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Considerando que população é o conjunto de elementos que contém as características que são objeto de estudo (VERGARA, 2011), nesta pesquisa a população é composta por docentes que atuam no Departamento de Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas-CCSA da UFRN-Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A identificação de tal população se deu por envio de e-mail ao Departamento de Ciências Contábeis, que confirmou um total de 41 professores, entre efetivos e substitutos, sendo 10 substitutos.

Uma vez definida a população do estudo, faz-se necessário escolher a amostra da pesquisa, que segundo Vergara (2009), é um subconjunto da população que foi escolhido de acordo com algum critério de representatividade.

No que tange a aplicação do questionário, a amostra desta pesquisa é definida como aleatória simples, ou seja, “todos os elementos da população têm igual probabilidade de compor a amostra, e a seleção de um particular indivíduo, ou objeto, não afeta a possibilidade de qualquer outro elemento ser escolhido” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 104).

O questionário proposto foi encaminhado a toda população – 41 professores do Departamento de Ciências Contábeis da UFRN – sendo a amostra formada pelos docentes que responderam. Nesse contexto, 21 questionários foram respondidos, todos válidos. Tem-se então um total de 51,22% da população em questão.

Após determinar a população e amostra, o próximo passo foi escolher como os dados seriam coletados. No presente estudo os dados foram coletados por meio de questionário adaptado da dissertação de Camilla Soueneta Nascimento Nganga, publicada em 2015 na cidade de Uberlândia (NGANGA, 2015, p. 138-141). Para Richardson (1999), o questionário se caracteriza por descrever os atributos, como também medir variáveis de um grupo, de forma que este instrumento permita a obtenção de informações de um grande número de pessoas, em um curto espaço de tempo e/ou de forma simultânea.

O questionário utilizado é composto de uma introdução, que traz o objeto do questionário, bem como uma apresentação breve do discente e orientador, assim como o tempo

médio para resposta das questões. Além disso, mais três partes, sendo elas: parte 1 – Caracterização do Respondente – onde se afere informações da formação e experiência com tecnologias, bem como tempo de atuação na docência; parte 2 – Tecnologia da Informação e Comunicação – onde se verifica a intensidade de uso de tecnologias nas aulas de graduação em Contabilidade; e, parte 3 – onde se confere a percepção quanto a utilização de recursos tecnológicos no curso de graduação em Ciência Contábeis da UFRN.

Sobre à parte 2 do questionário, foram elencadas assertivas relacionadas ao uso das TICs pelos professores em sala de aula. Estes deveriam assinalar a intensidade de uso dessas tecnologias. O quadro 6 traz os itens que se relacionam as TICs.

Quadro 6 - TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação)

TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação

Tecnologia da comunicação: de muitos para muitos (ex.: bate-papo, chat, fórum de discussão, troca de arquivos, blog, Twitter, redes sociais)

Tecnologia de áudio e vídeo (ex.: podcast, vodcast, webcast, Youtube, vídeos)

Tecnologia da organização e apresentação: texto, gráfico, animação (ex.: PowerPoint, mapas conceituais, imagens animadas, flash)

Tecnologia da busca de informação (ex.: internet, bases eletrônicas de dados, bookmarking) Tecnologia para criação de conteúdo colaborativamente (ex.: wikis, dropbox)

Ferramentas de manipulação de dados e gráficos (ex.: base de dados e pacotes estatísticos) Softwares específicos de gestão empresarial (ex.: CRM, BI, ERP)

Tecnologia de simulação e jogos Fonte: adaptado de Nganga (2014, p. 81).

Considerando a hipótese de que os professores poderiam utilizar de outros recursos tecnológicos não listados no Quadro 7, foi acrescentado um espaço no questionário onde os docentes poderiam discriminá-los, assim como atribuir sua intensidade de uso, numa escala de 0 a 5, onde 0 significa baixa intensidade e 5, alta.

A terceira parte do questionário foi uma proposta do estudo do modelo UTAUT, de Venkatesh et al (2003). Uma vez que este modelo foi criado para o meio empresarial, fez-se necessárias adaptações para que se aplicasse ao contexto educacional. O questionário, com as TICs, e os construtos adaptados ao modelo UTAUT são encontrados no Apêndice A.

Para finalizar o processo de coleta de dados, um contato foi realizado através de um grupo de professores num aplicativo de mensagens instantâneas – WhatsApp. Em paralelo, o convite foi enviado por e-mail a cada um dos 41 docentes identificados pelo Departamento de Ciências Contábeis da UFRN, juntamente com o link do questionário. O convite foi reforçado posteriormente pelo aplicativo a fim de obter o maior número possível de participantes. Após a aplicação do questionário, os dados foram coletados e tabulados, sendo a análise dos dados explicitada no capítulo seguinte.

