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relevo Fonte: Oke (1999, p.185)

POR FRIO

Por Calor:76%

Ventilação: 73.2%

Alta Inércia p/ Resfr.: 17.4% Resfr. Evap.: 16.1% Ar Condicionado:0.103%

Alta Inércia Termica/Aquecimento Solar: 6.18% Aquecimento Solar Passivo: 0%

Aquecimento Artificial: 0.0114%

Tabela 4.4: Estratégias bioclimáticas indicadas pelo programa Analysis BIO para a

cidade de Arapiraca-AL.

ESTAÇÕES ESTRATÉGIAS PARA SOLUCIONAR DESCONFORTO

TÉRMICO POR CALOR

POR FRIO

ventilaçào alta inércia para resfriamneto resfr. evaporativo ar condicionado

alta inercia térmica / aquec. solar

PRIMAVERA 71,50% 24,50% 24,40% 0,05% 3,61%

VERÃO 81,10% 29,40% 28,60% 0,32% 0,0%

OUTONO 91,10% 14,80% 13,90% 0,36% 0,27%

INVERNO 49,10% 0,23% 0,23% 0,00% 20,7%

O percentual de horas de desconforto a partir dos dados climáticos horários do TRY (2010) foi representado por um valor significativamente alto (82,2%), indicando a necessidade de tratamento da envoltória edificada para amenização térmica de espaços arquitetônicos para fins de obtenção de condição de conforto térmico. Pode-se observar que as estratégias mais indicadas para adequação climática de estruturas edificadas em Arapiraca são ventilação (para resolver 73,2% das horas de desconforto por calor), resfriamento evaporativo (para resolver 16,1% das horas de desconforto por calor) e alta inércia térmica para

10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 TBS [°C] TBU [°C ] U [g /k g ] UR [%]

UFSC - ECV - LabEEE - NPC ZONAS: 1 1. Conforto 2 2. Ventilacao 3 3. Resfriamento Evaporativo 4 5 5. Ar Condicionado 6 7 8 8. Aquecimento Solar Passivo

9

9. Aquecimento Artificial 10

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resfriamento (para resolver 17,4% das horas de desconforto por calor). Todas estas estratégias são indicadas para praticamente todo o ano com um percentual relativamente alto.

Para o aproveitamento da ventilação natural no nível do edifício é necessário que a estrutura urbana minimize as perdas de energia cinética das massas de ar devido aos obstáculos próprios do meio urbanizado (edificações e mobiliário urbano). Ou seja, os espaços livres devem ser amplos para uma boa distribuição do movimento do ar, principalmente em relação aos ventos predominantes locais.

O uso da alta inércia térmica para resfriamento, em uma edificação, pode diminuir a oscilação da temperatura do ar no interior de edificações, em relação à exterior, evitando os picos térmicos na área interna do edifício. O calor armazenado na estrutura térmica da edificação durante o dia será reemitido ao ambiente somente à noite, quando as temperaturas externas diminuem. A estrutura térmica resfriada durante à noite mantém-se fria durante a maior parte do dia, reduzindo as temperaturas interiores nestes períodos. Para o alcance da inércia térmica nas construções, pode-se utilizar a massa térmica da terra ou o emprego de materiais isolantes nas construções.

O resfriamento evaporativo refere-se ao incremento da umidade relativa do ar através da evaporação da água ou através da evapotranspiração de superfícies vegetadas, para fins de redução de temperatura do ar. Para o alcance do resfriamento evaporativo no meio urbano é necessária a incorporação de vegetação urbana, fontes d`água ou outros recursos que propiciem a evaporação da água no meio edificado.

A adequação climática de assentamentos urbanos corresponde a um dos principais imperativos para o alcance da qualidade ambiental urbana, influenciando os aspectos relacionados ao conforto ambiental e à eficiência energética do ambiente construído (SANTAMOURIS, 2006). Assim, a interpretação de dados climáticos torna-se primordial no processo de definição de soluções quanto ao projeto arquitetônico e urbano.

