• Nenhum resultado encontrado

Capítulo IV – Resultados e discussões

4.1. As EBTs de São Carlos

4.1.3. Porte das EBTs

Segundo estudo realizado por Santos (2007), a maioria das empresas de base tecnológica nacionais que compuseram sua amostra são pequenas, contando com uma média de 11 funcionários.

Para classificar o porte das empresas foi adotada a definição do SEBRAE30, onde empresas do setor industrial com até 19 funcionários são consideradas micro-empresa; empresas com 20 a 99 funcionários, empresas de pequeno porte; com 100 a 499 funcionários, empresas de médio porte; e acima de 500 funcionários, empresas de grande porte.

No caso das EBTs de São Carlos pesquisadas, estas se enquadram majoritariamente entre mico e pequenas empresas. O Gráfico 4.2 mostra como se encontram distribuídas as empresas por porte, identificando a quantidade de empresas por porte e suas respectivas porcentagens em relação ao total de empresas.

Gráfico 4.2- Porte das EBTs pesquisadas segundo pessoal ocupado 1 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Segundo o Gráfico 4.2, 30% das empresas pesquisadas são micro-empresas e 50% empresas de pequeno porte, correspondendo, em conjunto, a 80% das empresas. Em seguida aparecem as empresas de médio porte com 20%. Nenhuma das empresas pesquisadas

30 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

3; (30%) 5; (50%) 2; (20%) 0; (0%) Microempresa Pequena Empresa Média Empresa Grande Empresa

apresentou ser de grande porte. Esses dados mostram que, diferentemente dos resultados apresentados por Santos (2007) em relação às EBTS nacionais, a maior parcela das EBTs pesquisadas, ou seja, 50%, delas possuem entre 20 e 99 funcionários.

Relacionado o porte das empresas com o grau de formação dos funcionários, percebe- se que a empresa que mais emprega mão-de-obra com formação superior é uma micro- empresa, com 100% dos funcionários com formação de nível superior, como apresenta a Empresa 2, mostrado na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Porte das EBTs versus formação dos funcionários Empresas

pesquisadas

Porte Nível médio ou

técnico

Nível superior

Empresa 1 Micro 50% 50%

Empresa 2 Micro 0 100%

Empresa 3 Pequena 87% 13%

Empresa 4 Média Não respondeu Não respondeu

Empresa 5 Pequena 60% 25% Empresa 6 Pequena 60% 30% Empresa 7 Micro 32% 25% Empresa 8 Média 70% 30% Empresa 9 Pequena 70% 20% Empresa 10 Pequena 65% 35%

Analisando a Tabela 4.2 percebe-se que, em média, aproximadamente 58,5% da mão- de-obra das micro-empresas têm formação de nível superior, contra 24,6% da mão-de-obra das empresas de pequeno porte e 30% da mão-de-obra das empresas de médio porte que responderam a esta pergunta.

Segundo Fernandes, Côrtes e Pinho (2004), as EBTs brasileiras localizadas em São Paulo são empresas pequenas e relativamente jovens, com tempo de existência em torno de 10,9 anos. Segundo os autores, elas ultrapassam o tempo médio de vida de pequenos empreendimentos que, segundo o autor, o SEBRAE indica que gira em torno de 3 anos.

Tempo de atividade 2 13 23 34 26 16 19 57 15 30 0 10 20 30 40 50 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo de atividade Figura 4.3 – Tempo de atividade das EBTs

Nas empresas pesquisadas verificou-se uma gama de tempo de atividade variando entre 2 e 57 anos, sendo a média de tempo de atividade de aproximadamente 23,5 anos, bastante superior à média das EBTs localizadas em São Paulo. A maioria das empresas pesquisadas, ou seja, 90% têm tempo de atividade superior a 10,9 anos.

Ao relacionar o porte das empresas com o tempo de vida destas, percebe-se que as empresas com maior tempo de atividade também são as maiores empresas, como mostra o Quadro 4.1. No entanto a mesma regra não se aplica para as menores empresas, existindo micro-empresa com mais tempo de atividade que empresas de pequeno porte. Santos (2007) indica que a maioria das EBTs não deixa de ser empresa pequena pelo fato do seu crescimento não ser um objetivo central para estas empresas. Este pode ser um dos motivos para o resultado encontrado.

Quadro 4.1 - Porte versus Tempo de atividade

Empresas pesquisadas Porte Tempo de atividade

Empresa 1 Micro 2 Empresa 2 Micro 13 Empresa 3 Pequena 23 Empresa 4 Média 34 Empresa 5 Pequena 26 Empresa 6 Pequena 16 Empresa 7 Micro 19 Empresa 8 Média 57

Empresa 9 Pequena 15

Empresa 10 Pequena 30

Segundo o Quadro 4.1, a micro-empresa mais jovem atua no mercado a 2 anos e a mais antiga a 19 anos, sendo a média de idade das micro-empresas de aproximadamente 11,5. As empresas de pequeno porte atuam a uma média de 22 anos, contando a mais jovem com 15 anos e a mais antiga com 30. No caso das empresas de médio porte, a empresa mais recente conta com 34 anos e a mais antiga com 57, tendo como média 45,5 anos. As micro-empresas são as que mais se aproximam da média de idade das EBTs de São Paulo, sendo que as empresas de pequeno porte estão no mercado a quase o dobro de tempo e as empresas de médio porte a mais de quatro vezes o tempo médio de atividade das EBTs de São Paulo.

Diferentemente dos dados apontados pelas EBTs nacionais, que apresentam uma média de 11 funcionários, a maioria das EBTs pesquisadas, ou seja, 70% delas possuem ao menos 20 funcionários, sendo a metade das empresas de pequeno porte (com 20 a 99 funcionários) e 20% de médio porte (com 100 a 499 funcionários)

As empresas que empregam maior quantidade de funcionários com formação educacional de nível superior são as micro-empresas, tendo em média aproximadamente 58,5% de seus colaboradores com essa formação. Em uma das empresas, 100% da mão-de- obra têm formação de nível superior. As empresas de pequeno porte têm em média 24,6 de seus colaboradores com formação superior e 30% as de médio porte.

Foi apontado que as EBTs brasileiras de São Paulo são empresas jovens com tempo médio de atividade girando em torno de 10,9 anos. As EBTs pesquisadas apresentam resultado divergente, tendo como média de tempo de atividade aproximadamente 23,5 anos, sendo que 90% das empresas estão em atividade a mais de 12 anos e apenas 10% estão ativas a 2 anos. A empresa em exercício há mais tempo conta com 57 anos de atividade.