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EIXO III POLÍTICAS ACADÊMICAS

3.1.34 Políticas de Gestão

As instituições públicas de ensino superior, no caso da UEL, têm como princípio e finalidade o compromisso social traduzido por ações e programas institucionais que asseguram sua inserção na sociedade com o objetivo de superar as desigualdades, afirmar a diversidade, promover o desenvolvimento e fazer avançar os direitos com vistas à garantia da equidade.

3.1.34.1 Responsabilidade Social da Instituição

Na UEL, o compromisso social é um de seus fundamentos, traduz-se no âmbito de um processo de afirmação da cidadania, com a consciência de que os direitos sociais, historicamente,

indivíduos, grupos, classes, partidos e associações civis, mas, também, o Estado e as instituições públicas. Na definição mais clássica de cidadania, a educação (especialmente a gratuita e de qualidade) é entendida como um direito social – para assegurar outros direitos sociais aos cidadãos, como saúde, serviços sociais e jurídicos, bem como o direito à cultura.

Assim a UEL, ao longo de sua existência, desenvolveu e consolidou uma política de extensão – associada ao ensino e à pesquisa – consubstanciada em programas de intervenção na realidade local e regional. Tais intervenções se dão por meio de seus órgãos suplementares e de apoio, núcleos de extensão e de prestação de serviços, bem como de programas institucionais.

Uma das formas de a UEL cumprir o seu compromisso social é, por meio do sistema SUS, prestar atendimento à população londrinense e regional – no Hospital Universitário, no Hospital de Clínicas, na Clínica Odontológica e na Clínica de Especialidades Infantis (Bebê Clínica). Desse modo, contribui para a melhoria do sistema público de saúde voltado para as populações que vivem em situação social de inclusão precária ou mesmo de pobreza extrema.

Pelo fato de a UEL estar inserida em uma região agrícola, possui dois órgãos suplementares – o Hospital Veterinário e a Fazenda Escola, que, além das atividades de ensino e pesquisa voltadas para cursos específicos da área, como Veterinária, Agronomia e Zootecnia, mantêm serviços e programas destinados ao pequeno produtor, à agricultura familiar e à agroecologia.

A UEL também mantém uma estreita relação com a educação básica (ensino fundamental e médio), quer seja por meio de um dos seus mais antigos órgãos suplementares – o Colégio de Aplicação, quer pelas licenciaturas que desenvolvem intensa atividade nas redes públicas de ensino estadual e municipal.

A Instituição atualmente busca assegurar, por meio da Educação de Jovens e Adultos – EJA, o direito à educação aos que anteriormente não tiveram acesso ao ensino formal ou dele se evadiram e agora decidiram pelo (re) ingresso.

Ainda no âmbito do ensino, há de se ressaltar o Laboratório de Línguas, que oferece cursos nas línguas inglesa, francesa, espanhola, alemã, etc., inclusive na modalidade “instrumental”, tanto para a comunidade interna como para a sociedade. Esses cursos são oferecidos a preços simbólicos.

Como parte de uma política de inclusão social – entendida como conquista e ampliação de direitos –, a UEL implantou, em 2005, o sistema de cotas para o ingresso de estudantes da escola pública e afrodescendentes. Essa política veio acompanhada de programas que asseguram a permanência desses estudantes na Instituição, como: ampliação do Sistema de Bibliotecas;

construção da Moradia Estudantil no Campus; investimentos no Restaurante Universitário; criação dos LIGs (Laboratórios de Informática para os cursos de graduação); criação do Programa de apoio aos estudantes (PROPE); aumento do número de bolsas de Iniciação Científica com a criação da modalidade Inclusão Social, financiada pela Fundação Araucária, do Estado do Paraná, e CNPq.

Ainda como parte da política de inclusão e democratização do acesso à Universidade, o Curso Pré-Vestibular vem funcionando há mais de uma década na UEL, atendendo à comunidade externa.

No âmbito da prestação de serviços sociais e jurídicos, há que se registrar o atendimento dado à comunidade universitária pelo Serviço de Bem-Estar à Comunidade Universitária. O SEBEC presta atendimento à saúde do trabalhador, atende à segurança e engenharia do trabalho, realiza atendimento psicológico e de serviço social. Os serviços médicos e odontológicos são atividade do DASC/HU.

Também se deve registrar o trabalho feito pelo Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos – o EAAJ, órgão suplementar do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), onde os estudantes estagiários e docentes atendem à população carente, dando assistência jurídica nas áreas civil, penal, trabalhista e empresarial.

