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PLATAFORMA COLOMBIANA DERECHOS HUMANOS, DEMOCRACIA Y DESARROLLO.

- 0 : ! @ # - - . Bogotá: Ediciones Antropos Ltda., 2003. p.

Famílias em Ação é um Programa que consiste em conceder apoio monetário direto

à mãe beneficiária, condicionado ao cumprimento de compromissos por parte da família. Na educação, o Programa deve assegurar a frequência escolar das crianças e, na saúde, a assistência na primeira infância para as consultas de controle de crescimento e desenvolvimento programados. Como indica a Ação Social, "o Programa contribui para o aumento da renda das famílias em situação de pobreza extrema, com o fim de vinculáMlas às transações de mercado e ao melhoramento das suas condições de vida"68.

O segundo mandato de Uribe manteve a proposta de Segurança Democrática e o Plano Nacional de Desenvolvimento Estado Comunitário: Desenvolvimento para

Todos (2006M2010), dando continuidade ao seu belicismo, à sua proposta política e

econômica. Antes de terminar o mandato, Uribe fez uma oferta para os Estados Unidos: "Ofereço ao Governo Americano sete pontos de apoio em território colombiano para a luta contra o tráfico de drogas"69.

No entanto, tratavaMse da continuidade do Plano Colômbia, pois, desde o início, foram instaladas três bases militares em locais estratégicos para combater a guerrilha: Tres Esquinas, Larandia e Puerto Leguizamo. Os outros pontos acordados são: Malambo, no Atlântico; Palenquero, em Magdalena Medio; Apiaí, em Metal; Tolemaida, em Tolima e as bases navais de Cartagena e Pacífico. Indiscutivelmente, o acordo era "estratégico" para os dois países cujas populações não poderiam imaginar o escopo. E, até os dias de hoje, o governo colombiano quer agradar e manter o apoio/dependência em relação aos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, Washington tem interesse em estar mais próximo da América do Sul sem perder o "controle" sobre a região, limitando a soberania e a autonomia dos povos latinoM americanos.

68 ACCION SOCIAL. Disponível em:

<www.accionsocial.gov.co/contenido/contenido.aspx?catID=204&conID=157>. Acesso em: 2 fev. 2011.

69

BASTENIER M.A em sua coluna El fantasma de las bases, afirma que é uma estratégia de Uribe para seguir seu terceiro mandato com a aprovação de Washington. Jornal El Pais. Disponível em:

http://www.elpais.com/articulo/internacional/fantasma/bases/elpepiint/20090812elpepiint_13/Tes> Acesso em: 20 de ago. 2009

No palco do conflito social e armado, os guerrilheiros das FARC anteciparam a liberação de vários sequestrados, com a mediação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), e de países como o Brasil e a Venezuela, bem como a Igreja Católica colombiana. A mulher que estava à frente de todas as operações era Piedad Córdoba, considerada pelo governo de Uribe como aliada das FARC e próxima do Presidente Hugo Chávez, considerado seu inimigo. Para aqueles que conhecem a Piedad, ela é uma mulher que deu sua vida pela paz e justiça social. Há mais de trinta anos, seu trabalho está comprometido com: o Movimento de Mulheres e Feministas, o Movimento AfroMcolombiano e, nos últimos dez anos, com o Movimento Lésbico, Gays, Bissexuais e Transgênero (LGBT) e o movimento dos jovens.

No entanto, em 2008, Uribe decide fazer resgates a sangue e fogo, atitude que foi criticada pela opinião pública. Após um longo silêncio em relação aos sequestros, em 2 de julho do mesmo ano, ocorre o resgate de Ingrid Betancourt, junto com outros 14 prisioneiros, entre os quais estavam oficiais e subMoficiais da polícia e do exército e mais dois EEUU seqüestrados, desde 2003. O resgate foi feito pelas Forças Armadas da Colômbia, com o apoio de Israel e dos Estados Unidos. A

Operação Jaque, como foi chamada pelo ministro da Defesa, Juan Manuel Santos,

atual Presidente da Colômbia, tornouMse, de acordo com o governo, a mais importante operação da inteligência e das Forças Armadas da história da Colômbia.

