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6. Porto 24: Relatório de Estágio e Estudo de Caso

6.2. Relatório de Estágio

6.2.1 Porto24 Descrição e Missão

O Porto24, com o número de registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social 126107 vai buscar as suas origens da sua fundação ao ano de 2010 e constituiu-se como empresa em 2011, pelas mãos da jornalista Ana Isabel Pereira.

O jornal, inicialmente de vocação exclusivamente online, apresenta-se na sua ficha técnica19 como a única opção jornalística exclusivamente dedicado à Área Metropolitana do Porto, regido “por critérios editoriais de independência, cultivando o rigor da informação e visando sempre os interesses da região e da comunidade onde se insere”, “procurando refletir o que acontece em áreas como a governação das cidades da região, a sua sociedade civil, a cultura, o ensino, o desporto, a economia ou o lazer”. Dedicado aos “princípios da ética e deontologia jornalísticas”, o Porto24 compromete- se a produção de informação “imparcial, rigorosa, exigente e independente do poder político e económico e de grupos de pressão”20.

Apresenta como sua missão “ser um local de opinião, de preservação de memória coletiva e uma voz nas questões mais importantes da nossa vida comum. Por essa razão, o Porto24 é um sítio aberto à participação da sua comunidade de utilizadores, procurando reforçar esses laços explorando os meios digitais ao seu dispor”, e para potenciar o mesmo debate, insiste na necessidade de “reflexão sobre as grandes questões da atualidade, sem descurar o acompanhamento dos temas nacionais e internacionais, em particular aqueles que têm implicações no Grande Porto”. Enfim, “Porto24- O sítio da cidade”.

O conteúdo produzido pelo Porto24 advém da redação e de alguns colaboradores externos, que vão variando constantemente, que incluem outros jornalistas e cronistas.

À altura da minha chegada, a redação era composta por três pessoas: a diretora do jornal, Ana Isabel Pereira e dois dos jornalistas que compunham o “Semanário Atlântico”, jornal que se extinguiu no mês de Maio de 2015, altura em que se juntaram ao P24. Eram eles Pedro Emanuel Santos e Simão Freitas, como fotógrafos ao seu serviço estavam Carlos Romão e Miguel Oliveira.

Ao longo de 4 anos o Porto24 limitou-se ao universo virtual mas foi na penúltima sexta do mês de Maio de 2015, dia 22, que fez a sua estreia em formato

19 Disponível em URL:http://www.porto24.pt/ficha-tecnica/ [Consultado em: 24/052016] 20 Disponível em URL:http://www.porto24.pt/estatuto-editorial/ [Consultado em: 24/052016]

físico, com a primeira edição em papel, que daí para a frente seria o foco principal da redação.

Infelizmente, tal como muitos outros projetos, e mesmo o projeto que o antecedeu, o “Semanário Atlântico”, a sua duração acabaria por se revelar extremamente curta, ao prolongar-se apenas por 19 semanas e 19 edições correspondentes a cada uma, a última das quais, eu tive o prazer de fazer parte, ver as minhas notícias assinadas por mim e o meu nome a figurar na ficha técnica. A 19ª edição do dia 25 de Setembro leva como destaque a zona das Fontainhas por causa da Vandoma e as escadas da Aguada. Apura-se também o estado das contas do histórico clube portuense, o Vasco da Gama. Criou um roteiro para ir “curtir longe da zona da Movida” e apurou-se o caso de uma nova providência cautelar avançada no caso do bairro Rainha Dona Leonor entre tantas outras notícias.

No dia seguinte, como vou abordar mais em pormenor ao longo do meu relatório de estágio, os membros da redação ficariam a saber o malogrado destino da publicação impressa. No dia 29 de Setembro, a Ana Isabel Pereira justifica aos seus leitores e “amigos” (como os chama), os motivos deste desfecho infeliz com um artigo intitulado “Continuamos do lado de cá”21. Explica que não basta os “Força aí”, os “Vocês estão a fazer um excelente trabalho” e que “não há ninguém a fazer o que vocês fazem no local” para pagar as contas ao final do mês. Reminiscentes das palavras que o professor Hélder Bastos proferiu numa das suas aulas de ciberjornalismo: “Os jornalistas não podem viver só de boas intenções e um jornal não é uma Santa Casa da Misericórdia”. A Ana levanta as seguintes questões, bastante atuais nas discussões académicas do presente: “Se a cidade acredita nele? Se nascemos antes do tempo? Se a cidade lê papel? Se os anunciantes não querem saber do online (nem do papel)? É tudo isso que estamos a pesar”.

Mas esta curta nota da Ana termina com um ponto positivo e serve de estandarte para o futuro projeto que o Porto24 teria a partir desse dia: “Continuamos do lado de cá. Na Internet. A fazer jornalismo local, que queremos que seja bom. E estamos a fazê-lo com mais recursos (poucos, mas ainda assim mais) do que os que tínhamos há 4 meses.

Por isso, numa palavra, e porque ainda acreditamos que há lugar para o P24, contamos com os amigos – reler definição acima –, em porto24.pt”.

Durante os próximos meses, pelo menos até à minha saída, a redação manteve-se com a minha presença, a da Ana, do Pedro e do Simão. Mais para o final do ano, a Ana afastou-se para integrar um projeto no Jornal de Notícias, continuando a orientar-me de perto, sempre disponível para responder às minhas dúvidas, preocupações e inquietações. No entanto, na sua ausência, era o Pedro Emanuel Santos que ocupava o lugar de orientador provisório. Seria injusto ao descuidar uma menção honrosa ao Simão, que por várias vezes fez questão de estar presente e me ofereceu, sem muita cerimónia e reservas, a sua longa lista de contactos acompanhado de um “Podes dizer que és amigo do Simão”.

À altura da minha saída do Porto24, a redação tinha mudado de instalações, deslocando-se da sua localização original no Polo das Indústrias Criativas na Praça Coronel Pacheco para os escritórios da PEV Entertainment, na Avenida Antunes Guimarães.

Ao deixar da redação fui o segundo membro a sair numa questão de poucas semanas e por fim, a redação do Porto24 fica como se encontra de momento, com o Pedro como diretor Interino e o Simão enquanto jornalista e lá continuam, a fazer o que melhor se faz de jornalismo por esta cidade, ou assim o diz a ficha técnica.

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