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2.2.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

2.2.2.2 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)

O PGRS é um documento que comprova a capacidade da organização de gerir de modo ambientalmente correto todos os resíduos por ela produzidos. O referido documento desenvolve meios para oportunizar o controle nos processos de produção e consumo, minimizando a geração de resíduos na fonte, reduzindo e evitando o descarte inadequado destes, os quais podem causar consequências para a saúde pública e levar ao desequilíbrio da fauna e flora (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2019).

O mencionado plano foi regulamento pela Lei n° 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual tornou-se um novo marco regulatório para a gestão dos resíduos no país, por reunir um conjunto de princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes objetivando uma gestão integrada e ambientalmente adequado dos rejeitos (BRASIL, 2010).

O PNRS, no seu art. 21, definiu que as instituições devem, ao elaborar o seu PGRS, atender minimamente os seguintes conteúdos: I - descrição do empreendimento ou atividade; II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados; III - observar as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e, se houver, do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; b) definição dos

procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador; IV - identificar soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; V - definir ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; VI - estabelecer metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, à reutilização e reciclagem (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).

O referido documento apresenta como alguns de seus princípios: I - visão sistêmica na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; II - o desenvolvimento sustentável; III - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; IV - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; V - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; VI - o respeito às diversidades locais e regionais.

No tocante às diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos (art. 9º do PNRS) no gerenciamento, os geradores deverão observar uma ordem de prioridade e manejo que se inicia com a não geração, passando pela redução, reutilização, reciclagem, tratamento até chegar na disposição final dos rejeitos em aterros sanitários (BRASIL, 2012). Conforme Figura 2.

Figura 2 - Ações de manejo dos resíduos sólidos.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2014)

Ao se implementar o PNRS, a instituição busca alcançar os seguintes objetivos descritos: I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos; III - incentivo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; VI - estímulo a à indústria da reciclagem; VII - gestão integralizada de resíduos sólidos; VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial; IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).

Como descrito na cartilha do PGRS do Ministério do Meio Ambiente (2014), o plano PGRS compreende ideias inovadoras que necessita do comprometimento de toda a sociedade, como por exemplo, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. De acordo com o PNRS, os consumidores, fabricantes, distribuidores, comerciantes, importadores e governo são responsáveis pelos seus produtos desde a produção até a destinação final. Em relação aos consumidores, deseja-se que a sociedade adote uma atitude proativa, aderindo aos projetos sustentáveis, a exemplo da coleta seletiva. Já os fabricantes, distribuidores, comerciantes e importadores terão o importante papel de introduzir na sua cadeia produtiva a logística reversa. Esta trata-se de uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social que possibilita a coleta do que foi consumido e seu retorno ao setor empresarial, para ser novamente usado no mesmo ciclo produtivo ou em outros ciclos. Portanto, trata-se de um retorno do produto, após ser vendido e consumido.

No PNRS em seu art. 33, a logística reversa contempla os seguintes materiais com retorno da embalagem obrigatório: 1) agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; 2) pilhas e baterias; 3) pneus; 4) óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; 5) lâmpadas fluorescentes, vapor de sódio e mercúrios e de luz mista; 6) produtos eletroeletrônicos e seus componentes; 7) embalagens em geral (plásticas, metálicas ou de vidro).

Devido à necessidade dos órgãos públicos implementarem o PNRS, posto que sua missão precípua é a busca por uma gestão nacional sustentável, estes devem adotar práticas ambientais em suas operações. Diante desse cenário, as Instituições de Ensino Superior (IES) têm se apresentado como canal de mudança de valores, pois segundo estudos de Machado et al.(2013), os principais motivos para adoção de práticas de gestão ambiental nas universidades estão relacionadas com a atenção voltada ao meio ambiente e em conscientizar as pessoas por meio de projetos educativos. Além disso, algumas práticas de gestão ambiental podem também contribuir para a diminuição dos custos financeiros.

2.2.3 Gestão Ambiental nas Instituições de Ensino Superior