• Nenhum resultado encontrado

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVOÍNDICE

PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER HIE RÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; PODER

REGULAMENTAR; PODER DE POLÍCIA. A Administração Pública deve cumprir suas atribui- ções constitucionais, por imposição legal. Para tanto, o exercício de suas funções depende de certas prerroga- tivas, ou Poderes, conferidos pela legislação. Esses po- deres são considerados instrumentos de trabalho. Signi- fica dizer que esses poderes-deveres são instrumentais, utilizados pela Administração com o objetivo maior de promover a supremacia do interesse público.

Quando o agente público exerce adequadamente suas competências, atuando em conformidade com a legislação, sem excessos ou desvios, diz-se que ele faz uso regular do poder. Entretanto, havendo hipóteses de exercício de competências fora dos limites legais, visan- do apenas interesses alheios, trata-se de clara hipótese de uso irregular do poder, também denominado abuso de poder. O abuso de poder, além de causar a invalidade do ato, constitui em ilícito ensejador de responsabilidade pela autoridade competente que causou danos com seu uso irregular.

Abuso de poder pode se manifestar no exercício das funções administrativas sob duas formas: pelo excesso de poder, e pelo desvio de finalidade. Excesso de poder é a hipótese de uso irregular dos poderes administrativos pelo qual a autoridade competente ou não, pratica al- gum ato desrespeitando os limites impostos, exorbitan- do o uso de suas faculdades administrativas. Ao exceder sua competência legal, o agente responsável age com exageros e desproporcionalidade, o que torna o ato pra- ticado por ele absolutamente inválido. Mas o excesso de poder admite convalidação, ou seja, há hipóteses em que se pode corrigir vício cometido no ato preservando sua eficácia, dependendo do caso concreto.

Desvio de finalidade, por sua vez, é vício do ato admi- nistrativo, praticado sempre por autoridade competente, que tem por fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, nas regras de competência da legislação (art. 2º, par. único, e, da Lei nº 4.717/1965). A finalidade diversa não macula os requisitos essenciais dos atos administrativos (competência, objeto, forma, motivo), mas tende a macular o ato, tornando-o nulo. O único caminho possível para esse ato é a anulação, ou seja, não há possibilidade de convalidação. O desvio de finalida- de pode ocorrer tanto nas condutas comissivas, em seu campo de atuação, quanto nas condutas omissivas, isso é, quando o agente público se abstém de realizar tarefa legalmente imposta.

Exemplos de desvio de finalidade são bastante co- muns na Administração Pública brasileira: a construção de estrada cujo trajeto foi elaborado com objetivo de va- lorizar a propriedade rural de um governador; a transfe- rência de servidor público para outro Estado apenas para ficar longe da filha do delegado de polícia da cidade, a nomeação de réu em ação penal a cargo público para obter foro privilegiado e transferir seu processo para o STF, etc. Percebe-se que, em todos os casos, há a sobre- posição de um interesse particular sobre o interesse da

coletividade: os agentes estatais, dessa forma, praticam atos visando obter alguma vantagem pessoal, para eles mesmos ou para outrem, concretizando, assim, o desvio de finalidade.

O estudo dos poderes da Administração Pública, as- sim, é de extrema importância para verificar quais são os seus limites de atuação. Para tanto, a doutrina costu- ma dividir esse poder conferido à Administração em seis vertentes: poder vinculado; poder discricionário; poder disciplinar; poder hierárquico; poder de polícia; e poder regulamentar.

Poder vinculado é aquele em que a lei atribui deter- minada competência ao administrador, delimitando to- dos os aspectos de sua conduta, o qual deve compul- soriamente seguir a forma prevista na lei, não havendo qualquer margem de liberdade para que o agente pú- blico escolha a melhor forma de cumprir suas funções. Os atos praticados no exercício do poder vinculado são denominados atos vinculados.

Poder discricionário é o poder que o legislador, ao de- limitar a competência da Administração Pública, confere também uma margem de liberdade para que o agente público possa escolher, diante da situação jurídica, qual o caminho mais adequado, ou qual a melhor forma de solução daquela desavença. A lei não impõe um único comportamento como no poder vinculado: ela delega ao administrador a faculdade de avaliar a melhor solução para cada caso. Garantir margem de liberdade não signi- fica que o administrador deve agir fora da lei, pois a dis- cricionariedade não o permite estar acima da legislação. Além disso, o poder discricionário também pode sofrer controle pelo Poder Judiciário, exceto quando a ques- tão for referente ao mérito dos atos discricionários, cuja competência é exclusiva da própria Administração.

Poder regulamentar

O poder regulamentar consiste na possibilidade do Chefe do Poder Executivo de cada entidade da Federação de editar atos administrativos gerais, abstratos ou con- cretos, expedidos para dar fiel cumprimento à lei. Seu fundamento legal encontra-se disposto no art. 84, IV, da CF/1988: “Compete privativamente ao Presidente da Re- pública: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. Por ser de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo, é indelegável a qualquer subordinado. Embora o texto constitucional faça menção somente ao Presidente da República, o referido poder pode ser exer- cido, por simetria, pelos Governadores e Prefeitos.

Uma das palavras chave do poder regulamentar é “regulamento”. Trata-se de ato administrativo que tem por escopo estabelecer detalhes e diretrizes quanto ao modo de aplicação dos dispositivos legais, dando maior concretude aos comandos gerais e abstratos presentes na legislação. Não se confunde com o decreto, que é ou- tro ato administrativo que introduz o regulamento em si. Decreto representa a forma do ato administrativo, en- quanto o regulamento representa seu conteúdo.

Ambos os decretos e regulamentos são atos em po- sição de inferioridade em relação as leis e, por isso, não são capazes de criar direitos e obrigações aos particula-

GESTÃO PÚBLICA

ÍNDICE

Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, fi nalidades e critérios

de departamentalização ...01

Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada ...02

Gestão de resultados na produção de serviços públicos ...03

Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais...04

Gestão de desempenho. ...05

Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação...05

Gestão Estratégica: excelência nos serviços públicos; gestão estratégica do Poder Judiciário brasileio...06

Ferramentas de análise para gestão e planejamento estratégico, tático e operacional ...07

Gestão de pessoas do quadro próprio e terceirizadas. ...07

Gestão por Processos ...08

Gestão de Projetos. ...09

Gestão de contratos. ...09

1

GEST

ÃO

PÚBLICA

Denomina-se “gestão pública” o campo de conheci- mento e de trabalho relacionados às organizações cuja missão seja de interesse público ou que afete este. A gestão pública está ligada à Administração como ciência, e abrange áreas como Recursos Humanos, Finanças Pú- blicas e Políticas Públicas, entre outras. O traço marcante das técnicas de gestão pública consiste no fato de que elas podem ser inseridas tanto nas organizações públi- cas, que compõem a Administração Pública, como tam- bém podem ser inseridas em organizações privadas, de natureza empresarial (Administração Empresarial).

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS