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PLANOS DE CURSOS 1 A LGUNS PRINCÍPIOS GERAIS

TAXA DE APROVAÇÃO / ABANDONO POR CURSO (%)

III. PLANOS DE CURSOS 1 A LGUNS PRINCÍPIOS GERAIS

A integração das práticas escolares vigentes na EA se pauta na busca de coerência entre estas e os princípios de uma educação em consonância com a valorização da democracia, comprometida com a formação de cidadãos responsáveis, atuantes e críticos. A escola é local privilegiado, contribui para a formação dos cidadãos e do exercício da cidadania, isto é, forma pessoas que participam da sociedade usufruindo de seus direitos cumprindo seus deveres e refletindo criticamente sobre esta mesma sociedade.

Comprometer-se com a formação do cidadão supõe ainda comprometer-se com o desenvolvimento de pessoas singulares, com uma história e condições de vida únicas. O respeito à diferença e à pluralidade, inserido num ambiente de igualdade, resulta deste compromisso além do esforço por assegurar que cada sujeito tenha de si uma imagem positiva, necessitando resultar de uma análise da diversidade cultural como fenômeno historicamente construído.

O compromisso com a questão da cidadania significa ainda cuidar da formação global dos educandos que devem ser vistos como pessoas inteiras e complexas, cuja dimensão intelectual interage com componentes emocionais. Tais educandos, ao mesmo tempo em que são formados, formam a realidade escolar; sua aprendizagem e desenvolvimento têm por meta oferecer possibilidades de intervir no meio em que vivem. O compromisso com a cidadania significa, antes de mais nada, um exercício constante no cotidiano escolar; não é possível formar para a cidadania sem ser cidadão no espaço escolar.

O papel da escola na formação dos cidadãos traduz-se, ainda, pelo esforço de desenvolver nos educandos uma atitude de curiosidade e envolvimento frente ao conhecimento. A seleção dos conteúdos de ensino e a definição das metodologias de ensino-aprendizagem são, portanto, aspectos fundamentais para a coesão em torno desses princípios. O conhecimento deve ser entendido como múltiplo, envolvido numa dimensão social e histórica.

Não se trata apenas de adquirir o conhecimento, mas de interpretá-lo, contextualizar sua produção. O educando traz para a escola um conhecimento que lhe é peculiar, não podendo ser desconsiderado pela escola, mas é preciso garantir a possibilidade de ampliá-lo.

A seleção dos conteúdos deve levar em consideração as diferentes realidades que formam o grupo de educandos da Escola de Aplicação, sendo objeto constante de reflexão e avaliação.

2.CONTEÚDOS DE ENSINO

É papel da escola possibilitar aos alunos a apropriação do conhecimento historicamente acumulado e dos novos saberes constantemente construídos. Como diretriz para definir os objetos de

conhecimento que devem ser alvo prioritário da ação pedagógica, a Escola de Aplicação se pauta em aspectos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, mas sem se restringir a este, procura incluir outras dimensões da produção cultural, da mesma forma que está sempre atualizando seus olhares frente a estes conhecimentos, buscando favorecer a aproximação entre a escola e os saberes produzidos fora

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da escola.

Cabe ressaltar que a definição de qual seja este repertório é longe de ser questão unívoca. Os movimentos de reformulação do ensino que ocorrem, sucessivamente, desde o advento da Educação Nova no início do século XX, têm provocado muitas incertezas quanto aos conteúdos que devem ser privilegiados pela escola em cada fase da escolaridade. Atualmente com o desenvolvimento das novas mídias e com as novas formas de acesso à informação, essa discussão adquire novos elementos, cabendo à escola discutir o que permanece como informação por ela transmitida e as informações que os alunos devem buscar em outras fontes ou como a escola deve inserir as outras e novas fontes no seu repertório. O desenvolvimento de uma postura crítica e ativa diante das diversas fontes de informação é competência que deve, necessariamente, ser trabalhada pela escola.

A EA não tem a pretensão de resolver definitivamente esta discussão, o que seria impossível devido à dinâmica cada vez mais rápida de produção de novos conhecimentos. Por isso, o programa de conteúdos deve ser sempre flexível, de modo ainda a poder incorporar interesses ou necessidades dos alunos e novas descobertas do próprio professor.

