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PETIÇÃO SIMPLES NOS PRÓPRIOS AUTOS Se o requerimento de gratuidade foi superveniente

No documento Prof. Henrique Santillo (páginas 37-41)

da justiça!

4. PETIÇÃO SIMPLES NOS PRÓPRIOS AUTOS Se o requerimento de gratuidade foi superveniente

deverá negar de plano, de imediato o pedido: ele deverá determinar a emenda do requerimento para que possibilite ao requerente a apresentação de provas para o convencer de que a parte que pediu faz jus ao benefício:

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

Já nos casos em que a parte pleiteia o benefício da gratuidade no âmbito de um recurso, ela fica dispensada de recolher o preparo, ou seja, de pagar a taxa que normalmente se cobra para uma parte interpor algum recurso. No entanto, se o relator, no âmbito do tribunal, não conceder a gratuidade pretendida, a parte deverá efetuar o pagamento do preparo, sob pena de deserção (ou seja, seu recurso não será analisado):

§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.

Suponhamos que o pedido de gratuidade seja deferido pelo juiz. E se a parte contrária quiser impugnar a concessão do benefício?

Existem algumas regras em relação a impugnação, veja:

A impugnação será apresentada em um tópico a ser inserido na própria petição em que haverá a manifestação da parte quanto ao andamento do processo de uma forma geral.

Ou seja, isso poderá acontecer nos seguintes momentos:

Veja a nossa fundamentação:

Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.

Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.

Já o parágrafo único do dispositivo faz uma ressalva: se a impugnação apresentada pela parte contrária ocasionar na revogação do benefício, ocorrerão duas consequências:

1.

O ex-beneficiário deverá recolher as custas e despesas que eventualmente não forem pagas

2.

No caso de haver má-fé, o juiz fixará uma multa no valor de até 10 vezes a quantia devida a título de custas e despesas

Por exemplo, a parte requereu o benefício, mas possuía recursos financeiros suficientes.

A multa será revertida ao Estado (Fazenda Pública). Se não for paga, será inscrita em dívida ativa.

Agora, suponha que o juiz tome alguma dessas duas medidas:

Indeferir a gratuidade

Acolher algum pedido que a revogue

O que a parte prejudicada poderá fazer?

A parte prejudicada deverá recorrer por meio de um recurso denominado agravo de instrumento*, a não ser que o juiz revogue o benefício na própria sentença (quando ele for julgar os pedidos principais da demanda), a qual deverá ser recorrida por meio do recurso de apelação.

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.

§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.

§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso.

A parte que recorrer contra tal sentença ou decisão não deverá pagar o preparo de imediato, pois deverá esperar a decisão do relator do processo no Tribunal que dirá se ela tem ou não direito ao benefício da gratuidade.

E se o relator lhe negar o benefício?

Nesse caso, ela deve pagar o preparo do recurso e, se não o fizer, seu recurso não será analisado (conhecido) pelo Tribunal!

Pode ocorrer também que, uma vez deferida a gratuidade, posteriormente ela seja revogada.

Nesse caso, se a decisão que a revogou não mais couber discussão (transitou em julgado), como deve ser feito o recolhimento das custas e despesas anteriormente não recolhidas, já que estavam isentas?

Art. 102. Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga a gratuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento de todas as despesas de cujo adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao recurso interposto, se houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o processo será extinto sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência requerida pela parte enquanto não efetuado o depósito.

A resposta é bem simples:

Ela deverá recolher todas as despesas e custas anteriores ao trânsito em julgado, que não foram pagas justamente pela concessão da gratuidade, inclusive àquelas relativas ao recurso que vimos logo acima, que discutiu a gratuidade.

Caso as despesas não sejam pagas,

Se o antigo beneficiário da gratuidade for o autor, o processo será extinto sem resolução do mérito,

Se o antigo beneficiário for o réu ou terceiro, não será deferido qualquer outro ato requerido por essa parte até que haja o depósito da quantia devida

Ou seja, é como se a parte não fosse ouvida, já que o juiz não irá deferir nenhuma providência pedida por ela!

Há uma diferença muito importante no pedido de gratuidade da pessoa natural e da pessoa jurídica:

PESSOA NATURAL: o juiz deve presumir que a sua alegação de insuficiência de recursos é verdadeira,

PESSOA JURÍDICA: não há a presunção de insuficiência de recursos, A pessoa jurídica precisa provar desde já a alegação de insuficiência de recursos!

Leia:

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Vejamos juntos mais uma questão:

(CESPE – DPE/PE – 2018 - Adaptada) A respeito da gratuidade da justiça para brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, julgue a assertiva abaixo:

Alegada a insuficiência de recursos por pessoa jurídica ou natural, presume-se verdadeira a declaração para fins de concessão da gratuidade de justiça.

RESOLUÇÃO:

Afirmativa incorreta!

O juiz deverá presumir a alegação de insuficiência financeira apenas em relação às pessoas naturais:

Assim, caso a autora Mariana peça ao juiz a concessão do benefício, ele não pedirá que ela prova a sua condição financeira, devendo conceder-lhe o benefício.

Contudo, quando o requerente é a pessoa jurídica, a falta de recursos deve ser comprovada, pois ela não é presumida.

Art. 99. § 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Mais uma questão para você não esquecer essa informação.

(FCC – DPE/AP – 2018 – Adaptada) Julgue o item abaixo:

Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência de recursos para o processo deduzida tanto pela pessoa natural ou física como pela pessoa jurídica.

RESOLUÇÃO:

Afirmativa incorreta.

Acabamos de ver que há presunção de veracidade somente em relação à alegação de insuficiência de recursos para o processo pela pessoa natural ou física.

A pessoa jurídica deverá comprovar a falta de recursos:

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Veja esta situação: aquele que pretende ter o benefício da justiça gratuita pode procurar a Defensoria Pública para efetuar a sua representação judicial nos autos ou poderá, também, contratar um advogado particular, sendo

Pode ser que a parte queira um contato profissional mais pessoal, pode ser que o advogado de confiança seja a melhor opção naquele momento... ou seja:

No documento Prof. Henrique Santillo (páginas 37-41)

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