucp.pucp.edu.pe/observatorio-de-casos-

O principal palco de ações na Odebrecht no Peru era o próprio palácio do governo, onde diversas coordenações ilegais eram realizadas a mais alto nível (Pari, 2017). A Odebrecht encontrou no Peru um terreno fértil para o desenvolvimento de esquemas de corrupção que já existiam anteriormente no país. Como aponta Pari (2017):

“O cartel brasileiro havia colocado também o poder legislativo a serviço de seus propósitos e todas as irregularidades que permeavam os contratos permitiam que os propinas fossem diretamente para o bolso dos empresários brasileiros”

Quando as empreiteiras chegaram no país alçadas por uma diplomacia de integração regional, parecem ter se dado conta que poderiam comprar a elite política do país (Gonçalves, 2017). A salvaguarda dos interesses do cartel brasileiro no país havia se convertido em uma política de Estado - todos os casos a atuação da Odebrecht em obras de infraestrutura no Peru implicou em desprezo e alteração da ordem legal, por meio do uso abusivo de instrumentos de exceção, como decreto de urgência, que reforçavam uma cumplicidade entre as esferas políticas e econômica (Pari, 2017). Gonçalves (2017) menciona que esse processo é resultado de uma falta de filtros de responsabilidades social de uma política externa que atua como catalisadora das relações entre empreiteiras e governos latino-americanos. Dessa forma a internacionalização da Odebrecht rumou sempre na direção de países com índices elevados de corrupção. Desde o início das investigações da Lava Jato peruana em 2015 pela procuradoria do Peru, e segundo o

jornal O’Globo41 mais de 40 investigações foram abertas e elas envolvem ex-ministros,

autoridades regionais, empresários, advogados e ex-presidentes.

A partir does escândalos de corrupção e do esquema revelado pelas investigações os cidadãos peruanos que por muito tempo se viam distanciados dos assuntos público do país. Os escândalos de corrupção no Peru resultaram em uma ampla cooperação nonível nacional entre o judiciário, um jornalismo de investigação que se fortaleceu e a cooperação de aparelhos de justiça. O jornalismo investigativo acabou se fortalecendo no Peru diante do silêncio e da passividade de muitas autoridades peruanas. Alguns fatores permitiram no Peru que o tema da corrupção se tornasse mais acessível e que as pessoas, de maneira geral se interessassem mais por ele, disseminando aos pouco uma tolerância social que existia em relação a políticos corruptos: o país tem encarado altas taxas de crescimento da economia – é uma das economias que mais cresce na américa Latina. No ano passado a economia Peruana cresceu 4% segundo o Banco Central local e para o ano de 2019, o fundo monetário internacional projeta um crescimento de 3,9% - uma expansão econômica, que na América Latina só fica atrás da Bolívia42, fazendo que hoje exista

muita gente menos pobre do que antes

O avanço da democracia também veio com o fim do terrorismo43 e o jornalismo

de investigação. No entanto, o rápido crescimento econômico peruano não foi

41 Lava Jato no Peru. Disponível em: https://arte.folha.uol.com.br/mundo/2019/01/09/lava-jato-peru/ - último

acesso: 02/10/2019

42 O que faz a economia do Peru crescer forte mesmo após escândalo Odebrecht arrastar 4 ex-presidentes.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47956367 – último acesso 02/10/2019

43 O Peru viveu duas décadas de conflitos armados com grupo Sendero Luminoso que teve seu primeiro ataque

registrado em 1980. Sendero Luminoso 30 anos depois. Disponível em:

https://www.bbc.com/mundo/america_latina/2010/05/100518_sendero_luminoso_30anos_aw – acesso em

acompanhado pelo fortalecimento de suas instituições políticas, fator que pode explicar as causas da crescente corrupção. O país também enfrenta altos índices de pobreza, que chegaram a 21,7% em 2018. No Peru não há legislação permitindo lobby profissional; pressão política não é canalizada através de canais formais, tais como partidos políticos, mas acima de tudo através de redes pessoais. (Dammert e Sarmiento, 2016)