No que diz respeito à montagem de seus planos de curso, os professores tomaram por base as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, complementadas pela discussão sobre a organização do currículo escolar.

3.METODOLOGIA

A Escola de Aplicação não se propõe à adoção de um método único de ensino. Procura utilizar diversas estratégias didáticas que favoreçam a compreensão do aluno e seu envolvimento com o conteúdo, o que supõe considerar o educando como sujeito da aprendizagem, sendo esta uma premissa que deve ser respeitada por todas as disciplinas. Disso decorre a utilização de recursos que mobilizem sua curiosidade, seus interesses, sempre respeitando as características próprias ao desenvolvimento da inteligência e ao processo de aprendizagem, valorizando o conhecimento prévio dos alunos.

Assim, embora seja reconhecida a pertinência das aulas expositivas para determinados conteúdos, os professores procuram não reduzir as situações de ensino-aprendizagem a esta estratégia, buscando a criação de situações diversificadas. O recurso ao jogo/situações lúdicas é visto como valioso instrumento didático. A proposição de situações-problema para serem resolvidas individualmente ou em grupo, em que os conteúdos ou habilidades a serem trabalhados se encontrem em contexto próximo aos seus objetivos funcionais, é outro recurso utilizado. Procura-se também promover uma atmosfera de interação positiva por meio do estímulo à cooperação e à solidariedade, cabendo, também, a inserção de questões-chave que tomem por eixo os contextos sócio-históricos do mundo atual.

Valorizando a interdisciplinaridade, o corpo docente esforça-se por elaborar atividades que integrem diferentes disciplinas, num interessante exercício de criação coletiva. A realização de estudos

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do meio é uma prática presente nos diferentes anos escolares, o que exemplifica a preocupação da escola com a interdisciplinaridade; além de outros projetos que podem ser temáticos ou não, que em momentos atuais impulsionam os estudos.

O livro didático, adotado em algumas disciplinas, é utilizado como um dentre outros recursos, isto é, apenas como material de apoio do professor e dos alunos, podendo não ser utilizado inteiramente. Procura-se fazer uma seleção criteriosa dos livros a serem adotados, assim como preservar diante deles a possibilidade de crítica ao seu conteúdo. Mesmo quanto a recursos textuais, um dos pressupostos do trabalho é a necessidade de garantir o acesso a uma diversidade de produções e interpretações, respeitando sempre a faixa etária e o nível de escolaridade do educando.

4.OBJETIVOS DOS CURSOS

O Ensino Fundamental possui duração de nove anos, divididos em sub-ciclos: do 1º ao 3º ano, do 4º ao 5º ano, do 6º ao 7º ano e do 8º ao 9º ano desde 2010, quando finalizou a implantação do Ensino Fundamental de nove anos. No Ensino Médio, o sistema é seriado, composto por 1º, 2º e 3º anos.

Em conformidade com o que estabelece a LDB 9394/96, esses níveis de ensino têm por objetivo a formação básica do cidadão.

No Ensino Fundamental, destacam-se, como principais objetivos: - Desenvolvimento permanente da capacidade de aprendizagem. - Desenvolvimento pleno da leitura, da escrita e do cálculo.

- Compreensão crítica de aspectos do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.

- Formação de atitudes e valores compatíveis com uma educação democrática e humanista, com destaque para a solidariedade e tolerância recíproca.

- Desenvolvimento de procedimentos que possibilitem ao educando o acesso autônomo aos diferentes campos dos saberes e a uma variedade de informações. O Ensino Médio propõe-se à consolidação e ao aprofundamento dos conteúdos e habilidades desenvolvidos no Ensino Fundamental, visando não só o acúmulo de informações, mas a continuação do desenvolvimento da capacidade de aprender e da compreensão do mundo físico, social e cultural. Tem ainda como objetivos:

- A constante reflexão sobre o mundo do trabalho, entendendo esta esfera como fundamental ao pleno exercício da cidadania.

- A compreensão dos fundamentos científicos-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática no ensino de cada disciplina.

- O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

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