4 ANÁLISE DE DADOS

Este tópico resgata os questionamentos levantados nos objetivos geral e específico, quais são: investigar fatores que influenciam na aceitação do uso de recursos tecnológicos como ferramenta de ensino pelos professores do curso de contabilidade da UFRN, bem como, analisar a relação dos fatores do modelo UTAUT na adoção de recursos tecnológicos por parte dos docentes e identificar o nível de utilização de recursos tecnológicos pelos professores de Ciências Contábeis da UFRN; além de identificar quais os recursos tecnológicos estão sendo utilizados por esses docentes.

Ao analisar as respostas do questionário, verificou-se que 66,67% dos respondentes são homens e 33,33% mulheres, sendo a maioria com idade a partir dos 30 anos (95,24%), o que evidencia que o fator Idade exerce influência sobre os quatro construtos propostos, sendo a Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço e Influência Social direcionadas a Intenção de Uso e as Condições Facilitadores diretamente no Comportamento de Uso. Na formação acadêmica predominou o mestrado (57,14%). Cerca de 57% fizeram algum curso de docência no Ensino Superior, e que atuam na docência acima de 10 anos assim como utilizam recursos tecnológicos em sala de aula, 52,38%. A tabela 1 mostra a caracterização dos respondentes.

Tabela 1 - Caracterização dos Respondentes Variável Possibilidade de Resposta (%) Σ Gênero Masculino 66,67% 14 Feminino 33,33% 7 Idade Até 25 anos 4,76% 1 26 - 30 Anos 28,57% 6 31 - 40 Anos 19,05% 4 41 - 50 Anos 23,81% 5 51 - 60 Anos 23,81% 5 Acima de 60 anos 0,00% 0 Formação Graduação 0,00% 0 Especialização 0,00% 0 Mestrado 57,14% 12 Doutorado 42,86% 9 Pós-Doutorado 0,00% 0 Curso de docência no Ensino Superior Sim 57,14% 12 Não 42,86% 9 Tempo de atuação na docência Até 2 anos 14,29% 3 3 - 5 Anos 19,05% 4 6 - 10 Anos 14,29% 3 Acima de 10 anos 52,38% 11

Tempo de experiência com uso de recursos tecnológicos em sala de aula Menos de 6 meses 0,00% 0 6 meses a 1 ano 0,00% 0 1 - 3 Anos 19,05% 4 4 - 6 Anos 9,52% 2 7 - 10 Anos 19,05% 4 Acima de 10 anos 52,38% 11 Fonte: elaborado pelo autor

A terceira parte do questionário aplicado na amostra traz indagações sobre assertivas relacionadas à percepção do docente quanto à utilização de recursos tecnológicos no curso de Bacharelado em Ciências Contábeis da UFRN. Elenca perguntas que permitem analisar os construtos propostos no modelo UTAUT (Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Influência Social e Condições Facilitadoras, além de fatores que se correlacionam com os construtos, como o Gênero e Idade, evidenciados na primeira parte do questionário). Os resultados serão discutidos a seguir.

A tabela 2 monta um resumo das respostas mais relevantes sobre o construto Expectativa de Desempenho, explorado no questionário. O Grau de Intensidade de Uso de

Tecnologias foi o termômetro utilizado para aferir as respostas dos respondentes válidos, sendo 0 – Discordo Totalmente e 5 – Concordo Totalmente.

Tabela 2 - Respostas do Construto Expectativa de Desempenho

Perguntas Analisadas

Grau de Intensidade de

Uso de Tecnologias Fatores Influenciadores

0-3 4-5

O uso de recursos tecnológicos é favorável em sala

de aula. 4,76% 95,24% Gênero

Pretendo explorar ao máximo as funcionalidades dos

recursos tecnológicos em sala de aula. 9,52% 90,48% Gênero Utilizar recursos tecnológicos em sala de aula

possibilita realizar tarefas mais rapidamente. 19,05% 80,95%

Gênero Idade O uso de recursos tecnológicos melhora o meu

desempenho (ex.: melhora a capacidade de pesquisa).

9,53% 90,47% Gênero

Idade No geral, é fácil usar recursos tecnológicos em sala

de aula. 47,62% 52,38% Gênero

Considero-me um usuário intensivo de tecnologias

em sala de aula na graduação. 42,86% 57,14% Gênero

Usar recursos tecnológicos me possibilita um maior controle sobre o meu trabalho (ex.: melhor interação e controle dos meus alunos).