Durante os anos 1980 e 1990 houve uma política de prescrição de descentralização como reforma estrutural a ser seguida por países endividados. No Peru, procurou-se diminuir os índices de corrupção por meio de um processo de descentralização política- administrativa nos anos 1990 e anos 2000. No entanto, no caso peruano, a descentralização não foi acompanhada por uma reestruturação do sistema nacional de controle à corrupção, de modo que, como apontam (Dammert e Sarmiento, 2016) os mecanismos de controle preventivo ficaram centralizados em Lima. Somaram-se então duas situações adversas: a ausência de instituições regionais de controle e a fraqueza do sistema centralizado que é apenas reativo. Apesar de a descentralização supostamente possibilitar que eleitores honestos rompam com a corrupção a níveis locais, experimentos de descentralização política descobriram que as elites políticas locais acabam capturando uma quantidade desproporcional de recursos o que os torna altamente poderosos (Ray, 2017) No entanto, quaisquer que sejam os outros benefícios da descentralização, não está claro se a corrupção é mais prevalente sob burocracias centralizadas ou descentralizadas e estruturas governamentais (rose-ackerman e palifka, 2016)

Dentre os projetos nos quais a Odebrecht atuou de forma ilícita no Peru, destacam- se a rodovia interoceânica, o trem elétrico e o gasoduto sul peruano. Foram todos projetos que existiram em um contexto de hegemonia das empresas brasileiras nas obras de infraestrutura peruanas e em que diversas operações ilícitas ocorreram. No entanto, é importante notar que apesar de o BNDES ter sido o braço financiador da políticaexterna integracionista dos anos 2000, ele não financiou diretamente os projetos citados no Peru. O financiamento da rodovia foi realizado por bancos multilaterais, instituições privadas e mercado financeiro, o gasodutos por um sindicato de bancos privados assessoradospor um escritório de alta reputação em Nova York e o metrô de Lima por empresas espanholas. 44

A realidade é que os interesses políticos peruanos convergiam com os interesses do cartel de empresas brasileiras – os políticos peruanos precisam das grandes obras para garantir popularidade e acesso ao poder. Pari (2017) mostra que esse foi o caso de Alejandro Toledo, que, em 2003, presenciava sua popularidade em queda e encontrou um modo de reavê-la por meio da construção da rodovia interoceânica.45

Por trás de uma diplomacia protocolar motivada por nobres ideais de integração continental, reconhecimentos mútuos e preocupações para interconectar os povos, encontravam-se os interesses das empresas brasileiras cartelizadas ao redor da Odebrecht. De acordo com um modus operandi que já foi incialmente posto em pratica nas relações com a Petrobrás, agora elas concentravam suas atenções no tesouro público peruano –

44 Dados disponíveis em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/a-atuacao-do-bndes-na-exportacao-de-

servicos-de-engenharia-e-revelacoes-sobre-corrupcao-no-peru/ - Acesso em 02/10/2019

sabia que seria possível consegui-lo sem investir economicamente. Bastava comprar as influencias de uma classe política e de uma tecnocracia que se convertia em herdeira de uma corrupção dos anos 1990 (Pari, 2017).

6. CONCLUSAO

Segundo dados do Banco Mundial46, o custo anual de práticas de corrupção no

mundo excede 5% do PIB anual mundial de 2.6 trilhões de dólares. Na agenda global, o combate à corrupção é fundamental para atingir os objetivos da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, e também para a liberação de recursos a fim de financiar o desenvolvimento das sociedades. A corrupção tem muitas consequências negativas para o desenvolvimento socioeconômico, ela mina a confiança nos governos, desloca recursos para o pagamento de propinas que deveriam der alocados para setores como educação, saúde e segurança. Apesar de a corrupção ser um fenômeno difuso que ocorre em todo o mundo, os níveis mais altos de práticas de corrupção são encontrados em países em desenvolvimento. A teoria institucionalista enfatiza o papel das instituições político- econômicas e políticas econômicas e estruturais para a existência da corrupção. A escolha de políticas econômicas e estruturais seria um canal por meio do qual as instituições influenciam a corrupção (Sevensson, 2018).

No Brasil, práticas de corrupção perpassam toda a nossa história desde a colônia. No entanto, desde a redemocratização, brechas institucionais nos nosso sistema político fizeram com que parcelas de grupo de interesses corruptos façam uso da corrupção, para, por meio de tais brechas, obterem vantagens econômica particularistas. O principal mecanismo usado por esses grupos em tempos recentes foi o financiamento empresarial de campanhas, que permitiu uma relação simbiótica em maquina pública e empresariados brasileiros. Desde os anos 2000, quando a política externa brasileira no marco da primeira

46 Anti-Corruption. Disponível em: https://www.worldbank.org/en/topic/governance/brief/anti-corruption – acesso

Cúpula da América passou a enfatizar a dimensão sul-sul da diplomacia brasileira e priorizar a integração regional por infraestrutura nos marcos de lançamento da IIRSA, a parcela dominante dos grupos de interesse do setor da construção civil encontrou uma oportunidade para reproduzir práticas corruptas em outros países da América Latina, que por sua vez já possuíam altas taxas de corrupção no seu âmbito político-institucional.

