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A pesquisa qualitativa solicitada pela (SECAD/MEC) –(Etapa II)

CAPÍTULO 4 METODOLOGIA

4.2 A pesquisa qualitativa solicitada pela (SECAD/MEC) –(Etapa II)

Essa segunda etapa teve início no ano de 2009, a partir do relatório final da pesquisa quantitativa, com a seleção dos municípios que desenvolviam atividades de Educação Integral/integrada. Elegemos como critérios de escolha aquelas escolas que já desenvolviam experiências anteriormente ao ano de 2008. Renovamos a informação de que coube à Universidade de Brasília o recorte da Região Centro-Oeste.

4.2.1 O instrumento de construção dos dados (SECAD/MEC)

Nesse período, para construção dos dados qualitativos, trabalhamos com roteiros de discussão em grupo. Nomeamos como grupo focal (BRASIL, 2009), conforme consta nos Anexos D, E, F e G. Esse procedimento foi realizado com gestores, professores, alunos e pais das escolas escolhidas como foco na pesquisa. Ressaltamos que o roteiro de discussão que encaminhou as reflexões do professor/educador, foi também utilizado para a discussão com os gestores.

4.2.2 Locais da pesquisa (SECAD/MEC)

Ressaltamos que as escolas participantes da pesquisa receberam nomes fictícios: A, B, C, D, E e F, por questões éticas, para preservar a identidade dos participantes, e também manter o sigilo dos dados.

No dia 24 de novembro de 2009, realizamos a primeira visita a uma escola de Planaltina, cidade satélite de Brasília, Distrito Federal. Nesse primeiro contato com a instituição A, nos apresentamos à vice-diretora, na qualidade de pesquisadores e alunos da Universidade de Brasília; falamos sobre o objetivo da pesquisa, apresentamos e distribuímos o Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento, conforme consta no AnexoH, solicitando à dirigente que o assinasse autorizando nossa atuação em campo.

Nessa ocasião, a vice-diretora da escola A fez um breve histórico sobre a implementação da Educação Integral/Integrada naquela instituição, bem como apresentou outros projetos e programas que já desenvolvia. A dirigente explicou que o espaço da escola não é adequado para a proposta de Educação Integral/Integrada, mas o grupo de professores e a equipe de gestores aceitavam o projeto e desenvolviam as experiências por acreditar na viabilidade dessa política pública.

A vice-diretora informou que a escola atende a 1.640 (um mil seiscentos e quarenta) alunos, mas somente 250 (duzentos e cinquenta), especificamente alunos da 4ª série do Ensino Fundamental (5º ano), participam das experiências da Educação Integral. A escolha desses alunos ocorreu a partir da discussão com o grupo de professores e a verificação do baixo rendimento desses alunos quando de seu ingresso nas turmas de 5ª série (6º ano).

Naquela oportunidade foi, também, possível repetirmos o procedimento anteriormente adotado e entrevistamos o diretor da escola em questão. De pronto, o gestor fez um breve histórico sobre a implementação do projeto na instituição; expôs que a proposta inicial foi sugerida pelo secretário de educação, à época, porém a escola enxergava para além da proposta do governo, isto é, visava transformá-la num projeto que atendesse à demanda da comunidade local.

Posteriormente, fomos apresentados aos pais dos alunos e tivemos oportunidade de expor o objetivo da pesquisa, utilizando os mesmos

procedimentos adotados anteriormente. Realizamos a técnica de grupo focal, para ouvirmos as informações de um grupo composto por seis pais de alunos atendidos pelo projeto.

Em outra oportunidade, observando os mesmos procedimentos, realizamos a técnica de grupo focal com três grupos de alunos, cada grupo composto por (06) seis estudantes, na faixa etária entre (8) oito e (12) doze anos de idade, em sua maioria do gênero feminino, escolhidos pela vice- diretora. O objetivo do referido instrumento foi ouvir as informações dos alunos a respeito do projeto de Educação Integral/Integrada do qual participavam.

Destacamos que não foi possível ouvir o grupo de professores. Como estava no final do ano letivo, fomos informados pela vice-diretora que estavam com atividades programadas, justificando a não participação deles naquele momento.

