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Causa 1: contaminação por prazo de validade

Este tipo de contaminação está relacionado com a proliferação de fungos (le- veduras) e bactérias. Nos refrigerantes, as características físicas e químicas são importantes, pois criam um ambiente seletivo para a proliferação dos microrga- nismos que se desenvolvem em meio ácido, como leveduras acidófilas, bactérias acéticas, lácticas e bolores. A contaminação ocorre porque esses microrganismos encontram nos refrigerantes excelente meio de nutrição (OLIVEIRA, 2007). Por- tanto, as instruções para o prazo de validade e a temperatura de conservação dos alimentos que são estabelecidas pelo fabricante devem constar nos rótulos de cada produto, além de serem rigorosamente respeitadas pelo consumidor (MA- CHADO, 2000). Nesta perspectiva, podem ser desenvolvidos conhecimentos sobre como a contaminação ocorre, além da tomada de medidas para evitá-la. Causa 2: contaminação por armazenamento inadequado do produto

Esse tipo de contaminação ocorre devido ao armazenamento incorreto dos bens de consumo alimentar. Segundo o manual das “Boas Práticas de Arma- zenamento de Alimentos na Indústria” (MACHADO, 2000), as áreas de arma- zenagem devem ser mantidas limpas, livres de resíduos e sujeiras para evitar a presença de insetos e roedores, transmissores de microrganismos. O local de ar- mazenamento deve ter boa iluminação, ser fresco e arejado.

Dentro da conservação dos alimentos, a estocagem faz-se imprescindível, sendo que é um estágio que visa armazenar e fiscalizar a entrada e a saída dos alimentos em estoque. Existem diferentes formas de conservação, visto que umas possibilitam destruir quase a totalidade dos microrganismos, enquanto outras impossibilitam ou retardam o seu crescimento e proliferação. Como formas de conservação tem-se: aditivos alimentares, atmosfera modificada, desidratação e secagem, filtração, conservação pelo frio e conservação pelo calor (SILVA, 2012).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2018), é essen- cial que cada produto seja armazenado de acordo com suas características, uma vez que a conservação dos alimentos e a higienização são vitais para a segurança do alimento e, consequentemente, para a saúde dos consumidores.

Causa 3: contaminação da água utilizada na fabricação do produto

A água representa a matéria-prima mais utilizada na produção de bebidas, re- querendo especial atenção às fontes de abastecimento, quanto às exigências para seu tratamento, desinfecção, depósito e propriedade da distribuição. No Brasil,

as empresas encarregadas pela captação, tratamento e distribuição da água em- pregam variadas técnicas de purificação, que a torna apropriada ao consumo hu- mano. Entretanto, a qualidade da água tratada por essas empresas não assegura que a mesma seja adequada, especialmente para ser utilizada na indústria de produção de bebidas (OLIVEIRA, 2007).

Na indústria de refrigerantes, o sistema de produção compreende, sobretudo, as atividades de tratamento de água, xaroparia e linhas de envasamento. A água destinada à produção de refrigerantes é sujeita a um rigoroso tratamento, no qual são realizadas análises de pH, sulfatos, alcalinidade, turbidez, sólidos totais dis- solvidos, cor, odor, gosto e análises microbiológicas para o controle da qualidade do produto final. Em função da fonte fornecedora e do uso final da água, é acon- selhável que as indústrias de produção de bebidas, sempre que possível, tenham o seu próprio sistema de tratamento de água (OLIVEIRA, 2007).

Sendo assim, a água utilizada na produção de refrigerantes deve ser de exce- lente qualidade, isto é, límpida, inodora e livre de microrganismos. Ademais, a utilização de águas subterrâneas no processo de produção de refrigerantes é reco- mendada por ser protegida contra esses agentes poluidores, além de não existir a necessidade de longos tratamentos dessa matéria-prima (CASARINI, 2011).

PARA SABER MAIS

Soto, F. R. M. et al. Contaminação bacteriana e fúngica de canudos de re- frigerantes e seus recipientes em lanchonetes de município do interior de São Paulo. Revista Nutrição, v. 22, n. 6, p. 887-894, 2009.

O artigo trata da contaminação bacteriana e fúngica de canudos de re- frigerantes no município de Ibiúna, localizado no estado de São Paulo, bem como a correlação com as condições de higiene, processos e métodos de de- sinfecção.

Rocha, C. D. et al. Deterioração de refrigerantes por leveduras. Visão

Acadêmica, v. 5, n. 2, p. 95-100, 2004.

O artigo relata a deterioração dos refrigerantes e como o rastreamento das origens dos focos de contaminação pode minimizar os problemas relacio- nados a tal questão. Ademais, os autores investigam as principais leveduras deteriorantes de refrigerantes.

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Ensino de Ciências Naturais e Educação Ambiental

REFERÊNCIAS

AUERBACH, P. Histórias de antigamente. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Guia para

determinação de prazos de validade de alimentos. Brasília, DF: ANVISA, 2018. Disponível

em: http://segurancaalimentar.mprs.mp.br/alergenicos/guia.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria N° 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os pro- cedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Diário

Oficial da União: Brasília, DF, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum. mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 28 ago. 2020. CASARINI, D. C. P. Legislação estadual e ações de prevenção e controle de poluição

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(CETESB), 2011.

CRUZ, G. F. B. Fabricação de refrigerantes. Rio de Janeiro: Rede de Tecnologia e Inova- ção (REDETEC), 2012.

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training manual on food hygiene and the hazard analysis and critical control point (HACCP) system. Roma: FAO, 1998. Disponível em: http://www.fao.org/3/a-w8088e.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020.

GEWANDSZNAJDER, F. Ciências: água e saúde. 2 ed. São Paulo: Ática, 2015.

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LUCCHESE, G. Globalização e regulação sanitária: os rumos da vigilância sanitária no Brasil. 2001. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2001.

MACHADO, R. L. P. Boas práticas de armazenagem na indústria de alimentos. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2000.

MENDA, M. Refrigerantes. Rio de Janeiro: Conselho Regional de Química 4ª Região, 2011. Disponível em: https://www.crq4.org.br/refrigerantes. Acesso em: 21 ago. 2020. OLIVEIRA, E. A. Controle de qualidade em refrigerante. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Engenharia de Produção) − Universidade Estadual de Lon- drina, Londrina, 2007.

SILVA, R. A. Ciência do alimento: contaminação, manipulação e conservação dos ali- mentos. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ensino da Ciência)

CAPÍTULO 5