Essas relações se desenvolveram dentro de um contexto de capitalismo de laços (Lazzarini, 2011), no qual o setor econômico e o setor político interagem de forma a conseguir vantagens econômicas exclusivas e acaba resultando na criação de blocos de poder com monopólios políticos e econômicos. As reprodução de práticas de corrupção típicas do capitalismo brasileiro encontrou território fértil no Peru onde parecem ter sido colocados em lados opostos institucionalidade e prática de governo, resultando em um caso de grande corrupção que capturou sucessivos governos peruanos e construiu estruturas econômicas, socais e políticas para operar (Pari, 2017).

BIBLIOGRAFIA

Abranches, Sergio. Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro. In: Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Volume 31. 1988.

Andersson, Staffan, and Paul M. Heywood. "The Politics of Perception: Use and Abuse of Transparency International's Approach to Measuring Corruption." Political Studies 57.4 (2009). 746-767

Acemoglu, Daron, and James A. Robinson. Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity, and Poverty. New York, NY: Crown Publishing Group, 2012.

Anechiarico, Frank, and James B. Jacobs. The Pursuit of Absolute Integrity: How Corruption Control Makes Government Ineffective. Chicago, Il.: The University of Chicago Press, 1996.

Bardhan, Pranab. "Corruption and Development: A Review of Issues." Journal of Economic Literature 35 (1997): 1320-1346.

Birkett, Sheldon e Fontecilla, Tobias. Odebrecht Pandora's Box Opened: An Analysis of the Structure and Impact of Transnational Corruption in Latin America. 2017.

Boas, Taylor C., Daniel Hidalgo, and Marcus André Melo. "Norms Versus Action: Voting against Malfeasance in Brazil." Working Paper. 2017. 44

Bukovansky, Mlada. "Corruption Rankings: Constructing and Contesting the Global Anti-Corruption Agenda." Ranking the World: Grading States as a Tool of Global Governance. Eds. Alexander Cooley and Jack Snyder. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2015. 60-84.

Calvo, Ernesto, and Maria Victoria Murillo. "Who Delivers? Partisan Clients in the Argentine Electoral Market." American Journal of Political Science 48.4 (2004): 742- 757

Canache, Damarys e Allison, Michael. Perceptions of Political Corruption in Latin American Democracies. Latin American Politics and Society Vol. 47, No. 3 (Autumn, 2005), pp. 91-111

Chong, Alberto, Ana Lorena de la O, Dean Karlan, and Leonard Wantchekon. "Does Corruption Information Inspire the Fight or Quash the Hope? A Field Experiment in Mexico on Voter Turnout." The Journal of Politics 77.1 (2015): 55-71

Countinho, Luciano e Ferraz, João Carlos. Investment policies, development finance and economic transformation: Lessons from BNDES. In Structural Change and Economic Dynamics · Dezembro 2017.

Cruz, Cesi, Philip Keefer, and Julien Labonne. "Incumbent Advantage, Voter Information and Vote Buying." Online: World Bank, 2016

Della Vigna, Stefano, et al. "Market-Based Lobbying: Evidence from Advertising Spending in Italy." American Economic Journal: Applied Economics 8.1 (2016): 224- 256

Della Porta, Donatella, and Alberto Vannucci. Corrupt Exchanges: Actors, Resources, and Mechanisms of Political Control. New York, NY: Walter de Gruyter, Inc., 1999.

Ferraz, Claudio, and Frederico Finan. "Exposing Corrupt Politicians: The Effects of Brazil's Publicly Released Audits on Electoral Outcomes." The Quarterly Journal of Economics 123.2 (2008). Pages: 703-745.

Fisman, Raymond, and Edward Miguel. Economic Gangsters: Corruption, Violence, and the Poverty of Nations. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.

Fisman, Raymond, and Miriam A. Golden. Corruption: What Everyone Needs to Know. New York, NY: Cambridge University Press, 2017

Fox, Jonathan. "The Uncertain Relationship between Transparency and Accountability."

Documentos relacionados