De acordo com Juan Manuel Santos, a ação consistiu na infiltração no secretariado das FARC, com o apoio de dois guerrilheiros, o que lhes permitiu ter acesso a informações confidenciais referentes ao paradeiro dos seqüestrados. Uma vez conhecendo a necessidade de transferir os sequestrados para determinado local, criouMse um ambiente favorável para o resgate. Utilizando um helicóptero do exército, pintado com o emblema do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIRV), sem a sua devida autorização e, fazendoMse passar por jornalistas mediante a falsificação dos símbolos da Telesur e do canal Ecuavisa, a operação foi realizada. ConsideraMse que essa operação foi planejada com a assessoria de EEUU, israelitas e colombianos.

Ingrid Betancourt, congressista e candidata à Presidência da República, possuidora de cidadania francesa e colombiana, viveu no cativeiro entre a dor pela morte de seu pai e a ausência de sua filha e de seu filho, padecendo as inclemências da selva. Em várias cartas dirigidas a Yolanda Apulecio (sua mãe) alega que estava morrendo em vida e que o cativeiro era um inferno. Desejava um acordo humanitário e não queria morrer na selva. Em seu livro Não há silêncio que não termine, descreve a situação de dor e sofrimento que enfrentou por seis longos anos de sequestro. Em várias ocasiões, tentou fugir e todas as vezes foi encontrada e punida .

Uma vez libertada, Ingrid agradece à gestão de Álvaro Uribe, Juan Manuel Santos e às Forças Armadas. MudaMse para a França, indo ao encontro de seus filhos e termina o relacionamento com o marido Juan Carlos Lecompte. Após sua libertação, foram divulgadas várias histórias a respeito de sua vida amorosa e sua mágoa em relação à Clara Rojas. Em seu livro, Ingrid apresenta detalhes de sua vida na selva, apontam ao Estado colombiano como culpado por seu seqüestro. Essa tese é ratificada por um pedido de indenização ao Estado colombiano. Devido ao seu alto valor, o pedido é retirado e a tese abandonada, o que deixou uma grande mágoa por parte do povo colombiano. Atualmente, Ingrid mora entre Paris e Nova York, distante do cenário colombiano.

Retornando à gestão de Álvaro Uribe, observaMse nos diversos relatórios da ONU, a preocupação do organismo internacional pela continuidade de delitos contra a população civil. Há denúncias sobre o desaparecimento e morte de dirigentes sindicais, comunitários, defensores dos direitos humanos, ativistas de movimentos sociais, camponeses, indígenas, afroMdescendentes, mulheres, LGBT, entre outros.

O último relatório que o Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia apresentou, em 2010, enfatiza em sua introdução:

O Escritório, na Colômbia, registrou com preocupação a continuidade de homicídios, ameaças, atentados, roubos de informação, persecução e intimidação contra os defensores dos direitos humanos e suas organizações em diferentes regiões do país. Entre as vítimas, estavam líderes e dirigentes, defensores comunitários, membros de Conselhos de

Ação Comunitária, as pessoas afroMcolombianas, indígenas, representantes municipais, sindicalistas, pessoal do Sistema de Alertas Tempranas (SAT), procuradores de Justiça e jornalistas. A responsabilidade por esses fatos tem sido atribuída aos agentes do Estado, membros de grupos de pósMdesmobilização, membros das FARCM EP70e o Exército de Libertação Nacional –ELNM.

A persistência do conflito armado interno continua afetando a plena vigência dos direitos humanos. Todas as partes do conflito armado continuaram cometendo violações do direito internacional humanitário, especialmente os grupos guerrilheiros. Esta situação foi agravada pela violência que gerou os gurpos armados ilegais surgidos a partir do processo de desmobilização das organizações paramilitares e das disputas entre os diferentes atores armados ilegais em torno do controle do tráfico de droga71

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Por outro lado, segundo Molano (2011), observaMse que o balanço da gestão de Uribe é negativo porque deixou 3 mil casos de impunidade, tendo a maioria ocorrida entre 2004 e 2008, quando era Ministro da Defesa Juan Manuel Santos. VerificaMse um retrocesso entre a colaboração da Justiça Militar com a Justiça comum na transferência de mortos em combate com sinais de violações dos direitos humanos72. Da mesma forma, o jornalista Molano fornece uma visão geral sobre a situação política do país e aponta que os massacres que continuam e aumentam em 40% no contexto de disputas entre grupos denominados “Bandas Criminales (BACRIM)”73.

