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A evidência clínica tem se mostrado a base das pesquisas científicas realizadas em saúde. A Saúde Baseada em Evidências é uma abordagem na qual, por meio de ferramentas da Epidemiologia Clínica; Estatística; Metodologia Científica; e Informática se desenvolve a pesquisa; o conhecimento; e a atuação em saúde, com o objetivo de oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão nesse campo. Isso busca a promoção à saúde, integração da experiência clínica às melhores evidências disponíveis, considerando a segurança nas intervenções e a ética na totalidade das ações (SACKETT et al., 2003; EL DIB, 2007).

A qualidade da evidência é atribuída pela sua validade e relevância. Isso quer dizer que, antes de se usar uma informação numa decisão clínica, ela deve ser avaliada quanto a sua acurácia, relevância e aplicabilidade na situação em questão (MATTOS, 2005). As evidências devem ser buscadas para sustentar as decisões clínicas de diagnóstico, intervenções e resultados (ABRUNHOSA et al., 2005).

A epidemiologia clínica coloca esse tipo de estudo baseado em evidências dentro dos conceitos de eficácia, efetividade e eficiência. A eficácia diz

que uma intervenção qualquer, funciona no mundo artificial, onde não só as questões relacionadas com o assunto tratado e aderência ao protocolo de pesquisa estão sob controle, como também as funções orgânicas dos participantes da pesquisa. Diferentemente da artificialidade que cerca os estudos de eficácia, a efetividade diz que uma intervenção funciona no mundo real, já que o paciente se encontra no ambiente livre do seu dia a dia, como são tratados no consultório. Por último, o conceito de eficiência diz que determinado procedimento além de efetivo é economicamente vantajoso (GEMELLI, 2015).

A evidência clínica permite a tomada de decisão levando em consideração as habilidades do profissional de saúde, pois exige associar resultados oriundos de pesquisas na prática clínica para a resolução de problemas (GEMELLI, 2015).

Em suma, a utilização de resultados de pesquisas é um dos pilares da pesquisa baseada em evidências e dessa maneira, para a implementação desta abordagem na fisioterapia, o fisioterapeuta necessita compreender como obter, interpretar e integrar as evidências com os dados clínicos, e preferências do paciente na tomada de decisões no tratamento fisioterapêutico das disfunções orgânicas de seus pacientes.

Os próximos parágrafos exemplificam a utilização da pesquisa baseada em evidências na produção desta investigação, buscando explanar as ideias centrais que guiaram o processo de desenvolvimento do estudo e das técnicas propostas.

A investigação aqui levada a cabo procurou apresentar estudos e partiu da necessidade da realização de um estudo baseado em evidências, demonstrando que pesquisas contemporâneas permitiram concluir que no tratamento da adiposidade localizada com US, são utilizados aparelhos de alta intensidade, em equipamentos de alta potência, objetivando a abertura transitória da membrana da célula. Triglicerídeos são liberados para o fluido instersticial, onde os ácidos graxos ficam circulantes, podendo ser reutilizado como fonte de energia orgânica ou ser reabsorvido pelo fígado, resultando a diminuição do tecido adiposo. (MENDOZA et al., 2011).

Outros estudos demonstram que a aplicação de US deve ser associada à outra técnica que realize o consumo de energia liberada pelo mesmo,

sugerindo que o tratamento com a associação de técnicas de eletrotermoterapia deve ser associado a protocolos de gastos calóricos (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Parece recomendável, por exemplo, o encaminhamento à prática de atividades aeróbicas após a aplicação do US, como no estudo de Sant’ana (2010), que buscou descrever por meio de uma revisão bibliográfica, como o US e a CAMF liberados pelo equipamento Heccus®, o mesmo aparelho utilizado neste estudo,

pode ser utilizado no tratamento de gordura localizada, mais especificamente a LDG. Essa pesquisa demostrou que a utilização da eletrotermoterapia deve ser associada à atividades físicas e redução do consumo calórico após ao tratamento de gordura corporal para a reversão da liberação dos ácidos graxos liberados por meio dos efeitos ultrassônicos.

Pesquisas desenvolvidas por Mendoza et al. (2011), demonstram a utilização do US enfatizando a cavitação como melhor efeito provocado no tecido, consequentemente a grande liberação energética. Contanto estudos realizados por Sant-Ana (2010) direcionam o raciocínio para a ideia de que a associação do US com a corrente elétrica, visa o equilíbrio orgânico entre os ácidos graxos liberados e a necessidade energética para realização da contração muscular, que é explicado por meio da contração muscular passiva, onde a corrente elétrica instalada na musculatura baseia-se na propagação de cargas elétricas nas fibras musculares que ao serem excitadas geram mudanças na atividade metabólica tecidual ocasionando uma contração muscular involuntária, sendo assim, ocorre o maior gasto energético pela musculatura estimulada. (LOW; REED; WARD, 2009; WARD; ROBERTSON et al., 2009; WARD, 2009; WARD; CHUEN, 2009), portanto, realizando a possível função da atividade física.

Adicionalmente, Guirro e Guirro (2002), por meio de observações clínicas, defendem que a vantagem da eletroestimulação é que o paciente tenha contato com a corrente de forma suave, contando com maior estímulo de fibras motoras.

Guirro e Guirro (2002), Borges (2010a) demonstram na literatura que a aplicação do US utilizado em modo contínuo com frequência de 3MHz e intensidade média de 2 a 3W/cm2 na região acometida por gordura subcutânea, associado à

administração por meio de géis, de ativos como a cafeína, no tecido tratado demonstram que há uma influência positiva na facilitação da penetração das ondas

ultrassônicas nos adipócitos e que posteriormente é eliminado por meio de resíduos fisiológicos pelo organismo (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BORGES, 2006).

Reforçando os estudos de Guirro e Guirro (2002), Borges (2006), Teixeira; ChartunI; Sossai (2011) realizaram um estudo randomizado que analisou uma amostra de mulheres adultas expostas a 12 sessões de US na região intra- abdominal, um grupo associado ao uso de ativos: cafeína, aminofilina e a ioimbina a 2% cada em base gel e outro grupo não. Comparando os resultados dos dois grupos observou-se que não houve variação estatística nos resultados pré e pós tratamento entre os grupos, porém os dois apresentaram resultados significativos na redução da gordura intra-abdominal.

Estes são alguns dos pressupostos que nortearam o desenvolvimento do estudo de protocolos específicos para o tratamento da adiposidade abdominal e os submete a pesquisa e que poderá gerar uma evidência científica acerca da sua eficiência no tratamento dessa patologia específica.

3 METODOLOGIA

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