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Questões comentadas pelo professor

No documento Prof. Henrique Santillo (páginas 44-67)

1. (CESPE – PGM João Pessoa/PB – 2017 - Adaptada) O pedido de gratuidade da justiça pode ser feito

a) em contestação, apenas, e, se deferido em favor do réu, o eximirá do pagamento de honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.

b) em recurso, apenas, e, se deferido, afastará a responsabilidade da parte ré pelo pagamento de taxas e custas judiciais.

c) na inicial ou na contestação, porém, mesmo que deferido, não afastará das partes a responsabilidade pelos honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.

d) na inicial, apenas, porém, mesmo que deferido, não afastará do autor a responsabilidade pelas despesas processuais.

e) na inicial ou em recurso, apenas, e, se deferido, afastará a responsabilidade das partes pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.

RESOLUÇÃO:

Veja bem: o pedido de gratuidade da justiça pode ser feito na petição inicial (caso seja requerente o autor), na contestação (caso seja o réu), na petição de ingresso de terceiros ou em recurso.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

Perceba que a alternativa ‘c’ é a única que não limita as hipóteses de cabimento do pedido de gratuidade, pois não utilizou o advérbio com sentido de exclusão como as demais. Só com essa informação você já mataria as outras questões.

Além disso, a concessão do benefício da gratuidade não afasta a obrigação do pagamento de honorários advocatícios decorrentes da sucumbência do beneficiário.

Como vimos, o que ocorre é um “congelamento” dessa obrigação por 5 anos. Se as condições financeiras do beneficiário melhorarem dentro desse período, aí sim os honorários advocatícios e as outras despesas sucumbenciais serão devidas!

Art. 98, § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Resposta: C

2. (CESPE – DPE/AP – 2017 – Adaptada)

Conforme o Código de Processo Civil vigente, julgue o item seguinte, a respeito dos deveres das partes e de procuradores.

A assistência judiciária garante a concessão pelo Poder Judiciário de isenção de custas, taxas e despesas processuais, mas não de emolumentos.

RESOLUÇÃO:

Como vimos, os emolumentos, que são as “taxas de cartório”, também estão acobertados pela gratuidade da justiça!

Art. 98 A gratuidade da justiça compreende:

I - as taxas ou as custas judiciais;

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.

Resposta: E

3. (CESPE – PGE/SE – 2017 - Adaptada)

Conforme o Código de Processo Civil vigente, julgue o item seguinte, a respeito dos deveres das partes e de procuradores.

Os emolumentos devidos a notário ou registrador em decorrência da prática de registro de ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial são alcançados pelo benefício da gratuidade de justiça que tenha sido concedido.

RESOLUÇÃO:

Afirmativa correta. Os emolumentos são alcançados pelo benefício da gratuidade da justiça!

Perceba que esta se trata de mais uma questão da banca CESPE que questiona o alcance da gratuidade em relação aos emolumentos devidos aos cartórios. Isso em um mesmo ano!

Vamos revisar, mais uma vez, todos os custos processuais que sofrem incidência da gratuidade da justiça?

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 1o A gratuidade da justiça compreende:

I - as taxas ou as custas judiciais;

II - os selos postais;

III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;

IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse;

V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais;

VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;

VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;

VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.

Resposta: C

4. (CESPE – DPE/AP – 2017 – Adaptada)

Conforme o Código de Processo Civil vigente, julgue o item seguinte, a respeito dos deveres das partes e de procuradores.

O benefício da gratuidade da justiça é destinado somente às pessoas naturais.

RESOLUÇÃO:

Afirmativa incorreta, já que a gratuidade da justiça possui um amplo espectro de aplicação.

Pessoas naturais, jurídicas, brasileiras, estrangeiras... desde que demonstrada a insuficiência de recursos, será concedida a gratuidade da justiça.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

Resposta: E

5. (CESPE – PGE/SE - 2017)

Flávio ajuizou ação contra a fazenda pública, requerendo o pagamento de indenização no valor de cem mil reais.

Em sentença, o magistrado condenou a fazenda pública ao pagamento de cinquenta mil reais em favor de Flávio, determinando, ainda, que ambas as partes pagassem cinco mil reais a título de honorários de sucumbência. Autor e réu apelaram integralmente da sentença nos limites de suas respectivas sucumbências.

Nessa situação hipotética, o tribunal, caso negue provimento a ambos os recursos, não poderá majorar a verba honorária fixada pela sentença.

