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V. Da Probabilidade do Exercício de Poder de Mercado

V.1 Distribuição de Combustíveis Líquidos 1 Importações

V.1.2. Condições de Entrada

V.1.2.1 Posicionamento das Requerentes

100. Em resposta ao Ofício nº 6527/2009/RJ COGCE/SEAE/MF, as Requerentes apresentaram informações sobre as condições de entrada no mercado de distribuição de combustível nas regiões sul e sudeste, conforme os parágrafos abaixo.

101. De acordo com as Requerentes, o montante do investimento mínimo necessário e a escala mínima viável de produção estão obrigatoriamente atrelados aos requisitos regulatórios exigidos pela ANP para entrada no mercado de distribuição de combustíveis líquidos. Portanto, as partes entendem que é necessário comprovar, conforme exigência da Portaria ANP nº 202/99, capital social integralizado de R$ 1.000.000,00, para obtenção de registro de distribuidor junto a ANP, e capacidade mínima de armazenamento de 750 m3, seja em base própria ou arrendada, para concessão de autorização de funcionamento.

102. As partes relatam que existem duas distribuidoras com movimentação relativamente próxima a capacidade de armazenagem de 750 m3 exigida pela regulação: Sulpetro, com volume mensal comercializado de 583 m3 por mês e Sul Combustíveis, com 1.167 m3 mensal. Ressaltam, ainda, que a Sulpetro, embora com volumes menores em comparação as demais distribuidoras listadas abaixo, opera no

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Ofício 06451/2007/DF COGEN/SEAE/MF, relacionado ao Ato de Concentração nº 08012.002820/2007-93.

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Ofícios 06454 e 06592/2007/DF COGEN/SEAE/MF, relacionado ao Ato de Concentração nº 08012.002820/2007-93.

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Ofício nº 06452/2007/DF COGEN/SEAE/MF, relacionado ao Ato de Concentração nº 08012.002820/2007-93.

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Ofício nº 06435/2007/DF COGEN/SEAE/MF, relacionado ao Ato de Concentração nº 08012.002820/2007-93.

mercado já há quatro anos, o que confirma que tal escala de operação é minimamente suficiente para a viabilidade do negócio.

103. Quanto ao montante mínimo do investimento necessário para viabilizar uma entrada no mercado, este realmente não precisa ser muito superior ao montante de R$ 1 milhão exigido pela regulação, tendo em vista que tanto a capacidade de armazenamento pode ser alugada como os serviços de logística (transporte do combustível da refinaria as bases e das bases aos postos) podem ser terceirizados. 104. As Requerentes estimam que a taxa de crescimento anual do mercado de distribuição de combustivel para as regiões sul e sudeste, consideradas em conjunto, são as seguintes: 4,4% em 2009, 5,6% em 2010 e 5,4% em 2011.

105. As partes informam que, segundo estatísticas da ANP, das aproximadamente 160 empresas que possuíam autorização para atuar como distribuidoras em janeiro de 2005, 140 ingressaram no mercado após o ano de 2000. No final de 2008, o número de distribuidoras atuando no mercado já era 226.

106. Destacam, ainda, que o consumidor privilegia preço à marca. A diferenciação do produto e fidelidade a marca, em certa medida, podem até ser tidas como drivers subsidiários, mas não tanto quanto o preço do combustível para o consumidor final. Tal fato é observado no elevado número de postos de bandeira branca no segmento de revenda de combustíveis, que conforme dados recém divulgados pela ANP (fev./2009), o percentual de bandeiras branca no Brasil representa 43,3% do total de 36.517 postos. Nas regiões sul e sudeste, locais onde há concentração horizontal decorrente da operação, também se constatam forte presença de postos de bandeira branca, 28,2% em universo de 7.762 postos e 45,7% em um universo de 15.441 postos.

107. As Requerentes relatam que o tempo necessário para viabilizar a oferta é inferior a 2 anos, incluindo nesse período desde a elaboração de projeto, até a construção de uma base de distribuição, se essa for a estratégia adotada pela empresa entrante. Esse tempo, na prática, pode ser ainda menor, considerando que o prazo médio para a obtenção de licenças, autorização e registro perante as autoridades regulatórias pode ser estimado em aproximadamente seis meses, e que conforme mencionado, não é necessária a construção de base própria para entrar no mercado, bastando alugar tancagem para tanto.

108. Segundo as Requerentes, nos últimos anos verificou-se a entrada da Sulpetro Distribuidora, no estado de Santa Catarina, e Atlântica Distribuidora, no estado do Espírito Santo. A primeira esta no mercado há cerca de 4 anos e a segunda há 1 ano. Ressaltam, ainda, que nos últimos anos, o mercado de combustíveis da região sul e sudeste assistiu ao crescimento de diversas distribuidoras regionais e, principalmente da distribuidora ALE Combustíveis, que primeiramente fundiu suas atividades com a SAT Distribuidora, formando a atual Alesat e posteriormente adquiriu a Polipetro e a Repsol.

Quadro XX

Histórico de entrada das empresas no mercado de distribuição de combustível nos últimos cinco anos

UF Distribuidora 2004 2005 2006 Crescimento

(%)

MG Rede Brasil de Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. MG Petrosul Distr e Com. Comb. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SP Petronac Distr. Naci. Der. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SP Petronova Distr. de Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SP Petrosul Distr. e Com. Comb. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SP VEGA Distribuidora de Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SP Petrosol Distribuidora de Petroleo Conf. Conf. Conf. Conf. SP Ciapetro Dist. de Comb. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SP D’Mais Distribuidora de Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. PR Petrosul Distr. e Com. Comb. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. PR Polipetro Distr. de Combustivel Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. PR America Latina Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. PR Latina Distr. de Petr. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. RS Distribuidora Volpato Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SC Petrosul Diste e Com Comb. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SC Jatiba Distrib. Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SC Latina Distr. de Petr. Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. SC Mazp Distribuidora de Petroleo Ltda. Conf. Conf. Conf. Conf. Fonte: Requerentes a partir de dados do SINDICOM.