14,29% 85,71% -

O uso de recursos tecnológicos diminui a chance de

os alunos conseguirem melhores desempenhos. 85,71% 14,29% - Os estudantes consideram que o uso de recursos

tecnológicos melhora a minha

interação/comunicação em sala de aula na graduação.

38,10% 61,90% Gênero

Fonte: elaborado pelo autor.

De um total de 21 respondentes, 20, ou seja, 95,24% disseram que o fator favorecimento em sala de aula é muito importante. Levando em consideração as devidas proporções, percebeu- se que 100% das mulheres partilharam da mesma opinião citada, contrapondo 85,71% dos homens. Considerando o esquema do modelo UTAUT, na página 28, o fator gênero demonstrou

influência sobre o construto Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço e Influência Social, e, por conseguinte na Intenção de Uso.

No que se refere a expectativa de uso das funcionalidades dos recursos tecnológicos em sala de aula, verifica-se que 90,48% apoia essa intenção. Destes, 100% das mulheres respondentes compartilham da mesma opinião, mostrando mais uma vez a relação do gênero com pelo menos três dos construtos propostos.

Considerando o conceito de Expectativa de Desempenho: o grau em que o indivíduo acredita que usando a tecnologia, ela o ajudará a realizar tarefas com maior rapidez e desempenho, 85,71% em média (utilizando o cálculo de média simples) compartilham desta opinião. Verifica-se o fator gênero exercendo influência nos construtos propostos, onde 92,86% das mulheres responderam que os recursos tecnológicos permitem a realização de tarefas mais rapidamente e aumentam a produtividade. O fator Idade também se destaca impulsionando todos os construtos propostos.

Em dissonância as respostas anteriormente mencionadas, quando questionados se consideravam-se usuários intensivos de tecnologia em sala de aula, 42,86% dos respondentes válidos se enquadraram na faixa mais próxima a opção de escolha número 1 (Discordo Totalmente), mostrando que, embora aceitam bem a ideia do uso de tecnologia, tal recurso ainda não é amplamente aplicado. Repete-se, proporcionalmente, o resultado de que o gênero, neste caso o feminino, considera-se um usuário intensivo de recursos tecnológicos em sala de aula, somando 71,43% dentre as mulheres respondentes.

Além do benefício do melhor desempenho e a realização de tarefas com maior rapidez, uma das perguntas do questionário indagou a possibilidade de obter maior controle sobre os alunos em sala de aula. Obteve-se um resultado de 85,71% com a opinião de que há uma melhor interação e controle. Neste caso, não houve influência do gênero, já que, tanto homens quanto mulheres, representaram 50% das respostas, respectivamente. Houve ainda três respondentes opinando que o uso de tecnologia não possibilita tal interação com os alunos.

A ideia de que o uso de recursos tecnológicos em sala de aula diminui as chances de os alunos conseguirem melhores resultados não é aceita pela grande maioria dos docentes, totalizando 85,71%. Apenas três professores concordaram com a hipótese e abarcam proporcionalmente 50% em seus respectivos gêneros. A interrogação levantada neste ponto do questionário reforça a ideia de que os docentes de fato aceitam os recursos tecnológicos como ferramenta de ensino. Destaca-se, ainda, o conceito da Concepção Pedagógica Construtivista, onde o discente assume papel central no processo de ensino-aprendizagem, especialmente através da tecnologia.

Outro ponto questionado foi se os alunos consideram o recurso tecnológico uma ferramenta para melhorar a interação/comunicação em sala de aula. Entre os respondentes válidos, 61,90% concordam com essa afirmativa, sendo a opinião feminina representando, proporcionalmente, 71,43%, o que corrobora com a ideia de que o fator gênero exerce influência na Intenção de Uso. É provável que a Avaliação Institucional, realizada a cada início de período de matrículas por meio de Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas- SIGAA, influencie nessa opinião, já que os alunos são incentivados a relatar, por meio de questionário virtual, as características positivas e negativas de cada docente. Vê-se a utilização de um recurso tecnológico, cuja aplicação pode ajudar os docentes a melhorar sua atuação em sala de aula.

A tabela 3 traz um resumo das respostas mais relevantes sobre o construto Expectativa de Esforço. O Grau de Intensidade de Uso de Tecnologias foi o termômetro utilizado para aferir as respostas dos respondentes válidos, sendo 0 – Discordo Totalmente e 5 – Concordo Totalmente.

Tabela 3 - Respostas do Construto Expectativa de Esforço

Perguntas Analisadas

Grau de Intensidade de

Uso de Tecnologias Fatores Influenciadores

0-3 4-5

Eu tenho o conhecimento necessário para utilizar

recursos tecnológicos em minhas aulas. 33,33% 66,67% Gênero No geral, é fácil usar recursos tecnológicos em sala

de aula. 40,00% 60,00% Gênero

Fonte: elaborado pelo autor.