RESOLUÇÃO:

Os honorários recursais têm o objetivo de remunerar o trabalho adicional realizado pelo advogado.

portanto, ainda que o recurso não seja provido (isto é, o juiz não acate os argumentos do advogado contidos no recurso), deverão ser fixados honorários em favor da outra parte, devendo os valores que foram concedidos na sentença sofrer majoração pelo trabalho adicional.

Na fase recursal, podemos dizer ainda que a majoração da verba honorária tom o objetivo de evitar recursos que a parte interpõe apenas para travar a marcha do processo (recursos protelatórios). Imagine: o advogado pensará duas vezes antes de interpor um recurso que poderá majorar os valores devidos a título de honorários advocatícios para a outra parte...

Art. 85, § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento.

Resposta: E

6. (CESPE – TCE/PE - 2017)

Com relação ao acesso à justiça e aos princípios processuais, julgue o item subsecutivo.

Configura injusta negativa de acesso à justiça a exigência do magistrado de que a parte comprove a sua necessidade financeira antes do deferimento do benefício da gratuidade de justiça.

RESOLUÇÃO:

Vimos que a alegação de insuficiência de recursos econômicos por pessoa natural tem presunção de veracidade, ou seja, não é preciso que o requerente prove de plano a sua situação de carência de recursos. O juiz só irá exigir a comprovação em casos excepcionais, o que não foi destacado na questão. Em regra, não há essa exigência!

Então, funciona da seguinte forma: a pessoa natural solicita o benefício, que é concedido prontamente pela presunção de insuficiência. O indeferimento ocorrerá somente se houver elementos que mostrem ao juiz que a parte tem condições financeiras; mesmo nesse caso, o juiz dará oportunidade para que ela comprove sua situação de necessidade.

Outro fundamento que torna a questão errada é a falta de especificação da pessoa: se ela é natural ou jurídica.

Assim, o enunciado generalizou a situação da pessoa jurídica e da pessoa natural.

Art. 99, § 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Resposta: E

7. (CESPE – Prefeitura de Belo Horizonte/MG - 2017)

Em relação aos sujeitos do processo, à capacidade processual e aos deveres das partes e dos procuradores, julgue o seguinte item.

Caso, na sentença, não sejam arbitrados os honorários sucumbenciais, o advogado da parte vencedora poderá, após o trânsito em julgado, ajuizar ação autônoma para obter a fixação e a cobrança do valor.

RESOLUÇÃO:

Afirmativa está corretíssima, já que os honorários sucumbenciais pertencem ao advogado, que dispõe de ação autônoma para defini-los e cobrá-los caso o juiz se “esqueça” de estipulá-los na decisão.

Perceba que, quando ocorre o trânsito em julgado de uma sentença, as partes não poderão mais questioná-la, como regra geral.

O dispositivo abaixo nos apresenta essa importante exceção conferida aos advogados que ficaram sem os seus honorários, verba de caráter alimentar (lembra-se?):

Art. 85, § 18 Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.

Resposta: C

8. (CESPE – DPE/PE – 2018 - Adaptada)

A respeito da gratuidade da justiça para brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, julgue o seguinte item.

Como decorre de direito pessoal, a gratuidade de justiça se estende aos sucessores do beneficiário.

RESOLUÇÃO:

Opa! Exatamente por decorrer de direito pessoal é que o benefício da gratuidade não se estenderá aos sucessores dos beneficiários. É perfeitamente possível (e muito comum, na prática), que o beneficiário careça de recursos financeiros para suportar as despesas do processo, ao passo que os seus sucessores tenham condições financeiras suficientes para isso.

Só haverá a extensão caso os litisconsortes ou sucessores requeiram no curso do processo.

Art. 99, § 6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos.

Resposta: E

9. (FGV – TJ/AL – 2018)

No que concerne à gratuidade de justiça, é correto afirmar que:

b) a decisão que a indeferir é passível de impugnação por via recursal;

c) compreende as multas impostas ao beneficiário em razão do cometimento de atos caracterizadores de litigância de má-fé;

d) isenta o beneficiário da obrigação de pagar os honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência;

e) deve ser requerida em petição autônoma, instruída com os documentos que comprovem a insuficiência de recursos.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. A Lei exige apenas a insuficiência de recursos para pagar as custas e não o patrocínio da causa pela Defensoria ou advogado dativo.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

b) CORRETA. Caberá agravo de instrumento contra decisão que indefere o benefício da gratuidade.

