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Plano de desenvolvimento integrado do Turismo sustentável – PDITS

5 CARACTERIZAÇÃO DO DESTINO TURÍSTICO CURITIBA

5.3 PLANOS E GESTÃO DO DESTINO CURITIBA

5.3.2 Plano de desenvolvimento integrado do Turismo sustentável – PDITS

Com vistas a incentivar o desenvolvimento do Turismo no país, por meio do financiamento de programas regionais para a captação de recursos de organismos financiadores externos, o Governo Federal, no âmbito do Ministério do Turismo -MTur, criou o Programa de Desenvolvimento do Turismo -PRODETUR NORDESTE, inicialmente desenvolvido na região nordeste do País e recentemente ampliado para todo o território nacional, passando a se denominar Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo -PRODETUR NACIONAL. O objetivo principal do PRODETUR NACIONAL é gerar condições que facilitam a consecução das metas do Plano Nacional de Turismo como a contribuição para o aumento da eficiência de competição dos destinos turísticos brasileiros, visando à consolidação da política turística nacional, por meio da gestão pública descentralizada, participativa e em cooperação com os diferentes níveis da administração pública. Deste modo, a construção do PDITS deu-se como instrumento orientado do PRODETUR. O PDITS é instrumento técnico de gestão, coordenação e condução das decisões da política turística e de apoio ao setor privado, de modo a dirigir seus investimentos e aperfeiçoar a capacidade empresarial e o acesso ao mercado turístico, conforme ROP, 2008 (apud BRASIL, 2014, p. 19). É estruturado em seis partes: delimitação dos objetivos de elaboração do PDITS; diagnóstico Estratégico, o qual representa a leitura da realidade do Turismo organizado nas quatro dimensões de análise definidas pelo ROP: Mercado Turístico, Infraestrutura Básica e Serviços Gerais, Quadro Institucional e Aspectos Socioambientais, finalizando com consolidação do diagnóstico a qual apresenta uma síntese estratégica; validação da Área Turística, que reforça os aspectos apontados no diagnóstico que validam o destino como capaz de desenvolver a atividade turística; estratégias de Desenvolvimento, que assim como os objetivos, orientam a concepção e implementação da política pública delimitando o Posicionamento de Mercado Desejado para a área Turística; plano de Ação, que elenca os investimentos recomendados para o desenvolvimento do Turismo, a delimitação de ações prioritárias, bem como a análise do Impacto Socioambiental

desta priorização, e; feedback, definição dos mecanismos de avaliação e monitoramento do plano (BRASIL, 2014, p. 20).

A estruturação das ações impulsiona a Área Turística de Curitiba como destino capaz de utilizar a atividade como ferramenta para o desenvolvimento socioeconômico local e estadual de maneira integrada, justificando, assim, a relevância do plano de desenvolvimento turístico para a gestão integrada da esfera pública e da iniciativa privada, bem como para o trânsito aos recursos provenientes do PRODETUR. Disponibiliza, em seu corpo, o item "Ações Previstas" que retrata todos os investimentos recomendados para o desenvolvimento do Turismo independente da fonte de financiamento, visto que o plano deve ser o principal instrumento de gestão da política de Turismo de Curitiba (BRASIL, 2014, p. 23).

Portanto, tem como objetivo dinamizar a atividade turística de Curitiba mediante o fortalecimento de sua imagem, o desenvolvimento de produtos turísticos integrados, diversificados e criativos concebidos com foco no posicionamento de mercado e alinhamento das estratégias institucionais, no que tange a aumentar a qualidade de experiência do turista, o incremento do volume de visitantes e os benefícios socioeconômicos decorrentes da atividade. Como alguns de seus objetivos, busca promover a qualificação e atratividade dos equipamentos, serviços e atrativos diretamente relacionados ao Turismo de negócios e eventos e aos parques urbanos; fortalecer a imagem de Curitiba e fornecer condições de comercialização de seus produtos, considerando o público interno e público externo, buscando delimitar o posicionamento de mercado dos produtos existentes e potenciais, com ênfase para o público da região sul do país, São Paulo e países do MERCOSUL; aprimorar os processos de planejamento e gestão de espaços de interesse turístico, visando desenvolver potencialidades de atratividade, uso e manutenção dos ambientes;

aperfeiçoar a política de segurança pública nos espaços de interesse turístico reduzindo os índices de violência e a compreensão de insegurança; fortalecer a estrutura institucional, legal e administrativo-financeira e capacitar os recursos humanos do poder público com vistas a qualificar e desenvolver as atividades atualmente realizadas pelo órgão de Turismo municipal, e; ampliar a eficiência e eficácia do sistema de gestão ambiental municipal, dando ênfase na integração dos instrumentos de manejo ecológico dos atrativos naturais (BRASIL, 2014, p. 27).

Além dos dados já citados em outras fases da presente dissertação, tais como quando tratado sobre oferta e demanda, este estudo traz informações quanto aos

canais de informações mais utilizados pelo turista estrangeiro em Curitiba; a taxa média de ocupação (comparativo entre Curitiba e Brasil); os meios de divulgação utilizados pelos meios de hospedagem, de acordo com a localização do imóvel em 2012; quais são os conteúdos considerados úteis para um potencial visitante, e; entre outros.

