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2.3 GESTÃO EMPRESARIAL

2.3.2 Processo de gestão empresarial

2.3.2.1 Planejamento

O planejamento representa um valioso instrumento administrativo, no qual procura-se estabelecer uma situação futura desejada e os possíveis meios para alcançá-la. Pode ser comparado a uma espécie de ponte que liga os estágios onde estamos e onde pretendemos estar numa perspectiva temporal futura de médio ou longo prazo.

Nakagawa (1993, p.48) define o planejamento como “o ato de tomar decisões por antecipação à ocorrência de eventos reais, e isto envolve a escolha de uma entre várias alternativas de ações possíveis, que os gerentes podem formular no contexto de diversos cenários prováveis do futuro”.

Para Chiavenato (1994, p.213), “o planejamento constitui a primeira função da administração. Antes que qualquer função administrativa seja executada, a administração precisa determinar os objetivos e os meios necessários para alcançá-los”.

Ackoff (1979, p.3) cita que:

o planejamento é um processo que envolve tomada e avaliação de cada decisão de um conjunto de decisões inter-relacionadas, antes que seja necessário agir, numa situação na qual se acredita que, a menos que se faça alguma coisa, um estado futuro desejado não deverá ocorrer e que, se tomar as atitudes apropriadas, pode-se aumentar a probabilidade de um resultado favorável. Concluindo, planejamento é algo que se faz antes de agir; isto é, tomada antecipada de decisão.

Drucker (1998, p. 136) afirma que “o planejamento começa pelos objetivos da empresa. Em cada área desses objetivos, é preciso formular a pergunta: Que temos que fazer agora para alcançar amanhã os nossos objetivos?”. Isso implica integração entre profissionais de várias especialidades e áreas num contínuo esforço de cooperação, tarefa que a Controladoria deve se encarregar de coordenar.

O planejamento configura-se como um dos instrumentos mais relevantes à Controladoria, por servir de base para analisar o suposto comportamento futuro da organização. Num sentido restrito, envolve a avaliação e tomada de decisões em cenários prováveis, visando atingir uma situação futura desejada. Em sentido amplo, o processo de planejamento estrutura-se nas fases de planejamento estratégico e planejamento operacional.

Nesse sentido, Ansoff (1990, p. 166) ressalta que:

as estratégias contidas no plano estratégico, são diretrizes básicas para o desenvolvimento da postura externa da empresa e de suas potencialidades internas. Antes que essas diretrizes se transformem em realidade concreta em termos de lucros e crescimento, é preciso gerar, planejar e executar projetos específicos. Além do mais, as atividades estratégicas devem ser coordenadas com as atividades operacionais. Para Drucker (1998, p. 136), o planejamento estratégico “é o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro

contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar

sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões; e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas”.

Mintzberg e Quinn (2001, p.26) afirmam que, “para qualquer um que você pergunte, estratégia é um plano - algum tipo de curso de ação conscientemente engendrado, uma diretriz (ou conjunto de diretrizes) para lidar com uma determinada situação. Na administração, a estratégia é um plano unificado, abrangente e integrado com a finalidade de assegurar que os objetivos básicos do empreendimento sejam alcançados”.

Pereira (1999, p.59) entende que “a fase de planejamento estratégico tem como premissa fundamental assegurar o cumprimento da missão e continuidade da empresa, gerando um conjunto de diretrizes estratégicas de caráter qualitativo, para orientar a fase de planejamento operacional”.

Por meio do planejamento estratégico, definem-se políticas, diretrizes e objetivos estratégicos, do qual espera-se uma equalização dinâmica das interações da empresa com suas variáveis ambientais. Nesse contexto, Nakagawa (1993, p.51) explica que o planejamento estratégico “é um processo lógico e sistemático que se preocupa com os efeitos futuros das decisões tomadas no presente e se inicia, muitas vezes, com a avaliação da situação atual da empresa, comparada com desempenhos passados, fazendo-se a partir daí projeções que levam em conta cenários alternativos mais prováveis no futuro”.

Porter (1986, p. 13) menciona que “a ênfase dada, hoje, ao planejamento estratégico nas empresas reflete a proposição de que existem benefícios significativos a serem obtidos com um processo explícito de formulação de estratégia; garantindo que pelo menos as políticas (se não as ações) dos departamentos funcionais sejam coordenadas e dirigidas visando um conjunto comum de metas”.

O planejamento estratégico gera o plano estratégico, seu output, que contém as diretrizes estratégicas, as quais serão o input para a fase de planejamento operacional. Oliveira (1988, p.56-57) explica que “o planejamento operacional trabalha com objetivos estabelecidos no planejamento estratégico e, por isso é desenvolvido em níveis hierárquicos inferiores da organização, visando a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos previamente definidos”.

O planejamento operacional consiste num instrumento de controle, que tem como função prover equalizadamente os meios, atividades e recursos necessários à realização a curto prazo das diretrizes oriundas do planejamento estratégico. Nakagawa (1993, p.52) conceitua esse tipo de planejamento como:

o que define os planos, políticas e objetivos operacionais da empresa e tem como produto final o orçamento operacional na busca de um equilíbrio estacionário das interações dinâmicas que ocorrem em nível de seus subsistemas interno. Geralmente contempla duas etapas:

a) o processo de elaboração de planos alternativos de ação, capazes de implementar políticas, diretrizes e objetivos estratégicos da empresa; e

b) processo de avaliação e aprovação dos planos alternativos de ação elaborados na etapa anterior.

Enquanto o planejamento estratégico é definido nos níveis institucional e intermediário, abrangendo o longo prazo, o planejamento operacional desenvolve-se em nível operacional e no curto prazo. Nesta última etapa de planejamento, a avaliação e a aprovação de planos, usualmente, contam com o suporte e o apoio do sistema de informações do orçado, acompanhado de um modelo de preorçamentação.

O planejamento operacional deve existir conjuntamente com o planejamento estratégico na empresa, sob pena de não se atingir os resultados esperados. Nesse enfoque, Bio (1985, p.40) reitera essa assertiva, descrevendo que “é condição básica que o planejamento resulte numa

estrutura de planos que mostre cada plano no todo, e as inter-relações entre

eles. Isto significa que todos os planos devem compor-se, coordenadamente, e dentro de certa hierarquização, dos planos estratégicos para os operacionais”.

Chiavenato (1994, p.233-234) diz que o planejamento operacional:

se preocupa basicamente com o que fazer e com como fazer. Refere-se especificamente às tarefas e operações realizadas no nível operacional. Por meio dele os administradores visualizam e determinam ações futuras dentro do nível operacional que melhor conduzam ao alcance dos objetivos da empresa. Os planos operacionais estão voltados para a eficiência (ênfase nos meios), pois a eficácia (ênfase nos fins) é problema dos níveis institucional e intermediário da empresa.

O plano resultante do planejamento operacional, após quantificado física e monetariamente, passa a denominar-se plano orçamentário, implementará o

input na fase de execução do processo de gestão.