Em dezembro de 2009, visitamos as três escolas de Cuiabá - Mato Grosso do Sul, aqui nomeadas de escolas B, C e D. Naquela ocasião, refizemos todos os procedimentos adotados na escola A, visitada em Brasília.

No dia 24 de abril de 2010, retornamos à escola A, em Brasília, para aplicar a técnica de grupo focal com os professores daquela instituição que estivessem em regência de turmas do projeto. Adotamos os procedimentos já utilizados, inclusive disponibilizando uma cópia do Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento versando sobre os objetivos da pesquisa.

No dia 05 de maio de 2010, ocorreu nossa visita à escola E, situada na Zona Rural, a cento e dois quilômetros de Brasília. O nosso primeiro contato foi com a Coordenadora Pedagógica, com quem empregamos os procedimentos já adotados nas instituições anteriores. Apresentados à diretora, entregamos um resumo da pesquisa que incluía os principais objetivos do estudo; com a sua anuência, fizemos uma discussão, orientada por um roteiro conforme consta no Anexo D.

Com a permissão da diretora da escola E, aplicamos a técnica de grupo focal com os pais, alunos e professoras dessa instituição, com o intuito de conhecer suas posições sobre a proposta de Educação Integral/Integrada.

No dia 13 de maio de 2010 ocorreu nossa visita à escola F, situada na Candangolândia, região administrativa de Brasília, Distrito Federal. Novamente, tivemos oportunidade de contato com o vice-diretor, refizemos os

procedimentos adotados e organizamos um grupo de discussão seguindo o roteiro, conforme consta no Anexo D. Logo em seguida, repetimos o grupo com os professores e alunos inseridos na proposta.

A discussão em grupo viabilizou reflexões originárias sobre a compreensão do conceito de Educação Integral/Integrada nas escolas investigadas, uma vez que para além de narrarem e descreverem as situações vivenciadas no seu cotidiano, os sujeitos pesquisados tiveram a oportunidade de expor seus consensos e divergências.

Ressaltamos que todos os encontros foram filmados, gravados e posteriormente degravados, transcritos em forma de texto que foram utilizados na análise dos dados qualitativos e gerado relatório da referida pesquisa solicitada pela SECAD/MEC.

4.2.3 Os sujeitos participantes da pesquisa (SECAD/MEC)

Elegemos como participantes deste estudo, (05) cinco professores, em sua maioria do gênero feminino, das respectivas escolas A, B, C, D, E e F, visitadas no Distrito Federal e Cuiabá, em regência de turmas participantes do projeto.

Entendemos que as (06) seis escolas escolhidas para estudo da problemática são representativas da Região Centro-Oeste, se considerarmos o número de estados e a população envolvida.

Cada instituição pública de ensino foi representada por (05) cinco docentes que atuavam à época, em turmas de Educação Integral/Integrada. Optamos pelo número de cinco professores para cada escola, tendo em vista que esse era o número comum entre todas as escolas participantes do estudo.

Dos trinta professores participantes, apenas (07) sete são do gênero masculino. Todos possuem formação em nível superior, no curso de Pedagogia, na sua maioria expressiva. Ressaltamos que, desse universo, (05) cinco concluíram o curso de pós-graduação, (15) quinze estão em processo de formação e (10) dez possuem graduação.

4.2.4 Análise dos dados (SECAD/MEC)

Os dados construídos através da técnica do grupo focal foram transcritos integralmente e organizadas em forma de categorias e interpretadas através da técnica de análise de conteúdo, conforme sugere Bardin (1997). Esse procedimento foi realizado seguindo o processo de categorização, como afirma a autora que “o tema é a unidade de significação que se liberta naturalmente de um texto analisado” (p. 105). A organização das categorias temáticas proporcionou a verificação das congruências entre as informações, permitindo- nos o agrupamento de suas partes comuns.

O aprofundamento da análise dos dados gerou um documento base, como subsídio à construção da política pública de Educação/Integrada no país, (BRASIL, 2010). Consideramos que, a partir da inserção na pesquisa solicitada pela (SECAD/MEC), os contatos com as Secretarias de Estados e Municípios e, posteriormente, o mapeamento dos locais onde foram implantadas experiências de Educação Integral/Integrada, bem como a participação na equipe de elaboração dos resultados dos relatórios qualitativo/quantitativo, foram determinantes na escolha e investimento no objeto deste estudo.