Por outro lado, a Lei de Justiça e Paz M Lei N 975 de 2005 M, considerada um instrumento para anistiar os grupos ilegais, especialmente os paramilitares, não contribuiu para o direito à verdade. Os delitos perpetrados ainda continuam impunes. VerificaMse o aumento da violência contra as pessoas ligadas à restituição de terras

70 A sigla EP, após FARC, corresponde a Exército Popular. 71 OACNUDH. Disponível em:

<www.hchr.org.co/documentoseinformes/informes/altocomisionado/informes.php3?cod=14&cat=11>. Acesso em 1o mar. 2011.

72

MOLANO A. . Disponível em: <www.elespectador.com/impreso/columnaM253419MelM informe>. Acesso em: El Espectador 27 fev. 2011

73

TrataMse de grupos armados cujos membros saíram das organizações paramilitares, anistiados pelo Governo, constituindoMse pequenos grupos que intimidam a população das cidades.

e em relação à “parapolítica”, fenômeno que acompanhou toda a gestão de Uribe e que consiste no apoio dos parlamentares aos grupos paramilitares, lembrando que um dos parlamentares é primo do Presidente Uribe. SabeMse que há mais de 120 processos em andamento na Justiça.

A Colômbia é um país com 45.508.205 habitantes, dos quais 51% são mulheres e 49% homens74, que mantém um quadro desolador, pois o conflito aprofunda a pobreza e a violência. De acordo com o estadista Libardo Sarmiento (2004), as condições de pobreza afetam cada três de quatro pessoas, sendo as mulheres as mais pobres75. Esse dado confirma o último relatório apresentado pela Missão de Empalme (MESEP): a Colômbia, em 2009, tinha mais de 20 milhões de pobres e 7 milhões de pessoas de indigentes. Isso significa que mais de 60% da população vive na pobreza e tem negados os seus direitos.

Nas palavras de Garay e Rodriguez (2005:25),

A Colômbia é talvez, hoje, a terceira sociedade com a maior desigualdade de renda na América Latina [e] 1,1% dos proprietários de terras no país têm mais de 55% do território cultivável e exportável com o agravante de que grande parte dessas áreas agrícolas e industriais são de origem duvidosa

A situação de homens e mulheres piora nos cenários da guerra. No contexto colombiano, os homens jovens (de 18 a 25 anos) devem "prestar" o serviço militar obrigatório. Muitos apresentam mutilações no corpo, traumas e outras doenças típicas de guerra. Da mesma forma, nas regiões distantes, os grupos armados exigem que os jovens peguem em armas para enfrentar o "inimigo". Na maioria dos casos, trataMse de jovens agricultores, camponeses, que não tiveram outra oportunidade na vida.

74DANE. Disponível em:

<www.dane.gov.co/files/censo2005/PERFIL_PDF_CG2005/00000T7T000.PDF>. Acesso em: 2 mar. 2011.

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% - 0 G / 7 # @ # - R & - 92 8. Bogotá:

A “Mesa de Trabalho Mulher e Conflito Armado”, que integra vários grupos de trabalho e organizações não governamentais feministas, estudou a relação entre as políticas de governo, especialmente “A Segurança Democrática” e o aumento de registros de violência sexual imputáveis às forças públicas76. Um exemplo é o caso do uso das bases militares colombianas pelos militares estadunidenses, como lugar de violação dos direitos das mulheres, já que se conhece o caso de uma menina de 12 anos, violentada sexualmente na base militar de Tolemaida.

Alem das ações defendidas pela referida Mesa de Trabalho, a Organização Não Governamental Internacional (OXFAM), junto com mais nove organizações de Direitos Humanos e de Mulheres, na Colômbia, realizou uma investigação, entre os anos de 2001 e 2009, tendo concluído que a cada 44 minutos M em média M uma mulher é estuprada pelos atores do conflito armado. Como resultado dessa barbárie, temMse 26.453 casos de mulheres grávidas, segundo revelou a pesquisa77.

Segundo a pesquisa, a situação mais preocupante é que, na maioria desses delitos, as mulheres não fazem a denúncia correspondente. Das mulheres vítimas, 82,15% não denunciaram os fatos. Apenas, 17,7% o fizeram, enquanto 0,23% nada informaram a respeito. "Eu prefiro deixar assim mesmo" foi a resposta mais frequente para explicar a recusa em denunciar as agressões, seguida do "temor às

represálias". Do total das mulheres violentadas, 8% disseram que não sabiam como

denunciar; 7,3% afirmaram: "Não acredito, nem confio na justiça" e 5.8% explicaram: "Não queria que a família soubesse". Além disso, 73,93% das vítimas, consideram que a presença de grupos armados constitui um obstáculo para a denúncia dos fatos de violência sexual.78

Em 7 de agosto de 2010, assume como Presidente da República o senhor Juan Manuel Santos, próximo ao governo de Uribe e das políticas dos Estados Unidos. No primeiro semestre, evidenciamMse algumas mudanças na política internacional:

76

MESA DE TRABAJO MUJER Y CONFLICTO ARMADO. J - & 6

0 $ 0%& ? @ - . Bogotá: Ediciones Antropo, 2009. p. 59.

