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A POBREZA DOS MUNICÍPIOS CEARENSES: UMA ANALISE ESPACIAL Andréa Ferreira da Silva 18 ; Wellington Ribeiro Justo

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo mensurar os impactos do crescimento econômico e da desigualdade de renda na taxa de pobreza no Estado do Ceará no período 1991 – 2000, focando as definições do crescime to “pró-pobre” metodolo ia utilizada é a estimação de modelo econométrico na forma log-log que fornece as elasticidades parciais de renda e da desigualdade. No primeiro momento são estimados com dados em painel. Após a verificação de possíveis efeitos espaciais realizados através de testes como o I de Moran foram estimados modelos de econometria espacial para 1991 e 2000. Os testes indicaram a necessidade de incorporar nas estimações variáveis que aprendam as externalidades espaciais. Os resultados sugerem crescimento pró-pobre nos municípios cearenses em acordo com resultados agregados para o Estado do Ceará apontados na literatura.

Palavras-chaves: rescime to “ ró- obre”; rescime to co ômico; Desi ualdade de Renda, Economia Espacial.

Abstract: This study aims to assess the impacts of economic growth and income inequality in the poverty rate in the state of Ceará in the period 1991 - 2000, focusing settings "pro-poor" growth. The methodology used is the estimation of the econometric model in log-log form that provides partial elasticities of income and inequality. At first there are estimated with panel data. After checking for possible spatial effects achieved through testing as Moran's I were estimated spatial econometric models for 1991 and 2000. The tests indicated the need to incorporate the variables estimations to learn spatial externalities. The results suggest pro- poor growth in the municipalities of Ceará in accordance with aggregated results for the state of Ceará reported in the literature

Key-words: Growth "Pro-Poor"; Economic Growth, Income Inequality, Spatial Economics.

18 Economista. Mestranda em Economia Rural (MAER) - Campus do Pici/UFC. Fortaleza/Ceará. E-mail:

andrea.economia@yahoo.com.

19 Doutor em Economia pelo PIMES (UFPE). Prof. Associado da Universidade Regional do Cariri (URCA).

1 INTRODUÇÃO

Segundo Manso et al (2006), a Região Nordeste apresenta 28% da população brasileira, concentrando 49% dos pobres e 55% dos indigentes do país. Silveira Neto (2005) apresenta os índices de crescimento das regiões brasileiras no período de 1991-2000, tendo a região Nordeste o segundo maior percentual de crescimento da renda per capita do país (35,3%), ficando atrás apenas da região Sul (41,3%). Sendo a economia cearense detentora de uma das maiores taxas (37,2%), tendo o Estado da Paraíba com a maior taxa (48,6%) e o Estado de Alagoas com a menor (28,2%).

Contudo, mais de 50% da população do Estado do Ceará encontra-se em estado de pobreza, surgindo assim à necessidade de saber a relação do crescimento econômico como um mecanismo de combate à pobreza no Ceará.

Quem mais se beneficia da economia cearense com tamanha taxa de crescimento de renda per capita? Já que mais de 50% da sua população encontra-se em estado de pobreza. Quais os problemas que seguem o crescimento econômico que este não consegue diminuir a pobreza no estado?

A literatura sobre a relação entre crescimento, pobreza e desigualdade tem por objetivo identificar qual deve ser o padrão de crescimento econômico e redução da desi ualdade, em uma re ião co siderado “ideal” para reduzir a pobreza

O presente trabalho vem apresentar uma recente literatura empírica do dese volvime to eco ômico, chamado como “crescime to pró-pobre” O crescimento eco ômico é co siderado crescime to “pró-pobre” ua do for capaz de melhorar a ualidade de vida de sua população pobre. Diante disso, é importante não apenas verificar o quanto a economia cresceu, mas como foi esse crescimento e qual a sua distribuição.

A contribuição desde estudo consiste em avaliar em que medida o crescimento econômico dos municípios cearenses tem se revelado um mecanismo de combate à pobreza do estado, avaliando também o efeito espacial dos mesmos. Pode-se entender como um crescimento, em que os pobres usufruem dos seus resultados.

Sendo assim, objetiva-se apresentar os impactos do crescimento econômico e da desigualdade de renda na taxa de pobreza nos municípios do Estado do Ceará no período 1991-2000, focando as definições do crescime to “pró-pobre” com a fi alidade de verificar qual fator (taxa de crescimento da renda ou taxa de redução da desigualdade) que melhor explica a redução da taxa de pobreza nos municípios do Ceará nesse período. Buscando,

assim, identificar se o crescimento econômico no Ceará nesse período pode ser considerado “pró-pobre”

Um dos modelos mais usados na literatura para avaliar o crescimento pró-pobre é através do cálculo da elasticidade do crescimento econômico em relação à pobreza para diversas regiões. Isso porque dada uma mesma taxa de crescimento, o impacto na redução da pobreza pode apresentar uma significativa variância, do ponto de vista regional. Ou seja, o crescimento econômico de um país pode afetar de forma distinta a redução da pobreza nos estados ou regiões fazendo com que alguns tenham uma inclusão maior dos pobres na atividade econômica do que outros. Para isso, serão utilizados os dados em painel da Proporção de Pobres (Po), Coeficiente de Gini (G) e Renda per capita, extraídos do IPEADATA para o período de 1991-2000.

Segue-se como hipótese que o Crescimento Econômico só terá efeito sobre a pobreza e poderá ser co siderado “ ró - obre” o eará, se proporcio ar uma ueda a desi ualdade Por fim, o período de 1991-2000 é marcado pela elevação dos investimentos sociais. É possível, então, que em conjunto, estas ações possam ter afetado o crescimento pró-pobre nos municípios cearenses? É neste contexto que se desenvolverá a presente pesquisa.

Inicialmente serão discutidas algumas defi ições do ue se a “crescime to pró-pobre”, e a Relação Triangular: Pobreza, Crescimento e Desigualdade na sessão 2. Em seguida, na sessão 3 é apresentada a metodologia utilizada no trabalho. A sessão 4 traz os resultados e discussões e por fim, na sessão 5, as Considerações Finais.