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.

c) INCORRETA. As multas processuais serão devidas mesmo com a concessão da gratuidade:

§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.

d) INCORRETA. A responsabilidade pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios persistem mesmo com a concessão do benefício da gratuidade. O que acontece é uma suspensão da sua exigência.

§ 2ºA concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

e) INCORRETA, já que possibilita o requerimento por diversos outros meios e em diversos outros momentos:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

Resposta: B

10. (FGV – OAB/XXXV – 2018)

Alice, em razão de descumprimento contratual por parte de Lucas, constituiu Osvaldo como seu advogado para ajuizar uma ação de cobrança com pedido de condenação em R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), valor atribuído à causa.

A ação foi julgada procedente, mas não houve a condenação em honorários sucumbenciais. Interposta apelação por Lucas, veio a ser desprovida, sendo certificado o trânsito em julgado.

Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.

a) Em razão do trânsito em julgado e da preclusão, não há mais possibilidade de fixação dos honorários sucumbenciais.

b) Como não houve condenação, presume-se que há fixação implícita de honorários sucumbenciais na média entre o mínimo e o máximo, ou seja, 15% do valor da condenação.

c) O trânsito em julgado não impede a discussão no mesmo processo, podendo ser requerida a fixação dos honorários sucumbenciais por meio de simples petição.

d) Deve ser proposta ação autônoma para definição dos honorários sucumbenciais e de sua cobrança.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. Mesmo com o trânsito em julgado da decisão, é possível a fixação dos honorários sucumbenciais por meio de uma ação autônoma.

Art. 85, § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.

b) INCORRETA. A omissão da decisão em relação à condenação em honorários sucumbenciais não implica em presunção de sua estipulação, já que deve ser proposta ação autônoma para fixá-los.

c) INCORRETA. O trânsito em julgado impede a discussão no mesmo processo. Deve ser proposta ação autônoma para fixá-los.

d) CERTO. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa em relação aos honorários de sucumbência, eles poderão ser cobrados em ação própria.

Art. 85, § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.

Resposta: D

11. (FGV– TJ/SC – 2018)

No que concerne à gratuidade de justiça, é correto afirmar que:

a) só pode ser deferida ao litigante cuja causa seja patrocinada pela Defensoria Pública;

b) a decisão que a indeferir é passível de impugnação por via recursal;

c) compreende as multas impostas ao beneficiário em razão do cometimento de atos caracterizadores de litigância de má-fé;

d) isenta o beneficiário da obrigação de pagar os honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência;

e) deve ser requerida em petição autônoma, instruída com os documentos que comprovem a insuficiência de recursos.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. Não se exige apenas o patrocínio da causa pela Defensoria Pública. O requisito exigido é a insuficiência de recursos para o pagamento das custas, das despesas processuais e dos honorários advocatícios.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

b) CORRETA. A decisão que indefere o pedido de gratuidade de justiça (e a que acolhe o pedido de revogação da gratuidade) pode ser atacada pelo recurso de agravo de instrumento:

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.

c) INCORRETA. O beneficiário da justiça gratuita não fica dispensado de pagar multas que lhe sejam impostas. Ele não poderia ser premiado pela prática de atos ilícitos!

Art. 98. § 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.

d) INCORRETA. O beneficiário, se for vencido na ação, é obrigado a pagar as despesas processuais e os honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.

Contudo, tais obrigações ficam sob condição suspensiva: a condição de o beneficiário melhorar a sua condição financeira no prazo máximo de 5 anos, contados do trânsito em julgado da decisão.

Art. 98, § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão

que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

e) INCORRETA. A parte pode requerer o benefício nos próprios autos e a qualquer tempo, inclusive em grau recursal!

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

Resposta: B

12. (FGV – TJ/SC – 2018)

Marcelo, menor absolutamente incapaz, devidamente representado, sem requerer o benefício da gratuidade de justiça, propôs uma ação de indenização em face de uma empresa particular, pedindo o ressarcimento de dano material de 50 mil reais. Funcionando como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público requereu a produção de prova pericial para a instrução do feito. As partes não se opuseram ao requerido pelo Ministério Público, tendo o perito estipulado o valor de seus honorários em dez mil reais para a elaboração de sua perícia técnica, o que foi deferido pelo juízo.

Nesse sentido, incumbe:

a) ao autor adiantar os dez mil reais referentes ao valor da perícia;

b) ao Ministério Público adiantar os dez mil reais referentes ao valor da perícia;

c) à empresa ré adiantar os dez mil reais referentes ao valor da perícia;

d) ao Poder Judiciário adiantar os dez mil reais referentes ao valor da perícia;

e) ao Poder Executivo adiantar os dez mil reais referentes ao valor da perícia.

