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Desde o primeiro caso de aids diagnosticado no Peru, no ano 1983, levou quase três anos para a criação da Primeira Comissão Multissetorial de luta contra a aids. Em 1989, foi criado o Programa Especial para o Controle da Aids (PECOS), pela Resolução Ministerial nº 235-96-SA/DM do Manual de Normas e procedimentos para o controle das doenças sexualmente transmissíveis DST/HIV/Aids, foi a primeira tentativa de implementar uma política coerente para enfrentar a pandemia, e mudando o nome do PECOS, para Programa de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PROCETSS).

Atualmente, com o nome de Centro de Referência de Transmissão Sexual e Aids (CERITSS),tem como principais objetivos o controle de DST/HIV/Aids, a priorização do trabalho em cenários de maior risco e as intervenções de maior impacto e melhor desempenho e controle de custos das DST como estratégia básica para a prevenção HIV/Aids, tendo a responsabilidade de lutar de forma compartilhada com o Estado e a sociedade civil contra as DSTs/HIV/Aids (PERU, 1996).

Esse programa delineou políticas e princípios básicos, que mais tarde foram adotados pela Lei nº 26.626, promulgada no mesmo ano. Essa lei instruiu o Ministério da Saúde na elaboração de um Plano Nacional de Combate ao HIV/Aids e às DSTs, e apresenta um plano chamado CONTRASIDA, que deveria ser desenvolvido pelo Ministério da Saúde com o fim de coordenar e facilitar a implementação de estratégias nacionais para o controle do HIV/Aids e DSTs, para promover a cooperação técnica e econômica nacional e estrangeira para prevenção, controle do cuidado do HIV/Aids e DSTs, além de propor alterações legislativas para facilitar e assegurar o manejo adequado do HIV/Aids e das doenças sexualmente transmissíveis no país (PERU, 1996).

princípios que regem o plano de luta, destacando-se, entre eles, o artigo 7° da Constituição Política, no qual se reconhece que todas as pessoas com HIV/Aids têm direito à assistência integral de saúde de todas as instalações de saúde onde tenham participação direta ou indireta. Essa norma promove, em particular: os direitos à autonomia e ao teste para o diagnóstico, direito à privacidade, direito ao trabalho e o direito à atenção integral à saúde. No ano 2004 a Lei nº 26.626 foi ampliada e modificada pela Lei n° 28.243. Esta lei declarou como de necessidade nacional e interesse público a luta contra a infecção pelo HIV/Aids, ratificando a realização dos testes de diagnóstico para o HIV como voluntária e com aconselhamento prévio.

Mas esta lei também modifica a voluntariedade do teste do HIV em gestantes e enfatiza que:

Às gestantes, para protegerem a vida e a saúde do nascituro, e quando há risco previsível de contágio ou infecção, e para prevenir medidas adequadas ou tratamentos, é obrigatório o teste de HIV incluindo o aconselhamento prévio (PERU, 2004, p. 5).

A existência desta lei ainda é discutível porque vai de encontro aos princípios da autonomia e do direito à informação, ao tentar forçar as gestantes a realizarem o teste sorológico anti-HIV/Aids. Essa disposição é altamente questionável, porque implica um declínio na ordem jurídica interna. Assim, a existência de uma disposição que a realização do teste pode levar a ignorar todo o processo de informação e aconselhamento, que são vitais para criar condições de respeito e proteção dos direitos básicos das pessoas que são submetidas a testes (PERU, 1996; 2004).

Por outro lado, ao modificar-se o artigo 7° da Lei nº 26.626/96 sobre a atenção integral de saúde das pessoas HIV/Aids, ele refere que:

- Cuidados para pessoas vivendo com HIV/Aids (PVVS) devem responder de maneira integral a seus componentes biológico, psicológico e espiritual comprendendo processo de sua família e da sociedade.

- Qualquer pessoa que esteja vivendo com HIV e aids, têm o direito de receber atenção integral de saúde contínua e permanente por parte do estado, através de todas as unidades de saúde em caso

requer (PERU, 2004, p.12).

Portanto, essa lei estabelece atenção integral à saúde das pessoas e em especial à saúde da mulher HIV-positivo, envolvendo ações de prevenção, monitoramento, aconselhamento, pré e pós-diagnóstico, reabilitação e reinserção social, e ao mesmo tempo uma atenção hospitalar, domiciliar e fornecimento de medicamentos necessários para o tratamento adequado ou insumos necessários para o tratamento farmacológico das pessoas vivendo com HIV/Sida (PVVS), e com prioridade para as mulheres HIV-positivo, e as pessoas em situação de vulnerabilidade e pobreza extremas (PERU, 2004).

Em 1999, mediante Resolução Ministerial nº 081-99-SA/DM36, foi implementado o primeiro Guia Nacional para Atenção Integral para os Pacientes HIV/Aids. Este guia nacional foi ampliado no ano 2006, ratificando e estabelecendo a avaliação e monitoramento das PVVS. Entre elas estão as mulheres com HIV/Aids, incluindo o exame físico para testes laboratoriais e tratamento antirretroviral, mediante esquema. Esse guia tem como objetivo estabelecer as indicações para iniciar a terapêutica antirretroviral em pacientes com HIV, o monitoramento da resposta ao tratamento antirretroviral, os testes para medir a carga viral, CD4, e finalmente o regime de tratamento antirretroviral (PERU, 2006). Da mesma forma, foi implementada a Norma Técnica de Atención de Conselhamento DSTs/HIV/Aids através da Resolução Ministerial n° 125-2004/MINSA. Essa norma tem como objetivo reduzir o impacto psicossocial das mulheres com HIV/Aids, através da criação de serviços para a prática de aconselhamento em HIV/Aids, deste modo promover o diagnóstico precoce do HIV/Aids, prestar apoio psicossocial, realizar educação em saúde, dar suporte e tratamento em tempo oportuno. Essa norma estabelece as seguintes recomendações: (PERU, 2004).

- O tempo de duração de aconselhamento é recomendado de 30 a 45 minutos e só será realizado em uma abordagem individual, com estrita confidencialidade e em espaço adequado; - O serviço de aconselhamento em HIV/Aids é um serviço gratuito prestado por profissionais de saúde, capacitados e treinados nas questões de DST e HIV/Aids, que é fornecido principalmente em todo o processo de teste e diagnóstico;

- No aconselhamento para doenças sexualmente transmissíveis deve incluir os 4Cs: Aconselhamento, gerenciamento de contatos, Cumprimento de tratamento e preservativos: deve ser apropriado, fazer a demonstração e entrega. É importante que o conselheiro forneça informações (especialmente no que diz respeito à exposição a riscos) tendo em conta que as DSTs são facilitadoras do HIV/Aids devendo o oferecer o teste de ELISA para HIV, a fim de realizar o diagnóstico oportuno da infecção pelo HIV (PERU, 2004, p. 4).

O Ministério de Saúde do Perú também implementou diretrizes, normas e guias para a prevenção e redução da transmissão mãe-filho do HIV/Aids, e que ao mesmo tempo sejam implementados nos cuidados das gestantes com HIV/Aids no controle pré-natal, parto e puerpério.

3.3 POLÍTICAS NACIONAIS PERUANAS SOBRE O CUIDADO ÀS

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