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6. ANÁLISE DE PERIGOS E RISCOS

6.8. Poluição acidental

A determinação do risco de poluição acidental numa massa de água é definida pela probabilidade de ocorrência de um acidente, num determinado período de tempo e atendendo à severidade das suas consequências.

A Lei da Água tem um artigo específico sobre medidas de proteção contra acidentes graves de poluição (artigo 42.º) referindo que “as águas devem ser especialmente protegidas contra acidentes graves de poluição para salvaguarda da qualidade dos recursos hídricos e dos ecossistemas e para segurança de pessoas e bens”. Os programas de medidas que integram os Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) devem incluir medidas para prevenção de acidentes graves de poluição e medidas para prevenção e redução do impacte de casos de poluição acidental. Deve ainda, ser estabelecido um conjunto de medidas para sistemática proteção e valorização dos recursos hídricos, complementares às constantes nos PGRH para prevenção e a proteção contra riscos de cheias e inundações, de secas, de acidentes graves de poluição e de rotura de infraestruturas hidráulicas.

[1]Considerados, como cada pessoa, que ocupe em permanência as habitações, os equipamentos sociais ou as instalações, e considerando ainda os

residentes temporários, nomeadamente dos equipamentos sociais e das instalações comerciais e industriais, turísticas e recreativas, mas afetando o respetivo número por 1/3

A Lei da Água estabelece ainda no artigo 57.º, que um utilizador da água que construa, explore ou opere uma instalação capaz de causar poluição hídrica, deve tomar as precauções adequadas, necessárias e proporcionais, tendo em conta a natureza e extensão do perigo, prevenir acidentes e minimizar os seus impactes, competindo à autoridade nacional da água definir o plano necessário à recuperação do estado das águas.

As instalações com risco particularmente elevado de poluição acidental da água, onde se destacam

 Instalações PCIP (REI) - instalações abrangidas pelo Regime de Emissões Industriais (REI), aplicável à prevenção e ao controlo integrados da poluição, reguladas pelo Decreto-Lei n.º 127/2013, de 30 de agosto, que transpõe a Diretiva 2010/75/EU, de 24 de novembro;

 Instalações Seveso - instalações abrangidas pelo regime da prevenção de acidentes graves que envolvam substâncias perigosas (instalações Seveso), de acordo com o Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho de 2007, que transpõe para direito interno a Diretiva n.º 2003/105/CE, de 16 de Dezembro de 2003 que altera a Diretiva n.º 96/82/CE (Seveso II);

 Unidades de Gestão de Resíduos (aterros);  Minas;

 Unidades Fitofarmacêuticas;  Bombas de Gasolina;

 Estações de Tratamento de Águas Residuais Urbanas, servindo uma população igual ou superior a 2 000 habitantes equivalentes;

 Emissários submarinos;  Instalações portuárias;

 Transporte de matérias perigosas (gasodutos, rodovias).

Para os riscos de poluição acidental associados a fontes difusas têm especial importância as atividades agrícolas e pecuárias, os incêndios florestais e as redes viárias.

No capítulo 2 foram sistematizadas e analisadas as pressões existentes sobre as massas de água da RH8. Da análise espacial da sua distribuição pode-se concluir as maiores zonas industriais localizam-se nas zonas das subunidades territoriais do PROT Algarve da Guia / Tunes e Tavira / Santa Catarina da Fonte do Bispo. Existe também uma significativa concentração de instalações com riscos de poluição acidental junto às sedes de concelho da região.

Face às consequências para o meio hídrico definiu-se uma escala de severidade que permite qualificar a importância de um eventual acidente, considerando as tipologias e classificação das atividades potencialmente poluentes (Quadro 6.11).

Quadro 6.11- Classificação de severidade dos impactes

Tipologia das atividades Severidade para a massa de água

Índice de severidade

Instalações Seveso Muito elevada 5

Instalações PCIP (REI) (exceto pecuárias e aviários)

Unidades Fitofarmacêuticas Elevada 4

Instalações PCIP (REI) pecuárias

Unidades de Gestão de Resíduos (aterros) ETAR

Moderada 3

Instalações PCIP (REI) Aviários

Instalações portuárias Baixa 2

Bombas de Gasolina Minas

Emissários submarinos

Transporte de matérias perigosas (gasodutos, rodovias)

O Quadro 6.12 apresenta por tipo de instalação as massas de água diretamente afetadas por descargas poluentes acidentais, sem prejuízo de outras massas de água adjacentes também serem afetadas.

Quadro 6.12 - Massas de água diretamente afetadas por descargas poluentes acidentais

Tipo Instalação Instalações (N.º)

Índice de severidade

Massas de água diretamente afetadas

Código Designação

Instalações Seveso

1 5 PT08RDA1701 ARADE-WB1

1 5 PT08RDA1703 RIBEIRA DE ALCANTARILHA

3 5 PTRF2 RIA FORMOSA WB2

Instalações PCIP (REI)

1 4 PT08RDA1690 RIBEIRA DE BOINA 1 4 PT08RDA1703 RIBEIRA DE ALCANTARILHA 1 4 PT08RDA1706 RIBEIRA DA QUARTEIRA

Unidades de Gestão de Resíduos (aterros) e lixeiras

1 3 PT08RDA1690 RIBEIRA DE BOINA 1 3 PT08RDA1713 RIBEIRA DO BIOGAL

2 3 PTA0z1RH8_C2 ZONA SUL PORTUGUESA DAS BACIAS DAS RIBEIRAS DO BARLAVENTO 4 3 PTA0z2RH8_C2 ZONA SUL PORTUGUESA DA BACIA DO

