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2. TEORIAS DO CURRÍCULO

3.2 A prática curricular de Geografia

A prática do ensino é fundamental ao professor, pois é na prática que ele vai ter a oportunidade de vivenciar experiências, utilizar o conhecimento teórico adquirido, conhecer melhor os métodos e como trabalhar o conteúdo em sala,

O ensino não é estático, ele sempre é inovado e passa por um processo de atualização para que as informações cheguem até as escolas. O professor precisa ficar atento aos conteúdos geográficos e sua prática, pois a Geografia é uma das disciplinas responsáveis por formar os indivíduos para viver em sociedade.

Conforme Cavalcanti:

O ensino é um processo que contém componentes fundamentais e entre eles há de se destacar os objetivos, os conteúdos e métodos. A importância da prática de ensino é para colocar na prática o que foi visto na teoria, onde o professor terá seus objetivos traçados sobre o que ele almeja alcançar, um conteúdo a ser ensinado e seu próprio método a ser utilizado, pois cada professor tem um método para explicar o mesmo conteúdo. O conteúdo pode ser explicado na teoria e depois visto na prática através de um trabalho de campo. (CAVALCANTI, 2010, p.12)

Um dos objetivos da prática em Geografia é de formar cidadão com consciência do espaço das coisas, dos fenômenos que elas vivenciam, é definir o espaço ocupado pelos indivíduos. É entender que vivemos no espaço e que, tudo que existe ocupa um lugar no espaço.

Neste sentido, os conceitos geográficos são instrumentos utilizados para compreender e analisar a leitura do mundo através do ponto de vista geográfico, sendo que, a Cartografia é uma ferramenta importante para a Geografia compreender o espaço, região,

território, lugar entre outros. Conforme Cavalcanti a Cartografia no ensino fundamental e uma orientação para a alfabetização cartográfica e segue dois eixos de ensino sendo:

[...] a cartografia tem que trazer uma representação exata e de fácil compreensão com dados, gráficos e tabelas representadas de forma correta no texto. No primeiro eixo, trabalha-se com o produto cartográfico já elaborado, tendo um aluno leitor critico no final do processo. O aluno trabalha com produtos já elaborados, portanto será um leitor de mapas, acima de tudo um leitor critico e não um aluno que simplesmente usa o mapa para localizar fenômenos [...]. No segundo eixo, o aluno é participante do processo ou participante efetivo, resultando deste segundo eixo um aluno mapeador consciente. (CAVALCANTI, 2002, p.16)

Para tanto, a Cartografia deve ser trabalhada conciliando a teoria e prática, as pesquisas têm valorizado a prática escolar e o conhecimento adquirido pelos professores no cotidiano. Esse conhecimento é importante para o professor observar e analisar as possibilidades de mudanças em sua prática profissional. Segundo Kaercher é necessário:

Combater a visão de currículo que privilegia a informação e a quantificação ou a fragmentação do saber. A criação deve ser enfatizada. Aliar informação com reflexão. Buscar mais de uma versão para os fatos. Mostrar os conflitos de interesses e as mensagens nas entrelinhas dos textos. (KAERCHER, apud CAVALCANTI, 2010, p. 30).

O professor precisa trabalhar com o conhecimento que os alunos levam consigo sobre os assuntos a serem trabalhados em sala de aula. A Geografia é dividida em conteúdos específicos, e dentre todos o que mereceu destaque maior é a cartografia, conforme afirma a autora;

Entre os conteúdos procedimentais da Geografia escolar, cabe destacar a cartografia. O trabalho com a cartografia é um assunto recorrente nas pesquisas, seja para denunciar práticas inadequadas com a cartografia ou ausência de trabalho cartográfico, seja para propor práticas consideradas mais adequadas a um ensino critico de Geografia. (CAVALCANTI, 2002, p 38)

A Cartografia também é compreendida como um instrumento de uso da Geografia. Todas as pessoas, independentemente da idade, têm o direito de compreender o espaço no qual estão inseridas. A Geografia vem ao encontro desse objetivo, levando as pessoas a terem uma visão crítica do seu contexto e a poderem atuar mais conscientemente sobre o mesmo. A alfabetização cartográfica, por sua vez, leva cada indivíduo a compreender o espaço físico conhecido, facilitando a análise geográfica.

