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3. SEGURANÇA RODOVIÁRIA EM ZONAS DE OBRA

3.2. Planos de Segurança Rodoviária

Numa obra viária, o planeamento das medidas de segurança a adotar é extremamente importante, no sentido de evitar a ocorrência de acidentes. As entidades envolvidas nas obras devem elaborar planos de segurança, cumprindo o artigo 80º do decreto regulamentar n.º22- A/98, no sentido de articular todas as questões envolvidas numa obra, como por exemplo a sinalização vertical temporária, as marcas rodoviárias ou o tratamento da área adjacente à faixa de rodagem, para aumentar a segurança dos utilizadores que circulam na zona de obra.

Uma parte importante do planeamento de uma obra assenta na correta definição da sinalização temporária por forma a possibilitar a continuidade do movimento de veículos, maquinaria presente em obra, bem como todos os trabalhadores existentes.

A empresa Cândido José Rodrigues (CJR) define que o objetivo principal de um plano de sinalização temporária é o de aumentar a segurança dos trabalhadores da obra, dos moradores das habitações circundantes e da circulação rodoviária, assim como manter o fluxo de tráfego com a menor interferência possível, diminuindo o impacto negativo que uma obra possa causar na rotina diária da zona envolvente. No plano de sinalização temporária da empresa CJR analisado, constam, inicialmente, as seguintes informações:

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 Tipo de obra que se irá efetuar;

 Local da obra;

 Decreto regulamentar respeitante à implementação de sinalização temporária (no 22-

A/98, de 1 de Outubro)

 Esquema utilizado, segundo o Manual de Sinalização Temporária da JAE (ex:F06). Durante a fase de planeamento dos esquemas a implementar na zona de obras existem alguns pontos que merecem especial consideração:

 Segurança é o principal objetivo;

 As necessidades dos peões devem ser tidas em conta, especialmente no caso de existência de paragens, centros comerciais ou centros hospitalares, onde existam um número considerável de pessoas com limitações motoras;

 Os trabalhos devem ser efetuados no mínimo de espaço e tempo possíveis;

 Deve existir ligação com trabalhos na estrada que podem eventualmente existir nas proximidades;

 Nos períodos de férias, quando o tráfego se preveja maioritariamente recreativo, como por exemplo ao fim de semana, a capacidade da via é reduzida em 30% (Government 2009). Caso a procura exceda a capacidade disponível irão desenvolver-se filas, o que poderá por em risco a circulação dos utentes da estrada;

 Transportes públicos serão afetados pelas novas condições impostas, devendo ser avisados das respetivas alterações, nomeadamente controlos de tráfego e esquemas de sinalização;

 Quando necessário, devem ser efetuadas ligações com as autoridades e outros sistemas de emergência que possam ter um papel importante na área afetada pela obra.

Os esquemas fornecidos pelo manual da JAE servem de guia para a colocação de sinalização, devendo ser tidos em conta na elaboração dos planos de sinalização temporária. Este manual fornece inúmeros esquemas, consoante se tratem de trabalhos fixos, trabalhos móveis ou perigos temporários.

59 É considerado trabalho temporário o condicionamento do tráfego devido a um acidente, anomalia súbita no pavimento, objeto caído na faixa de rodagem ou outras de caráter inesperado. Os esquemas pra este tipo de trabalho são do tipo P (P01 e seguintes).

Trabalhos fixos [esquemas do tipo F (F01 e seguintes)] englobam a manutenção de juntas de dilatação de obras de arte, reparações de pavimentos ou outras de caráter previsivel.

Nos trabalhos móveis podem identificar-se as marcações rodoviárias, a observação de pavimentos ou outras tarefas que impliquem o avanço contínuo das zonas de trabalho. Os esquemas dos trabalhos móveis são os do tipo M (M01 e seguintes) (Estradas 1997).

Antes de qualquer novo desvio ou estrada temporária ser aberta ao tráfego, toda a sinalização deve ser colocada no devido lugar. Eventuais alterações nos esquemas poderão ser necessárias devido a modificações nas condições da obra ou em vista à melhoria das condições de segurança fornecidas.

A implementação da sinalização temporária numa obra deve seguir o faseamento estipulado pelo manual de sinalização temporária da JAE. As fases encontram-se representadas nas Figuras 22 a 24.

Fase 1

Colocação da sinalização no sentido prioritário (sinalização de aproximação e final).

Figura 22 – Fase um da colocação da sinalização temporária (Estradas 1997)

Fase 2

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Figura 23 – Fase dois da colocação da sinalização temporária (Estradas 1997)

Fase 3

Após o início da regularização da sinalização alternada por sinalização luminosa ou raquetes de sinalização, colocar a sinalização de posição.

Figura 24 – Fase três da colocação da sinalização temporária (Estradas 1997)

Caso seja necessário proceder à implementação de um desvio de trânsito (Figura 25), o faseamento a seguir na sua implementação é o seguinte:

 Fase 1- Iniciar a montagem da sinalização pelo fim, isto é pela sinalização final. Seguidamente montar toda a sinalização necessária nas interseções, sempre do fim do desvio até ao seu início.

 Fase 2- Montar a pré-sinalização, sinalização avançada e sinalização intermédia.

 Fase 3- Após estar executada a sinalização em ambos os sentidos, colocar a sinalização de posição.

Figura 25 – Implementação de um desvio (Estradas 1997)

Num projeto de uma obra podem ainda constar desenhos representativos dos trabalhos a efetuar, por forma a ser mais claro o tipo de intervenção a efetuar, bem como ter uma ideia da sinalização

61 a utilizar. Segue-se um exemplo de uma obra realizada em Guimarães, na EN101, que consiste num projeto de beneficiação do pavimento (Figura 26). Em primeiro lugar, é apresentada a localização da obra. No documento onde se encontra especificada a localização da obra encontra-se também descrito o tipo de empreitada a efetuar, com a apresentação de todos os trabalhos a realizar. Em segundo lugar pode observar-se uma planta dos trabalhos a efetuar, dividida em trechos homogéneos (Figuras 26 a 34).

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Figura 27 – Descrição dos trabalhos a efetuar

Figura 28 – Pormenor da legenda

Figura 29 – Descrição dos trabalhos a efetuar

Figura 30 – Descrição dos trabalhos a efetuar

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Figura 32 – Descrição dos trabalhos a efetuar

Figura 33 – Descrição dos trabalhos a efetuar

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