ARADE 1 3 PTM01RH8_C2

ORLA MERIDIONAL INDIFERENCIADO DAS BACIAS DAS RIBEIRAS DO BARLAVENTO

3 3 PTM03RH8_C2

ORLA MERIDIONAL INDIFERENCIADO DAS BACIAS DAS RIBEIRAS DO SOTAVENTO

3 3 PTM18 CAMPINA DE FARO - SUBSISTEMA VALE DE LOBO

4 3 PTM19 CAMPINA DE FARO - SUBSISTEMA FARO 1 3 PTM2 ALMÁDENA - ODEÁXERE

1 3 PTM4 FERRAGUDO - ALBUFEIRA

1 3 PTM6 ALBUFEIRA - RIBEIRA DE QUARTEIRA

1 3 PTM7 QUARTEIRA

1 3 PTM8 SÃO BRÁS DE ALPORTEL

Minas

1 1 PT08RDA1690 RIBEIRA DE BOINA 1 1 PT08RDA1713 RIBEIRA DO BIOGAL

2 1 PTA0z1RH8_C2 ZONA SUL PORTUGUESA DAS BACIAS DAS RIBEIRAS DO BARLAVENTO 4 1 PTA0z2RH8_C2 ZONA SUL PORTUGUESA DA BACIA DO

ARADE 1 1 PTM01RH8_C2

ORLA MERIDIONAL INDIFERENCIADO DAS BACIAS DAS RIBEIRAS DO BARLAVENTO

3 1 PTM03RH8_C2

ORLA MERIDIONAL INDIFERENCIADO DAS BACIAS DAS RIBEIRAS DO SOTAVENTO

3 1 PTM18 CAMPINA DE FARO - SUBSISTEMA VALE DE LOBO

4 1 PTM19 CAMPINA DE FARO - SUBSISTEMA FARO 1 1 PTM2 ALMÁDENA - ODEÁXERE

1 1 PTM4 FERRAGUDO - ALBUFEIRA

1 1 PTM6 ALBUFEIRA - RIBEIRA DE QUARTEIRA

1 1 PTM7 QUARTEIRA

1 1 PTM8 SÃO BRÁS DE ALPORTEL

ETAR (> 2000 e.p)

1 3 PT08RDA1651 RIBEIRA DE SEIXE 1 3 PT08RDA1659 RIBEIRA DO ARIEIRO 1 3 PT08RDA1673 RIBEIRA DE BOINA

Tipo Instalação Instalações (N.º)

Índice de severidade

Massas de água diretamente afetadas

Código Designação

1 3 PT08RDA1687 RIBEIRO DO FALACHO 2 3 PT08RDA1701 ARADE-WB1

1 3 PT08RDA1702A RIBEIRA DE BENSAFRIM 4 3 PT08RDA1703 RIBEIRA DE ALCANTARILHA 1 3 PT08RDA1704 RIBEIRA DE ESPICHE 1 3 PT08RDA1705 RIBEIRA DE ALBUFEIRA 4 3 PT08RDA1706 RIBEIRA DA QUARTEIRA 1 3 PT08RDA1707 RIBEIRA DE VALE BARÃO 2 3 PT08RDA1710 RIBEIRA DO CADOUÇO 1 3 PT08RDA1711 RIBEIRA DE BENACOITÃO 3 3 PTCOST14 CWB-II-5B 2 3 PTCOST15 CWB-II-6 1 3 PTRF1 RIA FORMOSA WB1 4 3 PTRF2 RIA FORMOSA WB2 2 3 PTRF5 RIA FORMOSA WB5 Instalações portuárias

1 2 PT08RDA1700 RIA ALVOR 3 2 PT08RDA1701 ARADE-WB1 3 2 PTCOST14 CWB-II-5B 6 2 PTCOST15 CWB-II-6 5 2 PTRF2 RIA FORMOSA WB2 1 2 PTRF4 RIA FORMOSA WB4 3 2 PTRF5 RIA FORMOSA WB5

De todas as instalações com potencial de risco de poluição acidental as ETAR são as que afetam maior número de massas de água.

Em termos de polução difusa e, para além do que já foi incluído no capítulo 2, apresenta-se no mapa da Figura 6.9 a avaliação da perigosidade de incêndio florestal elaborado pelo ICNF (http://www.icnf.pt/portal/florestas/dfci/inc/cartografia/map-perig-incend-flor).

Em Portugal os incêndios florestais têm destruído, nos últimos anos, milhares de hectares afetando edificado e vastas áreas de florestais. As consequências ambientais que importa aqui salientar são:

 Erosão, devido a alterações na estrutura dos solos, provocando a que mais facilmente ocorram contaminações dos mesmos e consequentemente do meio hídrico;

ANEXO I – Lista das massas de água delimitadas para o 2º ciclo de planeamento na RH8

ANEXO II – Critérios de identificação e designação de massas de água fortemente modificadas

ou artificiais

ANEXO III – Fichas das massas de água fortemente modificadas

ANEXO IV - Critérios de classificação do estado/potencial ecológico das massas de água

superficial

ANEXO V – Limiares estabelecidos para avaliação do estado químico das massas de água

subterrânea