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4. CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE HABITACIONAL CONSTRUIDO

4.2. S OLUÇÕES CONSTRUTIVAS C.H.E ”C APITÃES DE A BRIL ”

4.2.1. Pilares e vigas

Os elementos estruturais Pilares estão dispostos com o intuito de distribuir as cargas de forma uniforme, aduzindo dimensões semelhantes em toda a planta. Na Figura 11, são representados em tons carregados a distribuição dos pilares, em planta, do edifício tipo 1, bloco 1.

Figura 11 - Planta do andar tipo do Edifício Tipo 1 Bloco 1

Os pilares de betão armado, são revestidos com argamassa e reboco tradicional. Os elementos e a sua disposição estão destacados na Figura 12.

Figura 12 - Elemento estrutural Pilar/Viga

À semelhança dos pilares, o elemento estrutural viga apresenta na sua constituição betão armado, revestido a argamassa e reboco tradicional. A espessura da viga e dos pilares são semelhantes, revelando um acabamento sem desníveis na interseção pilar/viga.

Pilar/Viga exterior/interior 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Betão armado: 27cm

3-Argamassa e reboco tradicional: 2 cm Espessura total: 31 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 2.98 W/(m2.0C)

4.2.2. Paredes exteriores

O tipo de construção da envolvente exterior opaca é comum a todos os blocos envolvidos na Cooperativa de Habitação económica “Capitães de Abril”.

No que se refere a paredes exterior, são apresentados dois tipos de paredes, a fachada revestida com argamassa e reboco tradicional, de dois panos de alvenaria, com caixa-de-ar não ventilada, compostas pelos elementos apresentados na Figura 13 e a parede divisória/ resguardo de varanda de um pano, revestida a argamassa e reboco tradicional, com os elemento explícitos na Figura 14.

As paredes exteriores apenas não cumprem o ponto 5 do Artigo 740- Exigências gerais, secção

II – Paredes da Proposta de alteração do REGEU em que “as paredes exteriores devem apresentar, em superfície corrente ou em zonas localizadas, suficiente isolamento térmico que evite pelo menos a ocorrência de condensações superficiais no seu paramento interior, que resulte a sua degradação ou a criação de condições deficientes de qualidade do ar interior…”

Figura 13 - Parede de Fachada para revestir

Parede dupla 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 3-Caixa de ar não ventilada: 5 cm 4- Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 5-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm Espessura total: 31 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 1.09 W/(m2.0C)

Figura 14 - Parede divisória/ resguardo de Varanda

4.2.3. Paredes interiores

As paredes interiores estão repartidas em, paredes divisórias de compartimentos, paredes divisórias de frações, paredes divisórias de fração com escadas/circulação comum e paredes meeiras. As quatro funcionalidades de paredes interiores são abordadas de formas distintas, na avaliação térmica da fração.

Figura 15 - Parede divisória de compartimentos

Parede simples 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 3-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm Espessura total: 15 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 2.12 W/(m2.0C)

Parede simples 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Tijolo cerâmico furado (7 cm): 7cm 3-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm Espessura total: 11 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 2.22 W/(m2.0C)

As paredes divisórias de compartimentos tal como o nome indica, possuem a funcionalidade de dividir diferentes compartimentos da fração, pelo que não influenciam na avaliação térmica e não têm que satisfazer requisitos térmicos. A sua construção pode ser a mais simples possível como é o caso parede simples, revestida a argamassa e reboco tradicional, destacada na Figura 15.

As paredes divisórias de frações do mesmo Bloco, fazem a separação das frações nos compartimentos de cozinha e lavandaria à exceção dos blocos 8, 22 e 27, que se desenvolvem em pano duplo, revestido a argamassa e reboco tradicional, com caixa-de-ar não ventilada, pormenorizada na Figura 16.

Figura 16 - Parede divisória de frações

A Parede divisória da fração com escadas/circulação comum, segue o desenvolvimento da parede de fachada, progredindo com pano duplo, revestido com argamassa e reboco tradicional, diferenciado na Figura 17.

A parede que divide frações de blocos distintos, de cognome parede meeira tem a mesma constituição da parede de facha, identificada pelo pano duplo, revestido a argamassa e reboco tradicional, com caixa-de-ar não ventilada. Na Figura 18 é detalhada a constituição e características da parede meeira.

Parede dupla 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Tijolo cerâmico furado (7 cm): 7cm 3-Caixa de ar não ventilada: 5 cm 4- Tijolo cerâmico furado (7 cm): 7cm 5-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm Espessura total: 23 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 1.26 W/(m2.0C)

Figura 17 - Parede divisória de frações com escadas/circulação comum

Figura 18 - Parede meeira

Parede dupla 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 3-Caixa de ar não ventilada: 5 cm 4- Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 5-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm Espessura total: 31 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 0.99 W/(m2.0C)

Parede dupla 1-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm 2-Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 3-Caixa de ar não ventilada: 5 cm 4- Tijolo cerâmico furado (11 cm): 11cm 5-Argamasssa e reboco tradicional: 2cm Espessura total: 31 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U: 0.99 W/(m2.0C)

Figura 19 - Vista 3D Cypeterm Bloco 1,2,3,4 e 5

A Figura 19 dá a entender a distribuição das paredes interiores, representadas a cor cinza e paredes exteriores, a cor castanha.