Nesta perspectiva, destaca-se a importância do Método de Mahoney, publicado pela ONU em 1971, elaborado com a finalidade de subsidiar a caracterização climática de diversas localidades para identificação de recomendações de conjuntos edificados climaticamente adequados. As recomendações incluem aspectos gerais como o traçado do entorno, espaçamento entre edificações e configuração de aberturas e coberturas (UNITED NATIOS, 1971). Este método foi adotado para subsidiar o processo de elaboração da norma técnica brasileira de desempenho térmico em habitações (NBR15220/2005)20, em conjunto com o método proposto por Givoni (1992).

Por isso, para complementar a identificação das estratégias bioclimáticas para a cidade de Arapiraca-AL, serão comentados a seguir os resultados a partir da aplicação do Método de Tradicional de Mahoney, para recomendações de projeto e o método remodelado, a partir da lógica fuzzy.

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As Planilhas de Mahoney foram preenchidas com os dados de Arapiraca (médias mensais do período de 2008 a 2015) quanto à temperatura média máxima, temperatura média mínima, amplitude média, umidade relativa média máxima, umidade relativa média mínima, umidade relativa média, grupo higrométrico, precipitação pluviométrica média, limites de conforto diurno mínimos e máximos, estresse térmico diurno, limites de conforto noturno mínimos e máximos e estresse térmico noturno, além da maior e da menor temperaturas médias, a temperatura média anual a amplitude térmica média anual e a precipitação pluviométrica anual, conforme roteiro do método, a fim de se obter as recomendações construtivas.

A partir da aplicação do método de Mahoney Tradicional (quadro 4.5), a análise climática reforçou o entendimento do perfil climático local, apontando para uma caracterização de clima composto definido por duas estacoes de comportamento térmico diferenciado.

Os meses de novembro a fevereiro correspondem ao período de ocorrência de menores índices de umidade relativa, coincidindo com altas amplitudes térmicas diárias (valores superiores a 10°C) e baixa pluviosidade. Este período pode ser denominado como uma estação quente e seca (período correspondente ao final da primavera e aos meses de verão – classificação Grupo de Umidade 3, umidade média entre 50% a 70%, segundo Mahoney).

Nos demais meses do ano a umidade relativa do ar apresentou valores elevados (superiores a 70% - Grupo de Umidade 4), caracterizando período que pode ser denominado quente e úmido (março a outubro), com variações da amplitude térmica diária entre 7⁰C a 10⁰C.

A avaliação do rigor térmico a partir do diagnostico das condições e dos limites de conforto aponta para situações de desconforto térmico durante o período diurno (sensação térmica de calor), exceto no meses de julho e agosto; e situações de conforto térmico no período noturno em todos os meses do ano.

Este resultado indicou que a amplitude térmica diária é um fator relevante na definição de estratégias arquitetônicas bioclimaticas, pois a situação de conforto noturno decorrente do comportamento térmico ameno das variáveis climáticas locais pode ser prolongada durante o dia com a utilização de componentes arquitetônicos e urbanos baseados nos princípios de adequação bioclimatica, como a inércia térmica, também apontada através da Carta Bioclimática de Givoni (1992).

Para compreensão da classificação do rigor térmico diurno e noturno, do grupo de umidade e do indicador climático, é necessário observar as informações das tabelas 4.5, 4.6 e quadro 4.2.

Tabela 4.5: Síntese da aplicação dos quadros do Método de Mahoney Tradicional para

avaliação climática de Arapiraca-AL.

VARIÁVEIS CLIMÁTICAS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Temperatura Média Máx. (Tx) 32,6 32,3 33 31,9 29 28 26,8 27 29,1 31,1 32,8 33,1

Limites de conforto diurno

min 23 23 23 22 22 22 22 22 22 23 23 23

max 29 29 29 27 27 27 27 27 27 29 29 29

Rigor térmico diurno Q Q Q Q Q Q C C Q Q Q Q

Temperatura Média Mín (Tn) 21,4 21,7 21,9 22 21,1 19,9 19,1 18,6 19,1 20,3 20,9 21,4 Limites de conforto

noturno

min 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17

max 23 23 23 22 22 22 22 22 22 23 23 23

Rigor térmico noturno C C C C C C C C C C C C

Amplitude Média Mensal =

Tmax – Tmin 11,1 10,6 11,1 10 7,9 8,1 7,7 8,4 10 10,8 11,9 11,7