Quando questionados se tinham o conhecimento necessário para utilizar os recursos tecnológicos em sala de aula, 66,67 % dos respondentes afirmaram que sim, cuja opinião feminina representou 71,43% na proporção entre os gêneros.

Embora a grande maioria dos respondentes concorde que o uso de recursos tecnológicos contribui para o aumento no desempenho em sala de aula, 47,62% afirma ter dificuldades na utilização de tais ferramentas. Dentre os que consideram fácil o uso da tecnologia, 52,38% são os que partilham dessa mesma ideia, sendo as mulheres a maior parte da amostra válida.

A tabela 4 traz um resumo das respostas mais relevantes sobre o construto Influência Social. O Grau de Intensidade de Uso de Tecnologias foi o termômetro utilizado para aferir as respostas dos respondentes válidos, sendo 0 – Discordo Totalmente e 5 – Concordo Totalmente.

Tabela 4 - Respostas do Construto Influência Social

Perguntas Analisadas

Grau de Intensidade de

Uso de Tecnologias Fatores Influenciadores

0-3 4-5

As pessoas que são importantes para mim acham que eu devo utilizar recursos tecnológicos nas minhas aulas.

23,81% 76,19% Gênero

As pessoas que influenciam meu comportamento acham que eu devo utilizar recursos tecnológicos nas minhas aulas.

19,05% 80,95% Gênero

Em geral, a instituição de ensino tem incentivado a

utilização de recursos tecnológicos em sala de aula. 28,55% 71,45% Gênero Os professores da minha IES que usam recursos

tecnológicos em sala de aula têm um perfil diferenciado (inovador e dinâmico).

42,86% 57,14% Gênero

Os professores da minha instituição que usam recursos tecnológicos em suas aulas têm maior prestígio do que aqueles que não usam.

61,90% 38,10% Gênero

Fonte: elaborado pelo autor.

Para Venkatesh et al (2003), Influência Social é o grau em que um indivíduo percebe que pessoas importantes acreditam que ele deve utilizar do recurso tecnológico, do sistema, etc. Para explicar esse construto, o questionário trouxe a interrogação de que pessoas que influenciam nas escolhas do docente acham que ele deve fazer uso dos recursos tecnológicos nas aulas. Os resultados indicaram que 80,95% dos professores recebem essa influência. O percentual expressivo mostra o poder de defluência de tais pessoas e afeta diretamente na Intenção de Uso.

Semelhantemente a pergunta comentada no parágrafo anterior, a opinião de pessoas importantes para o docente também exerce poder de influência, convergindo para um resultado de 76,19% para utilização dos recursos tecnológicos, sendo 85,71% de respostas femininas, proporcionalmente falando.

Os professores também foram indagados sobre o papel da Instituição quanto o incentivo para o uso de recursos tecnológicos em sala de aula. Os resultados apontam que 71,45% dos respondentes reconhecem a influência da IES sobre a Intenção de Uso. Neste caso, o gênero masculino obteve maior representatividade, com 78,57% afirmando ser influenciados pela instituição.

Como já citado no capítulo de referencial teórico, o avanço da tecnologia permitiu que o professor deixasse de ser o centro no processo de ensino-aprendizagem, assumindo o papel de mediador entre o aluno e o conteúdo, que até então era trabalhado massivamente de forma expositiva. Os recursos tecnológicos ou as TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação, ganharam protagonismo e paulatinamente foram introduzidas como uma ferramenta importante de ensino, sendo bem aceita entre os docentes. No entanto, quando questionados se usar de tecnologia em sala de aula agregaria um perfil diferenciado (inovador e dinâmico), notou-se que pouco mais da metade dos respondentes, 57,14%, concordam com essa lógica, mostrando, em comparação com os resultados dos questionamentos anteriores, que o perfil tradicionalista de ensino ainda está enraizado em muitos docentes. Este percentual foi ainda menor – 38,09% – quando investigados se professores que utilizam de tecnologia em sala de aula tinham maior prestígio do que aqueles que não usam.

A tabela 5 traz um resumo das respostas mais relevantes sobre o construto Condições Facilitadoras explorado no questionário. O Grau de Intensidade de Uso de Tecnologias foi o termômetro utilizado para aferir as respostas dos respondentes válidos, sendo 0 – Discordo Totalmente e 5 – Concordo Totalmente.