RESOLUÇÃO:

Um detalhe importante: o Ministério Público requereu a produção de prova pericial como fiscal da ordem jurídica.

Veja a disciplina legal para esse caso:

Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título.

§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.

Dessa maneira, o autor Marcelo deve adiantar os R$ 10.000,00 referentes a perícia requerida pelo Ministério Público como fiscal da ordem jurídica.

13. (FGV – OAB/XX Exame – 2016)

A médica Carolina é devedora de R$ 100.000,00 (cem mil reais), débito esse originado de contrato particular de mútuo, vencido e não pago, no qual figura como credora a advogada Zélia. Diante do inadimplemento, Zélia ajuizou ação de cobrança que, após instrução probatória, culminou em sentença com resolução de mérito procedente. O juiz não se pronunciou quanto ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência à advogada porque esta atuou em causa própria. A omissa sentença proferida transitou em julgado recentemente.

Sobre o caso apresentado, segundo o CPC/15, assinale a afirmativa correta.

a) O juiz agiu com acerto ao deixar de condenar Carolina ao pagamento de honorários.

b) Os honorários advocatícios de sucumbência constituem direito do advogado sem natureza alimentar.

c) A advogada Zélia não poderá requerer que o pagamento dos honorários seja efetuado em favor da sociedade de advogados no qual figura como sócia.

d) O recente trânsito em julgado da omissa sentença não obsta o ajuizamento de ação autônoma para definição e cobrança dos honorários de sucumbência.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. O juiz errou ao deixar de condenar Carolina ao pagamento de honorários. A omissão, contudo, não prejudica o advogado que pode cobrar os honorários em ação autônoma.

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.

b) INCORRETA. Os honorários advocatícios de sucumbência constituem direito do advogado com natureza alimentar.

Art. 84, § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.

c) INCORRETA. A advogada Zélia poderá SIM requerer que o pagamento dos honorários seja efetuado em favor da sociedade de advogados no qual figura como sócia

§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.

d) CORRETA. O trânsito em julgado da sentença omissa quanto ao direito aos honorários não obsta o ajuizamento de ação autônoma para definição e cobrança dos honorários de sucumbência, conforme estabelece o art. 85, § 18, do CPC.

§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.

Resposta: D

14. (FGV – OAB/XX Exame – 2016)

Gerusa ajuizou ação de cobrança em face de Vicente, que, ao final da instrução probatória, culminou em sentença de procedência de seu pedido condenatório, tendo o magistrado fixado honorários advocatícios de sucumbência em quantia irrisória. O êxito obtido decorreu do trabalho desenvolvido pelo Dr. Alonso, advogado particular constituído por Gerusa em razão de renúncia ao mandato apresentada por seu antigo advogado, logo após a distribuição da ação. Assim que assumiu o patrocínio da causa, o Dr. Alonso identificou que Gerusa não possuía recursos suficientes para custear o processo, razão pela qual requereu e obteve o direito de gratuidade da justiça para sua cliente.

A partir dos elementos do enunciado, com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta.

a) O pedido de gratuidade da justiça deveria ter sido formulado por meio de incidente processual em apenso.

b) É cabível apelação versando exclusivamente sobre a majoração do valor dos honorários fixados pela sentença, mediante pagamento do preparo pelo Dr. Alonso.

c) A gratuidade da justiça não poderia ter sido deferida pelo juiz, pois Gerusa está assistida pelo advogado particular Dr. Alonso.

d) É cabível apelação versando exclusivamente sobre a majoração dos honorários fixados pela sentença, sendo dispensável o pagamento do preparo em razão da concessão do direito de gratuidade da justiça a Gerusa.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. O pedido de gratuidade poderá figurar na petição inicial, na contestação ou na petição para ingresso do terceiro, pode até mesmo ser formulado por petição simples:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.

b) CORRETA. Isso mesmo. O recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, a não ser que o próprio advogado também faça jus ao benefício da gratuidade.

c) INCORRETA. O fato de Gerusa estar assistida por advogado particular não impede a concessão do benefício da gratuidade da justiça:

§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.

d) INCORRETA. A concessão do direito de gratuidade da justiça a Gerusa não se estende ao seu advogado, já que a situação financeira de ambos pode ser tranquilamente diferente.

No documento Prof. Henrique Santillo (páginas 44-67)

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