A Instituição sempre tratou a questão cultural como um direito, isto é, a garantia de que os cidadãos tenham acesso aos bens culturais, bem como à participação e decisão nas políticas públicas voltadas para a cultura, a memória e o patrimônio cultural. Considera que a arte – nas

suas diversas formas de expressão, a memória e o patrimônio cultural compreendem processos identitários, por meio dos quais os indivíduos, além de fruírem de valores estéticos, reconhecem valores compartilhados, (re) significam seus bens materiais e simbólicos, reinventam tradições, constroem suas identidades individuais e coletivas, enfim, se fazem cidadãos.

É nessa perspectiva que a Casa de Cultura tem grande inserção na sociedade, mantendo programas que contam com a participação de vários parceiros da sociedade civil, de alcance nacional e internacional, realizados anualmente, como o Festival Internacional de Londrina (FILO) – com ênfase nas Artes Cênicas e o Festival Internacional de Música. Os coros adulto, juvenil e infantil, mantidos pela Casa de Cultura, são compostos por pessoas da Universidade, mas também da sociedade. São muitos os concertos apresentados pela Orquestra Sinfônica da UEL, que são franqueados ao público de Londrina e região. Ademais, o Cine Com-Tour, mantido pela Casa de Cultura, também se encaixa nessa mesma política, oferecendo à sociedade programação de qualidade a preços acessíveis.

A Rádio UEL FM (FM – 107,9) e a TV/UEL – Televisão Educativa e Cultural da UEL (canal 40 em UHF; canal 115 na SKY; canal 40 na Flex TV e canal 20 na MultiTV Cidades), como emissoras educativas, têm como objetivo proporcionar aos ouvintes e telespectadores um jornalismo que estimule o exercício da cidadania e programações que apresentem a diversidade do Brasil.

No que diz respeito ao patrimônio natural e à preservação ambiental, vários departamentos da UEL, especialmente das áreas de biologia, agronomia, zootecnia, geografia, ciências sociais, têm desenvolvido projetos integrados voltados para intervenções na região. Um dos mais impactantes foi o Projeto Tibagi, em parceria com a Indústria Klabin, que, por meio de ações na bacia do Rio Tibagi, realizou o estudo e a recuperação de seu ecossistema, a melhoria das condições de vida das populações ribeirinhas e das cidades situadas às margens do Rio. Por último, destacam-se os programas da UEL que atendem grupos da sociedade que caracterizam a diversidade social, como idosos e portadores de necessidades especiais. Nessa área de atuação, destacam-se alguns projetos de extensão do Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) que oferecem atividades físicas e esportivas para idosos e cadeirantes, além da UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade).

3.1.34.2 Aspectos para o Desenvolvimento Institucional e para a Efetividade Acadêmica e Pedagógica

1) Necessidade de maior interação entre as instâncias acadêmicas e administrativas, afim de que todo planejamento acadêmico resulte de forma integrada, ponderando aspirações e possibilidades (pró-reitorias acadêmica e pedagógica, colegiados e departamentos), para que haja afetividade.

2) Estabelecimento das políticas de graduação, de pós-graduação, de pesquisa e de extensão como norteadoras das decisões e deliberações institucionais e esforço para torná-las claras e efetivas.

3) Redefinição da atuação dos órgãos suplementares, entendidos como auxiliares no desenvolvimento indissociável do ensino, da pesquisa e da extensão, além da concepção de prestação de serviços, como resultado.

4) Necessidade de efetividade e clareza na política institucional de prestação de serviços, definida como um dos objetivos da extensão na UEL, consolidando assim o compromisso social de toda e qualquer universidade pública.

5) Corte na dicotomia existente entre uma concepção fundada no

formação do profissional e limita suas possibilidades de intervir para transformar a realidade social, fator que contribui para dissociar o ensino da pesquisa e da extensão.

6) Essa dicotomia interfere na formação integral do profissional, não para o imprevisível e indeterminado “mercado de trabalho”, subordinado aos ditames de uma produtividade e competitividade pautadas pelo lucro imediato, mas sim para o “mundo do trabalho”, em que o profissional revela a sua competência específica, associando-a à conduta crítica e ética.

7) Implementação de uma política de gestão de pessoas, articulada com o Governo de Estado, que contemple ações de capacitação e de motivação dos servidores na carreira em que atuam, independentemente de serem trabalhos administrativos ou acadêmicos, e efetivação das políticas de gestão administrativa, de modo participativo. Entre elas, destacam-se: gestão documental; gestão de informação; gestão financeira e gestão ambiental.

Os resultados das discussões, desencadeadas nas diversas instâncias, relativas aos temas do desenvolvimento institucional e os relatórios da autoavaliação, subsidiaram a elaboração deste Projeto com ações pautadas nos anseios da comunidade universitária.