77

CASTELLANOS A. MM 0 & -

Disponível em: <periodismohumano.com/mujer/cadaM44MminutosMunaMmujerMfueMvioladaMporMactoresM delMconflictoMarmadoMcolombiano.html>. Acesso em: 20 jan. 2011.

78

são restabelecidos os acordos diplomáticos e de mercado com os governos da Venezuela e do Equador. Também, é aceita a participação de Piedad Córdoba como mediadora para novas liberações de sequestrados. A ação de Santos tem contribuído para aparar as arestas, até então existentes com o Poder Judiciário de Uribe. O Presidente também tem estado atento aos relatórios internacionais que denunciam casos de violação dos direitos humanos.

Em sua proposta, Santos procura um governo de "unidade nacional" e chama a atenção para a necessidade de criar uma frente unida que mantenha a segurança e a prosperidade. Até janeiro de 2011, a mídia registrou mais de 80% de popularidade. No entanto, ainda é cedo para prever os alcances dessa chamada "prosperidade".

Em termos de políticas sociais, não se identifica um compromisso real. Várias questões, entre elas, Direitos Humanos, Ação Social, Comissão Nacional de Reparação foram encomendadas ao viceMpresidente, Angelino Garzón que, por sua vez, as delegou a outros subalternos. No caso do Conselho Presidencial para a Equidade da Mulher, a responsável pela entidade não foi nomeada, até o início de 2011, tendo sua indicação sido delegada à sua esposa Montserrat Muñoz. Como bem assinalou o jornal El Espectador: "sem demérito da capacidade da senhora Muñoz, nem de seu trabalho, mas apenas dos funcionários públicos é que se pode exigir a prestação de contas. As políticas para as mulheres não podem ser um assunto de voluntários"79

As perguntas que surgem decorrentes da situação das mulheres, especialmente em relação ao Conselho da Equidade das Mulheres são: É importante que o movimento de mulheres e feministas se pronuncie para decidir a nomeação de uma responsável pelo órgão? Existe interesse por parte do Movimento de Mulheres e Feministas em influenciar as políticas públicas do governo de Juan Manuel Santos?

Existe uma aproximação do movimento realizado por algumas mulheres para exigir a nomeação de uma funcionária competente para o cargo. No entanto, não se trata

79 Editorial ¿Y las políticas públicas para la mujer? Disponível em: Jornal El Espectador,

www.elespectador.com/opinion/editorial/articuloM252135MyMpoliticasMpublicasMmujer> Acesso em: 21 fev. 2011

de uma ação coletiva do Movimento de Mulheres e Feministas. PodeMse dizer, como acontece nesses casos, que representa apenas uma "fração" de uma demanda maior.

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O presente capítulo aborda os processos e a dinâmica que fizeram parte da construção das Políticas Públicas de Mulheres e Gêneros, na cidade de Bogotá. A partir da liderança e participação das mulheres em espaços sindicais, acadêmicos, profissionais, políticos e organizacionais, conseguiram influenciar a política pública e a construção do Plano de Igualdade de Oportunidades e Equidade de Gênero M PIOEG.

Na construção desse capítulo, foram realizadas entrevistas com mulheres participantes do Movimento e dos partidos políticos, além de informações coletadas em vários documentos, publicações, relatórios institucionais e estudos disponíveis nas áreas acadêmicas e nas organizações sociais, visando ampliar o debate e a reflexão M tal qual, referido na Introdução.

Os dois últimos governos da cidade de Bogotá (2004M2007 e 2008M2011) foram liderados pelo partido Pólo Democrático Alternativo80, que reúne várias iniciativas da chamada esquerda democrática81, integrada pelos partidos: Comunista Colombiano, Movimento Operário Independiente Revolucionário (MOIR), Frente Social e Política, entre outros, incluindo propostas de grupos, organizações e movimentos da sociedade civil.

80

Conhecido como “El Pólo”, o Partido se estabeleceu no ano de 2002, após os acordos que alcançaram vários partidos de esquerda, reunidos na Frente Social e Política e no Partido Democrático Independente (PDI).

81 Tomando como referência Caute (1968; 32), em seu texto

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afirmaMse que a esquerda nasceu no seio da Revolução Francesa. Ao longo da história, os que se afirmam ser de esquerda assumiram princípios políticos relacionados ao destino da sociedade. “A esquerda é uma força dinâmica que deve ser estudada em termos de um processo dialético de exigências, reivindicações e novas demandas”. Em sua filosofia, o eixo do lado esquerdo parte da soberania popular: “que significa pelo menos a liberdade de ter uma voz em meio aos acordos públicos, ter uma parcela do controle de nossos próprios destinos”. Significa a igualdade de homens e mulheres na medida em que todos e todas usufruam dessa liberdade e provavelmente a usem para ampliar a igualdade social e econômica: “um certo otimismo quanto à capacidade dos homens para governar e governarMse a si mesmos”; racionalismo no sentido da negação das fontes de autoridade de origem metafísica tal como direito divino; antimilitarismo por analogia, pois se o povo de uma nação pode alcançar harmonia suficiente para distribuíMla entre si mesmos(as), então é certo que as nações também podem aprender a resolver pacificamente suas diferenças; solidariedade para com os oprimidos na medida em que nos colocarmos na posição de transformar nossa própria condição; reforma social porque um povo soberano dificilmente se absterá de reformar a sociedade sobre a qual tem sido soberano, porque o motivo M a longo prazo M de todas as reformas sociais é de aumentar, independentemente de sua intenção, a soberania popular; e, finalmente, é movimento porque insiste em reivindicar, assumindo a identidade de força mais dinâmica na transformação da história. (CAUTE, 1968: 46)

Conforme indicado no Capítulo 1, Bogotá tem papel importante no cenário do país. A cidade, capital da Colômbia, é o palco em que as políticas nacionais são traçadas, usufruindo de autonomia e liberdade políticoMadministrativa e financeira em relação ao poder central para tomar suas próprias decisões. Essa relação políticoM administrativa e financeira (central e municipal) tem sido marcada por profundas tensões que controvertem o cenário colombiano.

Desde a década de 1980, Bogotá tem sido um espaço propício para o fortalecimento dos movimentos sociais como um todo. No caso do Movimento de Mulheres Feministas, os primeiros grupos se articularam em torno de propostas artísticas, culturais, legais e de direitos.

Posteriormente, sugiram grupos de estudo, incluindo o Grupo de Mulher e Sociedade, que deu origem à Escola de Estudos de Gênero da Universidade Nacional. Para o Movimento de Mulheres Feministas, Bogotá se tornou um espaço importante e estratégico: a cidade abriga o maior número de organizações de mulheres, reunindo grande parte das coordenadorias e diretorias do Movimento, o que permite maior acesso e diálogo com as agências governamentais, assim como com as agências de cooperação internacionais e com outros movimentos sociais do país e do exterior.

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Nos antecedentes da política pública para as mulheres, em Bogotá, identificouMse que, durante a década de 1990, a Prefeitura desenvolveu várias ações como: atenção e cuidado das gestantes e crianças, e atenção e prevenção da violência contra as mulheres.

No Plano de Desenvolvimento Por la Bogotá que Queremos” (1998M2000), de Enrique Peñalosa, a ênfase está na denúncia de crimes relacionados à violência doméstica. Foram criadas as Comissões da Família, os Centros de Conciliação e abordadas a discriminação profissional contra as mulheres e também a necessidade de fortalecer os programas de planejamento familiar (PRIETO, 2007:11).

No Plano de Desenvolvimento Bogotá para Vivir todos de un mismo Lado (2001M 2003), na segunda administração de Antanas Mockus, afirmaMse que a política distrital teria a perspectiva de gênero: “Os programas do Distrito terão perspectiva de gênero e incluirão a mulher como gestora” Segundo Prieto (2007: 11) trataMse de uma abordagem familiar da questão: “A família teve grande importância como objetivo central do Plano de Desenvolvimento [e], posto que, foram contempladas ações específicas para mulheres chefes de família”

Assim, em 2003, o Conselho Municipal aprovou o #

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=A no âmbito do Acordo N 091, de 2003, documento legal que ordenou sua

formulação e implementação no governo da cidade. Esse Acordo configura uma resposta às demandas das mulheres às convenções e aos convênios e acordos internacionais ratificados pela Colômbia, em matéria de equidade de gênero82.

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