Tabela 5 - Respostas do Construto Condições Facilitadoras

Perguntas Analisadas

Grau de Intensidade de

Uso de Tecnologias Fatores Influenciadores

0-3 4-5

A coordenação do curso tem me dado suporte para

que eu use recursos tecnológicos em sala de aula. 33,33% 66,67% Gênero Eu tenho as condições necessárias para utilizar

recursos tecnológicos em minhas aulas. 23,81% 76,19% Gênero Uma pessoa específica (ou grupo) está disponível

para dar assistência nas dificuldades que eu tenho com o uso de recursos tecnológicos.

61,90% 38,10% Gênero

Fonte: elaborado pelo autor.

Outro construto estudado nesta pesquisa foi a Condição Facilitadora, que se define em simples palavras como uma preocupação do indivíduo, neste caso do docente, de que exista uma estrutura técnica, organizacional e logística que dê suporte na utilização de determinado recurso ou sistema. Os respondentes foram questionados quanto o suporte dado pela coordenação do curso de Ciências Contábeis, gerando um resultado de 66,67% que afirmam receber o incentivo da Coordenação. É válido citar que o gênero feminino mais uma vez influenciou sobre a Intenção de Uso.

Além de um suporte organizacional, os docentes responderam, em sua maioria (76,19%), que têm as condições estruturais necessárias para utilizar os recursos tecnológicos em sala de aula. Dissonante a esses resultados, apenas 38,10% concordam que a IES oferece uma pessoa (ou grupo) disponível para dar assistência nas dificuldades que por ventura apareçam com o uso de tais recursos.

A segunda parte do questionário traz alguns exemplos de Tecnologias da Informação e Comunicação, utilizados no processo de ensino-aprendizagem, e propõe indicar o grau de intensidade de uso de tecnologia nas aulas de graduação em Ciências Contábeis.

Espera-se com isso quantificar o nível de utilização dos meios tecnológicos por parte dos professores, bem como identificar quais recursos estão sendo utilizados pelos docentes no curso de Bacharelado em Contabilidade da UFRN. Nesse intuito, elencaram-se vários exemplos de recursos para cada tipo de tecnologia. O gráfico 1 traz os resultados sobre os tipos de TICs utilizados pelos docentes, considerando a escala de 0 a 5, onde 0 indica baixa intensidade de uso e 5 alta intensidade de uso.

Gráfico 1 – Tecnologias da Informação e Comunicação

Fonte: elaborado pelo autor.

Os resultados indicam que os recursos mais utilizados são os de Tecnologia da Organização e Apresentação, especificamente no que se refere a texto, gráficos e animação (PowerPoint, mapas conceituais, imagens animadas e flash), juntamente com a Tecnologia da Busca de Informação (internet, bases eletrônicas de dados, bookmarking), ambos representando 80,95%.

Uma vez que o acesso a informação está cada vez mais facilitado, seja através de um computador, tablet ou mesmo de um smartphone, esse resultado se mostra vantajoso para ambos, professor e aluno. Para o docente que, por meio de recursos como um programa de apresentação de slides, por exemplo, traz uma quantidade maior de conhecimento aos discentes; a utilização da internet que permite ao professor ter acesso rápido e fácil a informação – vê-se nesse exemplo uma aplicação dos construtos Expectativa de Desempenho e de Esforço – e preparar aulas mais elaboradas.

Por outro lado, caso o professor não tenha habilidades didáticas, uma apresentação de slides pode se tornar um momento enfadonho para os alunos, interferindo negativamente no

33,33% 61,90% 80,95% 19,05% 19,05% 66,67% 57,14% 85,71% 90,48% 66,67% 38,10% 19,05% 80,95% 80,95% 33,33% 42,86% 14,29% 9,52% Comunicação 1 Comunicação 2 Áudio e Vídeo Organização e Apresentação Busca Informação Criação de Conteúdo Manipulação de Dados Softwares Específicos Simulação e Jogos 0-3 4-5

processo de ensino-aprendizagem. Conforme citado por Abreu e Masetto (1980, p. 11), o papel do professor no ensino superior “não é ensinar, mas ajudar o aluno a aprender; não é transmitir informações, mas criar condições para que o aluno adquira informações; não é fazer brilhantes preleções para divulgar a cultura, mas organizar estratégias para que o aluno conheça a cultura existente e crie cultura”.

O uso de recursos tecnológicos é vantajoso para os discentes porque, assim como o docente, aqueles são instigados a busca do conhecimento, da construção do conhecimento de uma forma mais autossuficiente. O aluno, que, no modelo pedagógico construtivista, passa a ser o centro nessa construção do saber, é orientado pelo professor a buscar e edificar seus próprios conhecimentos. A utilização de recursos tecnológicos como os citados no escopo da

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