4.2.4. Lajes

Nos edifícios da C.H.E “Capitães de abril”, entre pisos, estão aplicadas lajes aligeiradas de betão armado, horizontal, altura 25cm (21+4), realizado em betão, sobre cofragem parcial, vigota pré-esforçada de secção em "T" invertido, abobadilha de betão, 40x21x20 cm, malha eletrosoldada em camada de compressão, com comportamento térmico indicado na Figura 20.

Figura 20 - Laje entre piso

A laje térrea é construída em betão armado, para suportar as cargas totais do bloco. Na Figura 21 é detalhada a informação relativa ao elemento construtivo.

Laje aligeirada

1- Laje aligeirada 21+4 cm (abobadilha de betão): 25cm

Figura 21 - Laje de fundação

A laje de cobertura tem como base, uma laje aligeirada com uma constituição semelhante à laje entre pisos. Na laje de cobertura prevalece ainda um elemento impermeável à água, sendo aplicado neste caso uma camada de asfalto puro, mencionado na Figura 22.

Figura 22 - Laje de Cobertura plana acessível

A laje de varanda ou mais específico, designada em estruturas de betão armado, laje em consola, apresenta os momentos máximos positivos na ligação ao apoio ou laje adjacente, deste modo como as lajes entre piso são dimensionadas para momentos negativos, tornou-se necessário recorrer outro tipo de laje para colmatar a transição de momentos, selecionando o projetista a laje esquematizada na Figura 23.

Figura 23 - Laje de varanda

Laje de fundação 1-Betão armado: 20cm

Espessura total: 20 cm

Laje aligeirada 1-Asfalto Puro: 1cm

2-Laje aligeirada 21+4 cm (abobadilha de betão): 25cm

Espessura total: 26 cm

Comportamento Térmico (RCCTE) U arrefecimento: 2.42 W/(m2.0C)

U aquecimento: 2.90 W/(m2.0C)

Laje maciça 1-Laje maciça 20 cm: 20cm Espessura total: 20 cm

A disposição das lajes, é exemplificada através da vista 3D da Figura 24, dos blocos 6, 7 e 9, onde é possível observar, a cor mais escura, a laje de cobertura e laje de varanda e, a cor mais clara, as lajes entre pisos e a laje de fundação.

Figura 24 - Vista 3D Cypeterm Bloco 6,7 e 9

4.2.5. Envidraçados e caixilharias

Os vãos envidraçados, geralmente estão associadas às maiores perdas e ganhos de energia, devido principalmente à elevada transmitância térmica do vidro.

Na construção da cooperativa de habitação económica “capitães de abril ” - Viana do Castelo, está aplicado vidro simples de 4mm com um fator solar (FS) 0,88, com caixilharia de alumínio, anodizado natural, formada por uma folha, com caixa de estore incorporada (monobloco), estore de lâminas de PVC, percentagem de superfície opaca 30%, sem classe de caixilharia, ângulo de sombreamento 450, considerando cortinas no inverno, fator solar da caixilharia 0,05 correspondendo a um fator solar da janela de 0,63.

O coeficiente de transmissão térmica varia de 5,0W/(m2.0C) para janelas de WC com vidro simples, janela giratória com dispositivo de oclusão noturna cortina opaca, 6,0W/(m2.0C) para janelas que estabelecem ligação a escadas, circulação comum e garagens, vidro simples, janela fixa e 5,2 W/(m2.0C) para as restantes janelas das frações, vidro simples, janela de correr, com dispositivo de oclusão noturna e cortina opaca. Na Figura 25 confirma-se o uso de cortinas opacas.

Figura 25 - Fachada Bloco 13

4.2.6. Compartimentos

A cozinha, a lavandaria, os corredores, os WCs, os quartos e a varanda, são os compartimentos pertencentes a cada fração variando o número de quartos e de WCs consoante a tipologia da fração.

O revestimento de teto emboço de gesso aplicado diretamente na laje, é compatível com todos os compartimentos das frações em estudo

O revestimento característico das paredes, reboco liso com acabamento lavado de argamassa de cal, é aplicado a todos os compartimentos das frações, à exceção dos compartimentos mais suscitáveis a cargas de vapor e condensações, como é o caso dos WCs e cozinhas, preferindo assim ladrilhamento com ladrilhos cerâmicos, colados com cimento cola normal.

O revestimento de pavimento à semelhança do revestimento das paredes difere para os compartimentos cozinha e WCs. Para os compartimentos cozinha e WCs o revestimento de pavimento, apresenta maior resistência e impermeabilidade. Com a presença de gorduras nos compartimentos cozinha, é importante que a superfície do pavimento seja antiaderente para facilitar a lavagem. Nos restantes compartimentos, o revestimento soalho de tábuas de madeira maciça, colocado sobre ripas de madeira, fixas mecanicamente ao suporte, delineado na Figura 26, assume uma estética mais agradável, assim como evidencia melhores condições térmicas e acústicas.

A altura entre a primeira camada do pavimento e a segunda camada do revestimento teto, é designada como pé direito. A secção I – Disposições gerais, Artigo 220 – Pé direito, ponto 1 da Proposta de alteração do REGEU, menciona que “nos espaços destinados a habitação, o pé-direito mínimo é de 2,60 m, dimensão de pode baixar até 2,30m nos vestíbulos, corredores, instalações sanitárias e arrumos. O pé direito médio ponderado dos compartimentos, assume o valor de 2.69m, este valor está 9cm acima da proposta de alteração do REGEU. Como o volume das frações pode ser reduzido, a energia para manter a fração dentro das temperaturas de conforto será minimizada.

Figura 26 - Laje entre pisos evidenciando o revestimento de pavimento, soalho de tabuas

de madeira maciça.

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