Quanto aos canais de informações utilizados pelo turista estrangeiro em Curitiba, em 2005, percebe-se que as fontes eram amigos e parentes, contudo, em 2012, a internet tornou-se a maior procedência -aquele que antes era o principal, tornou-se o segundo. Interessante notar também o acréscimo de importância, ainda que pequena, dos folders e brochuras mesmo com o advento da interatividade de material com aparelhos eletrônicos, em contraste com a caída dos guias turísticos impressos, talvez justamente pelo motivo de maior utilização dos aparelhos eletrônicos (TABELA 9).

TABELA 9 – CANAIS DE INFORMAÇÃO MAIS UTILIZADOS PELO TURISTA ESTRANGEIRO

FONTES ANOS

2005 2007 2009 2011 2012

Internet 22,3% 14,6% 26,9% 26,8% 33,1%

Amigos e Parentes 41,7% 43,9% 35,1% 38,5% 32,7%

Viagem Corporativa 24,3% 27,9% 22,1% 19,6% 21%

Agência de Viagens 2,9% 3,5% 7,1% 5,8% 6,6%

Guias Turísticos Impressos 5% 5,7% 4,3% 5,5% 1,2%

Feiras, Eventos e Congressos -- 0,8% 2% 0,9% 2,5%

Folders e Brochuras -- -- -- -- 0,3%

Outros 3,8% 3,6% 2,5% 2,9% 2,6%

FONTE: Adaptado de BRASIL (2014, p. 68-69).

A taxa média de ocupação hoteleira, comparativo entre Curitiba e Brasil, entre os anos 2007-2011 (TABELA 10), mostra que Curitiba sempre esteve aquém da média nacional, exceto quando atingiu a mesma média em 2008 e com uma pequena vantagem em 2011.

TABELA 10 – TAXA MÉDIA DE OCUPAÇÃO HOTELEIRA – CURITIBA VERSUS BRASIL TAXA MÉDIA DE OCUPAÇÃO POR UNIDADE HABITACIONAL

MÉDIA DE CURITIBA

2007 2008 2009 2010 2011

56% 65% 60,4% 63,4% 70,2%

MÉDIA NACIONAL

2007 2008 2009 2010 2011

63% 65% 63% 68% 69%

Fonte: Adaptado de BRASIL (2014, p. 114).

No que tange aos meios de divulgação utilizados pelos meios hospedeiros, percebe-se que os de grande porte utilizam, em sua maioria, sites próprios e material impresso (sete menções cada); já os de médio e de pequeno porte, preferem os sites próprios -dezoito e doze menções, respectivamente (TABELA 11), ou seja, os é unânime que os estabelecimentos de todos os tamanhos utilizem, em sua maioria, os próprios sites para divulgação. Todos os meios de hospedagem de grande e médio porte possuem sistema de divulgação e apenas quatro, das hospedagens de pequeno porte, não o possuem; enquanto o uso de outdoors foi apontado por duas hospedagens de grande porte, a maioria deste meio de comunicação pertence às hospedagens de médio porte, e apenas um meio de hospedagem de porte pequeno utiliza tal meio; quanto a parceira com agência de viagem, o número é maior nos estabelecimentos de médio porte, seguido pelos pequenos; todos os estabelecimentos utilizam os sites próprios como maior meio de divulgação (os estabelecimentos de grande porte também utilizam, em mesmo número, o material impresso); participação em feiras e divulgação do local em site de terceiros é de maior importância para hospedagens de porte médio e possuem pequeno interesse pelas de grande porte, e, finalmente, quanto ao material impresso, esse é o meio de divulgação mais utilizado pelos meios de hospedagem de médio porte, seguido pelos de grande e pequeno porte, em igual número.

TABELA 11 – MEIOS DE DIVULGAÇÃO HOTELEIRA

(continua)

LOCAL PORTE

MEIO DE DIVULGAÇÃO UTILIZADO sistema Outdoor Sem

Parceria com Ag. de

Viagem Site Feiras Sites

de 3ºs Material Impresso

Batel Grande 1 1 1 1

(conclusão)

FONTE: Adaptado de BRASIL (2014, p. 64).

Os sistemas de promoção e comercialização mais utilizados pelos empreendimentos, segundo dados da CPTC, são materiais impressos (60,8%) e mídia (30,5%). Sobre os materiais impressos, destaca-se um guia da ABRASEL com informações dos empreendimentos associados que são distribuídos gratuitamente, além dos flyers e folders próprios de cada empreendimento. BRASIL (2014, p. 128).

Quando da realização do estudo, em 2012, os conteúdos considerados mais úteis para um potencial visitante, em um site relacionado à Curitiba, foram elencados (TABELA 12).

TABELA 12 – CONTEÚDOS ÚTEIS EM UM SITE

INFORMAÇÕES SOBRE %

Município (dados gerais, história, etc.) 11,7%

Atrativos 8,3%

Hotéis e restaurantes 20%

Agências de Turismo 5%

Opções de lazer 15%

Transportes 6,7%

Tempo, clima, horário local 8,3%

Copa 2014 1,7%

Município (blogs e redes sociais) 6,7%

Fonte: Adaptado de BRASIL (2014, p. 133).

Deste modo, as menções, em ordem decrescente, são: hotéis e restaurantes, opções de lazer, município (dados gerais, história, etc.), tempo, clima, horário local e atrativos, transportes e município (blogs e redes sociais), agências de Turismo e Copa 2014 (BRASIL, 2014, p. 133).