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Plano Nacional de Educação x Plano Estadual de Tocantins

No documento PANORAMA DOS TERRITÓRIOS TOCANTINS (páginas 55-59)

A partir da leitura do Plano Nacional de Educação foram sele- cionadas algumas metas relacionadas às linhas de atuação do IU para, em seguida, realizar uma comparação entre as estra- tégias e propostas nacionais e os planos dos estados. Foram analisadas, portanto, as metas 7 e 19 que tratam da questão da Gestão Escolar; a meta 3 que se refere ao Ensino Médio; as metas 8, 11, 12 e 14 que abordam as questões de gênero e das relações étnico-raciais; e, por fim, as metas 15 e 16, voltadas para a formação de professores. São destacadas abaixo algu- mas observações em relação ao Plano Estadual de Educação de Tocantins.

Gestão Escolar

A meta 7 do PNE trata da qualidade do ensino ofertado e tem um objetivo similar ao programa Jovem de Futuro. Ela visa melhorar o fluxo escolar e a aprendizagem, de maneira a au- mentar as médias nacionais para o Ideb. Ela corresponde à meta 23 do PEE-TO que visa implementar, até o quarto ano de vigência desse PEE/TO, política de avaliação da aprendiza- gem para a reformulação dos processos contínuos da escola, a fim de equalizar a metodologia utilizada nas avaliações in- ternas em consonância com as avaliações externas, e o uso dos seus resultados para a melhoria dos processos e práticas pedagógicas.

A meta 19 do PNE trata especificamente do tema gestão. Ela estipula que no prazo de 2 anos seja implementada a gestão democrática nas escolas públicas, entendida como uma ges- tão baseada em critérios técnicos de mérito, de desempenho, com a participação da comunidade escolar e com aporte de recursos e apoio da União para sua efetivação. A meta 19 do PNE equivale à meta 22 do PEE-TO. Ela prevê, no prazo de

1 ano de vigência do plano estadual, efetivar a gestão demo- crática da educação, associada a critérios técnicos e a consulta pública à comunidade escolar. Além disso, esse modelo de gestão que o governo informa adotar aparece citado em ou- tras partes do plano estadual, embasando estratégias de dife- rentes metas, como forma de dar legitimidade aos processos.

Ensino Médio

A meta 3 do PNE estabelece “universalizar, até 2016, o aten- dimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e ele- var, até o final do período de vigência do PNE, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento)”. No PEE-GO ela corresponde à meta 4 do PEE-TO. O estado manteve a meta tal como no PNE e estipulou 12 estra- tégias para alcançá-la. Além disso, incluiu no texto (meta 4; es- tratégia 4.2) a informação de que o novo referencial curricular será implantado até o final do terceiro ano de vigência PEE/ TO e contará com a participação de professores(as) regentes e gestores(as) da Seduc/TO, em parceria com as instituições de Ensino Superior, Agência Tocantinense de Ciência Tecno- logia e Inovação e Secretaria de Cultura, tendo como base as DCNEM, contemplando a identidade cultural e as especifi- cidades da educação escolar para as populações do campo, povos indígenas e comunidades quilombolas, assegurada a perspectiva inclusiva e a Educação Integral Humanizada.

Gênero e relações étnico raciais

A meta 11 do PNE se destina mais especificamente à Educa- ção Profissional Técnica de Nível Médio, com objetivos de ex- pandir o estágio na Educação Profissional Técnica e, também, expandir o Ensino Médio gratuito integrado à formação pro- fissional para as populações do campo e para as comunidades indígenas e quilombolas, de acordo com os seus interesses e necessidades. A meta 11 do PNE, relacionada à Educação Pro-

fissional, está descrita na meta 15 do plano estadual, mas não faz nenhuma menção às questões étnico-raciais.

A meta 8 do PNE foca na inclusão dos grupos mais vulne- ráveis: elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos de idade, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo em 2024 (último ano de vigência do PNE) para as po- pulações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados ao Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística (IBGE). No PEE de Tocantins, a meta 8 en- contra-se prevista nas metas 5, 7, 13 e 14 do PEE. A meta 5 dá grande ênfase às questões relacionadas à melhoria da estru- tura física e construção de escolas, além da reestruturação das escolas públicas estaduais com jornada ampliada, atendendo às demandas urbanas e rurais. Já na meta 7, o PEE apresenta estratégias específicas para elevar a escolaridade média das populações do campo, em “escolas nucleadas” por constitui- -se a melhor solução, com deslocamento intracampo. Com re- lação à educação dos povos indígenas, o PEE prevê na meta 13: universalizar, até o terceiro ano do PEE/TO, a oferta de educação escolar indígena diferenciada, bilíngue, intercultu- ral e comunitária, em todas as etapas e modalidades da Edu- cação Básica, em conformidade com as características e espe- cificidades de cada povo indígena. Já a meta 14 do PEE-TO destaca as estratégias voltadas ao ensino e implementação das diretrizes curriculares nacionais para a educação levando em consideração as questões étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afrobrasileira e africana.

A meta 12 do PNE se dedica às questões relacionadas com o Ensino Superior, mas há partes que mencionam a inclusão de grupos historicamente desfavorecidos no Brasil. No estado do Tocantins, a meta 12 do PNE, equivale à meta 16; mas as estratégias traçadas não mencionam especificamente ques- tões de gênero ou étnico-raciais.

A meta 14 do Plano Nacional de Educação trata do acesso aos cursos de pós-graduação, tema que não está diretamente rela- cionado com o trabalho desenvolvido pelo IU, mas, conside- rando que menciona questões de gênero, é importante men- cioná-la. No PEE-TO, equivale à meta 17, mas novamente, o documento estadual não aborda de maneira consistente as questões de gênero.

Formação de Professores

A meta 15 do PNE estipula que os professores deverão ter En- sino Superior com licenciatura na área de conhecimento em que atuam. O Plano Estadual de Educação de TO também re- produz a meta 15, tal como no PNE. Mas destaca, na meta 19, que a formação de todos os professores da Educação Básica em nível superior público, obtida em curso de licenciatura na área de atuação, sendo no mínimo 80% (oitenta por cento) nos primeiros 5 (cinco) anos e 100% (cem por cento) até o final da vigência do Plano Estadual.

A meta 16 do PNE prevê i) formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da Educação Básica e ii) garantir educa- ção continuada a todos os profissionais da Educação Básica na sua área de atuação. O PEE-TO também incorporou a meta 16, mas destaca elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 70 (setenta) mestres e 40 (quarenta) doutores(as).

No documento PANORAMA DOS TERRITÓRIOS TOCANTINS (páginas 55-59)

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