É importante ressaltar que a prática de ensino de Geografia contribui eficazmente na formação da cidadania, uma vez que oferece instrumentos essenciais para a interação na realidade social, para Cavalcanti:

O ensino de Geografia contribui para a formação da cidadania através da prática de construção e reconstrução de conhecimentos, habilidades, valores que ampliam a capacidade crianças e jovem compreenderem o mundo em que vive e atuam, numa escola organizada como um espaço aberto e vivo de culturas. (ibid, 2010, p.47)

A autora contextualiza que, o ensino de Geografia deve promover mecanismos para que o aluno assimile a aprendizagem e a escola trabalhe o de forma multidisciplinar, sendo que, o professor tem um papel fundamental na questão ensino aprendizagem que é educar o aluno para viver em sociedade e a disciplina de Geografia vai auxiliar esse educando a viver em sociedade.

Nesta perspectiva, sabemos que os alunos diferem entre si, por isso, necessitam de diferentes tipos de aprendizagem para seu desenvolvimento, para que se obtenha uma aprendizagem eficaz é importante considerar as capacidades de cada um ao solucionar e organizar os procedimentos de ensino.

No entanto, atualmente existe um desafio a ser enfrentado por alguns professores de Geografia, a dificuldade de acompanhar o desenvolvimento tecnológico. A sociedade contemporânea dispõe de comunicações e informações rapidamente e de fácil acesso. O aluno que vive em contato direto com as informações em tempo recorde muitas vezes estuda em uma escola sem esses recursos, fazendo com que ele perca o interesse nas explicações, e veja os livros didáticos como atrasados.

A Geografia escolar contemporânea tem um importante papel na construção e aplicação dos saberes geográficos, seu processo acompanhou a dinâmica espaço/tempo mundial. Os paradigmas decorrentes deste processo seguiram a ordem histórica de cada fase. Os acontecimentos sociais, políticos e econômicos dos últimos tempos impulsionaram um olhar mais crítico, antes ausente na ciência geográfica.

A ciência geográfica possui um grande potencial em seus campos epistemológicos que ainda não foram explorados completamente, seus conceitos como espaço geográfico, lugar, território região entre outros estão em constante evolução.

Neste sentido, estudar Geografia deve significar algo mais prazeroso e funcional do que se ater a memorização de mapas e capitais esta é uma ciência que deve ser explorada em todos os campos.

É importante destacar que, infelizmente parte, dos professores têm tido o papel de repassar as informações ao grupo de alunos de forma simplificada, segundo um modelo preestabelecido, não observando as diferenças ou as particularidades de cada aluno e nem levando em consideração que cada indivíduo é único em suas necessidades e conhecimentos adquiridos dentro ou fora da vida escolar

Dessa forma, o ensino de Geografia passa por alguns problemas, principalmente de ordem metodológica, ou seja, da prática de ensino que o professor tem em sala de aula, que muitas vezes não são suficientes para atender as expectativas de um ensino que possa fazer com que o aluno entenda, principalmente, seu papel como cidadão modificador do espaço ao qual pertence.

Conforme Vesentini:

Mais do que nunca, é hoje uma necessidade imperiosa conhecer de forma inteligente (não decorando informações e sim compreendendo processos, as dinâmicas, as potenciais mudanças, as possibilidades de intervenção) o mundo em que vivemos, desde a escala local até a nacional e a mundial. E isso, afinal de contas, é ensino de Geografia (VESENTINI, 1996, p. 12).

Enfim, o professor deve selecionar o conteúdo, organizá-lo e aplicá-lo ao aluno da melhor maneira possível, ou seja, devemos estar atentos aos novos procedimentos e como utilizá-los na prática de ensino.