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2.2 PLANEJAMENTO

2.2.1 Planejamento Estratégico

Diversos autores iniciam suas explanações sobre planejamento estratégico apresentando questões referentes à estratégia. Assim, para Amoroso (2002 apud RISSI, 2010) criar estratégias implica na escolha de uma direção bem definida para a organização no futuro, fortalecendo a identidade da organização e determinando um ritmo de trabalho que resulte na colheita de determinados resultados em um determinado espaço de tempo. Direção, identidade e ritmo são os propósitos da estratégia.

Assim, o planejamento estratégico institui um meio sistemático para a tomada de decisão, objetivando a garantia do sucesso da organização em seu ambiente atual e futuro. Além disso, este tipo de planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas sim, a implicações futuras de decisões atuais (LOBATO et al., 2003 apud RISSI, 2010).

Para Robins (1978, p. 35 apud KICH; PEREIRA, 2011) planejamento estratégico é “a determinação antecipada dos objetivos a serem atingidos e dos meios pelos quais esses objetivos devem ser atingidos”. Afirma também que “é a decisão de que fazer, como fazê-lo e quem deverá fazê-lo”

Pereira (2010, p. 46) conceitua planejamento estratégico como “a formulação sistemática de estratégias, ações estratégicas e a escolha da melhor ação no momento certo para a organização”. Algumas características do planejamento segundo o autor são: diz respeito às implicações futuras de decisões tomadas no presente; é um processo composto por ações inter-relacionadas e interdependentes que buscam alcançar objetivos previamente estabelecidos; é muito mais importante que o produto final; é uma ocupação intelectual com o futuro, porém, revestido de ações e, avalia e escolhe ações estratégicas alternativas em relação a estados futuros.

Outra característica importante citada por Pereira (2010) é que o planejamento possui caráter abrangente, ou seja, tem a finalidade de estudar e analisar todos os aspectos da organização. O autor vai além ao conceituar planejamento estratégico como

[...] processo que consiste na análise sistemática dos pontos fortes (competências) e fracos (incompetências ou possibilidades de melhorias) da organização, e das oportunidades e ameaças do ambiente externo, com o objetivo de formular (formar) estratégias e ações estratégicas com o intuito de aumentar a competitividade e seu grau de resolutividade (PEREIRA, 2010, p. 47).

O objetivo do planejamento estratégico, como afirma Andion e Fava (2002, p. 27), “é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta que os municie de informações para a tomada de decisão, ajudando-os a atuar de forma proativa, antecipando-se as mudanças que ocorrem no mercado em que atuam”.

Pereira (2010) elenca outros objetivos ao planejamento estratégico, sendo: diminuir os riscos de tomar decisão incorreta, pensar e refletir sobre o futuro com o intuito de construir o seu próprio, integrar decisões isoladas das diversas áreas da organização em um único e consistente plano com a estratégia global da organização e também, fortalecer os pontos fortes e eliminar os pontos fracos.

Quanto ao processo de planejamento estratégico, Bateman e Snell (2010) afirmam que é composto por seis componentes, sendo: estabelecimento da missão, visão e dos objetivos, análise de oportunidades externas e ameaças, análise das forças e fraquezas internas, análise SWOT e formulação de estratégias, implementação da estratégia e controle estratégico, conforme Figura 1:

Figura 1 - Processo de Planejamento Estratégico

Fonte: Adaptado de Bateman e Snell, 2010.

Na primeira etapa deve-se definir a missão, visão e objetivos estratégicos da organização. A missão é constituída pelo propósito e pelos valores básicos da organização, a visão apresenta o direcionamento desejado da organização e no que ela pode transformar-se, e os objetivos estratégicos, por sua vez, devem envolver a missão e a visão da organização (BATEMAN; SNELL, 2010).

Na análise das oportunidades e ameaças externas deve-se analisar as diferentes dimensões do ambiente que influenciam a organização, assim como as dimensões setoriais e competitivas, objetivando com isto antecipar as oportunidades e ameaças do ambiente externo à organização (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003).

A análise das forças e fraquezas internas, por sua vez, corresponde à análise da situação da organização diante do ambiente em que se encontra. Objetiva criar as condições para a formulação de estratégias que possibilitem o melhor ajustamento da organização neste ambiente (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003).

A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats - Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) consiste em uma comparação entre as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças obtidas com as análises anteriores, objetivando resumir os principais fatos e previsões derivados dessas análises. A formulação das estratégias baseia-se na análise SWOT utilizando os pontos fortes para capitalizar as oportunidades, enfrentar as ameaças e aliviar os pontos fracos internos (BATEMAN; SNELL, 2010).

A quinta etapa é a implementação da estratégia, a qual consiste na aplicação eficiente e eficaz das estratégias definidas. Envolve, geralmente, quatro passos: definição de tarefas estratégicas, avaliação das capacidades da organização para a implementação dessas tarefas,

desenvolvimento de uma agenda para a implementação das estratégias e desenvolvimento de um plano de implementação (BATEMAN; SNELL, 2010).

Por último, deve ser realizado o controle estratégico, o qual deve ser baseado em um sistema de controle que permita o acompanhamento do progresso da organização em relação ao seu planejamento estratégico. No caso de discrepâncias entre o planejamento e a realidade, é nesta etapa que devem ser realizadas as ações corretivas (BATEMAN; SNELL, 2010).

Uma importante colocação a respeito do planejamento estratégico é realizada por Semler (1988 apud KICH; PEREIRA, 2011), onde o autor afirma que é desnecessário defender o uso do planejamento estratégico nas organizações, uma vez que, ter que defendê-lo é o mesmo que ter que defender o uso do pensar, sendo que o autor considera o planejamento como uma forma de pensar sobre o futuro.

Nessa mesma perspectiva, Robbins (1978 apud KICH; PEREIRA, 2011) afirma que o planejamento estratégico é a principal função da administração, e que as organizações que fazem seu uso de maneira formal possuem desempenho melhor que aquelas que não o usam. Além disso, afirma que o planejamento traz à organização que faz seu uso, direção, melhoria na continuidade das ações e redução de superposição e desperdício de atividades.